Eduardo Pellew Wilson Júnior
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Sinta-se livre para editá-la para que esta possa atingir um nível de qualidade superior.
Edward Pellew Wilson Junior (Salvador, 31 de Março de 1832 — Rio de Janeiro, 19 de Setembro de 1899) foi um empresário brasileiro-britânico e nobre luso-brasileiro.
Faleceu no Hotel das Paineiras e foi velado em sua residência, o Palacete dos Leões, em Laranjeiras. Foi cidadão brasileiro e súdito britânico. Foi criado Conde de Wilson por decreto do rei Carlos I de Portugal, a 8 de Outubro de 1891.
Filho primogênito de Edward Pellew Wilson (1803-1887), súdito britânico, falecido no Solar Wilson, mais tarde Palácio Arquiepiscopal de Salvador, negociante de grosso trato com estudos feitos no Edinburgh College junto com seu primo materno, Sir James Milne Wilson (1812-1880; KCMG 1873), armador, cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa, com honras de capitão, por decreto do Governo Imperial, datado de 1866, acionista da Imperial Companhia a Vapor e Estrada de Ferro de Petrópolis desde 1852, do Estaleiro e Fundição Ponta d'Areia desde 1846, da São Francisco Railway Co. desde 1858, da Estrada de Ferro Paraguassú desde 1858, um dos acionistas-fundadores do Banco Mauá a 1 de setembro de 1854 e co-fundador da Companhia de Navegação Wilson & Sons, Co. junto com seu irmão Fleetwood Pellew Wilson (1809-1888; de 30 Portman Square e de Wappenham Manor, Northamptonshire, diretor do Banco Oriental em Londres, Deputy Lieutenant e juiz de paz em Northamptonshire), co-introdutor da iluminação a gás na cidade de Salvador, Bahia, ali proprietário do gazômetro, co-fundador do British Club de Salvador, ao qual doou o prédio do clube; representou várias companhias de navegação estrangeiras no Brasil, das quais foi agente (ver Almanaque Laemmert); recebeu concessões do Governo Imperial do Brasil, a partir de 1869, para explorar minerais combustíveis na Bahia (Recôncavo Baiano), fato pelo qual é reconhecido como um dos precursores da prospecção petrolífera no Brasil, na fase de concessões a grupos privados -, e de sua mulher, D. Maria Constança da Silva Freire (1815-1877).
Neto paterno de Alexander Wilson (1774-1817), 1º tenente da Royal Navy, amigo e secretário do herói inglês Lorde Exmouth (padrinho político dos Wilson), participou da batalha no vaso de guerra Indefatigable em 1798 na costa de Ushant contra os franceses, batalha que deixou descrita em documento, leiloado em 1924 nas alfaias de Nashdom, residência de verão em Buckinghamshire, Inglaterra, de sua neta, S.A. Princess Alexis Dolgorouki (1850-1919) de 46 Upper-grosvenor street, Mayfair, Braemar Castle, Escócia, Pau & Biarritz, casada em Westminster, 1898, com S.A. Príncipe Alexis Serguéiévitch Dolgorouki (1846-1915) senhor de Mihkailovka, Rússia, com residência também em 66 Faubourg Saint-Honoré, Paris, e mordomo de S.M.I. Nicolau II da Rússia desde 1910 -, e de sua mulher, D. Jean Gray (1775-1848), cuja ascendência é mostrada na genealogia John Bean of Portsoy, de cerca de 1895, na qual se mostra o casamento de James Bean com Cornelia Barlow, de Acomb Hall, herdeira do tio Sir Dawsonne Drake, governador de Madras, e sobrinha-trineta do famoso Sir Francis Drake, que recebeu o Governo hereditário de Madras de S.M.R. Elizabeth I da Inglaterra).
O 1º Conde de Wilson, assim como seus irmãos, era engenheiro mecânico de formação e desenvolveu inúmeros negócios no Brasil, em Portugal e na França. Ficou conhecido como o "rei do carvão" desde a assinatura de contrato com o Governo Imperial do Brasil, para suprir de carvão os navios da Armada Imperial durante a Guerra da Tríplice Aliança, da qual participou com seus rebocadores de navios de guerra. Entre as empresas de que foi acionista, contam-se: a Companhia dos Bonds de Santa Tereza, no Rio de Janeiro, a Cie. des Chemins de Fer d'Orléans, na França, a Casa Bancária Equitativa, no Rio de Janeiro, e a Companhia Botanical Gardens, à qual, a 5 de outubro de 1871, adquiriu a concessão, transferida por Luciano Cordeiro de Souza e Irmão, da Companhia de Carris de Ferro de Lisboa. Fundador da Companhia Telefônica da Bahia no ano de 1884. Foi proprietário de alguns prédios conhecidos, como o Edifício das Mil Colunas, prédio onde hoje se situa o Tribunal Marítimo, no Rio de Janeiro e da Chácara da Floresta, no antigo morro do Castelo, imortalizada pelo fotógrafo Augusto Malta, também no Rio de Janeiro. Foi fundador e presidente da Companhia Internacional de Comércio e Indústria. Foi, entre outras, armador, capitalista, trapicheiro, cônsul honorário da Itália em Pernambuco e no Rio de Janeiro, construtor do maior dique seco na Ilha do Mocanguê-Pequeno, Rio de Janeiro, senhor do Engenho Central de Porto Real, um dos mais importantes pólos industriais à época, também no Estado do Rio de Janeiro, e faleceu como presidente re-eleito do Cassino Fluminense, do qual foi o último presidente. A empresa da sua família era a Companhia de Navegação Wilson & Sons, que liderava, em conjunto com os irmãos Alexander Pellew Wilson (1833-1918) - armador, capitalista, agente consular da Itália em Salvador, Bahia, cavaleiro da Ordem Eqüestre da Coroa, da Itália, e comendador da Ordem de Cristo, de Portugal -, e James Pellew Wilson (1847-1931). Foi, ademais, cavaleiro da Ordem de São Mauricio e São Lázaro (1864), da Casa Real de Savóia, com permissão para usar o uniforme mauriciano, oficial da Imperial Ordem da Rosa (1867) com honras de coronel, comendador da Real Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa (1875), comendador da Ordem de Cristo, de Portugal (1878), fidalgo cavaleiro da Casa Real de Portugal (1875) e fidalgo de cota de armas em 1896 em Portugal (vide codumentação nos AN/TT). No ano de 1894, foi detido por ordens do Governo do Marechal Floriano Peixoto, por ter participado da Revolta da Armada (1891 e 1893) como monarquista enragé e como proprietário da maior Companhia de Navegação do Brasil à época, fato que o fez exilar-se na Inglaterra por um ano, o suficiente para desviarem cinco navios da frota da Wilson & Sons.
Foi casado o 1º Conde de Wilson com D. Felisbella Ernestina Cintra da Silva (1840-1912),, dita "Yayá", Condessa de Wilson por casamento, senhora que mantinha um salão no seu Palacete dos Leões em Laranjeiras. Filha de Arsênio Fortunato da Silva (empresário, armador e inventor de carros e de guindastes) e de sua mulher, D. Marianna Alexandrina Coellho Cintra. Neta paterna de Manoel da Silva Cardoso e de sua mulher, D. Rosália Maria da Conceição, e neta materna de Elias Cupertino Coelho Cintra (armador, traficante de escravos, negociante de grosso trato, grande proprietário no Recife e empresário) e de sua mulher, D. Ursula Maria das Virgens, dita da família Souza Leão (ver CINTRA, Monsenhor António Paes in Genealogia dos Cintras, título Coelho Cintra, Rio de Janeiro, 1949). A Condessa de Wilson figura na obra Salões e Damas do Segundo Reinado, de Wanderley de Pinho, e em Memórias, de Dulce Liberal. Era irmã de Arsênio Cintra da Silva, pintor brasileiro com formação européia e introdutor da técnica do guache no Brasil, irmã do Comendador Joaquim Arsênio Cintra da Silva, cônsul geral da Bolívia, do Paraguai e da Venezuela no Brasil, e prima do deputado José Cupertino Coelho Cintra, o bandeirante de Copacabana.
Os primeiros Condes de Wilson deixaram descendência (três filhos e três filhas):
- Comendador Eduardo Pellew Wilson;
- Alfred Pellew Wilson, natimorto;
- Carlos Pellew Wilson, viveu três dias;
- D. Alice Pellew Wilson;
- D. Amélie Pellew Wilson, dita "Millie", e
- D. Stella Pellew Wilson.