Noise
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Noise é o nome dado a um estilo musical que utiliza majoritariamente sons considerados, em circunstâncias comuns, desconfortáveis ou irritantes.
Algumas pessoas acham que é contraditório considerar o estilo (traduzido literalmente para barulho) música, já que barulho é geralmente definido como som que não é agradável, estrurado, nem proposital, ao contrário da música. Por outro lado, barulho pode se referir a qualquer som extremamente alto ou discordante, que freqüentemente é a base do estilo.
Além do mais, como dito pelo famoso músico noise Masami Akita, "Se com noise você quer dizer som desconfortável, então música pop é noise para mim.". Música noise não é barulho para seus ouvintes, mas certamente é "barulhenta", num sentido mais geral do termo.
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[editar] Musicologia
A música noise pode ser relacionada à Música industrial, particularmente em seu momento inicial, compartilhando o espírito de independência e experimentalismo, o uso de fontes "não-musicais", e o fascínio pelas qualidades hipnóticas e "mágicas", da própria estrutura do som.
Comparativamente abrasiva e pesada, o noise pode ser de difícil escuta para muitas pessoas, variando desde a música pesada e incansável de Masonna, até as estruturas sonoras mais detalhadas e complexas de Otomo Yoshihide.
[editar] Historia
[editar] Luigi Russolo e "A Arte dos Ruídos"
Luigi Russolo, um pintor futurista do começo do século 20, provavelmente foi o primeiro músico noise. Em seu manifesto L'Arte de Rumori (A arte dos barulhos), datado de 1913, ele propôs que a revolução industrial deu ao homem a capacidade de apreciar sons mais complexos (Ver dissonância cognitiva). Russolo considerava a música tradicional limitada, e percebeu na música noise, uma substituta.
Ele projetou e construiu vários dispositivos geradores de barulho, chamados de Intonarumori, e compôs uma orquestra com eles. A apresentação do seu Gran Concerto Futuristico, em 1917, causou grande desaprovação, e até violência, por parte do público. Nenhum de seus instrumentos sobriviveu aos dias de hoje.
Apesar da música de Russolo ter pouco a ver com a música noise moderna, seu trabalho pioneiro foi essencial nesse momento inicial do estilo, e ele certamente influenciou muitos artistas.
[editar] Outros compositores pioneiros
Começando na década de 20, vários compositores (em particular Edgard Varèse e George Antheil) começaram a usar instrumentos mecânicos simples, como a pianola e a sirene, em suas composições, referenciando o "barulho" do mundo moderno.
John Cage começou a compôr sua série de Imaginary Landscapes em 1939, que continham elementos como percussão, gravações de som e rádios.
Após a segunda guerra mundial, outros compositores, incluindo Pierre Schaeffer, Iannis Xenakis, e Karlheinz Stockhausen), começaram a fazer experimentações com sintetizadores primitivos, fita magnética e rádio para produzir música eletrônica, que freqüentemente continua sons e estruturas abstratas.
[editar] Entre o Punk e o Minimalismo
Um dos pais do Punk rock, o The Stooges, utilzava nas suas primeiras apresentações liquidicadores com pedais de fuzz e percussão em tóneis gigantes. Outro pai do Punk, Lou Reed, lançou em 1975 o LP dúplo Metal Machine Music, que é um exemplo famoso de noise antigo. Um comparsa dos tempos do The Velvet Underground, John Cale, compartilhava no Eternal Dream Theatre (junto com Tony Conrad e LaMonte Young), em meados da década de 60, uma música que também poderia ser citada com uma possível precursora do noise. (Veja a versão em CD do Inside the Dream Syndicate Volume 1: Day of Niagra).
[editar] Boyd Rice
O arquivador e escritor estadunidense Boyd Rice foi um grande propagador do movimento. Começando em 1975, Boyd começou a experimentar com as possibilidades do som. Em seus shows, ele criava texturas sonoras com ruídos extremamente corrosivos (e, não raramente, em alturas inaudível altas), provenientes de equipamentos como furadeiras, polidores de sapatos e guitarras preparadas, e as misturava com gravações de praticamente qualquer coisa. O LP Pagan Muzak, de Rice, de 1978, pode ser considerado o início do gênero.
[editar] Japão
Originalmente influenciado por bandas européias como Whitehouse, o noise japonês aprimorou o estilo, tornando-o ainda mais denso e agressivo, e criou suas próprias características, influenciando de volta as futuras bandas do ocidente.
Também conhecido como Japanoise, geralmente é associado com a cacofonia das bandas mais pesadas do estilo, que inclui ruído branco, pulsos não lineares, batidas e samples. Desde da década de 80, este tem sido o estilo mais prolífico, fazendo com que o noise seja associado ele. Além disso, a popularidade de diversos músicos noise, como Merzbow, Otomo Yoshihide, KK Null, Masonna, The Gerogerigegege e Hanatarash fez do Japão uma Meca desse estilo, apesar dele, em termos de vendas, ser tão popular lá quanto na Europa ou na América. Mesmo assim, comparando aos outros estilos de música, o noise recebe um reconhecimento maior no Japão, e é feito um número comparativamente alto de shows e performances com os artistas do estilo.
Além disso, há pouco tempo, está ficando mais prevalecente um sub-estilo de noise (talvez melhor definido como uma improvisação eletro-acústica) que se concentra no silêncio, em tons puros, na estática e no espaço. Ele está centrado no clube Off Site, em Tóquio, e inclui artistas como Sachiko M, Otomo Yoshihide, Toshimaru Nakamura, e Taku Sugimoto.
Como a maioria das descrições de gêneros musicais, ela cria uma impressão indesejável, no caso, de que este estilo de improvisação tem uma forma fixa (obviamente o fim para qualquer tipo de improvisação), mas, por enquanto, é usada como uma maneira simples de categorizar esse estilo de música japonesa moderna improvisada.
[editar] Misturando estilos
Nos últimos anos, artistas europeus associados com jazz, "electronica" e black metal estão ativo no cenário Noise.
No Canadá, a Nihilist Spasm Band vem fazendo noise acústico há décadas. No começo da década de 90, as operas noise de Lisa Crystal Carver e Costen em Suckdog colocaram uma nova ênfase no drama e na histrônica no noise. Isso levou, em parte, ao movimento "free glam" de Chicago, adicionando uma ênfase à dissonância social e cultural no conceito de noise. Também de Chicago nasce o Wolf Eyes.
O chamado "noise rock" mistura Rock and roll com noise, numa música com instrumentos convencionais de rock, mas com grande distorção e uso de efeitos eletrônicos, e diferentes graus de atonalismo, improvisação e "ruído branco". Vários bandas já foram estampadas com esse rótulo, indo de Boredoms até Sonic Youth (e My Bloody Valentine). Comparado ao noise, este estilo é muito mais tradicional, e, de vez em quando, tem algumas similaridades com o grindcore. O nome "noisecore" também é usado para referenciar bandas de "techno hardcore" ou rock influenciadas pelo noise.
Fãs do gênero geralmente distingüem o "Harsh noise", o estilo denso e abrasivo de Merzbow, Masonna e outros, de outros sub-estilos como "noise rítmico", realizado pelo grupo brasileiro Gengivas Negras, "power electronics", "free noise", e outros. Por outro lado, algumas bandas de techno industrial tem nomes parecidos (como "Power noise", que é um estilo comparativamente convencional de música, pode confundir com "Power electronics", um estilo corrosivo de noise, famoso pela banda Whitehouse).
Outros artistas já experimentaram com a textura e a modulação de diversos sons, incluindo os gravados manualmente usando microfones, criando melodias mais "musicais", e as transformando em um noise lo-fi de terror. Podemos citar MZ-412, Intimus Universum, Kakawaka, e outros que misturam o noise com o Dark ambient e alguns estilos de Illbient.
Uma possível contribuição do noise a toda a música, foi questionar o que é "músical", e o que não é. Hoje em dia, por exemplo, em muitos gêneros, como o Techno e o Hip-hop, são usados livremente sons que poderiam ser considerados barulho outrora.
[editar] Ver também
- dicionário noise de alphamanbeast (em inglês)
- Música Noise na Uncyclopedia (sátira)
- Noise rock
- Lista de artistas noise