Sturm und Drang
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Sturm und Drang (em português: tempestade e ímpeto ou alternativamente tempestade e paixão) foi um movimento literário romântico alemão que atingiu o seu auge entre a década de 60 e a década de 90 do século XVIII e que abominava o "desencanto" que o iluminismo do século XVIII trouxera ao mundo cultural europeu. O iluminismo enfatizava a ciência, o racionalismo, a tecnologia e o progresso. Os românticos alemães preferem exaltar a natureza e o sentimento. O iluminismo trouxera a descrença na Igreja e a secularização. Como na fórmula de Kant: "Sapere Aude" - Pensa pela tua cabeça ou, mais propriamente, "ousa saber". O Romantismo, em contrapartida (mesmo em reacção) valoriza a religião, toda espécie de crenças populares, mitologias gregas, germânicas, nórdicas, bruxarias. Goethe e Schiller foram os líderes mais proeminentes deste movimento, que teria uma enorme influência em todos os sectores culturais na Alemanha.
Este movimento faz a apologia do génio, da liberdade individual sem limites e do amor impetuoso. Dá-se a primazia ao sentimento face à razão.
Os princípios destes movimento foram formulados por Heinrich Gerstenberg nas Cartas sobre as Curiosidades da Literatura (1766).
Há quem veja no Romantismo alemão a raiz de uma tendência irracional que, pouco a pouco, se apoderou da sociedade alemã e que culminaria nos desastres do século XX. O culminar desta evolução ficaria patente na Alemanha de Hitler, onde Goethe, Nietzsche, Wagner e outras figuras românticas (ou subjacentes) alemãs foram exuberantemente celebradas. A trágica ironia desta evolução ficaria segundo esta interpretação espelhada numa visita à cidade alemã de Weimar. O turista que visita hoje a cidade costuma interessar-se, em primeiro lugar, pelas casas-museu de Goethe e de Schiller e, logo depois, pelo campo de concentração de Buchenwald, a poucos quilómetros. A própria casa-museu de Goethe, com as suas esculturas em estilo clássico e figuras de homens musculados e mulheres esguias que ele arrematou nas suas viagens à Itália, constitui uma premonição do ideal típico de beleza nazi, que Hitler apreciou e fomentaria nos anos 30 e 40 do século XX.
Nota: Em relação a Nietzsche e ao Romantismo, Bertrand Russell escreve em A History of Western Philosophy:
"Apesar de Nietzsche criticar os românticos, a sua atitude é fortemente determinada por eles; é o ponto de vista do anarquismo aristocrático que Byron também representara, de modo que não é surpreendente que Nietzsche seja um grande admirador de Byron. Ele tenta unir duas categorias de valores que dificilmente se relacionam: por um lado ele ama a crueldade, a guerra e o orgulho aristocrático e, por outro, a filosofia, a literatura, arte e antes de tudo a música".
[editar] Obras representativas
- Friedrich Schiller - Os Bandidos.
- Goethe - Goetz.
- Goethe - primeira versão do Fausto.