Foguete V2
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O foguete V2, ou simplesmente V2 (cujo nome-código alemão original era A-4), foi o primeiro míssil balístico, tendo sido usado pela Alemanha durante as últimas fases da Segunda Guerra Mundial principalmente contra alvos britânicos e belgas. Recebeu este nome porque era uma arma alemã que se seguiu ao V-1, uma bomba que voava como avião a jato.
O engenheiro alemão Wernher von Braun foi um de seus principais desenvolvedores, na estação experimental do exército alemão de Peenemünde. O verdadeiro nome do foguete era Aggregat 4 (A4), mas ele ficou mais conhecido pelo nome Vergeltungswaffe 2 (Arma de Represália 2), dado pelo então Ministro da Propaganda Joseph Goebbels, já que as V2 eram lançadas em represália aos bombardeios aliados.
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[editar] Dificuldades do Projeto do Foguete
Até 1942 nenhum foguete grande havia deixado o solo, muito embora todo o funcionamento das V2 e dos futuros foguetes tenham sido descritos muito antes por pioneiros como Konstantin Tsiolkovsky (URSS) e Hermann Oberth (Alemanha). O estadunidense Robert Hutchings Goddard foi mais longe ao construir pequenos foguetes capazes de atingir grandes altitudes.
No entanto, nada se comparava ao desafio dos projetistas da V2: um foguete pesando 14 toneladas, lançado a 80 km de altura, desenvolvendo para isto mais de meio milhão de cavalos-vapor, tudo isto reduzido em um motor de pouco mais de 1,65 m de comprimento e pesando 450 kg.
O projeto da V2 era máxima prioridade dos nazistas, já que o destino da Segunda Guerra Mundial pouco a pouco pendia para o lado dos aliados, e apenas uma arma nova e excepcional poderia mudar este rumo.
[editar] Características Técnicas
As V2 eram propelidas a álcool (mistura de 75% de álcool etílico e 25% de água) e oxigênio líquido, chamado de lox. Os motores geravam um máximo de 160.000 lbs (72574 kg) de empuxo, desenvolvendo velocidade de 1341 m/s, com um raio de alcance de 321 a 362 km.
Devido às altas temperaturas do motor, os projetistas da V2, inteligentemente, usaram o próprio álcool combustível como refrigerante do motor. Isto era feito injetando o álcool combustível ao redor do bocal, formando uma película protetora.
As manobras de vôo eram feitas por meio de aletas que interferiam na direção do jato do foguete, solução simples se comparada com a dificuldades dos foguetes atuais, em que todo o motor gira para mudar a direção do jato. A orientação de vôo era feita por meio de giroscópios.
[editar] Influência na Exploração Espacial
Em 1944 Wernher von Braun foi detido pelos nazistas por supostamente ter declarado que as V2 não haviam sido destinadas ao uso militar, mas sim para as futuras viagens espaciais. Tendo dito ou não, von Braun estava certo, e a V2 deixou sua influência permanente no desenvolvimento dos futuros foguetes que seriam usados na exploração espacial.
Com a derrota da Alemanha na Segunda Guerra Mundial, os EUA e a URSS capturaram a maioria dos engenheiros que trabalharam no desenvolvimento da V2 (veja também Operação Paperclip). Verdade é que eles foram relevantes apenas no programa espacial dos EUA, já que os capturados pela URSS não passavam de engenheiros e técnicos de produção. Particularmente importante para os EUA foi a aquisição de Wernher von Braun, um dos principais projetistas alemães, que participou ativamente do programa de mísseis balísticos dos EUA e depois dos primeiros passos do programa espacial estadunidense.
Sabe-se que em Peenemünde os alemães faziam esforços para dotar a V2 de múltiplos estágios e capacidade para vôos transatlânticos. Diversos testes com foguetes de combustível sólido e múltiplos estágios haviam sido feitos. Quando a Alemanha caiu em 1945, toda esta tecnologia, desenvolvida ao longo de uma década ao custo de milhões de marcos, estava pronta para ser usada pelos aliados vitoriosos.
[editar] Bibliografia
- Tracy Dungan: V-2: A Combat History of the First Ballistic Missile. Westholme Publishing [1] 2005, ISBN 1594160120
[editar] Ver também
[editar] Ligações externas