Mikoyan-Gurevich MiG-31
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O MiG-31, codinome da OTAN "Foxhound", trata-se de um interceptador biposto (2 lugares) para operação em quaisquer condições climáticas. É ainda hoje o maior caça do mundo, pesando aproximadamente 41.000 kg com armamento completo e tanques cheios, que podem levar até 16.350 kg de combustível. O interceptador tem uma envergadura de 13,46 metros, 22,69 metros de comprimento e 6,15 metros de altura. O MiG-31 não foi construído visando a manobrabilidade, mas sim como uma plataforma extremamente rápida, equipada com um radar que possibilite o lançamento efetivo de suas armas. Nessa função, sua performance é impressionante. O Foxhound pode voar em cruzeiro a Mach 2.35 e alcançar a velocidade máxima de Mach 2.83. No entanto, devido aos efeitos do calor, que se tornam críticos acima de Mach 2.65, vôos em grandes velocidades só são autorizados durante 21 minutos. Ao nível do mar, o Foxhound pode alcançar 1.500 km/h e tem um alcance máximo (incluindo tanques externos) de 3.300 km. Contudo, os alcances de interceptação são os mais importantes: a Mach 2.35, são 720 km; a Mach 0.85, 1.200 km. Com tanques extras, o último sobe para 1.400 km. A aeronave possui ainda capacidade de reabastecimento em vôo, o que faz com que sua permanência no ar seja limitada apenas pela fadiga dos tripulantes.
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[editar] História
O MiG-31 "Foxhound" pode ser considerado uma versão maior e mais evoluída do MIG-25 "Foxbat", este desenvolvido na década de 1950 e lançado em 1967. Seu desenvolvimento remonta ao ano de 1972, com uma estrutura de fuselagem construída em materiais nobres, com grande aplicação de titânio e outras ligas metálicas compostas, visando agregar resistência ao enorme calor gerado nos vôos em velocidades acima de Mach 2,5. Como seu antecessor, foi desenvolvido originalmente para interceptar os aviões de espionagem e os bombardeiros estratégicos norte-americanos de grande altitude que estavam em desenvolvimento no final da década de 1960. O MiG-31 voou pela primeira vez em 1975 com sua produção em série iniciada em 1979. Foi colocado em serviço ativo a partir de 1982 na Força Aérea da antiga União Soviética.
Seu grande diferencial foi, na época, a eletrônica digital de seus aviônicos e o radar de antena fixa e abertura sintética Zaslon N-007, que nas primeiras versões podia rastrear alvos até 198 Km de distância, podendo gerenciar e acompanhar até 10 alvos, sendo 4 simultaneamente, em praticamente qualquer direção ao redor do aparelho e tanto acima quanto abaixo do mesmo. Isso era uma evolução fantástica à época, já que os radares aéreos então existentes, em sua maioria, limitavam-se a rastrear alvos à frente do avião transportador, cobrindo um pequeno leque de cerca de 35° para cada lado e de 20° a 40° acima ou abaixo, sempre em direção à frente da aeronave, com suas antenas sendo movimentadas mecanicamente. No radar Zaslon, a antena era fixa e o sinal era movimentado eletronicamente, com a fuselagem toda do avião funcionando como antena.
Outro destaque era seu sistema de armas, originalmente composto por mísseis ar-ar de longo alcance guiados por radar R-33 (AA-9 "Amos", segundo a designação padrão da OTAN), misséis de médio alcance R-40 (AA-6 "Acrid"), e mísseis de curto alcance R-60 (AA-8 "Aphid") e R-73 (AA-11 "Archer"). Um canhão rotativo de 6 canos GsH-6-23, de 23 mm de calibre e com 260 cartuchos de munição também compunha o arsenal original do interceptador russo.
Durante os seus anos de serviço o MiG-31 foi sofrendo modificações e aperfeiçoamentos, tanto em seus aviônicos quanto em seus sistemas de armas e motores. A primeira versão aperfeiçoada foi a MiG-31B, introduzida em 1990, com novos aviônicos, como painéis multi-função tipo CRT coloridos e novos sistemas de contra-medidas eletrônicas e uma nova versão do radar Zaslon, o S-800. Uma versão de testes, equipada com armas anti-satélite do tipo ASAT foi desenvolvida (MiG-31D), da qual foram produzidos apenas 2 exemplares.
Em 1999 outra versão, a MiG-31M foi introduzida em serviço, a partir da "upgrade" de unidades das versões anteriores. Suas principais inovações foram o novo radar Zaslon-M SBI-16, com alcance ampliado para cerca de 400 Km e capacidade para gerenciar e rastrear até 24 alvos simultaneamente. Novos mísseis foram incorporados ao seu sistema de armas, incluindo os novos mísseis de longo alcance R-37 (AA-13 "Arrow") e de médio alcance R-77 (AA-12 "Adder"). O canhão rotativo de 6 canos GsH-6-23, de 23 mm foi suprimido e em seu lugar foram adicionados 2 cabides semi-embutidos na fuselagem para acomodar 2 mísseis R-37 adicionais. Esta versão é hoje a mais recente e moderna em serviço ativo. Há ainda uma versão com capacidade de atacar alvos em terra (MiG-31BM), equipada com uma nova versão de radar e outros equipamentos para essa finalidade, mas segundo se sabe, poucos exemplares foram produzidos, apenas para testes.
[editar] Armamento
A carga de armas máxima de um MiG-31M, versão mais recente, é composta da seguinte combinação, totalizando até 9.000 Kg de peso:
- 6 mísseis ar-ar R-37 (AA-13 "Arrow") de longo alcance, carregados aos pares nos recessos sob a fuselagem;
- 4 mísseis ar-ar R-77 (AA-12 "Adder") de médio alcance nos cabides internos das asas;
- 4 mísseis ar-ar R-73 (AA-11 "Archer") de curto alcance, nos cabides externos das asas.
Podem ser montadas outras combinações de armamento nos pontos sob as asas, de acordo com a missão, com a supressão dos mísseis dos cabides internos das asas em favor da instalação de tanques auxiliares de combustível, para ampliar o raio de ação.
[editar] Operadores
Comprovadamente, dois países operam o MiG-31 Foxhound em suas diversas versões: a Rússia, que possui a maior frota ativa, com cerca de 320 aparelhos e o Cazaquistão, ex-integrante da URSS, que herdou cerca de 50 aparelhos com a sua independência. Existem informações de que o Irã teria importado o caça, e de que a China passou a produzir sob licença uma versão local, com novos aviônicos e versões locais dos mísseis russos originais.
