Vanilla
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![]() Vanilla planifolia |
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Classificação científica | ||||||||||||
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A Vanilla ou Baunilha, pertencente à família das Orquidáceas, é uma planta trepadeira, classificada em um gênero que congrega cerca de 50 espécies, todas de zonas tropicais. Linneu classificou-a inicialmente como Epidendrum, mas o botânico Scwartz (1799), mais tarde, passou-a para Vanilla.
Existem muitas espécies, principalmente as procedentes da América e da Ilha de Madagascar. Nessa ilha, desde que os franceses ali se instalaram, cultivaram a baunilha em grande escala, auxiliados pelo governo. Em 1898, exportaram cerca de 8 toneladas desse produto.
Índice |
[editar] Habitats
Perotet, viajante botânico, encontrou nas Filipinas, nas florestas de San Matteo, em 1820, uma planta completamente desconhecida por seus habitantes.
A espécie mais cultivada no México e América Central é a Vanilla planifolia. Desde o México até as Guianas e Trinidad e Tobago encontramos a Vanilla pompona, com frutos menores, mais grossos e carnudos. São pesados e com maior dificuldade na sua secagem. É também consumida fresca, em pequenos pacotes - conhecidos popularmente como baunilhão. A Vanilla gardneri, que se assemelha à Vanilla pompona, vegeta no Brasil, desde a Baía de Santa Catarina. Zollinger encontrou a Vanilla aphila, sem folhas e de frutos sem aroma. Também na África ela era cultivada, e a mais conhecida é a baunilha bastarda, com vagens curtas e delgadas e pouco aromáticas.
Segundo H. Semler, a baunilha foi introduzida na Europa procedente do México, no século XVI.
[editar] Flor e planta
A baunilha somente é cultivada pelo valor comercial de seus frutos, pois suas flores não são muito atrativas, comparando-se com a beleza das outras orquídeas.
Suas flores, de cerca de 15 centímetros de diâmetro, são, na maioria, de coloração amarelo-canário, com labelo de cor mais carregada. Planta trepadeira, com hastes florais cilíndricas, de 2 centímetros de espessura e coloração verde, emite raízes adventícias de variável comprimento. Suas raízes descem até o solo à procura de alimento. Seus órgãos de fixação são cauliares, que aderem aos troncos e galhos das árvores, mantendo a planta segura.
Depois de 30 dias, as favas parecem estar quase murchas, mas isso somente se dá após 6 ou 7 meses, quando chega a sua inteira maturação. Quando maduras, é providenciada a colheita dos frutos. Eles chegam a ter de 20 a 25 centímetros de comprimento e 3 centímetros de grossura.
[editar] Cultivo

No Brasil, o homem rural não se dedicou à cultura da baunilha por ignorar os meios para o seu cultivo, principalmente o meio de fazer a frutificação manual e artificial de suas flores em grande escala.
Uma plantação é relativamente fácil e barata para se organizar. Primeiramente, deve-se construir uma cobertura de madeira de 10 metros de largura por 30 metros de comprimento e 2 metros de altura, em terreno fresco e abundante de húmus, sombreado e protegido de ventos fortes.
Em cada esteio plantam-se pedaços de hastes que tenham mais ou menos 1 metro de comprimento. Enterram-se 10 a 15 centímetros e amarra-se onde a planta deva crescer. A plantação deve ser feita no inverno, nos meses mais úmidos, para que as mudas não se desidratem com o calor.
Das axilas das folhas irão surgir raízes ou gavinhas que vão se agarrar à madeira. Não devemos plantá-las na encosta de grandes árvores, como mangueiras ou jaqueiras. Por ser uma planta trepadeira, alcançando até 20 metros de altura, se ramificar pelos galhos das árvores fica difícil, na época da floração, a polinização de suas flores e a colheita de seus frutos. Após dois ou três anos, essas coberturas estarão entrelaçadas de racimos e apresentarão as primeiras florações nos meses de outubro e novembro.
[editar] Preparo e conservação dos frutos
Na época da colheita dos frutos há vários processos para prepará-los, conservando e mantendo o aroma inalterado.
No México e na Guiana adota-se o sistema de secagem ao sol e à sombra. Estendem-se panos de lã, de cor escura, bem expostos ao sol. Colocam-se os frutos por algumas horas. Depois são envolvidos e deixados em local sombrio. No mesmo dia repete-se o processo (os frutos são colocados novamente ao sol e, durante a noite, envolvidos no pano de lã e, assim, secam totalmente). É um processo moroso de até 2 meses, se não ocorrerem dias ensolarados seguidos.
Outro processo bastante usado é reunir algumas vagens, amarrando-as em pacotes e mergulhando-os por espaços de 20 a 30 segundos em água fervente - isso para o poder germinativo de suas sementes. Espalhá-las depois sobre esteiras ou pendurá-las para secar. Nos dias consecutivos, colocá-las ao sol e à sombra. Depois de mergulhadas em água fervente, as vagens segregam uma substância viscosa, que deve ser separada com cuidado para não romper as cápsulas. Para isso não acontecer, elas devem ser amarradas com fio de algodão, envolvendo-as, em seguida, em um pano de lã, para transpirarem até o dia seguinte. Devem ser colocadas à sombra durante algumas horas para uma perfeita aeração, antes de irem novamente ao sol para secar.
Existe, ainda, um outro processo: untar as vagens com óleo de castanha de caju (carbóleo-cardol-ácido anacardíaco) sem densa aplicação para evitar o ranço dos frutos. Esse óleo é aplicado com pincel e não como banho (óleo em excesso prejudica o aroma). Este processo é empregado após o banho na água fervente e após as frutas começarem a enrugar. Na ilha de Madagascar a secagem é feita com cloreto de cálcio.
[editar] Química
Segundo os químicos Bucholz e Vogel, a vagem da baunilha preparada artificialmente contém um óleo grosso, de sabor desagradável, amargo, de substância amigdalóide e ácido benzóico.
Experiências feitas com hastes de baunilha introduzidas no âmago do tronco da bananeira mostraram que a planta se desenvolve com viço extraordinário e floresce logo no primeiro ano. Prova da semelhança da seiva que existe entre as duas plantas, servindo, deste modo, a bananeira como enxerto.
[editar] Vanilina
Lecomte, em 1902, demonstrou que o desenvolvimento do perfume da baunilha era devido à ação de uma oxidase sobre os princípios existentes na planta. No momento da colheita, os frutos não tem nenhum aroma; eles adquirem sua suavidade em uma curta imersão na água a 80 graus centígrados. Este autor achou oxidase em todos os órgãos da planta, constatando a presença de manganês. A planta contém ainda um fermento hidratante, que age sobre a coniferina e que se desdobra em álcool coniferínico e glicose. A oxidase age sobre este último corpo e transforma-o em vanilina.
[editar] Elementos de botânica prática
A baunilha é composta de óleo graxo e ácido benzóico. A vanilina tem propriedades excitantes. Favorece a digestão e admite-se ser afrodisíaca, antiespasmódica, emenagoga. Serve sobretudo como aromatizante, sendo muito utilizada em chocolates e na preparação de doces. Pode ser encontrada em tabletes, em pó, em tintura e em porção. É um dos excitantes mais agradáveis da matéria média e reputada afrodisíaca por excelência.
[editar] Lista de espécies do gênero Vanilla
Algumas espécies:
- Vanilla aphylla
- Vanilla barbellata
- Vanilla chamissonis
- Vanilla claviculata
- Vanilla dilloniana
- Vanilla edwallii
- Vanilla mexicana
- Vanilla odorata
- Vanilla phaeantha
- Vanilla planifolia
- Vanilla poitaei
- Vanilla siamensis
Para ver a lista completa de espécies, clique aqui
[editar] Ligações externas
- Electronic Plant Information Centre at Royal Botanic Gardens, Kew 2003-11-8
- FDA Requirements for Vanilla Extract
- Spices at UCLA History & Special Collections
- Vanilla Extract comparisons