Comissão de frente
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[editar] História
Elemento obrigatório dos desfiles das escolas de samba, as comissões de frente já faziam parte, com esse nome, das sociedades carnavalescas, sendo, posteriormente, incorporadas aos ranchos e cordões carnavalescos. Funcionando como uma espécie de mestre de cerimônias do desfile – dando boas vindas ao público e apresentando a escola – as comissões de frente das escolas de samba sofreram inúmeras mudanças ao longo do tempo. Em seus primeiros anos, eram formadas por um grupo de homens, em geral os diretores da agremiação, que vinha na frente da escola vestindo sua melhor roupa e saudando o público. Consta que algumas vezes carregavam bastões às mãos, cujo objetivo maior era o de defender seu grupo dos rivais.
Foi a Portela quem cria as comissões trajadas com roupas elegantes e requintadas, algumas vezes com fraque e cartola. A explicação para isso, era passar uma imagem positiva, já que a elite não via com "bons olhos" os desfiles, já que as escolas eram oriundas dos blocos e cordões, cuja fama era associada a brigas de rua e arruaças, e como os componentes eram negros descendentes de escravos, havia um forte preconceito social. Esse modelo de comissão foi copiado pelas demais escolas.
A Vizinha Faladeira, nos anos 30, tenta inovar, trazendo as comissões em limousine e montadas a cavalo, como nas grandes sociedades. Em 1938 passa a ser um quesito regulamentado. Com a chegada dos artistas plásticos nas escolas, muitas mudaram sua forma, já que as comissões eram muito parecidas entre si, substituindo os trajes formais por fantasias, vinculado ao enredo, apresentando passos marcados, ensaiados por bailarinos profissionais. E um detalhe curioso, é que até hoje, o regulamento dos desfiles não obriga as comissões de frente a se apresentarem dentro do enredo, elas podem se apresentar fantasiadas ou com trajes formais, como era antigamente. Aos poucos foram surgindo comissões de frente formada por mulheres e crianças como também mistas.
Nos ano 70, com a liberação dos costumes, surgem comissões formadas por mulheres semi nuas, um modelo que logo se copia, mas a tendência crescente foi a de se mostrar comissões cada vez mais ricamente trajadas, com movimentos coreográficos cada vez mais elaborados. Isso não significa que as tradicionais comissões de frente tenham desaparecido, algumas escolas como a Portela, manteve a tradição de se usar a velha guarda até os anos 90 e algumas escolas vez ou outra ainda trazem esse tipo de comissão, principalmente as menores, o custo das comissões de frente hoje é muito alto.
A apresentação das comissões de frente se tornaram um show a parte, colaborando em muito com o sucesso do desfile, no final dos anos 90 se tornam cada vez mais profissionais, a presença de artistas circenses fazendo malabarismos, grupos teatrais fazendo encenação, usos de maquilagens especiais com muitos efeitos visuais e com a recente permissão de se usar alegoria, tornou as comissões de frente um espetáculo a parte.
[editar] Algumas comissões de frente inequecíveis
- Os pequenos robôs da Mocidade, em 1985.
- Os noivos/noivas da São Clemente, em 1985.
- O grupo de mulheres grávidas da Vila Isabel, em 1989.
- Os escafandristas da Mocidade, em 1991.
- Os artistas de circo sobre pernas de pau, na Estácio, em 1992.
- Os insetos espaciais da Vila, em 1993.
- As sombrinhas coloridas da Imperatriz, em 1995.
- Os pierrots do Salgueiro, em 1998.
- Os homens alados da Imperatriz, em 1998.
- Os malandros da Mangueira, em 1998