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Hipnose

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Hipnose é um estado diferenciado de consciência, alterado em comparação com os estados ordinários de vigília e de sono, com elevada receptividade à sugestão por parte da pessoa que nele ingressa, por si mesma ou com intervenção de outra pessoa ou equipamento.

O termo "hipnose" (<grego hipnos = sono + latim osis = ação ou processo) deve o seu nome ao médico e pesquisador britânico James Braid (1795-1860), que o introduziu pois creu tratar-se de uma espécie de sono induzido. (Hipnos era também o nome do deus grego do sono). Quando tal equívoco foi reconhecido, o termo já estava consagrado, e permaneceu nos usos científico e popular.

Contudo, deve ficar claro que hipnose não é uma espécie ou forma de sono. Os dois estados de consciência são claramente distintos e a tecnologia moderna pode comprová-lo de inúmeras formas, inclusive pelos achados eletroencefalógráficos de ambos, que mostram ondas cerebrais de formas, freqüências e padrões distintos para cada caso. O estado hipnótico é também chamado transe hipnótico.

Índice

[editar] Generalidades

É um conjunto de técnicas psicológicas e fisiológicas usadas para a modificação gradual da atenção. Durante este processo, o grau de suscetibilidade à hipnose é medido pela capacidade dos pacientes em desconectar sua consciência do mundo exterior e se concentrar em experiências sugeridas pelo hipnólogo. Quanto maior for essa capacidade, maior serão as possibilidade do paciente desenvolver fenômenos hipnóticos sugeridos, dentre os quais podemos destacar: amnésia total ou parcial da experiência hipnótica, anestesia, modificação da percepção, alucinações, crises histéricas, aguçamento da memória, modificação nas respostas fisiológicas, entre outros.(LOPES,2005.)

Hipnose, no sentido de transe ou estado hipnótico, pode ser auto-induzida ou alter-induzida.

Hipnose auto-induzida, também chamada de auto-hipnose, consiste na aplicação das sugestões hipnóticas em si mesmo.

Hipnose alter-induzida pode, por analogia, ser chamada alter-hipnose — embora esta não seja expressão de uso corrente — e consiste na aplicação de sugestões hipnóticas por outra (latim alter = outro) pessoa (o hipnotizador) num aquiescente (hipnotizado, paciente).

Alguns especialistas afirmam que toda hipnose é, afinal, auto-hipnose, pelo fato de depender precisamente da aquiescência ou consentimento (num dado grau ou nível, ainda que incipiente) daquele que deseja ou, pelo menos, concorda com ser hipnotizado.

Na maioria dos indivíduos, é possível induzi-la com métodos e técnicas diversos.

Quando um hipnotizador induz um transe hipnótico, estabelece uma relação ou comunicação muito estreita com o hipnotizado. Isso, de fato, é essencial para o sucesso da hipnose.

Hipnose muitas vezes é empregada em tratamentos médicos e/ou psiquiátricos. Quando em uso médico — sendo o paciente submetido à hipnose, para o desejado fim teraêutico — fala-se apropriadamente em hipnose terapêutica (hipnoterapia).

Com efeito, é possível tratar alguns problemas de comportamento, como o tabagismo, as disfunções alimentares (como anorexia, bulimia, desnutrição e obesidade), bem como a insônia, entre tantos problemas, com o uso adequado e competentemente supervisionado da hipnose — a hipnoterapia.

Se é o terapeuta que se acha em estado ou transe hipnótico (usualmente auto-induzido, conquanto possa ser também alter-induzido) — e, nesse estado hipnótico, prescreve tratamento para a cura de doenças ao paciente em estado não-hipnótico, emprega-se o termo hipniatria, sendo que o terapeuta, neste caso, passa a ser chamado de hipniatra.

Contudo, a maioria dos médicos psiquiatras ainda acredita que as doenças psiquiátricas fundamentais têm melhor tratamento e, portanto, chance de sucesso ou cura, com o paciente em estado de consciência normal (desperto ou de vigília).

Em Anestesiologia', o termo hipnose pode referir-se ao estado de inconsciência temporário induzido pela administração de fármacos específicos, segundo a concepção original do termo, embora seja uso inapropriado do termo.

Algumas vezes, usa-se hipnose apenas com propósitos de apresentação circense ou assemelhada, conhecida como "hipnose de palco". Ao contrário do que algumas pessoas ignorantes pensam, muito raramente há charlatanismo, pois tal seria mais dificil de realizar que o show honesto.

E' frequentemente referido na literatura especializada, não ser possível o seu uso com propósitos antiéticos, visando obter de alguém (hipnotizado) alguma vantagem ou subserviência para fins escusos. Nesse ponto todos os hipnologos estão de acordo, pelo que ja' nem é tema de discussão técnica.

[editar] Notícias históricas

Franz Anton Mesmer (1734-1815) um médico que havia aprendido realizar curas com um padre, desenvolveu uma das primeiras técnicas de humanização em saúde. Mesmer elaborou o Magnetismo Animal, uma forma de psicterapia que aplicava passes com objetivo de conduzir as pessoas a um estado de transe onde ocorreria catarse. Mesmer foi acusado de charlatanismo, pois o Magnetismo Animal não possuia validação científica e usava teorias astrológicas para explicar as curas obtidas. Sua terapia passou a ganhar novos adeptos em vários países da Europa, tendo uma forte influência na "descoberta" da hipnose (LOPES, 2005). Até hoje se utilizam os termos mesmerizar e mesmerismo como sinônimos de hipnotizar e hipnotismo, dando-lhe, assim, o merecido reconhecimento na literatura até os dias atuais.

James Braid (1795-1860), iniciou a hipnose científica. Cunhou, em 1842, o termo hipnotismo (do grego hipnos = sono), para significar o procedimento de indução ao estado hipnótico. Hipnose, hipnotismo, ficou logo claro, eram termos inadequados (não se dorme durante o processo). O uso, porém, já os havia consagrado e não mais se conseguiu modificá-los, remanescendo até a atualidade.

James Esdaile (1808-1868), utilizou, como cirurgião, a anestesia hipnótica (hipnoanalgesia) para realizar aproximadamente 3.000 (três mil) cirurgias sem a necessidade de anestésicos químicos. Nestas estão incluídas até mesmo extração de apêndice entre outros procedimentos de grande vulto. Todas as cirurgias estão devidamente catalogadas. Talvez o método de Esdaile não tenha tido maior projeção científica porque, à mesma época, foram descobertos os anestésicos químicos (éter, clorofórmio e óxido nitroso) que passaram a fazer parte dos procedimentos médicos da nobreza européia. Curioso é saber que os anestésicos químicos mataram muito mais pessoas que se imagina, dada à ignorância das reações ao procedimento. Tal nunca ocorreu com a hipnose.

Ivan Pavlov (1849-1936), famoso neurofisiologista russo, conhecido por suas pesquisas sobre o comportamento, que foram o ponto de partida para o Behaviorismo e o advento da Psicologia Científica do Comportamento; estudou os efeitos da hipnose sobre o córtex cerebral e a indicação terapêutica deste tipo de intervenção.

Jean Charcot (1825-1893), conhecido médico da escola de Salpetriére (França), professor de Freud, estudou os efeitos da hipnose em pacientes histéricos. Charcot afirmava que apenas histéricos eram hipnotizáveis, mas outros médicos contemporâneos constataram que a hipnose é parte do funcionamento normal do cérebro de qualquer pessoa. Muitos dos erros cometidos por Charcot (e repetidos por Freud) levaram a crer na ineficácia da hipnose, o que foi rebatido anos depois.

Sigmund Freud (1856-1939), [[médico] neurologista, nascido na Morávia (atual República Tcheca), autor da maior literatura acerca do inconsciente humano, fundador da psicanálise, aplicou a hipnose profunda no começo de sua carreira e acabou por abandoná-la, pois, ele a utilizava para a obtenção de memórias reprimidas (Freud não sabia que nem todas as pessoas são suscetíveis à hipnose profunda facilmente).

Milton Erickson (1901-1980), médico psiquiatra americano, introduziu as técnicas modernas de hipnose. Costuma-se considerar que "Erickson está para a hipnose clínica como Freud está para a Psicanálise e Dumont para a Aviação". Foi com ele que nasceram as metáforas em hipnose e métodos modernos para alcançar a parte inconsciente da mente. Erickson iniciou nova era para os profissionais que utilizam a hipnose, com o fim da imposição para mero alívio de sintomas.

Irmão Vitrício (1916-) brasileiro do [[Rio Grande do Sul. Criou a técnica denominada Letargia. Vive em Minas Gerais e é Padre Marista. Entre os anos de 1950 e 1960, Irmão Vitrício foi notícia em jornais, livros e revistas brasileiros e estrangeiros, tendo sido convidado para dar cursos e palestras por centenas de profissionais de saúde pelo mundo. Autor de livro polêmico desde a ocasião de seu lançamento (1956), intitulado "Não leiam...", obra primeira a abordar a letargia.

Karl Weissmann (1911-1981), austríaco naturalizado brasileiro, autor do best-seller "Hipnotismo, técnica e aplicação", foi o introdutor da hipnose no Brasil, declarando que a hipnose é uma parte legítima da Psicologia.

Anatol Milechnin (1916-1986), nascido na Ucrânia, foi uma das pessoas mais elogiadas por Milton Erickson pelo excelente trabalho publicado em 1967: "Hypnosys", trabalho este premiado pela "Real Sociedade Britânica de Hipnose Terapêutica". Milechnin dizia que a hipnose é um estado emocional intensificado.

Galina Solovey, esposa de Milechnin, foi considerada a maior representante feminina da hipnose terapêutica no mundo. Autora do magnífico livro "A hipnose de hoje", publicação premiada pela "Real Sociedade Britânica de Hipnose Terapêutica".

Alberto Lerro Barreto (1915-), brasileiro de São Paulo, fundou a "Sociedade Paulista de Hipnotismo" em 1956, médico autor de livros traduzidos para o inglês e espanhol.

Paulo Paixão, juntamente com Irmão Vitrício, é o maior divulgador da hipnose no Brasil, especialmente a técnica da letargia, autor de diversos livros falando sobre o assunto, traduzidos para diversos idiomas. Paulo Paixão é também figura presente em uma boa parte da literatura séria sobre hipnose em todo o mundo. Conheceu pessoalmente todos os grandes nomes da hipnose da segunda metade do século XX, como Galina Solovey, Anatol Milechnin (de quem era amigo até seu falecimento), e o próprio Milton Erickson (de quem foi correspondente). Atualmente ensina a médicos, dentistas, terapeutas e psicólogos o bom uso das técnicas de hipnose.

[editar] Competência, método e técnica em hipnose

Método refere-se ao caminho utilizado por um sujeito para alcançar dado objeto; técnica, ao instrumento utilizado para esse fim.

Quanto ao método, é essencial que o hipnotizador estabeleça estreito vínculo de confiança com o intencionado a ser hipnotizado. Assim, a empatia entre ambos é, em realidade, o caminho através do qual a(s) técnica(s) poderá(ao) ser aplicada(s).

Conquanto médicos hipnoterapêutas possam reivindicar exclusividade em tal domínio, é também verdadeiro que hipnotizadores não-médicos podem desenvolver as habilidades de hipnose com perfeito sucesso em praticamente todas as áreas.

A questão da exigibilidade de formação médica pregressa e a subseqüente capacitação em hipnose passa pelos crivos (1) da competência médica [para conhecer do aspecto médico da questão] e (2) da competência legal [para poder, legalmente, exercer tal ofício, sem que se caracterize o exercício ilegal da Medicina).

É de se observar que países diferentes tratam diferentemente a matéria. Na Inglaterra e em muitos países europeus, não é exigida a formação médica pregressa para que o hipnotizador exerça efetivamente a hipnoterapia: basta que, submetido, a uma banca examinadora competente, comprove ser capacitado para tal. Nos Estados Unidos, porém, exige-se a formação médica pregressa para que alguém possa exercer clinicamente a hipnoterapia. O Brasil segue a mesma linha dos Estados Unidos.

Há todo um conjunto de técnicas desenvolvidas para levar o paciente a experimentar tal estado especial, entre elas:

  • Fixação do olhar;
  • Sugestões verbais;
  • Indução de relaxamento ou visualizações;
  • Concentração de foco de atenção, geralmente interiorizado;
  • Aplicação de estímulo de qualquer natureza, repetitivo, rítmico, débil e monótono;
  • Utilização de aparelhos eletrônicos, com estímulo de ondas cerebrais alfa.

[editar] Características do estado hipnótico

[editar] Transe hipnótico não é inconsciência

Embora durante a indução hipnótica freqüentemente se utilizem expressões como “durma e sono”, tal é feito porque tais palavras criam a disposição correta para o aparecimento do transe. Não significam, em absoluto, ingresso em estado inconsciente.

Traçados eletroencefalográficos de pacientes em transe, mesmo profundo, aparentemente adormecidos, revelam ondas alfa características do estado de vigília em relaxamento.

O paciente em transe percebe claramente o que ocorre à sua volta, e pode relatá-lo.

A parte mais importante da indução hipnótica se denomina rapport, que pode ser definido como uma relação de confiança e cooperação entre o hipnólogo e o paciente. Qualquer violação desta relação com sugestões ofensivas à integridade do paciente resultaria em interrupção imediata e voluntária do estado de transe por parte do mesmo. Infundado, portanto, o temor de revelar segredos contra a vontade ou praticar atos indesejados. Da mesma forma, a crença de que se pode morrer em transe ou não mais acordar é meramente folclórica e não corresponde à realidade. Um paciente "esquecido" pelo hipnólogo sairia espontaneamente do transe ou passaria deste para sono fisiológico em poucos minutos.

[editar] Hipnose como auto-hipnose

Na verdade o paciente não é propriamente hipnotizado, mas antes ensinado a desenvolver o estado de transe hipnótico. Tal só poderá ser realizado com seu consentimento e participação ativa e interessada nos exercícios propostos. A velocidade do aprendizado e os fenômenos que podem ou não ser desencadeados variam de pessoa para pessoa. O treinamento é composto de uma série de exercícios que vão aperfeiçoando a capacidade do indivíduo de aprofundar a sua experiência hipnótica.

[editar] Requisitos para aprender hipnose

O único pré-requisito para aprender hipnose é ser capaz de entender a palavra falada. Ao contrário do que muitos pensam, quanto mais inteligente e imaginativa a pessoa, de um modo geral maior a sua facilidade para entrar em transe. Não há distinção de origem étnica, sexo, grau de instrução, idade e posição social Crianças são especialmente suscetíveis à hipnose e os pais podem ser ensinados a utilizar técnicas de comunicação baseadas em sugestões hipnóticas para produzir grandes resultados. A hipnose não tem contra-indicações.

[editar] Hipnoterapia: aplicações

[editar] Tratamento de doenças orgânicas e funcionais

Há um número muito grande de doenças em que não existe lesão ou comprometimento da estrutura de determinado órgão. Estas doenças são conhecidas como doenças funcionais, e nesse grupo de patologias a hipnose, assim como o efeito placebo, obtém excelentes resultados.

Como exemplos de disfunções, citam-se:

  1. Neurológicas: Enxaquecas e outras cefaléias crônicas; certas tonturas e vertigens; zumbidos (tinnitus);
  2. Digestivas: Gastrites; dispepsias; obstipações; certas diarréias crônicas (síndrome do cólon irritável); halitose;
  3. Respiratórias: Asmas brônquicas; rinites alérgicas; roncos e apnéia do sono;
  4. Genitourinárias: Enurese noturna; incontinência urinária; disúria funcional; dismenorréia; tensão pré-menstrual.
  5. Sexuais: Impotência psicológica; frigidez e vaginismo; ejaculação precoce; diminuição do libido;
  6. Dérmicas: Urticária e outras alergias; doenças de pele associadas a fatores emocionais;
  7. Cardiovasculares: Hipertensão arterial essencial, certas arritmias cardíacas.

Em todas as outras doenças, hipnose também é indicada, podendo auxiliar quer no manejo dos sintomas desagradáveis ou ainda potencializando ou provendo os recursos de cura do próprio paciente.

Sabe-se hoje da íntima relação do sistema imunológico e fatores emocionais. A prática da hipnose pode predispor o organismo como um todo para a cura ou manutenção da saúde.

Obviamente não se indica a hipnose como tratamento isolado ou principal para doenças graves como o câncer. O paciente portador de câncer, entretanto, que receber treinamento em hipnose, pode precisar de menores doses de medicação analgésica, controlar melhor os efeitos adversos do tratamento quimioterápico e radioterápico, ter melhor apetite e disposição geral, além de uma postura mais positiva frente à doença e seu tratamento.

[editar] Tratamento de distúrbios psicológicos

  • Ansiedade, pânico, fobias, depressão e outros.

O sofrimento psicológico pode ser tão ou mais intenso e incapacitante quanto dor física.

As atuais técnicas psicoterápicas nem sempre são eficazes e por vezes são muito demoradas e onerosas.

Medicação, conquanto competentemente prescrita, está freqüentemente associada a efeitos colaterais, secundários desagradáveis. Afora o fato de, também com freqüência, não se conhecer medicamente, com a profundidade necessária e suficiente, da doença.

Quer seja prescrita e praticada por hipnólogo médico ou por médico prescrita / recomendada, porém praticada por hipnólogo não-médico, é inconteste que hipnose pode ajudar a aliviar os sintomas e trazer serenidade, ao capacitar a pessoa a apresentar respostas mais saudáveis aos estímulos do meio, à sua própria história pessoal e às suas emoções.

[editar] Tratamento e cura de hábitos e vícios

É natural o desejo humano de construir o mundo que o cerca através de suas próprias decisões. Muitas pessoas se acham aprisionadas por traços de personalidade indesejáveis ou vícios como o jogo, o etilismo, o tabagismo e a drogadição. A hipnose pode ajudar tais pessoas a expandirem o controle sobre suas vidas, devolvendo-lhes o poder de optar livremente, sem automatismos e a repetição de velhos hábitos nocivos.

[editar] Tratamento da disfunção alimentar

Em princípio, qualquer disfunção suscetível de psicoterapia, é tratável com hipnoterapia.

Assim, pois, as disfunções alimentares em geral: anorexia, bulimia, desnutrição e obesidade.

Emagrecimento saudável não pode ser obtido da noite para o dia. Pelo menos não sem impor riscos e agredir o organismo com cirurgias desnecessárias, dietas rigorosas e prejudiciais ou medicamentos perigosos. E mesmo assim tais resultados raramente são duradouros.

As diferenças entre uma pessoa obesa e uma magra vão muito além do que a balança e o espelho registram.

O tratamento baseado em hipnose propõe uma reestruturação da personalidade, na qual magreza e elegância acompanham mudanças profundas e definitivas na relação do indivíduo com o mundo.

[editar] Hipnose e a prática desportiva

Aprender hipnose pode ajudar o atleta a desenvolver uma atitude mais positiva e confiante em competições.

É possível aumentar a resistência física e psicológica ao esforço e estimular disciplina e motivação para o treinamento.

[editar] Analgesia em episódios de dor aguda ou crônica

Toda dor tem dois componentes: um físico, devido à lesão tecidual, e um psicológico, que amplifica a percepção desta dor. O emprego de técnicas hipnóticas pode desligar definitivamente o componente psicológico da dor, diminuindo por si só grandemente a necessidade de analgésicos. Excelentes resultados podem ser conseguidos também com o componente físico da dor, porém aí são freqüentemente necessárias sessões repetidas ou a prática de auto-hipnose. Lombalgias e outras dores de coluna, LER/DORT e fibromialgia, dor pélvica crônica e outras síndromes dolorosas respondem muito bem à hipnose.

[editar] Anestesia para procedimentos cirúrgicos

Na literatura médica há muitos relatos de cirurgias de grande porte realizadas com anestesia puramente hipnótica. Em nosso meio tais estudos estão se iniciando, e várias pequenas cirurgias já foram realizadas tendo a hipnose como método único de anestesia. Mesmo nas ocasiões em que a anestesia química é empregada, o uso de hipnose diminui consideravelmente a quantidade de medicamentos empregados. Embora seja ainda um método experimental que não substitui a anestesia convencional, há evidências de que é uma ótima alternativa para pacientes que por quaisquer motivos não podem submeter-se a anestesia por drogas.

[editar] Hipnose em obstetrícia

A obstetrícia é a área da medicina em que a hipnose se encontra mais difundida, devido aos seus resultados impressionantes. Gestação e parto são fisiológicos e naturais, e a hipnose pode ajudar a:

  1. Aliviar a hiperemese gravídica (vômitos da gravidez), dores lombares e urgência miccional;
  2. Disciplinar a alimentação da gestante, evitando ganho excessivo de peso;
  3. Fazer profilaxia da DHEG (doença hipertensiva específica da gestação);
  4. Promover analgesia durante o parto, relaxamento muscular e tranqüilidade (parto sem dor);
  5. Diminuir a incidência de distócias e outras complicações;
  6. Fazer profilaxia da depressão pós-parto e estimulação da lactação.

[editar] Hipnose no auxílio ao aprendizado

Hipnose pode auxiliar no progresso nos estudos e aumentar a chance de aprendizado em cursos e estudos regulares, bem como na aprovação em concursos.

É possível:

  1. Expandir a capacidade de memorização;
  2. Auxiliar a estabelecer maior disciplina na rotina de estudos;
  3. Motivar o aprendizado;
  4. Desenvolver serenidade, fundamental para o bom desempenho em provas.

[editar] Relaxamento e redução de estresse

Perigos reais e sobrecargas mesclam-se com as exigências da vida nas cidades.

Preocupações profissionais invadem e destroem os momentos de lazer e intimidade com a família. Vive-se constantemente em prontidão, em modo de "lutar ou fugir", a resultar hiperatividade crônica do sistema nervoso autônomo simpático e em muitos efeitos nocivos ao organismo.

O uso da hipnose (ou auto-hipnose) podem ser providenciais recursos para restaurar a harmonia e o bem-estar, pessoal e/ou convivencial.

[editar] Hipnose e insônia

O sono tem uma arquitetura toda especial, e é constituído de diversas fases, essenciais para a recuperação das funções mentais e do organismo como um todo. Os medicamentos para dormir afetam esta arquitetura e diminuem a qualidade do sono. A aplicação de técnicas hipnóticas pode ser efetiva no combate à insônia.

[editar] Auto-hipnose

Já foi dito que, segundo vários especialistas, toda hipnose é, na verdade, uma auto-hipnose.

Auto-hipnose é uma habilidade extremamente útil para a promoção de saúde e bem-estar.

A melhor maneira de aprender a entrar em transe hipnótico é receber treinamento por um hipnólogo. Via de regra, ensinar auto-hipnose é o último passo de todo tratamento com hipnose, dotando o paciente de um recurso valioso na busca de seu próprio aprimoramento pessoal.

Também pode ser utilizada apenas para atingir estado de relaxamento profundo, dormir melhor, melhorando, pois, a qualidade de vida.

[editar] Hipnose e desempenho pessoal

É uma ambição universal querer ser uma pessoa melhor, considerados todos os aspectos: pessoal, familiar, profissional social etc..

Aprender coisas novas, ter versatilidade e fazer cada vez melhor o que já se faz bem é anseio comum.

Através da prática da hipnose é possível suprir deficiências ou estimular traços de personalidade desejáveis, como a autoconfiança e a liderança, vencer a timidez, progredir nas relações pessoais e de trabalho ou superar suas limitações quaisquer que sejam.

[editar] Hipnose criminalística e forense

Uma das aplicações da hipnose, para fins de investigação criminalística e prática forense, é a possibilidade de regressão do paciente à lembrança de fatos passados, distantes no tempo.

Pela hipnose é possível a regressão de memória, em dias, meses e até mesmo anos. Aqui se encontram as aplicações em vítimas ou testemunhas de um crime, uma vez que fatos passados são relevantes para as investigações policiais.

No Brasil, o Instituto de Criminalística do Paraná é o primeiro, desde 1983, na associação da hipnose como técnica auxiliar as investigações criminais e, também, na confecção do retrato-falado hipnoassistido.

Tais experimentos obtiveram ótimos resultados, tendo sido criado oficialmente em dezembro de 1999, o primeiro Laboratório de Hipnose Forense, considerado o único do país.

[editar] Hipnose, Misticismo e Parapsicologia

As possibilidades da percepção humana vão muito além do já explorado.

Em sessões de hipnose é freqüente observar fenômenos que costumam ser atribuídos à competência da Parapsicologia. Contudo, a bem de não se recair em imponderações científicas, ou mesmo propensões de fundo sectário qualquer (espiritual, religioso etc.), é preciso cautela a respeito, pois muitos casos que são referidos como manifestações parapsicológicas são, em realidade, manifestações ou expressões, sim, de outros estados da consciência — estados alterados da consciência.

Fenômenos assim podem ser provocados e treinados por sugestão ou podem aparecer espontaneamente. Mas, em qualquer caso, podem ser examinados em estado hipnótico. Muitos pacientes experimentam a sensação de flutuar fora do próprio corpo e poderem se deslocar a outros lugares. Outros afirmam saber o que ocorre à distância etc..

Costuma-se, também, associar à hipnose o suposto acesso a vidas passadas, que traria, também, por suposto, a conexão com a idéia de reencarnação. Contudo, a bem do rigor científico e da seriedade que deve pautar toda investigação da / na natureza, o que quer que se dê durante sessões de regressão hipnótica para além da "fronteira anterior ao nascimento" da pessoa hipnotizada nada permite afirmar inequivocamente, a favor ou contra, a preexistência da pessoa em vida(s) passada(s), como pretendem os reencarnacionistas.

Tudo o que se pode inferir de modo cientificamente válido é que "algo como um complexo de elementos eventualmente pertencentes ao inconsciente coletivo — um arquétipo coletivo — possa, de algum modo, ser acessado por hipnose".

A mesma cautela deve ser reportada no trato da chamada Terapia de Vidas Passadas – TVP, de modo que, com ou sem hipnose, não se façam afirmações eventualmente infundadas, não suportadas por citérios observantes do método científico.

Qualquer incursão afirmativa em favor ou contra tal matéria será, pois, parcial, ou tendenciosa — além de infundada segundo os cânones do método científico — razão pela qual devem restringir-se aos domínios específicos desse estudo.

Hipnose é, pois, em última análise, um estado especial de consciência, com todas as suas idiossincrasias que a caracterizam univocamente, e pode ser utilizado em benefício so ser humano em praticamente todas as facetas da sua vida, como visto.

Hipnologia, como estudo da hipnose, é um instrumento de estudo da mente humana, sob o aspecto da consciência, capaz de suscitar respostas impressionantes. Contudo, há muito a ser conhecido e explicado a respeito.

[editar] Disposições legais

A legislação do Brasil permite o uso clínico e terapêutico da hipnose apenas a médicos, odontólogos e psicólogos, e cada qual em sua área específica de atuação.

Há controvérsia sobre se outros profissionais da área de saúde, tais como fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, enfermeiros e paramédicos, entre outros, poderiam beneficiar a seus pacientes, aprendendo e utilizando técnicas de hipnose.

De um lado, há aqueles que consideram a hipnose adequada apenas se receitada através de um diagnóstico médico específico. E há outros que a consideram principalmente uma experiência de superaprendizagem inconsciente, e assim poderia ser uma ferramenta útil para um maior número de profissionais.

Por outro lado, aqueles que defendem a sua disseminação destacam a quantidade de benefícios que pode trazer, se mais praticantes preparados e certificados em hipnose pudessem oferecer o seu trabalho à população, seja na redução de distúrbios psicossomáticos, como também evitando justamente o mau emprego da hipnose - hoje tão comum - por praticantes não-oficialmente regulamentados.

[editar] Ver também

[editar] Ligações externas

  • Amplas:
  1. Hipnose
  2. História da hipnose
  • Hipnose e Psicologia:
  1. Comportamento.net
  • Hipnose e Criminalística
  1. Hipnose criminalística e forense
  2. Polícia científica
  • Hipnoterapia:
  1. Hipnose e Neurolingüística I
  2. Hipnose e Neurolingüística II
  3. Sociedade Brasileira de Hiponose, Pagina oficial

[editar] Referências Bibliográficas

  • LOPES, Leon. Sugestões que curam: a hipnose como recurso terapêutico em saúde mental. Monografia de Graduação em Psicologia. Universidade de Fortaleza - UNIFOR, 2003. (http://www.comportamento.net/artigos/monograf.htm, acesso em 2005.07.18).
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