A Divina Comédia
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Divina Comédia (do italiano "Comedia" ou "Commedia", mais tarde batizada de "Divina" por Giovanni Boccaccio), escrita por Dante Alighieri entre 1307 e a sua morte em 1321, é um poema épico da literatura italiana. Está dividida em três partes, Inferno, Purgatório e Paraíso, sendo a primeira parte constituída de 34 cantos e as outras duas de 33, fechando uma centena de cantos divididos em estrofes de três linhas, totalizando 14.233 versos.
A Divina Comédia é hoje a fonte original mais acessível para a cosmovisão medieval, que dividia o Universo em esferas geocêntricas, dividindo a Terra dos Céus pela órbita lunar. A obra moderna mais acessível a respeito dessa cosmovisão é The Discarded Image por C. S. Lewis. Foi ilustrada por Gustave Doré
Índice |
[editar] Sinopse
A Divina Comédia propõe que onde é terra seria um diminuto ponto ao meio de uma sucessão de círculos concêntricos que formam a Esfera armilar e o meridiano onde é Jerusalém hoje, seria o lugar atingido por Lúcifer ao cair das esferas mais superiores e que fez da terra santa o Portal do Inferno. Portanto o Inferno, uma esfera circunscrita a esfera da Terra, responderia pela depressão do Mar Morto onde todas as águas convergem, e o Paraíso e o Purgatório seriam os segmentos dos círculos concêntricos que juntos respondem pela mecânica celeste e os cenários comentados por Dante no poema.
As personagems principais da Divina Comédia são o próprio autor, Dante Alighieri, que realiza uma jornada espiritual pelos três reinos do além-túmulo, e seu guia e mentor nessa jornada, Virgílio, o autor da Eneida.
[editar] Inferno
Dante e Virgílio chegam ao vestíbulo do Inferno (que tem nove círculos). Entre o vestíbulo e a primeira parte, existe um rio chamado Aqueronte, no qual encontra-se Caronte, o barqueiro que faz a travessia das almas. Porém Dante é muito pesado para fazer a travessia no barco de Caronte, pelo fato de ser vivo. Então Caronte os envia para outro barco. É através deste barco que Virgílio e Dante atravessam o rio.
O limbo é o local onde as almas que não puderam escolher a Cristo, mas escolheram a virtude, vivem a vida que imaginaram ter após a morte. Não têm a esperança de ir ao céu pois não tiveram fé em Cristo. Aqui também ficam os não batizados e aqueles que nasceram antes de Cristo, como Virgílio. Na mitologia clássica, o Limbo não fica no inferno, mas suspenso entre o céu e o mundo dos mortos. Na poesia de Dante não se tem uma noção precisa de como se chega lá, pois o poeta desmaia no ante-inferno e quando acorda já está no Limbo, o primeiro círculo infernal.
No Limbo, Dante encontra Homero (século IX ou VIII a.C.) a quem tradicionalmente se atribui a autoria dos poemas épicos Ilíada, que narra a queda de Tróia, e Odisséia, que narra o retorno de Ulisses da guerra de Tróia e suas viagens; Ovídio (43 a.C a 17 d.C.) poeta romano autor de várias obras, entre as quais obras de mitologia como: Metamorfoses; e Horácio (65 a.C a 8 d.C.) poeta romano lírico e satírico, autor de várias obras primas da língua latina, entre as quais Ars Poetica.
No segundo círculo começa o Inferno propriamente dito. Nesse círculo ficam os luxuriosos que sofrem com uma tempestade de vento. Lá ele encontra Francesca de Rimini e seu amante, que é o seu cunhado.
No terceiro círculo os gulosos são flagelados por uma chuva putrefacta e são vigiados pelo mitológico cão de três cabeças, Cérbero. No quarto círculo desfilam os avarentos empurrando pesos enormes. No quinto círculo ficam os iracundos, imersos em lama ardente do Pântano do Estige. Os insolentes soberbos também.
Para atravessar o pântano eles pegam carona com o demônio Etagias, este os deixa na porta da cidade de Dite. Essa cidade tem muralhas de fogo e está na parte mais funda do Inferno, onde as culpas são muito mais fortes e as punições também. Os demônios não querem que Dante nem Virgílio entrem, pois Dante não está morto. Então aparecem as três Fúrias (também chamadas Parcas), e com elas aparece a Medusa, que petrifica quem a olhe. Um enviado celeste chega e abre as portas de Dite.
No sexto círculo, Dante e Virgílio recomeçam a viagem por dentro de Dite. Lá eles vêm nos túmulos de fogo os hereges. Os hereges eram queimados em fogueiras quando estavam vivos. Em rios de fogo estão os assassinos, os violentos com o próximo e ficam sendo atingidos por flechas dos centauros. Os violentos contra si mesmos são transformados em árvores. Os esbanjadores são perseguidos e devorados por cadelas ferozes e famintas.
No sétimo círculo ficam os violentos com Deus e contra a natureza (os homossexuais). Estão deitados e levam chuva de fogo e os outros além da chuva de fogo ficam caminhando. Os usurários (agiotas) estão sentados e sofrem a chuva de fogo.
Saindo da cidade encontram um precipício que não conseguem cruzar, existe um monstro alado, que voa vagarosamente e os leva até o o fundo do precipício e lá eles encontram o oitavo círculo. O oitavo círculo é dividido por dez fossos que são ligados por pontes. Aqui as torturas só pioram e os pecados também. Nas saídas dos fossos há três gigantes acorrentados.
No último círculo infernal (nono) não há fogo, e sim frio. Lá ficam os traidores. Os três maiores são Judas, Brutus e Cassius. Lúcifer está lá e devora os três. Então eles finalmente chegam ao centro da Terra e começam a subir para a saída. Nesse túnel eles vislumbram quatro estrelas, o Cruzeiro do Sul (isso mostra que o paraíso fica ao sul do Equador). Para chegar ao Paraíso é necessário antes passar pelo Purgatório.
[editar] Purgatório
Segundo Dante, o Purgatório é um espaço intermediário entre o Paraíso e o Inferno,que se encontra na porção austral, sul, do planeta onde existe uma unica ilha, Dante encontra nesta ilha uma montanha composta por círculos ascendentes, reservado àqueles que se arrependeram em vida de seus pecados e estão em processo de expiação dos mesmos. No Purgatório as almas assistem às punições das outras almas que por pecarem mais "intensamente" foram para o Inferno.
No inicio da subida da montanha estão esperando arrependidos tardios, que tem que aguarda a permissão para passarem pela Porta de São Pedro antes de iniciarem suas anciada subida. Cada dos setes circulos correspodem a um dos Sete pecados capitais, na seginte ordem: Orgulho, Inveja, Ira, Preguiça, Avareza junto ao Pródigo, Gula e Luxúria. Os Avareza e Pródigo estão juntos no mesmo circulo, pois são os dois extremos, onde o avaro supervaloriza o dinheiro e o Pródigo o desperdiça.
No fim do Purgatório, Dante se despede de Virgílio, pois este não pode ter acesso ao Paraíso. Lá encontra Beatriz, sua amada quando estava na Terra. Esta o leva até o rio Lete. Quando Dante bebe a água do Lete, esta apaga a sua memória, seus pecados, é como se Dante tivesse renascido. Existe uma lenda que diz que o Paraíso fica entre o rio Tigre e o Eufrates. Quando Dante vê o rio ele julga ser o Tigre. Finalmente Dante chega ao Paraíso.
[editar] Paraíso
Existem sete céus móveis, cada céu corresponde a um planeta, sendo o primeiro o da Lua. Em cada um dos céus Dante é abençoado e depois vai ao encontro de Deus.
O oitavo céu móvel, ou o primeiro céu fixo, é onde as estrelas têm a configuração que vemos no "nosso" céu. Depois vão para o segundo céu fixo, ou nono céu móvel, que é o céu Cristalino ou seja, não tem estrelas, é quase só luz, mas é material. O décimo céu é só luz, é o terceiro céu fixo, e é imaterial. No centro desse céu há uma rosa branca, que é Deus rodeado por almas, espírito bons (eleitos, bem aventurados, santos, anjos). É uma rosa poética. No centro da rosa existe um triângulo, a Santíssima Trindade. São Bernardo acompanha Dante a partir do terceiro céu. Dante então vê Deus, pois São Bernardo intercede junto à Virgem Maria e esta concede sua visita.
[editar] Ligações externas
- ((it)) - Vida de Dante Alighieri
- ((pt)) - Premiado sítio dedicado à Comédia, por Helder L. S. da Rocha