GRES Imperatriz Leopoldinense
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O GRES Imperatriz Leopoldinense foi fundado em 6 de março de 1959. Oito vezes campeã do Carnaval, a escola conta atualmente com o trabalho da artista Rosa Magalhães como um dos grandes trunfos de seus desfiles.
[editar] História
Foi Amaury Jório quem idealizou a fundação da escola de samba de Ramos. Reunido com os dissidentes do Recreio de Ramos, Oswaldo Gomes Pereira (que foi também o primeiro presidente da escola), Elísio Pereira de Mello, Agenor Gomes Pereira, Vicente Venâncio da Conceição, José da Silva (Zé Gato), Jorge Costa (Tinduca), Francisco José Fernandes (Canivete), Manoel Vieira (Sagüi) e Aloísio Soares Braga (Índio), Amaury viu seu sonho tornar-se realidade no dia 6 de março de 1959, quando surgiu o G.R.E.S Imperatriz Leopoldinense.
A agremiação recebeu esse nome em homenagem a todos os subúrbios servidos pelos trens da linha da Leopoldina. Seus fundadores colocaram na bandeira da escola 13 estrelas, simbolizando cada uma dessas localidades. Uma delas se destaca por representar o berço da agremiação: o bairro de Ramos. Inclusive a coroa, símbolo da da escola, é uma referência à coroa do Primeiro Reinado, ou seja, reinado no qual a Imperatriz Leopoldina governou o Brasil.
Em 1959, a escola conseguiu o Alvará de Localização, sendo a pioneira neste fato, ficando a sede por cinco anos, na casa do próprio Amaury Jório.
[editar] Década de 1960
A Imperatiz Leopoldinense começou a desfilar no Grupo 3, em 1960, classificando-se em sexto lugar com o enredo "Homenagem à Academia de Letras". Em 1961, passou para o Grupo 2, após a vitória com o enredo "Riquezas e Maravilhas do Brasil". No ano seguinte, conseguiu o quinto lugar com o enredo "Rio no século XVIII, Homenagem a Carlos Gomes de Andrade, O Conde de Borbadela".
Em 1963, ainda desfilando pelo Grupo 2, classificou-se em terceiro lugar com o enredo "Três Capitais". No ano posterior foi vice-campeã do Grupo 2 com o enredo "A Favorita do Imperador: Marquesa de Santos", subindo para o primeiro grupo.
Em 1965, tirou o 10º lugar no primeiro grupo com o enredo "Homenagem ao Brasil no IV Centenário do Rio de Janeiro", descendo para o segundo grupo, por não ter feito um bom desfile, tendo em vista a verba que empregou na nova sede, situada à rua Professor Lacê, 235, em Ramos. Em 1966, obteve o 2º lugar no Grupo 2 com o enredo "Monarquia: Esplendor da História".
Em 1967, ao ser criado o Departamento Cultural da escola, Amaury Jório connvidou Hiram Araújo, Oswaldo Macedo, Ilmar de Carvalho e Fernando Gabeira para desenvolver o enredo "Vida Poética de Olavo Bilac", que obteve o nono lugar no Grupo 1.
Em 1968, tirou o segundo lugar no Grupo 2 com o enredo "Bahia em Festa", com samba-enredo de Bide e Carlinhos Sideral. No ano seguinte, obteve o oitavo lugar no Grupo 1 com o enredo "Brasil, Flor Amorosa de Três Raças", com samba-enredo de Carlinhos Sideral e Matias de Freitas, considerado por Pixinguinha um dos melhores sambas-enredos de todos os tempos.
[editar] Década de 1970
Em 1970, classificou-se em sexto lugar no Grupo 1 com o enredo "Oropa, França e Bahia", uma homenagem à Semana de Arte de Moderna de 1922, com samba-enredo de Carlinhos Sideral e Matias de Freitas. No ano seguinte tirou o sétimo lugar do Grupo 1 com o enredo "Barra de Ouro, Barra de Rio, Barra de Saia". Nos anos posteriores, ficaria alternando as suas posições entre o primeiro e o segundo grupo com as seguintes colocações: 1972, quarto lugar no Grupo 1, com o enredo "Martim Cererê", homenagem ao poeta Cassiano Ricardo; 1973, quinto lugar do Grupo 1 com o enredo "ABC do Carnaval à Maneira da Literatura de Cordel"; 1974, sexto lugar do Grupo 1 com o enredo "Réquiem por um Sambista, Silas de Oliveira"; 1975, oitavo lugar do Grupo 1 com o enredo "A Morte da Porta-Estandarte"; 1976, oitavo lugar no Grupo 1 com o enredo "Por Mares Nunca Dantes Navegados"; 1977; nono lugar do mesmo grupo com o enredo "Viagens Fantásticas às Terras de Ibirapitanga"; 1978, segundo lugar do Grupo 2 com o enredo "Vamos Brincar de ser Criança", os dois últimos desenvolvidos por Max Lopes. Só em 1979, recuperou-se definitivamente, firmando-se no Grupo 1A, obtendo o sétimo lugar com o enredo "Oxumaré, A Lenda do Arco-Íris".
[editar] Década de 1980
O carnavalesco Arlindo Rodrigues desenvolveu quatro enredos na escola de Ramos, deixando nesses desfiles sua marca inconfundível no carnaval carioca: 1980, primeiro lugar com o enredo "O Quê que a Bahia Tem?"; 1981, primeiro lugar com o enredo "O Teu Cabelo Não Nega"; 1982, terceiro lugar com o enredo "Onde Canta o Sabiá" e em 1983, quarto lugar com o enredo "O Rei da Costa do Marfim Visita Chica da Silva em Diamantina".
[editar] Década de 1990 e 2000
Outros importantes carnavalescos que atuaram na escola foram Viriato Ferreira, Max Lopes, Licia Lacerda e Luiz Fernando Reis. Rosa Magalhães é atual carnavalesca da Imperatriz, tendo realizado, em 2007, seu 17° carnaval na escola.
A Imperatriz Leopoldinense é considerada uma escola que realiza desfiles ao mesmo tempo originais e luxuosos, graças a criatividade e à qualidade dos carnavalescos que atuaram, e atuam, na agremiação.
[editar] Títulos
[editar] 1980: O que é que a Bahia tem
- Primeiro campeonato da escola, num surpreendente empate com Portela e Beija-Flor. O deslumbrante carnaval criado por Arlindo Rodrigues deixaria uma marca indelével para a, então, pequena escola de Ramos. As imensas alegorias representando baianas girando com cestos na cabeça, marcaram época. Como curiosidade, a presença de Gal Costa no abre-alas da escola.
[editar] 1981: O teu cabelo não nega
- Considerado como o carnaval do "desempate", devido ao resultado do ano anterior, o desfile de 1981 teve na Imperatriz a campeã incontestável. Ajudado pelo samba contagiante (Só dá Lalá), puxado por Dominguinhos do Estácio, a escola apresenteu um dos mais belos e animados desfiles de todos os tempos, saindo da passarela consagrada pelo público e crítica. O trenzinho que apitava, soltava fumaça e bolas de gás, imaginado por Arlindo Rodrigues, é lembrado até hoje como uma das mais impactantes alegorias da história do carnaval.
[editar] 1989: Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós
- O carnaval suntuoso, marcial e original criado por Max Lopes para a escola, que vinha do último lugar no ano anterior, abriu caminho para um dos desfiles mais impactantes da década. O fabuloso samba-enredo – presente em todas as listas de melhores sambas da história do carnaval – foi outro elemento importante na vitória consagradora conquistada pela agremiação. O imenso carro alegórico cheio de soldados a cavalo e as alas da imigração italiana, carregando pizzas e garrafões de vinho, levantaram o povo do Sambódromo.
[editar] 1994: Catarina de Médicis na corte dos Tupínambôs e Tabajeres
- A chegada à escola de Rosa Magalhães – trazida por Viriato Ferreira – geraria seu primeiro fruto no campeonato de 1994. A ousadia do enredo, que descrevia uma festa realizada em Ruão no século XVI com motivos inspirados nos indígenas brasileiros, permitiu um desfile surpreendente, ao mesmo tempo luxuoso e empolgante. Esse seria o primeiro dos campeonatos conquistados pela carnavalesca. O samba acompanhou a ousadia visual reunindo termos em português e francês. Com este enredo, a Imperatriz iniciou uma série de conquistas na Sapucaí, o que lhe rendeu o título de "escola tecnicamente perfeita" ou "escola de resultados". A sensação do desfile da Imperatriz foi a comissão de frente, representando dançarinos da corte francesa, que fazia movimentos com leques amarelos e verdes. O desfile mostrou o luxo da Renascença e a fauna brasileira (onça, borboletas, graças, papagaios, tucanos etc). Montaigne, o primeiro homem de letras de peso a registrar os índios brasileiros, na festa em Ruão, organizada pelos mercadores locais em homenagem ao rei Henrique II, foi retratado no último carro da escola.
[editar] 1995: Mais vale um jegue que me caregue que um camelo que me derrube, lá no Ceará
- Segundo bi-campeonato conquistado pela escola, o desfile de 1995 é considerado por muitos como o trabalho mais bem elaborado de Rosa Magalhães. Os detalhes das alegorias e a originalidade e leveza das fantasias criaram um conjunto visual dos mais impressionantes jamais apresentados. O patrocínio do Governo do Ceará foi realizado de forma sutil, sem imposições ou agressões ao enredo. Esse tipo de abordagem se tornaria uma característica da carnavalesca e da escola. Trazendo à lembrança a fala de uma personagem da obra A farsa de Inês Pereira de Gil Vicente, teatrólogo português do século XV— "Mais vale um asno que me carregue, que um cavalo que me derrube" — a Imperatriz Leopoldinense apresentou o fracasso da expedição científica ao sertão do Ceará, organizada por D. Pedro II, que contou com 14 camelos vindos da Argélia, que não resistiram e foram substituídos por jegues nordestinos. O carro A Chegada do Camelo quebrou, fazendo com que o destaque, Jorge Lafond, desfilasse no chão. Pela perfeição em que fora contada pela clareza de alegorias e fantasias, o carro nem fez falta a escola. Destaque para os adereços da comissão de frente de Fabio Melo, sombrinhas de frevo em dourado e verde. Dispensada da Portela, Luiza Brunet assumiu o posto de Rainha de Bateria da Imperatriz. Encerrando o desfile, o carro Viva o Jegue saltou balões pela avenida e contou com a presença dos cearenses Renato Aragão, Fagner e Tom Cavalcante.
[editar] 1999: Brasil mostra a sua cara em... Theatrum Rerum Naturalium Brasilie
- A Imperatriz volta a vencer. Neste ano, ela não foi perfeita como nos anos anteriores. A Imperatriz mostrou na avenida o enredo "Brasil mostra a sua cara em “Theatrum Rerum Naturalium Brasilae", sobre a obra do pintor holandês Eckout que retrataram o País durante o século XVII. Mauricio de Nassau era um amante das artes e trouxe com ele da Europa, um grupo de pintores, cartográficos e médicos. Ele pediu para eles retratarem os animais e os vegetais. A coleção de livro com quatro volumes, que registra em pinturas e gravuras, índios, animais, pássaros e plantas existentes no Brasil, ficou perdida até quem em 1972 um pesquisador Inglês conseguiu encontrar os volumes em uma pequena biblioteca na cidade da Polônia. A comissão de frente, fantasiada de nobres holandeses, formavam o mapa do Brasil e faziam uma explosão com as fitas. Luíza Brunet, grávida, brilhou mais uma vez à frente da bateria da Imperatriz. A ala das baianas proporcionou uma das imagens marcantes. Eram 150 baianas aladas, com asas coloridas de borboleta, das espécies retratadas por pintores holandeses que nos visitaram no século 17.
[editar] 2000: Quem descobriu o Brasil, foi seu Cabral, no dia 22 de abril, dois meses depois do carnaval
- A Imperatriz Leopoldinense é novamente bicampeã do carnaval. Desde a comissão de frente, que formava a caravela de Cabral até os carros luxuosos e criativos, a Imperatriz contou na avenida a história da viagem que levou Pedro Álvares Cabral a descobrir o Brasil. Já conhecida por sua perfeição na Sapucaí, a escola manteve a tradição e fez um desfile sem erros. A carnavalesca Rosa Magalhães abusou de cores fortes, como preto e vermelho, principalmente nos primeiros carros que fizeram referências ao comércio de Portugal com a Ásia e a África.
[editar] 2001: Cana-caiana, cana roxa, cana fita, cana preta, amarela, pernambuco... Quero vê descê o suco, na pancada do ganzá
- A Imperatriz é a primeira tricampeã da era sambódromo e do novo século. O fabulo desfile que Rosa Magalhães preparou para a escola levaria a Imperatriz a um inédito tri-campeonato no Sambódromo. A qualidade das alegorias e a originalidade e malícia do enredo sobre a cana (que terminaria numa homenagem inesquecível ao compositor mangueirense Carlos Cachaça), associados ao samba de forte apelo popular que empolgou a escola, foram a receita para o sucesso. A fantasia da bateria, representando um grande canavial, impressionou pela beleza.
[editar] Outros carnavais
1969: "Brasil, Flor Amorosa de Três Raças"
- A Imperatriz trouxe o enredo "Brasil, Flor Amorosa de Três Raças", com samba-enredo de Carlinhos Sideral e Matias de Freitas, considerado por Pixinguinha um dos melhores sambas-enredos de todos os tempos.
1970: "Oropa, França e Bahia"
- A Imperatriz classificou-se em sexto lugar com o enredo "Oropa, França e Bahia", uma homenagem à Semana de Arte de 1922.
1971: "Barra de Ouro, Barra de Saia, Barra de Rio"
- Mostrando a fibra e a garra da mulher brasileira, a Imperatriz fez um desfile correto apresentando o enredo ¨Barra de Ouro, Barra de Saia, Barra de Rio¨.
1972: "Martim Cererê"
- A Imperatriz Leopoldinense vira enredo da novela Bandeira 2 da TV Globo. O seu samba “Martim Cererê”,uma homenagem ao poeta paulista Cassiano Ricardo, caiu no gosto popular.
1973: " ABC do Carnaval à Maneira da Literatura de Cordel"
- Com um enredo idêntico ao da Em Cima da Hora, a Imperatriz desfilou em 1973.
1974: " Réquiem por um Sambista, Silas de Oliveira"
- Com uma justíssima homenagem ao maior baluarte de sua madrinha, a Império Serrano, a Impertariz desfilou no carnaval 74.
1975: " A Morte da Porta Estandarte"
- A Imperatriz levou para a avenida "A Morte da Porta Estandarte", enredo baseado no famoso conto de Anibal Machado, publicado em 1925.
1977: "Viagens Fantásticas às Terras de Ibirapiranga"
- A viagem fantástica da Imperatriz Leopoldinense às terras de Ibirapitanga custou à escola cerca de 4 milhões de cruzeiros. Eram 2.200 sambistas divididos em 43 alas e uma bateria e que evoluíam entre doze alegorias montadas sobre estrutura metálica, enquanto chafarizes despejavam água sobre o asfalto. As alegorias, mostrando uma caravela, o templo do sol (com o destaque Mauro Rosas), e a Vitória Régia, que carregava Elke Maravilha como Iara. Com essas inovações técnicas e muita empolgação, a Imperatriz fez uma apresentação acima das expectativas. Mas a escola acabou em 9º lugar e acabou rebaixada para o segundo grupo.
1978: "Vamos Brincar de ser Criança"
- Com um enredo infantil, persintindo com o carnavalesco Max Lopes, a escola de Ramos foi a vice-campeã do segundo grupo.
1979: "OXUMARÉ, A LENDA DO ARCO-ÍRIS"
- Abrindo o desfile, a Imperatriz retornou à elite do carnaval com um enredo acerca do orixá Oxumaré.
1982: "Onde canta o Sabiá"
- A Imperatriz não se sagrou tricampeã, apesar do belíssimo desfile, de Arlindo Rodrigues, inspirado no verso inicial de Canção do Exílio (Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá) de Gonçalves Dias, sobre as manifestações culturais genuinamente da terra brasileira. O carro abre-alas representava um sarau, cheio de bonecos detalhadamente vestidos.
1983: "O rei da Costa do Marfim visita Xica da Silva em Diamantina"
- A Imperatriz relembrou, por meio de Arlindo Rodrigues, com o enredo “O rei da Costa do Marfim visita Xica da Silva em Diamantina”, os desfiles de 63 e de 71 do Salgueiro (Xica da Silva e Festa para um Rei negro). Dominguinhos do Estácio não aceitou o resultado da escolha do samba da Imperatriz e saiu da escola. No desfile, David Correa, insatisfeito na Portela, porque tinha perdido o concurso de samba, ajudou Gera na avenida. O desfile foi muito bom em termos de visual, mas a harmonia se perdeu do meio pro fim, tendo a escola que correr para não ultrapassar os 70 minutos de desfile.
1984: "Alô Mamãe"
- Na estréia do Sambódromo, Rosa Magalhães e Licia Lacerda produziam, com enorme dificuldade, o enredo "Alô Mamãe" para a Imperatriz Leopoldinense.O patrono Luiz Pacheco Drummond se afastara e não havia dinheiro para nada. A escola fez uma crítica política e social do Brasil tendo como mote a eleição do cantor Agnaldo Timóteo para a Câmara dos Deputados, ocorrida um ano antes. O enredo foi baseado em um ato do então deputado Agnaldo Timóteo, que com um telefone nas mãos, falou com a sua mãe, direto do congresso, protestando contra tudo e contra todos. No desfile, ele veio no abre alas, que era nada menos do que um grande telefone. A bateria veio vestida com notas de dólares. Neste ano, Chiquinho estreava como mestre-sala ao lado da mãe, a porta-bandeira Maria Helena.
1985: "Adolã, a Cidade Mistério"
- A Imperatriz trouxe o enredo “Adolã, a Cidade Mistério”, de Arlindo Rodrigues, que tratava de uma cidade fictícia na Ilha de Marajó, que abusou das alegorias espelhadas. A Imperatriz também teve seu abre-alas quebrado.
1986: "Um Jeito pra Ninguém Botar Defeito - Agüenta Coração"
- A Imperatriz foi a única escola a desfilar de dia. Seu enredo era "Um Jeito pra Ninguém Botar Defeito - Agüenta Coração", do carnavalesco Fernando Alvarez. A escola não fez um bom desfile, repleto de modelos nuas e de carros com acabamentos duvidosos. Destaque mesmo foi para a belíssima ala de baianas.
1987: "A estrela Dalva"
- De volta à Imperatriz, o carnavalesco Arlindo Rodrigues fez seu último carnaval. O artista mergulhou nos anos dourados e nos sucessos da cantora Dalva de Oliveira, num desfile cujo marco foi os principais carros alegóricos sem destaques vivos, trazendo apenas manequins vestidos com roupas antigas. A escola trouxe duas comissões de frente. A tradicional, formada por membros do Cacique de Ramos e jogadores de futebol, uma constante e a outra era formada por um time de superestrelas da música brasileira. Elizeth Cardoso, Beth Carvalho, Alcione, Ellen de Lima, Marisa Gata Mansa, Célia, - vestidas como a Rainha do Rádio de 1951 - pediam passagem para a Imperatriz contar a vida de Dalva de Oliveira. O desfile começou com o nascimento da cantora, mostrava a casa do prefeito de Rio Claro, no qual Dalva fazia serenatas com o pai; destacava a fábrica de chapéus em que ela trabalhou adolescente. Mostrava o teatro João Caetano, no qual interpretava operetas; registrava o sucesso do trio de Ouro; seu casamento com Herivelto Martins, suas apresentações no Cassino da Urca e suas viagens ao exterior.
1988: "Conta outra que essa foi boa"
- Luis Fernando Reis, que fizera vários enredos bem-humorados na Caprichosos de Pilares, estreou na Imperatriz Leopoldinense. O enredo da escola “Conta outra que essa foi boa” era uma grande piada, retratada por alas, como a do Juquinha e a professora, e alegorias que representavam as anedotas de português, de papagaio, da formiguinha e do elefante, do descobrimento do Brasil até chegar na ferrovia norte-sul. A escola pretendia uma homenagem a alegria, descontração e bom humor do carioca, porém não foi feliz. A Imperatriz ficou em último lugar no desfile, pois perdeu 9 pontos por causa dos 12 minutos de atraso. Nenhuma escola, entretanto, foi rebaixada.
1990: "Terra Brasilis: o que se plantou deu"
- A Imperatriz tentou o bicampeonato com o enredo “Terra Brasilis: o que se plantou deu”, um belo desfile, com a assinatura de Max Lopes. Na abertura, tripés com abacaxis, bananas e outras frutas antecediam a coroa formada por bananas. O carro do castelo era tão alto que vinha com elevador para ser abaixado para passar pela torre de transmissão. Em Cima dela, mais uma vez Zacarias de Oxossi. O carro do carnaval, que fechava o desfile, foi outro momento de encantamento. Trazia um enorme pavão todo em preto e branco, repleto de efeitos especiais. A escola foi penalizada em 5 pontos por não ter cumprido o tempo regulamentar de dispersão e acabou em 4º lugar.
1991: "O que que a banana tem"
- A Imperatriz cantou a história da banana. O enredo, leve e divertido, para além das conotações sexuais associadas à fruta, misturava o sul da Ásia (continente de origem da fruta), índios, Carmen Miranda e tropicália. O enredo foi o último trabalho assinado por Viriato Ferreira. O carnavalesco morreu em 12/9/92. O abre-alas trouxe a coroa feita de bananas. O primeiro setor tratou da origem do fruto na Ásia. Uma grande nau simbolizou a chegada do fruto ao Brasil. Grande sucesso fez a modelo Melissa Benson, que passou todo o desfile da Imperatriz sambando praticamente nua, tomando banho, dentro de um carro alegórico que simbolizava a banana d’água. Um enorme candelabro representou a banana prata e a Corte do Maracatu, apresentou a banana ouro. Por fim, uma imensa alegoria formada por braços, cercada de sacos de dinheiro, gesticulava (“dando bananas” ao público) em alusão ao confisco do Governo Collor.
1992: "Não existe pecado do lado de baixo do equador"
- Depois de ter feito muito sucesso na Estácio de Sá e no Salgueiro, a carnavalesca Rosa Magalhães retornava à Imperatriz em 1992. Um casamento prolongado que daria bons frutos para ambas: a escola e a carnavalesca. A comissão de frente da Imperatriz vinha de peruca loura, fantasia de navegante e cartola. O enredo, inspirado no livro “Visão do paraíso”, de Sérgio Buarque de Holanda, falava do Novo Mundo do ponto de vista dos descobridores, não dos brasileiros. Um lugar onde papagaio vira anjo, Adão e Eva são índios e o fruto proibido é o maracujá: no imaginário europeu dos séculos XV e XVI, as novas terras seriam o Jardim do Éden. A Descoberta da América, que completava 500 anos, foi o ponto de partida da carnavalesca Rosa Magalhães. O desfile começava com alas lembrando a Corte espanhola. A partir daí, muita imaginação: baianas fantasiadas de sereias, alas de sacis, lobisomens, caiporas, alegorias representando onças aladas e amazonas. O carro das caravelas foi um dos pontos altos da escola. À frente da caravela, uma ala envolta em pano simulava as ondas do mar, com peixes marinhos na cabeça. No carro do Paraíso, Melissa Benson, de Eva, e Leonardo Brício, de Adão.
1993: "Marquês que é marquês do saçarico é freguês"
- Um desfile luxuoso, a começar pela belíssima comissão de frente, marcou a homenagem da Imperatriz aos 200 anos de nascimento de Cândido José de Araújo Viana, o Marquês de Sapucaí. Com o enredo “Marquês que é marquês, do saçarico é freguês", a carnavalesca Rosa Magalhães atingiu com competência o objetivo de mostrar a evolução do carnaval desde a época do Império aos tempos modernos. A primeira parte do desfile foi dedicada aos carnavais do período do Império. O enredo passeou pelos bailes de máscaras, pelos carnavais de rua e pelo luxo das grandes sociedades. A segunda parte enfocou o carnaval moderno, com uma bonita homenagem aos carnavalescos Arlindo Rodrigues, Fernando Pinto, Viriato Ferreira - os três já falecidos - e Joãosinho Trinta, que mereceu o carro mais bonito do desfile, dedicado ao enredo Ratos e Urubus, Larguem minha fantasia. Jerônimo e Neide formaram o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, substituindo Chiquinho e Maria Helena com a mesma competência. Viriato Ferreira trabalhou com Rosa Magalhães na confecção do carnaval, mas morreu no final de 92, recebendo uma homenagem na avenida. O desfile terminou com uma visão do carnaval do futuro e com a passagem do carro "Balança Sapucaí".
1996 - "Imperatriz Leopoldinense Honrosamente Apresenta "Leopoldina, a Imperatriz do Brasil"
- A escola de Ramos ficou com o vice-campeonato, apresentando um desfile perfeito. A Imperatriz obteve patrocínio da Áustria para o enredo e mostrou um carnaval luxuoso, em que simulou uma nevasca (alegoria Passeio de Trenó) no Sambódromo. A comissão de frente veio tocando violino, representando a chegada de Dom Pedro ao Brasil. A alegoria representando a chegada de Leopoldina ao Brasil lembrou o quadro "O desembarque da arquiduquesa Leopoldina" de Debret. No carro Festa de Noivado, destacaram-se os castiçais e Sidney Magal como D. Pedro. A última alegoria lembrou a festa da Independência.
1997 - "Eu sou da lira,não posso negar"
- A Imperatriz Leopoldinense levou à passarela o talento, o pioneirismo e a rebeldia da compositora Chiquinha Gonzaga, que, no fim do século 19, revolucionou a música brasileira ao levar para os salões da elite ritmos populares como o maxixe. A Imperatriz trouxe os pianos de Chiquinha Gonzaga, na fantasias da comissão de frente, formando-os na avenida de forma magistral, tornando o ponto mais forte da escola. O abre-alas fazia uma síntese do enredo com as figuras típicas do carnaval, misturadas a liras e candelabros. No meio da apresentação, na Apoteose, o carro "Presépio" teve o eixo de uma das rodas quebrado, e ficou na pista por três minutos até ser retirado por um reboque. A novidade no desfile da escola de Ramos foi a presença do banqueiro do jogo do bicho Luiz Pacheco Drummond. Ele esteve preso por três anos e quatro meses. Luizinho ganhou indulto da Justiça do Rio no fim de 1996. A atriz Rosamaria Murtinho representou a compositora no carro "Loja de Instrumentos".
1998 - "Quase no ano 2000..."
- A Imperatriz entrou na Sapucaí com ar futurista, mais leve do que o de costume e muito animada. O enredo da escola sobre o fim do milênio, lembrava as previsões do século 20 de Júlio Verne e o imaginário do ano 2000 retratado nos filmes. A escola abandonou seu estilo barroco e adotou um visual mais moderno, em um desfile cadenciado e harmonioso. A carnavalesca Rosa Magalhães abriu mão do verde tradicional e levou muita cor para a avenida. A principal característica preservada pela Imperatriz foi o perfeito acabamento das fantasias e alegorias. As fantasias pesadas e muito luxuosas praticamente ficaram de fora do desfile. As fantasias mais simples e leves deram velocidade à escola. O público mostrou empolgação e aplaudiu a inovação. A comissão de frente da escola brilhou na avenida com a representação dos Seres Alados. Destaque da escola, foi a cantora e atriz Thalía.
2002 - "Goitacazes... Tupi or not Tupi in a South American Way"
- A Imperatriz, atrás do quarto título seguido, fez o que sabe: um desfile compacto, correto e sem emoção. Abordou costumes de índios canibais que viviam em Campos, norte do Estado do Rio, associou isto ao movimento Antropofágico; voou para os personagens Peri e Ceci da obra romântica "O Guarani", da autoria de José de Alencar e que virou ópera de Carlos Gomes; passou por Macunaíma e o Modernismo; por Iracema e o Tropicalismo, e fechou com Carmem Miranda e Chacrinha. A miscelânea não agradou o público, que vaiou a escola. As fantasias e alegorias estavam muito bonitas e a comissão de frente de muito bom-humor. Os quinze bichos-papões introduziram a escola com muita graça, abrindo espaço para o primeiro carro - o "Comilança". A alegoria foi toda feita de material reciclado de carnavais anteriores. Após o carnaval, a escola teve problemas com a Prefeitura de Campos, que alegou judicialmente que a Imperatriz não cumpriu o contrato de patrocínio e processou a escola.
2003 - "Nem todo pirata tem a perna de pau, o olho de vidro e a cara de mau..."
- Encerrando os desfiles de carnaval no Sambódromo, a Imperatriz Leopoldinense apresentou o enredo sobre o problema da pirataria em várias épocas. A Imperatriz fez novamente um desfile impecável, apostando em uma apresentação mais leve, com fantasias coloridas e bom-humor, na tentativa de cair no gosto popular. A comissão de frente veio fantasiada de pirata, trazendo um baú com tesouro. Os componentes evoluem com uma divertida coreografia. O consagrado casal de mestre-sala e porta-bandeira Chiquinho e Maria Helena, mãe e filho, completavam vinte anos juntos defendendo a escola de Ramos. O terceiro carro fez uma leitura infanto-juvenil do enredo, representando a Terra do Nunca e com componentes personificando personagens como o Capitão Gancho, a fada Sininho e um Peter Pan voador. O carro "Pirataria S.A." criticou a pirataria profissional e apresentou carros, cds, calçados, brinquedos e outros itens pirateados na sociedade, trazendo ainda dizeres alertando para a situação. A última alegoria, "O Pirata do Carnaval dos Sete Mares Não Tem Nada de Mal", trouxe à frente a modelo Daniela Sarahyba e, no alto, o cantor Elymar Santos personificando o "pirata do carnaval".
2004 - "Breazail"
- A Imperatriz Leopoldinense foi buscar na história da cidade de Cabo Frio o mote para o enredo. Na viagem proposta pela carnavalesca Rosa Magalhães, a história da cor vermelha passaria pelas civilizações celta, chinesa e, claro, brasileira, com a extração do pau-brasil. Para isso, a escola juntou o vermelho a seu tradicional verde e branco e, mais uma vez competente, credenciou-se ao título. Como de costume, a comissão de frente, "bruxas alquimistas" que fervem substâncias no caldeirão, prenunciava a beleza e a categoria do carnaval de uma Imperatriz muito colorida, especialmente em vermelho, como pedia o enredo.
2005 - "Uma Delirante Confusão Fabulística"
- A Imperatriz fez um desfile impecável. O enredo foi uma homenagem aos 200 anos de nascimento do autor de histórias infantis Hans Christian Andersen. O abre-alas trazia a imagem do escritor e era ao mesmo tempo uma réplica de um pequeno teatro, de onde a corte do Reino de Fadas saía e evoluía. Outro carro que impressionou pelo preciosismo na confecção foi o Rouxinol do Imperador, sobre a história de mesmo nome. Cerca de 200 réplicas de porcelana chinesa feitas de isopor e papel decoravam a alegoria. A alegoria Quarto de Brinquedos também foi grata surpresa na avenida. Dois carros interligados traziam bailarinas e soldadinhos de chumbo em coreografias que simulavam movimentos de brinquedos de corda. Por fim uma homenagem ao escritor brasileiro Monteiro Lobato com alas e um carro sobre o Sítio do Picapau Amarelo. A comissão de frente foi formada por 15 bailarinos vestidos de cisnes, lembrando a história do Patinho Feio.
2006 - "Um por todos e todos por um"
- A história do revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi vista pelo escritor francês Alexandre Dumas foi mostrada pela Imperatriz Leopoldinense desde a comissão de frente — em que espadachins a cavalo, na verdade bicicletas na forma do animal, representavam o personagem — até a Revolução Farroupilha — onde maltrapilhos conseguiam ao mesmo tempo ser altivos e bem-vestidos. A comissão de frente da escola trouxe guerreiros com cavalos, que puderam andar pela avenida graças a armações com rodas na estrutura. Uma "segunda" comissão de frente, a ala da Corte Francesa apresentava-se fazendo uma coreografia de baile, logo à frente do carro abre-alas. A seguir, grandes bonecos lembravam o Carnaval de Nice, cidade natal de Garibaldi. A bateria da Imperatriz, orquestrada pelo Mestre Jorjão pela primeira vez, deu um show a parte, com os ritmistas se agachando na avenida. Um momento marcante do desfile estava reservado para a parte final. Com a saída de seu tradional casal de mestre-sala e porta-bandeira, Chiquinho e Maria Helena, esta passou a desfilar como destaque da ala das baianas fazendo grande sucesso em sua nova função.
2007 - "Teresinhaaa, uhuhuuuu!! Vocês querem bacalhau?"
- O desfile teve como ponto de partida o famoso apresentador de televisão ídolo do Tropicalismo, Chacrinha, que ficou famoso por lançar bacalhau para a platéia enquanto pronunciava a frase que deu título ao enredo. Rosa Magalhães mostrou a origem do bacalhau associada à mitologia norueguesa e a história do peixe desde seu salgamento pelo povo basco, na Idade Média até sua chegada ao Brasil, onde acabaria virando nome de um famoso bloco do carnaval de Olinda: o Bacalhau do Batata, que encerra a folia pernambucana com uma multidão nas ruas da cidade na Quarta-feira de Cinzas.
[editar] Dados da escola
- Fundação:
- Cores da agremiação: verde, branco e ouro
- Titulos: 1980, 1981, 1989, 1994, 1995, 1999, 2000, 2001
- Estandarte de Ouro (melhor escola):
- Estandarte de Ouro (melhor enredo):