Penicilina
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A Penicilina G é um antibiótico natural derivado de um fungo, o bolor do pão Penicillium chrysogenum (ou P. notatum). Ela foi descoberta por Alexander Fleming e está disponivel como fármaco desde 1941, sendo o primeiro antibiótico a ser utilizado com sucesso. O nome penicilina é usado também para outros antibióticos relacionados.
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[editar] Estrutura
Imagem:Pen.png As penicilinas contêm um anel activo, o anel beta-lactâmico, que partilham com as cefalosporinas. As penicilinas contém um núcleo comum a todas elas e uma região que varia conforme o subtipo. A sua estrutura é R-C9H11N2O4S, em que R é a região variavel.
[editar] Mecanismo de Ação
Todos os antibióticos beta-lactam (penicilinas e cefalosporinas) interferem com a síntese da parede celular bacteriana. A penicilina acopla num receptor dessa parede e interfere com a transpeptidação que ancora o peptidoglicano estrutural de forma rígida em volta da bactéria. Como o interior desta é hiperosmótico, sem uma parede rígida há afluxo de água do exterior e a bactéria lisa (explode).
O principal mecanismo de resistência de bactérias à penicilina baseia-se na produção por elas de enzimas, as penicilinases, que degradam a penicilina antes de poder ter efeito.
[editar] Usos Terapêuticos
Há dois tipos principais de penicilina:
- A Penicilina G ou benzilpenicilina, foi a primeiramente descoberta é geralmente injectavel (intra-venosa ou intra-muscular) ainda que existam formas bucais para tratamento dental. Ela é mal absorvida a partir do intestino por isso a via oral não é utilizada.
- A Penicilina V ou fenoximetilpenicilina é geralmente administrada por via oral e é absorvida para o sangue a nivel intestinal.
As penicilinas são eliminadas por secreção tubular nos rins.
É a primeira escolha para infecções bactérianas causadas por organismos Gram-positivos e outros que não sejam suspeitos de resistência.
É geralmente eficaz contra espécies Gram+ ou de Streptococcus, Clostridium, Neisseria, e anaérobios excluindo Bacteroides. Usa-se em casos de meningite bacteriana, bacterémia, endocardite, infecções do tracto respiratório (pneumonias), faringite, escarlatina, sífilis, gonorreia, otite média e infecções da pele causadas pelos organismos referidos. A Penicilina já não é a primeira escolha em infecções por Staphylococcus devido a resistência disseminada nesse género.
[editar] Efeitos Indesejados
A Penicilina não tem efeitos secundários significativos, mas pode raramente causar reacções alérgicas e até choque anafilático nos indivíduos susceptíveis. Sintomas iniciais nesses casos podem incluir eritemas cutâneos disseminados, febre e edema da laringe, com risco de asfixia. A sua introdução por injecção no organismo também é conhecida por ser dolorosa.
Além disso uso prolongado ou em altas doses pode causar deplecção da flora normal no intestino e suprainfecção com espécie patogénica.
[editar] Fármacos Derivados
Existem muitos antibióticos derivados por métodos químicos industriais da penicilina, constituindo as penicilinas semi-sintéticas:
- Amoxicilina, Ampicilina e Pivampicilina têm maior espectro de acção, e são eficazes contra mais tipos de organismos.
- Flucloxacilina é mais resistente à beta-lactamase (uma penicilinase).
- Carbenacilina, Aziocilina, Ticarcilina são eficazes contra espécies de Pseudomonas, especialmente a P.aeruginosa, que são importantes patogénios do meio hospitalar.
[editar] História
A Penicilina foi descoberta em 1928 quando Alexander Flemming, no seu laboratório no Hospital St Mary em Londres, reparou que uma das suas culturas de Staphylococcus tinha sido contaminada por um bolor Penicillium, e que em redor das colónias do fungo não havia bactérias. Ele demostrou que o fungo produzia uma substância responsável pelo efeito bactericida, a penicilina.
Esta foi obtida em forma purificada por Howard Florey e Ernst Chain da Universidade de Oxford em 1940. Eles comprovaram as suas qualidades antibióticas em ratos infectados, assim como a sua não-toxicidade. Em 1941 os seus efeitos foram demostrados em humanos. O primeiro homem a ser tratado com penicilina foi um agente da Polícia que sofria de septicémia com abcessos disseminados, uma condição geralmente fatal na época. Ele melhorou bastante após a administração do fármaco, mas veio a morrer quando as reservas iniciais de penicilina se esgotaram. Em 1945 Fleming, Florey e Chain receberam o Prémio Nobel da Medicina e Fisiologia por este trabalho.
A penicilina salvou milhares de vidas de soldados dos Aliados na Segunda Guerra Mundial. Durante muito tempo, o capitulo que a penicilina abriu na história da Medicina parecia prometer o fim das doenças infecciosas de origem bacteriana como causa de mortalidade humana, mas hoje em dia com o surgimento de espécies multi-resistentes aos antibióticos, devido à sua má utilização por parte de doentes e médicos, já não haverá tanto optimismo. agora temos certeza que somos bem cuidados por penicilina!!!!!!!!!!!!!!