Polônio
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
- Nota: Para outros significados de Polônio, ver Polônio (desambiguação).
O polônio é um elemento químico de símbolo Po e de número atómico igual a 84 (84 prótons e 84 elétrons). À temperatura ambiente, o polônio encontra-se no estado sólido.
Foi descoberto por Pierre e Marie Curie, em 1898, e por isso tem nome homenageando a Polónia.
Índice |
[editar] Características principais
Este elemento é radioativo ,dissolvendo-se facilmente em ácidos diluidos, porém só é levemente solúvel em álcalis. É quimicamente semelhante ao bismuto e ao telúrio, sendo mais eletropositivo que o telúrio e o selênio, elementos da mesma família.
O polônio-210 é um metal volátil, de baixo ponto de fusão, por isso, 50% se evapora após 45 horas numa temperatura de 326 K. Este isótopo é emissor de partículas alfa que apresenta uma meia-vida de 138.39 dias. Um miligrama deste metalóide emite tantas partículas alfa quanto 5 gramas de rádio. Um único grama de polônio-210 gera 140 watts de energia térmica.
Uma grande quantidade de energia é liberada pela deterioração de apenas meia grama, alcançando rapidamente uma temperatura acima de 750 K. Alguns Curies de polônio emitidos criam um fulgor azulado causado pela excitação do ar circunvizinho
[editar] Aplicações
O polônio quando misturado ou em liga com o berílio pode ser empregado como uma fonte de nêutrons.
[editar] Outros usos
- Este elemento tem sido usado em dispositivos que eliminam cargas estáticas produzidas nas indústrias de laminação de papel, laminação de plásticos e fiação de fibras sintéticas na indústria têxtil, entre outras. As fontes de qualquer decaimento beta são geralmente mais usadas e menos perigosas.
- O polônio é usado em escovas que removem a poeira acumulada em filmes fotográficos. O polônio nestas escovas é selado, assim controlando e minimizando o perigo da radiação.
- Pequenas quantidades adicionadas as velas ( eletrodos de ignição de motores de combustão interna ) melhoram o desempenho destes dispositivos.
- O polônio é proposto para ser usado como gerador termoelétrico em satélites artificiais e sondas espaciais. Como quase toda a radiação alfa pode facilmente ser parada por recipientes comuns e, ao colidir contra as superficies destes libera energia, o polônio é pesquisado para ser usado como uma fonte de calor para a fabricação de pilhas termoelétricas de pouco peso que seriam usadas em satélites artificiais.
[editar] História
Chamado de rádio F, foi descoberto por Marie Curie e Pierre Curie, em 1898, sendo mais tarde renomeado para polônio em homenagem a Polônia, país natal de Marie. Naquela época a Polônia estava sob domínio russo, e não era reconhecida como uma nação. O polônio pode ter sido o primeiro elemento nomeado com o objetivo de realçar uma controvérsia política.
Este elemento foi o primeiro a ser descoberto pelo casal Curie quando investigavam a causa da radioatividade da pechblenda. A pechblenda, após a remoção do urânio e do rádio , era mais radioativo que o urânio e o rádio juntos. Este fato os impeliu a procurar o novo elemento.
[editar] Ocorrência
O polônio é um elemento muito raro na natureza, sendo encontrado nos minérios de urânio em aproximadamente 100 microgramas por tonelada. Sua abundância natural é de aproximadamente 0,2% do rádio.
Em 1934 , uma experiência demonstrou que quando o bismuto natural ( Bi-209 ) é bombardeado com neutrons ocorre a produção do Bi-210, que é a mãe do polônio. O polônio pode ser criado em quantidades de miligramas mediante este procedimento, usando o fluxo elevado de nêutrons encontrado nos reatores nucleares.
[editar] Isótopos
O polônio tem muitos isótopos que são radioativos. Existem 25 isótopos conhecidos do polônio, com números de massa que variam de 194 a 218. O Po-210 é o isótopo natural mais comum, com uma meia-vida de 134,8 dias. O Po-209 ( meia-vida de 103 anos ) e o Po-208 ( meia-vida de 2,9 anos ) podem ser obtidos pelo bombardeamento do chumbo ou berílio com partículas alfa, próton ou deutério num ciclotron. Entretanto, a produção destes isótopos é muito cara.
[editar] Precauções
O polônio é um elemento altamente radioativo e tóxico e o seu manuseio é muito perigoso. Mesmo o manuseio de miligrama ou micrograma de polônio-210 é muito perigoso, e requer a utilização de equipamento especial usado com procedimentos restritivos. Os danos diretos ocorrem da absorção de energia pelos tecidos provenientes das partículas alfas. O máximo de polônio permitido para um corpo humano ingerir e de somente 0,03 microcuries, que é equivalente a uma partícula que pesa somente 6.8 x 10-12 gramas. Considerando o mesmo peso, o polônio é 2.5 x 1011 mais tóxico que o ácido cianídrico ( HCN ). A concentração máxima permitida no ar de compostos solúveis é de aproximadamente 2 x 10-11 microcuries/cm3.