GRES Unidos de Vila Isabel
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O futebol está ligado à história da fundação do GRES Vila Isabel. Existia no bairro, em 1945, um bloco conhecido como Vermelho e Branco. O afastamento de alguns componentes resultou na criação de um time de futebol com as cores azul e branco, posteriormente transformado em um novo bloco carnavalesco. Antônio Fernandes da Silveira, o "China", registrou a sociedade na União Geral das Escolas de Samba, fundando, assim, no dia 4 de abril de 1946, a escola.
A casa de "China", primeiro presidente da escola, serviu até 1958 como sede administrativa da agremiação. Os ensaios eram realizados no Campo do Andaraí. O primeiro enredo da Vila, De escrava a rainha, contou com apenas 100 componentes desfilando na Praça Onze: 27 ritmistas, 13 baianas e mais 50 pessoas. Paulo Brazão, um dos fundadores da escola, foi um dos maiores ganhadores de samba-enredo da Vila Isabel. Em 1960, a escola ficou em primeiro lugar no Grupo 3, com o enredo Poeta dos escravos.
Uma das figuras mais conhecidas da escola é, sem dúvida, Martinho da Vila. Sua entrada na agremiação aconteceu em 1966: ele fazia parte da Escola de Samba Aprendizes da Boca do Mato e já estava partindo para o Império Serrano, quando surgiu o convite para integrar a ala de compostores da Vila Isabel. Na nova escola, Martinho reestruturou a forma de compor samba-enredos, com a introdução de letras e melodias mais suaves. Em 1979, a Vila saiu vitoriosa do Grupo 1B, com um enredo feito por Yêdda Pinheiro, falando sobre Os dourados anos de Carlos Machado. Foi a primeira vez que uma escola homenageou um vulto da cultura ainda vivo. Hoje é lugar comum, mas esta foi a primeira vez em que isto foi feito.
No Grupo Especial, a Vila Isabel conquistou apenas seu primeiro campeonato, em 1988, com o inesquecível desfile Kizomba, a festa da raça. O desfile marcou a Passarela do Samba, por abusar de materiais alternativos, como a palha, e pela garra dos componentes da escola. Para muitos que conhecem bem os desfiles de escolas, este talvez tenha sido o melhor desfile de que se há notícia.
Após a vitória de 88, a escola ainda conseguiu uma boa colocação com Direito é direito, em 89 (4º lugar), nesse ano, foi marcante a comissão de frente formada por mulheres grávidas. Mas na década de 90, a escola alternou entre a 7ª e a 12ª colocação. Em 2000, no entanto, a Vila Isabel ficou na 13ª colocação, descendo para o Grupo de Acesso A, e em 2004 um enredo sobre Paraty a Vila retorna ao especial, sagrando-se campeã do grupo de acesso, em 2005 tendo Joãosinho Trinta a frente, que vítíma de um derrame cerebral não pode continuar os trabalhos a Vila trouxe um enredo sobre navios que lhe deu a 10a. colocação.
E em 2006, a Vila Isabel levou para a avenida o enredo "Soy loco por ti America- A Vila canta a latinidade", do carnavalesco Alexandre Louzada, e conseguiu seu segundo título, depois de muito sofrimento na apuração. Com um contagiante refrão, o samba-enredo da Vila Isabel foi um dos que mais fizeram as arquibancadas cantar e, curiosamente, foi o que determinou o título. A empresa PDVSA, estatal petrolífera da Venezuela, financiou o carnaval da Vila Isabel com uma doação de R$ 900 mil. Entretanto, segundo reportagem do "Jornal do Brasil" de 03/03/2006, autoridades venezuelanas estão investigando o patrocínio e seu verdadeiro valor, pois há versões de que o montante ficou entre US$ 450 mil e US$ 2 milhões. O matutino venezuelano "Reporte" noticiou em sua capa que mais de 500 pessoas viajaram ao Rio de Janeiro com todas as despesas pagas pela PDVSA para animar o desfile da Vila Isabel.