Associação Brasileira de Documentaristas
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A Associação Brasileira de Documentaristas (ABD) foi fundada na Jornada de Cinema da Bahia realizada em Salvador entre os dias 9 e 15 de setembro de 1973. O dia 11 de setembro de 1973 é considerado como a data de fundação da ABD. Logo em seguida, foi realizada a reunião de implantação na Cinemateca do Museu de Arte Moderna no Rio de Janeiro, sendo eleita a primeira diretoria, que deveria estruturar e oficializar a associação, criando condições para a primeira eleição oficial no ano seguinte.
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[editar] A primeira diretoria
A primeira diretoria eleita foi constituída por Iberê Cavalcanti (Guanabara), Sérgio Santeiro (Guanabara), Aloysio Raulino (São Paulo), Jorge Laclette (Guanabara), Guido Araújo (Bahia), Oswaldo Caldeira (Guanabara), Thomaz Farkas (São Paulo), Susana Moraes (Guanabara) e David Neves (Guanabara).
[editar] Objetivos
Em sua ata de fundação foi escrito que a ABD tinha como objetivo a defesa e orientação dos interesses dos profissionais do filme de curta metragem, bem como da respectiva representação da classe perante os poderes Federais, Estaduais e Municipais; estudos, planejamento, programação de realizações como mostras, exibições, festivais que divulgassem e incentivassem trabalhos de curta metragem; criação de cursos, palestras destinadas ao aperfeiçoamento de novas técnicas de realização cinematográfica; demais atividades correlatas e complementares.
O nome escolhido para a entidade, historicamente questionado por realizadores de curtas-metragens de ficção e de animação, foi defendido, a princípio, como necessária para sua filiação à Associação Internacional de Documentaristas, com sede em Genebra e filiada à Unesco; mas também porque, na época, curta-metragem e documentário eram quase sinônimos.
[editar] Revezamento
Dentro da proposta inicial, a sede da ABD seria situada, por revezamento, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Assim, a segunda diretoria, eleita em setembro de 1974 (novamente na Jornada da Bahia), tinha como presidente o paulista Aloysio Raulino. Em 1975, a terceira diretoria voltou a ter um presidente sediado na Guanabara (Oswaldo Caldeira), mas a chapa continha nomes dos dois estados.
Já em 1976, em função de que o poder cinematográfico do país estava concentrado no Rio, o revezamento terminou, e a chapa eleita, presidida por Sergio Sanz, foi formada exclusivamente por cariocas. Isto levou à criação de uma ABD regional em São Paulo e, em seguida, a uma ABD da Bahia.
[editar] Conselho Regional
Nos dois anos seguintes, a diretoria da ABD continuou sendo majoritariamente carioca, sendo presidentes os também cariocas Marco Altberg (1977) e Noilton Nunes (1978). A partir de 1979, no Festival de Cinema de Brasília, foi criado o Conselho Nacional da ABD, instância decisória máxima da entidade, formada por representantes regionais reunidos em eventos anuais. Passou-se então a estimular o surgimento de ABDs em diversos estados. Surgiram então as ABDs regionais de Brasília, Minas Gerais, Paraná e Pernambuco.
[editar] Regionalização
A partir daí, o Conselho Nacional da ABD passou a reunir-se no mínimo uma vez por ano, enquanto surgiam novas entidades regionais pelo país. Muitas vezes, um pequeno grupo de cineastas (ou mesmo um único realizador) participava da reunião do Conselho Nacional como "representante" da ABD de seu estado. Mas, aos poucos, as entidades regionais foram se formalizando: no Maranhão (13 de Junho de 1980), na Paraíba (10 de Fevereiro de 1982), no Rio Grande do Sul (08 de Maio de 1985), no Ceará (07 de Junho de 1985), em Santa Catarina (19 de Maio de 1986), no Pará (1986), no Mato Grosso do Sul (provavelmente 1989).
[editar] ABD Nacional
No dia 23 de Maio de 1993, durante o Festival de Curtas-metragens de São Paulo, o Conselho Nacional da ABD criou a ABD Nacional como uma nova entidade, formada pelo conjunto das entidades regionais. O novo estatuto previa a divisão do país em 5 regiões, a opção de participação de todas elas na diretoria e um mandato de 2 anos para os diretores.
Foram presidentes da ABD Nacional: André Sturm (de São Paulo, eleito em 1993 e reeleito em 1995), Sérgio Santeiro (do Rio, 1997), Leopoldo Nunes (de São Paulo, eleito em 1999 e reeleito em 2001), Marcelo Laffitte (do Rio, 2003) e Guigo Pádua (de Minas Gerais, desde 2005).
Enquanto isso, novas entidades regionais foram surgindo e se incorporando à ABD nacioinal: em Goiás (provavelmente 1995), em Mato Grosso (provavelmente 1997), em Alagoas (provavelmente 1998), no Espírito Santo (14 de Junho de 2000), no Rio Grande do Norte (13 de Setembro de 2000), no Piauí (provavelmente 2001), em Tocantins (junho de 2002), em Sergipe (09 de Janeiro de 2003), no Amazonas (2003). Com o surgimento das ABDs do Acre, Amapá, Rondônia e Roraima, entre 2004 e 2005, a Associação Brasileira de Documentaristas passou a estar representada em todas as unidades da Federação Brasileira.
[editar] Bibliografia
- Contribuição à história do curta metragem brasileiro - Oswaldo Caldeira, Sergio Sanz e Manfredo Caldas. Editado pelo NUCINE - Núcleo de Cinema da ECO-UFRJ - 2003.
- O cinema em festivais e os caminhos do curta metragem no Brasil - Miriam Alencar - Editora Artenova/Embrafilme (1978).