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Demografia do Brasil - Wikipédia

Demografia do Brasil

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O Brasil possui cerca de 186 milhões de habitantes (estimativa do IBGE, 2006). Ao longo dos últimos anos, o crescimento demográfico do país tem diminuído o ritmo, que era muito alto até a década de 1960. Em 1940, o recenseamento indicava 41.236.315 habitantes; em 1950, 51.944.397 habitantes; em 1960, 70.070.457 habitantes; em 1970, 93.139.037 habitantes; em 1980, 119.002.706 habitantes; e finalmente em 1991, 146.825.475 habitantes.

As razões para uma diminuição do crescimento demográfico relacionam-se com a urbanização e industrialização e com incentivos à redução da natalidade (como a disseminação de anticoncepcionais). Embora a taxa de mortalidade no país tenha caído bastante desde a década de 1940, a queda na taxa de natalidade foi ainda menor.

A pirâmide etária brasileira apresenta, como nos demais países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos, larga base e estreito cume. A população jovem (até 19 anos) constitui mais de um terço do total. Somada a uma pequena população de idosos (menos de um décimo), esse contingente constitui a população economicamente inativa, que precisa ser mantida pela população economicamente ativa.

Índice

[editar] Distribuição populacional

Mapa da demografia do Brasil.
Mapa da demografia do Brasil.

A distribuição populacional no Brasil é bastante desigual, havendo concentração da população nas zonas litorâneas, especialmente do Sudeste e da Zona da Mata nordestina. Outro núcleo importante é a região Sul. As áreas menos povoadas situam-se no Centro-Oeste e no Norte.

O IBGE classifica a rede urbana brasileira em uma hierarquia de acordo com o tamanho e importância das cidades. As categorias de cidades mais importantes são:

[editar] Grupos étnicos-raciais do Brasil

O povo brasileiro foi formado ao longo de 5 séculos por ondas imigratórias, somadas à população nativa. A população é formada basicamente por 3 grandes grupos étnico-raciais: índio, branco e negro. Os povos ameríndios, povos autóctenes, são presentes no Brasil há aproximadamente 10 mil anos. Na época do descobrimento, eram estimados em cerca de 5 milhões de indivíduos, espalhados por todo o território brasileiro. Os brancos foram encabeçados por portugueses, colonizadores do país desde o século 16. Até 1822, apenas os portugueses tinham o direito de imigrar para o Brasil, mas após a independência somaram-se outras nacionalidades européias durante os séculos 19 e 20. O maior fluxo foi formado por italianos e novamente portugueses, seguidos por alemães, espanhóis, etc. Os negros foram trazidos na forma de escravos, do século 16 à metade do século 19 e eram sobretudo dos grupos bantu e iorubá. De forma mais limitada, houve a contribuição asiática, de japoneses e árabes.

Mulheres indígenas brasileiras
Mulheres indígenas brasileiras

Atualmente, o IBGE utiliza para fins censitários 5 categorias no Brasil, baseado na raça/ cor da pele: Índio, Branco, Preto, Amarelo e Pardo.

[editar] Índios

Os índios compõem 0,4% da população brasileira, somando cerca de 700 mil indivíduos. Populações indígenas podem ser encontradas por todo o território brasileiro, embora mais da metade esteja concentrada na Região amazônica do Norte e Centro-Oeste. Consideram-se índios todos os descendentes dos povos autóctones do Brasil.

Embora milhões de brasileiros sejam descendentes de índios, apenas 0,4% da população se considera como tal. Isso se deve ao fato da intensa miscigenação, a perda dos valores e da identidade indígenas ao longo dos séculos, além de um preconceito racial tradicional que estigmatiza índios e negros, fazendo com que muitos busquem se identificar como brancos ou pardos (além de outras denominações populares e não-oficiais como "caboclo").

Índio brasileiro
Índio brasileiro

Quando os primeiros portugueses chegaram ao Brasil, em 1500, a população indígena rondava os 5 milhões de indivíduos[1]. Na metade do século XIX não passava de 100 mil pessoas e no final do século XX era cerca de 300 mil. O desaparecimento da população nativa brasileira foi um dos maiores genocídios da História humana, e se deve a três fatores: a dizimação promovida pelos colonizadores, as doenças européias que se espalharam como epidemias e a miscigenação.

Recentes estudos genéticos comprovaram que muitos milhões de brasileiros são descendentes de povos indígenas extintos há séculos, muitos dos quais desconhecem suas origens indígenas.

Nos últimos anos, tem-se visto, pela primeira vez em cinco séculos, um crescimento da população índia brasileira, porém, muitos estão vivendo em condições de extrema pobreza e perdendo sua cultura.

[editar] Brancos

Os brancos auto-declarados compõem 53,7% da população brasileira, somando cerca de 96 milhões de indivíduos. Estão espalhados por todo o território brasileiro, embora a maior concentração esteja no Sul e Sudeste do Brasil. Consideram-se brancos todos os descendentes de europeus e de outros povos de cor branca.

Em Schroeder e muitas outras cidades de Santa Catarina, muitos descendentes de alemães preservam os costumes dos antepassados
Em Schroeder e muitas outras cidades de Santa Catarina, muitos descendentes de alemães preservam os costumes dos antepassados

Até 1800, cerca de 1 milhão de europeus imigraram para o Brasil. O boom da imigração ocorreu nos séculos XIX e XX, quando entraram quase 6 milhões de europeus no Brasil. Hoje, os brancos auto-declarados formam o maior grupo étnico-racial do País, sendo formado ao longo de cinco séculos de imigração proveniente da Europa. Até a metade do século XIX, a população branca do Brasil era basicamente de origem portuguesa porém, entre o final do século XIX e início do século XX, pessoas de diversos outros países europeus imigraram para o País. Atualmente, os brancos brasileiros são descendentes de uma grande diversidade de povos, que inclui principalmente povos Latinos (portugueses, italianos, espanhóis), Germânicos (alemães) e Eslavos (poloneses, ucranianos), entre outros. Além dos europeus, há também os descendentes de imigrantes árabes de cor branca (libaneses e sírios).

Embora por auto-declaração os brancos sejam a maioria da população brasileira, estudos genéticos mostraram alto grau de miscigenação nesses brasileiros "brancos", na realidade a imensa maioria da população brasileira(86%) possui alguma ascendência indígena e/ou africana.

[editar] Negros

Os negros declarados compõem 6,2% da população brasileira, somando cerca de 11 milhões de indivíduos. Estão espalhados por todo o território brasileiro, embora a maior proporcionalidade esteja no Nordeste. Consideram-se negros todos os descendentes dos povos africanos trazidos para o Brasil e que têm o fenótipo característico africano.


A escravidão no Brasil durou cerca de 350 anos e trouxe para o País por dados oficiais aproximadamente 3 milhões de africanos (o tráfico clandestino seria responsável por mais dois milhões). Pesquisas recentes indicam que 86 % dos brasileiros tem mais de 10% de marcadores genéticos africanos, mas apenas 6,2%, um número muito reduzido, se auto-classificam como negros, o motivo principal é o preconceito racial tradicional que estigmatiza índios e negros, fazendo com que muitos busquem se identificar como pardos ou mesmo brancos (além de outras denominações populares e não-oficiais como, "mulato" ou "moreno"), e que se reflete ainda nos dias atuais. Porém, nos últimos anos se tem observado uma maior visibilidade ao negro brasileiro e a sua cultura, contribuindo assim para o aumento da consciência negra no País.

Capoeira na rua
Capoeira na rua

[editar] Pardos

Ao contrário do que muitos pensam, o termo pardo não foi criado censitariamente como uma categoria de cunho "étnico-racial" distinto ou como sinônimo de miscigenado, o termo passou a ser utilizado no censo do ano de 1872, com o intuito único de contabilizar de forma separada os negros (não importando se pretos ou miscigenados) ainda cativos, e os negros (não importando se pretos ou miscigenados) nascidos livres ou forros, vide :

  • "..um aspecto relativo à esta classificação, incluído na primeira operação censitária nacional, refletia o estatuto legal e oficial de parte dos habitantes do país: a sua condição de escravo. Diferenciados dos habitantes de condição livre e de origem africana, por naturalidade ou descendência,foram classificados maioritariamente como pretos, ou como pardos, na operação censitária. Por outro lado, contava-se com um razoável contingente da população negra livre na época, classificada como de cor parda em sua maior parte. Havia, então, uma forte identificação de preto com escravo, pela sua extensa justaposição, e de pardo com liberto ou descendente de escravo, produto do longo processo colonial de “mistura racial” da população euro-descendente com africanos e crioulos." (Petrucelli, 2003)

ou ainda

  • “Era a partir da separação entre homens livres e escravos que o perfil daquela sociedade recebia seus contornos mais nítidos e se projetava no censo de 1872” (Oliveira, 2003).

Com o fim da escravidão o termo perdeu seu sentido censitário original, mas continuou a ser utilizado como categoria "residual" para acomodar as respostas que não se enquadravam nas categorias previstas, o termo pardo foi utilizado em 7 dos 11 censos realizados (a exceção do de 1890 único que utilizou o termo "mestiço" e dos censos de 1900, 1920 e 1970 que excluiram o quesito cor), só a partir de 1950 é que com a auto-classificação o termo passou a constar definitivamente das opções censitárias, mas com o vínculo de origem africana da proposta original, dai o fato do IBGE acertadamente manter até hoje a mesma classificação que reflete de forma relativamente precisa a situação ëtnico-racial de mais de 92% da população nacional (alguma imprecisão pode ocorrer entre os menos de 8% da população e que habitam o norte do país, aonde apesar da expressiva origem indígena e do mito da não-presença negra persistir, a realidade e os trabalhos dos pesquisadores evidenciam também uma significativa e histórica presença de afro-descendentes, inclusive com dezenas de remanescentes de quilombos já identificados). vide:

"Em artigo recente sobre a presença negra na Amazônia de meados do XIX, Luís Balkar Pinheiro aponta para as limitações de abordagem encontradas na produção historiográfica e conclui que um de seus principais desdobramentos é o fato de que “o ocultamento da presença negra na Amazônia continua efetivo, mantendo incólume uma das mais graves distorções na escrita da história da região."(SAMPAIO,1999,s/p)

Os pardos compõem 38,5% da população brasileira, somando cerca de 70 milhões de indivíduos e estão espalhados por todo o território brasileiro. Consideram-se pardos todos os não-brancos (que não se classificam como pretos, indígenas ou amarelos) .

Oficialmente o IBGE considera os pardos brasileiros como sendo automaticamente afro-descendentes (população negra), há alguma polêmica em torno disso, pois conforme exposto, para menos de 8% da população a classificação não se aplica pois são majoritariamente fruto da mistura de brancos com índios ( popularmente conhecidos como caboclo ou mameluco), ou em casos raros de amarelos com brancos. A imprecisão aumenta ainda, conforme já exposto devido ao preconceito, pois muitos negros brasileiros se classificam como pardos e muitos pardos como brancos .


[editar] Amarelos

Uma mulher nipo-brasileira
Uma mulher nipo-brasileira

Os amarelos compõem 0,5% da população brasileira, somando cerca de 1 milhão de indivíduos. Estão concentrados em dois estados brasileiros: São Paulo e Paraná, embora populações menores estejam espalhadas por todo o teritório brasileiro. Consideram-se amarelos todos os descendentes de povos asiáticos

A grande maioria dos amarelos brasileiros são descendentes de japoneses que imigraram para o Brasil entre 1908 e 1960, devido à problemas econômicos. O Brasil abriga hoje a maior comunidade japonesa fora do Japão. Outros grupos amarelos menores são os chineses e coreanos.

[editar] Grupos Etnicos-raciais por Regiões Brasileiras

Na região Sul do Brasil predomina o elemento europeu - a começar pelos colonizadores açorianos no século XVIII, acrescidos por grandes levas de imigrantes alemães, italianos e eslavos durante o século XIX e XX.

Na região Sudeste do Brasil também predomina o elemento europeu - a iniciar por portugueses, acrescidos de imigrantes italianos, espanhóis e alemães nos séculos XIX e XX. Vale lembrar que os elementos africano e indígena se fizeram presentes, e no Estado de São Paulo o elemento asiático, composto sobretudo por japoneses e árabes, foi significativo.

Na região Nordeste do Brasil, predominam os elementos africano e europeu (portugueses), assim como a contribuição indígena.

Na região Norte do Brasil predomina o elemento indígena, acrescendo-se o branco e o negro.

[editar] Migrações internas

Cerca de um terço dos brasileiros não vive onde nasceu. As migrações internas respondem por boa parte desse terço, e se classificam basicamente em duas categorias: deslocamento do campo para a cidade (êxodo rural) - causadas pela falta de oportunidades de trabalho e serviços no campo e pela concentração fundiária - e migrações regionais, das quais os exemplos mais importantes foram:

  • o ciclo da mineração, em Minas Gerais, nos meados do século XVIII, que provocou um deslocamento da população litorânea para o interior do país;
  • o fluxo de escravos do Nordeste para as plantações de café de São Paulo e do Rio de Janeiro, em fins do século XIX;
  • o ciclo da borracha, na Amazônia, em fins do século XIX para o início do século XX, que atraiu muitas pessoas, especialmente do Nordeste;
  • a construção de Brasília, que deslocou mão-de-obra principalmente do Norte e Nordeste;
  • o desenvolvimento industrial, dos anos 50 em diante , na região Sudeste (principalmente São Paulo e Rio de Janeiro), que deslocou principalmente nordestinos.

Recentemente as migrações regionais mais importantes ainda são a de nordestinos para as regiões Sudeste e Sul, em busca de trabalho nos setores industrial, comercial e de serviços; ocorre, também, no Centro-Oeste e Norte, um fluxo de famílias ligadas ao meio rural, vindas principalmente da região Sul, graças à expansão da fronteira agrícola.

[editar] Raça e cor segundo o IBGE

O critério usado pelo IBGE para essa classificação é a auto-declaração, o que gera distorções na estatística, pois há um forte preconceito contra o negro(afro-descendente) no país, sendo que muitos pretos geralmente se declararam "pardo" e muitos pardos se declaram "brancos". Este termo, utilizado pelo IBGE, na prática acaba englobando todos os que se consideram não-brancos mas não se identificam como pretos, indígenas ou amarelos (asiáticos). Isto tem gerado controvérsia, uma vez que muitos dos contrários às políticas afirmativas ( entre elas a política de cotas raciais) não consideram todos os "pardos" como afro-descendentes.

[editar] A Carta Magna do Brasil e a Religiosidade Individual

Nem todos os brasileiros e brasileiras se consideram membros de qualquer religião, organizada ou não. Prevalece a liberdade de culto dentro do Estado Brasileiro. De acordo com a Constituição Federal, a participação de cidadãos/ãs brasileiros/as em quaisquer atividades religiosas no país é um direito e uma responsabilidade individual que não deve jamais ser abdicada, sofrer quaisquer tipos de coerções e/ou incitações. Nenhuma religião está acima das leis seculares vigentes em solo nacional.

Cerca de três quartos da população brasileira seguem a Religião Católica Romana, o que faz do país o maior em número absoluto de católicos no mundo. Há ainda um pequeno número de seguidores da Igreja Católica Apostólica Brasileira. Seguem o Protestantismo 15% da população (a maior parte através de igrejas evangélicas pentecostais), 1% é espírita, 0,5% é testemunha de Jeová e cerca de 7% não têm religião. Outras religiões que, apesar de poucos praticantes, merecem citação são as religiões de origem africana (praticadas por vezes em sincretismo com a religião católica), como a Umbanda e o Candomblé. O Judaísmo, o budismo, o islamismo e hinduismo (hare krisna) têm um número reduzido de seguidores no Brasil, geralmente concentrados em cidades do Sul, Sudeste ou Nordeste.

[editar] Deficiência

Mais de 24 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência. Cerca de 16,5 milhões possuem deficiência visual, 8 milhões possuem deficiências de locomoção, 5,5 milhões possuem deficiência auditiva, e quase 3 milhões possuem alguma deficiência mental. Há grande carência de obras adaptadas ao deficiente no Brasil, e nenhuma campanha específica nacional para resolver esse problema.

[editar] Língua

O português é a língua oficial e é falado pela população. O espanhol é entendido, em diversos graus, pela maioria das pessoas. O inglês é parte do currículo das escolas públicas e particulares, e o espanhol passou a fazer parte do currículo escolar nos últimos anos; o inglês é entendido e usado por poucas pessoas, especialmente nos centros comerciais e financeiros.

Cerca de 180 idiomas e dialetos dos povos indígenas são falados nas tribos, embora esse número esteja em declínio.

O português é a língua materna de 98% dos brasileiros, embora haja um expressivo número de falantes de línguas imigrantes, principalmente o alemão, falado em zonas rurais do Brasil meridional, sendo o dialeto Hunsrückisch o mais usado por cerca de 1,5 milhão de pessoas[Carece de fontes?]. O italiano é bem difundido por alguns descendentes de imigrantes que ainda não adotaram o português como língua materna em zonas vinícolas do Rio Grande do Sul, sendo o dialeto Talian o mais usado. Outras línguas faladas por importantes minorias é o japonês e outros idiomas imigrantes.

O Brasil possui aproximadamente 15% de analfabetos.

[editar] Ligações externas


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