Paraty
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Município de Paraty | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Paraty[1] ou Parati é um município brasileiro no Sul do estado do Rio de Janeiro, microrregião da Baía da Ilha Grande, mesorregião Sul Fluminense.
Muito antiga para os padrões brasileiros, a cidade foi povoada entre 1533 e 1560, em 1667 teve sua emancipação política decretada pelo rei de Portugal, tornando-se uma vila independente de Angra dos Reis.
Junto ao oceano, entre dois rios, Paraty está a uma altitude média de apenas 5 metros. Hoje é o centro de um município com 930,7 km² com uma população de 33.062 habitantes (densidade demográfica: 35,6 h/km²).
A cidade já foi sede do mais importante porto exportador de ouro do Brasil, durante o período colonial.
Índice |
[editar] História
Nos primeiros anos do descobrimento, já era conhecida dos portugueses a trilha aberta pelos índios goianases ligando o Vale do Paraíba às praias de Paraty. Por ela passaram expedições de apresamento de indígenas.
No entanto, somente em 1630 haveria de ocorrer o povoamento da região quando Maria Jacome de Melo recebeu em doação uma área cortada pelo rio Paratii-guaçu, dentro da Capitania de São Vicente. A primeira construção de que se tem notícia é uma capela dedicada a São Roque, no Morro do Forte.
Até 1636 o povoado original se fixou no morro, em torno da capela, permanecendo os goianases aldeados à beira-mar. Naquele ano, Maria Jacome doou parte de sua sesmaria para nela se estabelecer a futura Vila de Paraty, no lugar onde está hoje o Centro Histórico, com a condição de que os índios não fossem molestados. Erigiu-se então a capela dedicada a Nossa Senhora dos Remédios.
A partir de 1654 várias rebeliões ocorrem entre os moradores que queriam torná-la independente de Angra dos Reis, mas somente em 1667 é criada a Vila de Nossa Senhora dos Remédios de Paraty.
Em 1702, o Governador do Rio de Janeiro determina que todas as mercadorias (inclusive o ouro) somente poderiam ingressar na Colônia pela cidade do Rio de Janeiro e daí tomar o rumo de Paraty, de onde seguiriam para Minas Gerais pelo antiga trilha indígena já pavimentada com pedras irregulares, que passou a ser conhecida por Caminho do Ouro.
A notícia da descoberta do ouro chega a Lisboa, que mobiliza uma grande frota com destino à colônia. Atrai também a cobiça de corsários ingleses e franceses. As costas de Paraty tornam-se cenário de constantes batalhas navais.
A proibição pelos portugueses de transporte de ouro pela estrada de Paraty, a partir de 1710, faz os paratienses se rebelarem. A medida é revogada, mas depois restabelecida. Este fato, mas principalmente a construção de uma estrada ligando o Rio de Janeiro às Minas Gerais, levam o movimento em direção à vila a diminuir.
Sem contar com a riqueza produzida pelo transporte de ouro, os habitantes da vila dedicam-se a partir do século XVII à produção de aguardente, que passou a ser chamada justamente de parati. Já em 1820 eram 150 destilarias em atividade.
Para burlar a proibição ao tráfego de escravos, decretada pelo regente Padre Diogo Feijó, o desembarque de africanos passa a ser feito em Paraty. As rotas, por onde antes circulava o ouro, são usadas então para o tráfego e para o escoamento da produção cafeeira do Vale do Paraíba.
Com a chegada da via férrea à Barra do Piraí (1864) a produção passa a escoar por ali, condenando de vez Paraty à decadência.
A cidade somente se recuperaria em 1954, com a reconstrução da estrada que a ligava ao Estado de São Paulo, e se torna lugar de interesse turístico.
Em 1958, Paraty é tombada pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
[editar] Turismo
Paradoxalmente, o longo processo de estagnação a que Paraty foi submetida resultou fundamental para manter intacto o casario colonial, no conjunto conhecido como Centro Histórico, e torná-la um dos destinos turísticos mais procurados do Brasil.
Pelas ruas de pedra irregular circulam à pé – a entrada de veículos é proibida - turistas do mundo inteiro, atraídos pela beleza da arquitetura típica do Brasil Colônia. Demoram-se pelas casas históricas, transformadas em pousadas, restaurantes, lojas de artesanato e museus, em meio a músicos populares e a estátuas vivas, homens e mulheres que se cobrem de pó branco, similar ao mármore, e permanecem imóveis por horas.
De repente, o turista pode se deparar com alguma celebridade , como os atores Paulo Autran e Maria Della Costa, o navegador Amyr Klink ou alguém da família real brasileira, entre tantas que escolheram Paraty para viver.
Também é imprescindível fazer um passeio de escuna pelas ilhas da região.
A rede hoteleira é formada de pequenas pousadas, muitas situadas no próprio Centro Histórico.
[editar] Cultura
Vários eventos culturais têm Paraty como sede. Mas nenhum é mais concorrido e conceituado do que a Festa Literária Internacional - FLIP.
Realizada desde 2003, conta com a presença de escritores nacionais e estrangeiros que participam de palestras e debates nos prédios históricos ou em tendas armadas nas ruas. A cada ano a festa é dedicada à memória de um grande escritor já morto, na primeira o homenageado foi Vinicius de Moraes.
Paraty se integra assim a um circuito de festivais literários que se realiza pelo mundo inteiro em lugares tão diferentes entre si como Toronto, no Canadá, e Mãntua, na Itália.
[editar] Observações
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Nota ortográfica: Segundo as normas ortográficas vigentes da língua portuguesa este topônimo deveria ser grafado Parati. |
A grafia correta é Parati pois prescreve-se o uso da letra "i" para palavras de origem tupi. O nome vem do tupi Peixe Branco (referindo-se a uma espécie de peixe - Mugil curema). Ao longo dos anos, a grafia foi alterada para pira'ty, paraty e finalmente para parati. Também pode designar um tipo de cachaça da região.