Transportes no Brasil
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O intuito de criar uma rede de transportes ligando todo o país nasceu com as democracias desenvolvimentistas, em especial as de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitscheck. Àquela época, o símbolo da modernidade e do avanço em termos de transporte era o automóvel. Isso provocou uma especial atenção dos citados governantes na construção de estradas. Desde então, o Brasil tem sua malha viária baseada no transporte rodoviário.
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[editar] Rodovias
Apesar de ter as rodovias como principal forma de trânsito a nível nacional, estas não compreendem uma rede eficaz, segura e moderna. Grande parte das ligações interurbanas no país, mesmo em regiões de grande demanda, ainda se dão por estradas de terra ou estradas com pavimentação quase inexistente. Durante a época de chuvas, a maioria das estradas enche-se de buracos, sendo comuns, ainda que em menor quantidade, deslizamentos de terra e quedas de pontes, provocando muitas vezes prejuízos para o transporte de cargas bem como acidentes e mortes.
As rodovias do país que se encontram em boas condições geralmente estão sujeitas a pedágios, tais como a Rio-Juiz de Fora e a Régis Bittencourt. O transporte rodoviário de passageiros do país compreende uma rede extensa e intrincada, sendo possíveis viagens que, devido à sua duração, em outros países, só são possíveis por via aérea.
[editar] Ferrovias
A malha ferroviária brasileira é pequena e obsoleta. Os serviços de passageiros praticamente acabaram, e os de carga subsistem em sua maioria para o transporte de minérios. A única linha de passageiros que ainda preserva serviços diários de longa distância com relativo conforto é a ligação Belo Horizonte-Vitória. Entretanto, ainda existem algumas ferrovias de interesse exclusivamente turístico em funcionamento, tais como Curitiba-Paranaguá.
[editar] Aerovias
[editar] Histórico
A aviação iniciou-se no Brasil com um vôo de Edmond Plauchut, a 22 de Outubro de 1911. O aviador, que fora mecânico de Santos Dumont em Paris, decolou da praça Mauá, voou sobre a avenida Central e caiu no mar, de uma altura de 80 metros, ao chegar à Ilha do Governador. Era então bem grande o entusiasmo pela aviação. Em 17 de Junho de 1922, os portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral chegaram ao Brasil, concluindo seu vôo pioneiro, da Europa para a América do Sul. E em 1927 seria terminada, com êxito, a travessia do Atlântico, pelos aviadores brasileiros, João Ribeiro de Barros e Newton Braga, no avião "Jaú", hoje recolhido ao Museu do Ipiranga.
O ano de 1927 é o marco da aviação comercial brasileira. A primeira empresa no Brasil a transportar passageiros foi a Condor Syndikat, no hidroavião "Atlântico", ainda com a matrícula alemã D-1012 que, em 1° de janeiro de 1927 transportou, do Rio de Janeiro para Florianópolis, o então Ministro da Viação e Obras Públicas, Vitor Konder. A 22 de fevereiro, iniciava-se a primeira linha regular, a chamada "Linha da Lagoa", entre Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande. Em junho de 1927, era fundada a Viação Aérea Rio-Grandense (Varig), sendo transferido para a nova empresa o avião "Atlântico", que recebeu o prefixo nacional P-BAAA. A 1° de dezembro do mesmo ano, a Condor Syndikat, que acabara de inaugurar sua linha Rio - Porto Alegre, foi nacionalizada, com o nome de Sindicato Condor Limitada, sendo rebatizada, durante a II Guerra Mundial, com o nome de Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul (absorvida nos anos 80 pela Varig). Em novembro de 1927 (inaugurando a linha para a América do Sul da nova companhia francesa Aeropostale) chegava ao Rio de Janeiro Jean Mermoz, que se tornaria o mais famoso aviador da época.
Em 1929, a New York-Rio-Buenos Aires Line (NYRBA) iniciava seus serviços aéreos e passou a ligar o Brasil a essas duas importantes cidades, tendo sido fundada no Brasil a NYRBA do Brasil S.A., com linha semanal entre Belém e Santos, e que se transformaria na Panair do Brasil, extinta em 1965.
A fundação do Aerolóide Iguaçú, com linha inicial São Paulo-Curitiba e logo se estendendo a Florianópolis, marcou o ano de 1933. Em novembro de 1933 era fundada por 72 empresários, a Viação Aérea São Paulo (Vasp), que iniciaria em 1936 o vôo regular entre o Rio e São Paulo, a linha de maior tráfego da aviação brasileira. A Vasp encerrou seus voôs em 2004 e encontra-se com seu direito de tráfego cassado pelo DAC - Departamento de Aviação Civil, do Ministério da Defesa.
A extensão do país e a precariedade de outros meios de transporte fizeram com que a aviação comercial tivesse uma expansão excepcional no Brasil. Em 1960, o país tinha a maior rede comercial do mundo em volume de tráfego depois dos Estados Unidos. Na década de 50, operavam cerca de 16 empresas brasileiras, algumas com apenas dois ou três aviões e fazendo principalmente ligações regionais. Se destacava então na Amazônia a SAVA S.A. - Serviços Aéreos do Vale Amazônico, com sede em Belém, fundada pelo Comandante Muniz, que com a ajuda do seu amigo e futuro Brigadeiro e Ministro da Aeronáutica Eduardo Gomes, conseguiu a concessão presidencial para vôos regulares de passageiros e cargas.
A crise e o estímulo do governo federal às fusões de empresas reduziram esse número para apenas quatro grandes empresas comerciais (Varig, Vasp, Transbrasil e Cruzeiro). Muitas cidades pequenas saíram do mapa aeronáutico, mas ainda nessa mesma década organizaram-se novas empresas regionais, utilizando inicialmente os aviões turbohélices fabricados no Brasil pela Embraer, o Bandeirante EMB-110.
A Varig absorveu a Cruzeiro e adquiriu outras empresas regionais, se transformando, nas últimas décadas do Século XX, na maior transportadora da América Latina e a então regional TAM, dirigida pelo Comandante Adolfo Rolim Amaro - falecido em julho de 2001 em acidente de helicóptero no Paraguai, se transformou na segunda maior empresa do continente sul-americano. A Gol também se destacou como empresa comercial. A Transbrasil e a Vasp paralisaram suas atividades por problemas financeiros.
[editar] Atualidade
Nos últimos anos, por conta de conjunturas internas e externas o transporte aéreo no Brasil sofreu grandes perdas e inversões de papéis entre as empresas do setor. No início dos anos 90, o mercado era dominado pela Varig, como a empresa-símbolo da aviação nacional. Ainda atuavam Vasp e Transbrasil como empresas de importância tanto no mercado doméstico quanto internacional.
Entretanto, nos últimos anos, a TAM, antes um táxi aéreo sediado em Marília, SP, ganhou súbita importância na ligação Rio-São Paulo, especialmente pelo emprego de aeronaves a jato (Fokker 100) nessa rota, antes servida apenas pelos Lockheed Electra. Somado a isso surgiu pela primeira vez no país o conceito de empresa Low Fare com a Gol, que empregando aeronaves mais modernas que a média das outras empresas, alcança hoje seu posto como segunda empresa do país. Outra empresa que surgiu recentemente e segue um conceito similar é a BRA, Brasil Rodo Aéreo.
Vasp e Transbrasil tiveram o triste fim da falência no início do século XXI. A Varig, ainda que ostente ainda a importância simbólica de principal empresa aérea nas linhas internacionais, vem perdendo linhas e aeronaves em leasing, e encontra-se em situação financeira extremamente delicada. Atualmente, a TAM é principal empresa do mercado doméstico. No âmbito das linhas nacionais, especialmente nas ligações entre as capitais, as operações são feitas pela TAM, Gol, Varig e mais recentemente, pela BRA e OceanAir.
O mercado regional do estado de São Paulo é servido pela Pantanal Linhas Aéreas e pela Passaredo. Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e Tocantins são servidos pela Total, sendo que esses dois últimos também pela Sete. O Centro-Oeste, Sul e Nordeste são ainda servidos pela OceanAir.
A aviação brasileira cresceu muito nos últimos anos. Com o surgimento de novas companhias aéreas e a modernização das já existentes, foi possível aumentar o número de assentos disponíveis na malha aérea. A Gol lidera o ranking das empresas de baixo custo, podendo assim, repassar tarifas atraentes a todos os brasileiros. Com a competição entre as companhias foi possível melhorar o serviço e reduzir tarifas.
Grandes companhias internacionais também operam no Brasil: American Airlines, Continental Airlines, United Airlines, Lufthansa, Iberia, Japan Airlines, South African Airlines, British Airways, Air France, Air Canada entre outras.
A partir da II Guerra Mundial a aviação comercial assistiu a um grande desenvolvimento, transformando o avião num dos principais meios de transporte de passageiros e mercadorias no contexto mundial.
O transporte aéreo foi o que mais contribuiu para a redução da distância-tempo, ao percorrer rapidamente distâncias longas. Rápido, cómodo e seguro o avião suplantou outros meios de transporte de passageiros a médias a longas distâncias.
Este meio de transporte implica construção de estruturas muito especiais. Os aeroportos requerem enormes espaços e complicadas instalações de saída e entrada dos voos. Por outro lado, os custos e a manutenção de cada avião são bastante elevados. Tudo isto contribui para encarecer este meio de transporte.
[editar] Contrastes na distribuição
As linhas aéreas cobrem todo o mundo, mas de forma irregular encontrando-se uma maior densidade nos países desenvolvidos, mais ricos, alguns países petrolíferos, e nos novos países industrializados (Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Japão…)
[editar] Vantagens
- É o mais rápido para transportar passageiros a médias e grandes distâncias
- Grande liberdade de movimentos
- É dos mais seguros e cômodos
- É o mais adequado para o transporte de mercadorias de alto valor (diamantes, instrumentos de óptica, produtos farmacêuticos, etc.) e de mercadorias perecíveis (frutas, flores, etc.)
[editar] Desvantagens
- Elevada poluição atmosférica, devido à emissão de dióxido de carbono
- Poluição sonora nas áreas circundantes aos aeroportos
- Forte consumidor de espaço – construção das infra-estruturas
- Elevado consumo de combustível
- È muito dispendioso
- Algumas áreas estão congestionadas, devido à densidade do tráfego, gerando problemas de segurança
- Muita dependência das condições atmosféricas(nevoeiro, ventos fortes…)
- Reduzida capacidade de carga(em relação a transportes marítimo e ferroviário)
[editar] Aeroportos
Localização: os aeroportos localizam-se, normalmente longe das cidades, por questões de segurança e acessibilidade.
Periferia: em torno dos aeroportos desenvolvem-se bairros de hotéis, escritórios indústrias, redes de auto-estradas e de vias-férreas.
A maior parte do tráfego de produtos de alta tecnologia é feita por via aérea. Por este motivo muitas indústrias instalam-se cada vez mais, nas proximidades dos aeroportos internacionais, o que contribui para o desenvolvimento destes espaços.