Demografia do Paraná
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A Demografia do Paraná é um domínio de estudos e conhecimentos sobre as características demográficas do território paranaense.
Segundo o censo de 2000, o estado do Paraná tem uma população de 9.564.643 habitantes. Em relação ao ano de 1991, quando a população era de 8.415.659, esses números mostram uma taxa de crescimento anual de 1,4%, inferior a do Brasil como um todo (1,6% para o ano de 2000). Ainda segundo o censo de 2000, o Paraná é o sexto estado mais populoso do Brasil e concentra 5,63% da população brasileira. Do total da população do estado, 4.826.038 habitantes são mulheres e 4.737.420 habitantes são homens. Para 2005, a estimativa é de 10.261.856 habitantes.
Esse crescimento é explicado não só pelo aumento natural da população paranaense, mas também pela entrada de colonos vindos principalmente de São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais, atraídos, pelos solos férteis de matas ainda virgens.
O censo de 2000 revelou que a população urbana do Paraná é hoje maior que a população rural. Cerca de 58% dos habitantes do estado moram nas cidades. A densidade demográfica estadual é de 47,9 hab./km². Em Curitiba e nos municípios da região chegam a 206,6 hab./km².
Índice |
[editar] Cidades mais populosas
- Curitiba, capital e maior cidade do estado, forma com os municípios de Lapa, Quitandinha, Mandirituba, Agudos do Sul, Tijucas do Sul, São José dos Pinhais, Fazenda Rio Grande, Araucária, Contenda, Balsa Nova, Campo Largo, Campo Magro, Itaperuçu, Piraquara, Pinhais, Quatro Barras, Campina Grande do Sul, Colombo, Almirante Tamandaré, Rio Branco do Sul, Bocaiúva do Sul, Tunas do Paraná, Cerro Azul, Adrianópolis, Doutor Ulysses a Região Metropolitana de Curitiba. Curitiba possui um importante e diversificado parque industrial.
- Londrina destaca-se como centro comercial e industrial, no norte do Paraná.
- Ponta Grossa, na parte centro-leste do estado, possui estabelecimentos metalúrgicos, de beneficiamento de trigo, fábricas de adubos e de óleos vegetais.
- Paranaguá, às margens da baía do mesmo nome, tem um dos mais importantes portos do Brasil.
- Maringá, no norte, destaca-se como importante centro cafeeiro, além de produtor de soja.
- Cascavel, no oeste, é uma das principais cidades do agronegócio, não só no Paraná, mas de todo o Brasil.
- Foz do Iguaçu, no extremo-oeste, é parte de um aglomerado urbano de quase 700 mil habitantes, é também uma das regiões que mais cresce no Paraná, tendendo no próximos 5 anos a se tornar a 3° maior cidade do Paraná, ultrapassando Maringá.
- Guarapuava, no centro, é a capital geográfica do Paraná. Economicamente é semelhante a Cascavel em termos de agronegócio, porém com uma importância menor.
[editar] Evolução demográfica
Ano | Habitantes |
---|---|
1872 | 129.722 |
1890 | 249.491 |
1900 | 327.136 |
1920 | 685.711 |
1940 | 1.236.276 |
1950 | 2.115.547 |
1960 | 4.268.239 |
1970 | 6.929.868 |
1980 | 7.629.392 |
1991 | 8.415.659 |
2000 | 9.564.643 |
2005 | 10.261.856 |
[editar] Etnias
A população do Paraná é composta basicamente de brancos, negros e indígenas. No Brasil colonial, os colonizadores espanhóis foram os primeiros a iniciar o povoamento no território paranaense. Os portugueses e seus descendentes são a maioria da população do Estado. Existe também uma grande e diversificada população de descendentes de imigrantes, tais como italianos, alemães, poloneses, ucranianos, japoneses e árabes. Há também minorias de imigrantes holandeses, coreanos, chineses e búlgaros.
[editar] Portugueses
Os portugueses e seus descendentes constituem a maioria da população, não só por ter sido o elemento colonizador, mas também por ser o único que não sofre restrições numéricas de entrada no Brasil. Aos portugueses, devemos a nossa língua, a religião, a base de nossa organização política, a cultura e a base de nossas instituições jurídicas. Estão presentes em todo o Paraná.
[editar] Espanhóis
Os espanhóis entraram no Brasil notadamente na época do Brasil Colônia, quando Portugal pertencia à Espanha. Localizaram-se junto às grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. No estado do Paraná, além de se concentrarem na região de Curitiba e de Jacarezinho, descendentes de espanhóis (argentinos e paraguaios) são encontrados na fronteira com o Paraguai e a Argentina, principalmente na região de Foz do Iguaçu.
[editar] Italianos
Os italianos começaram a chegar em maior número ao Brasil a partir de 1871. Dirigiram-se principalmente ao estado de São Paulo, onde se dedicam à cultura cafeeira e às atividades industriais. Também são numerosos no Rio Grande do Sul, onde se dedicam ao cultivo e à fabricação do vinho. No Paraná, imigrantes italianos se estabeleceram a princípio no litoral (Alexandra e Morretes), porém, por causa das condições adversas do lugar, seus núcleos não progrediram. A maior parte transferiu para os arredores de Curitiba, Colombo e Santa Felicidade, onde cultivam a uva e fabricam o vinho. Também são muito expressivos nas regiões norte e oeste, devido à migração interna. A influência italiana nos usos e costumes da população paranaense pode ser constatada através de sua comida típica e do artesanato em peças de vime, encontrados em Santa Felicidade.
[editar] Alemães
Os alemães formam um dos mais importantes grupos da imigração brasileira. Sua influência é muito notada no Sul do Brasil onde marcaram a paisagem com suas habitações típicas. Dirigiram-se, a partir de 1824, para Santa Catarina e o Rio Grande do Sul. Ao Paraná, os primeiros imigrantes chegaram em 1829, estabelecendo-se em Rio Negro. A partir de 1878, alemães do Volga (alemães-russos), estabeleceram-se nos Campos Gerais, próximos à Ponta Grossa e Lapa. Em 1951, alemães que se transferiram-se de Santa Catarina para o Paraná, fundaram a colônia Witmarsum, no município de Palmeira. Este núcleo centraliza várias aldeias numa cooperativa, onde seus habitantes industrializam o leite. Alemães "suábios do Danúbio" fundaram, no município de Guarapuava, a colônia Entre Rios, onde se dedicam à agricultura. No norte, os alemães se concentram em Cambé e em Rolândia, que realiza, todo ano, a mais famosa Oktoberfest do Paraná. Também são bastante numerosos em Curitiba.
[editar] Holandeses
Os holandeses (ou mais corretamente, "neerlandeses"), apesar de serem pouco numerosos, trouxeram grandes benefícios ao Paraná. Dirigiram-se, em 1911, para os Campos de Castro onde introduziram com êxito a pecuária leiteira e sua industrialização, dando origem à Cooperativa Agro-Pecuária Batavo. Seus principais núcleos estão em Carambeí, Castrolanda e Arapoti.
Ainda de origem germânica, estabeleceram-se, em proporções menores em terras paranaenses: austríacos, suíços, ingleses e estadunidenses.
[editar] Poloneses
Os poloneses foram o grupo mais numeroso de imigrantes do Paraná. Começaram a chegar em 1871, distribuindo-se pelos arredores de Curitiba (Pilarzinho, Abranches, Santa Cândida), Araucária Tomás Coelho), São José dos Pinhais, Contenda e Campo Largo. Também se expandiram pelo centro-sul, formando colônias em Mallet, Cruz Machado, São Mateus do Sul, Irati, União da Vitória, Prudentópolis. Em Londrina, temos a colônia de Warta, fundada por migrantes vindos de Santa Catarina.
[editar] Ucranianos
Os ucranianos distinguem-se dos poloneses pela língua, pelos costumes e pela sua origem histórica. Povo agrícola, vindo da Ucrânia, trouxe o estilo bizantino de suas igrejas, seus trajes bordados e suas danças típicas. Foram núcleos importantes em Prudentópolis, Ponta Grossa, União da Vitória, Cruz Machado, Vera Guarani, Rio Azul, Ivaí, Apucarana, Campo Mourão e Curitiba. O início da imigração ucraniana deu-se em 1891.
[editar] Árabes e judeus
O maior grupo de brancos asiáticos encontrados no Brasil pertence aos povos semitas da Ásia Menor. São os judeus, os árabes, os sírios e os libaneses que, espalhados pelas grandes cidades, dedicam-se tradicionalmente ao comércio.
[editar] Japoneses
Os japoneses são os que mais vêm para o Brasil. O início de sua entrada no País data de 1908, acentuando-se a partir de 1920 e depois da Segunda Guerra Mundial. Dirigiram-se em sua maioria para São Paulo, Amazônia e norte do Paraná.
No Paraná, as primeiras colônias japonesas foram fundadas no litoral (Paranaguá, Antonina, Morretes, Cacatu) no Planalto de Curitiba. Mas o grande reduto de japoneses é o norte, principalmente em Londrina, Assaí, Maringá e Cambará. Dedicaram-se à horticultura e à outras atividades agrícolas.
[editar] Coreanos
Os coreanos chegaram a partir de 1967 e foram instalados em Santa Maria, núcleo localizado no quilômetro 144 da Rodovia do Café, em plena região dos Campos Gerais.
[editar] Chineses
Os chineses, em menor número, concentraram-se mais nas cidades e têm vindo principalmente de Formosa.
[editar] Indígenas (autóctones)
A distribuição primitiva do índio no Paraná limitava-se aos do grupo tupi-guarani no litoral, no oeste e noroeste; aos Jê (botocudo e caingangue) com distribuição geográfica mal definida, mas preferencialmente sobre a Floresta de Araucária. Em 1953, foram descobertos os Xetá, que haviam se isolado na Serra dos Dourados (noroeste do estado) vivendo no mais puro estado primitivo, dos quais nada mais resta na região. Aos indígenas, o paranaense deve o nome de seu estado e de muitas de suas cidades, o hábito de tomar chimarrão e a culinária, entre outros costumes.
Os poucos descendentes indígenas existentes são protegidos pela FUNAI, e vivem em postos como São Jerônimo da Serra, Guarapuava, Palmas, Mangueirinha, Apucarana, Laranjeiras do Sul e outros.
[editar] Africanos
O único grupo negro existente no Paraná é o banto. No Sul do Brasil, por causa das condições históricas de seu desenvolvimento, que fora deixado em segundo plano pela Coroa Portuguesa, o negro, que constituiu a maior parte da mão-de-obra do Brasil tropical, aparece em menor número. No Paraná, concentraram-se primeiramente na Lapa, Ponta Grossa, Castro, Antonina, Paranaguá e Curitiba.
[editar] Mestiços
No estado do Paraná, os mestiços não são numerosos, sendo que o mais característico é o caboclo do Litoral. Sua influência aparece nos costumes locais como o fandango (dança folclórica) e no barreado (comida regional).