Raquitismo
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CID-10 | E55. | |
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CID-9 | 268 | |
DiseasesDB | 9351 | |
MedlinePlus | 000344 | |
eMedicine | ped/2014 | |
MeSH | D012279 |
Raquitismo é um enfraquecimento dos ossos em crianças que potencialmente leva a fraturas e deformidades. Está entre as doenças mais frequentes da infância em muitos países desenvolvidos. A causa predominante é a deficiência de vitamina D, mas a deficiência de cálcio na dieta também pode gerar um quadro de raquitismo. Apesar de também poder ocorrer em adultos, a maioria dos casos ocorre em crianças que sofrem de malnutrição severa.
Osteomalacia é o termo usado para descrever uma condição semelhante que ocorre em adultos, geralmente devido à falta de vitamina.
[editar] Descrições
Ao contrário do pensamento leigo, as crianças raquíticas não tem nada de magras e subnutridas. Em geral são crianças que não são expostas ao sol devido a vários fatores (entre eles o climático) e não fazem suplemento oral com vitamina D3 (colecalciferol). São crianças aparentemente normais, mas que não conseguem segurar o próprio pescoço. Demoram mais para andar e engatinhar.
Isto se deve ao fato da vitamina D ser necessária para a absorção de cálcio, principal componente dos ossos. No leite materno e nos demais alimentos encontramos a vitamina D4, que é inativa nesta forma. O sol batendo na pele transforma a vitamina D4 em vitamina D3, a forma ativa da vitamina D.
O raquitismo é uma das doenças mais diagnosticadas inclusive em famílias de bom poder aquisitivo. Orientação adequada às mães, instituindo-se 15 minutos de sol por dia ou a ingestão de vitamina D3 em gotas pode evitar este problema de saúde pública.
Quadros crônicos de raquitismo podem evoluir com graves deformações do esqueleto descalcificado, ficando a criança com a coluna vertebral curva e as pernas arqueadas.
O raquitismo é uma doença do tecido ósseo, que ocorre durante a fase de crescimento, caracterizada por inadequada mineralização do osso. A osteomalácia é a insuficiente mineralização da matriz osteóide após o término do crescimento linear do osso. O raquitismo é, então, encontrado somente nas crianças em crescimento, antes da fusão das epífises, e a osteomalácia pode estar presente em qualquer idade. A deficiência da vitamina D nas crianças devida à insuficiente ingestão de vitamina D e/ou inadequada exposição à luz solar resulta no raquitismo carencial. O raquitismo carencial manifesta-se, geralmente, ao redor dos 6 meses de idade e a gravidade está diretamente relacionada com a rapidez do crescimento corporal, sendo mais intenso nas crianças nascidas prematuramente. A hipótese de raquitismo carencial deve ser levantada quando houver exposição inadequada à luz solar e/ou ingestão insuficiente de vitamina D, especialmente em crianças até dois anos de idade, fase de grande velocidade de crescimento. As manifestações iniciais podem ser inespecíficas, tais como irritabilidade, insônia e sudorese abundante no segmento cefálico, principalmente durante a amamentação. Esta última manifestação deve ser interpretada com cautela, já que, em países de clima tropical, muitas crianças podem apresentar sudorese durante a amamentação. Os achados clínicos são variáveis conforme a época em que se instala o raquitismo. Um sinal precoce é o craniotabes, por afilamento da calota craniana, que tende a manifestar-se entre o segundo e quarto meses de vida. Este sinal pode desaparecer antes dos doze meses de vida, apesar da persistência do processo raquítico. O craniotabes pode ser observado em recém-nascidos normais, porém tende a desaparecer no segundo mês de vida. Retardo no fechamento da fontanela posterior, fontanela anterior ampla e protuberância dos ossos frontais e parietais podem estar presentes. No segundo semestre de vida, evidenciam-se as alterações epifisárias, resultando em alargamento dos punhos, joelhos, tornozelos e das junções costocondrais da costelas com o esterno, determinando o chamado "rosário raquítico". Surge o sulco de Harrison ou "cintura diafragmática", que corresponde à depressão da caixa torácica na inserção do diafragma às costelas. Algumas crianças apresentam "peito de pombo" ou "tórax em quilha". Pode haver atraso na erupção dentária e alterações nos esmaltes dos dentes. Após os doze meses, com o início da marcha, o peso do corpo acentua as alterações nos membros inferiores (genu varum ou genu valgum), pelve e coluna vertebral. A baixa estatura, quando presente, é secundária a essas deformidades. A fraqueza muscular e hipotonia generalizada, presentes no raquitismo, determinam marcha característica bamboleante e protusão abdominal. Observam-se, devido às deformações torácicas, infecções respiratórias de repetição, como bronquites e pneumonias.
[editar] Raquitismo resistente à vitamina D
O raquitismo resistente à vitamina D é uma perturbação em que os ossos doem, amolecem e se curvam facilmente porque o sangue contém valores de fosfato baixos e quantidades insuficientes da forma activa da vitamina D.
Esta perturbação, verdadeiramente rara, é quase sempre hereditária, transmitida por um gene dominante que contém o cromossoma X. (Ver tabela da secção 1, capítulo 2) A malformação genética causa uma alteração do rim, que permite que o fosfato seja excretado pela urina, motivando baixas concentrações de fosfato no sangue. Como o crescimento dos ossos precisa de fosfato, esta deficiência faz com que os ossos sejam defeituosos. As mulheres que sofrem de raquitismo resistente à vitamina D têm perturbações ósseas menos graves do que os homens. Em casos raros, a perturbação surge em consequência da presença de certas formas de cancro, como os tumores de células gigantes do osso, os sarcomas, o cancro da próstata e o cancro da mama. O raquitismo resistente à vitamina D não é o mesmo que o causado por carência de vitamina D. (Ver tabela da secção 12, capítulo 135)
[editar] Sintomas e tratamento
O raquitismo resistente à vitamina D começa em geral no primeiro ano de vida. Varia desde uma forma tão ligeira que produz sintomas imperceptíveis, até uma forma tão grave que origina pernas arqueadas e outras deformidades ósseas, dor nos ossos e baixa estatura. O crescimento de excrescências ósseas onde os músculos se inserem nos ossos pode limitar o movimento das articulações. Os ossos do crânio de um bebé podem fechar-se demasiado cedo, provocando convulsões. Os exames complementares mostram concentrações de cálcio no sangue normais, mas os valores do potássio são baixos.
O objetivo do tratamento é elevar as concentrações de potássio no sangue, o que favorece uma formação normal dos ossos. Pode-se administrar fosfato por via oral, que deve ser combinado com calcitriol, à forma ativa da vitamina D. Tomar apenas vitamina D não é útil. Em alguns adultos, o raquitismo provocado pelo cancro melhora consideravelmente depois da extirpação do mesmo.