Pertussis
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CID-10 | A37. |
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CID-9 | 033 |
Pertussis, Coqueluche ou Tosse Convulsa é uma doença altamente contagiosa e perigosa para crianças causada pela bactéria Bordetella pertussis, prevenível por vacinação, que causa tosse violenta contínua e dolorosa.
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[editar] Bordetella pertussis
A B. pertussis é um pequeno cocobacilo (meio micrómetro) Gram-negativo imóvel.
Têm factores de adesão à mucosa como fímbrias, hemaglutininas. Produzem citotoxinas e a toxina da pertussis, uma toxina AB, com a porção B especifica para receptores existentes na célula alvo, para o interior das quais é endocitada. A porção A é a toxina propriamente dita: tem actividade de enzima ADP-ribosil transferase, aumentando om AMPc, um importante mediador intracelular cujo efeito nas células da mucosas bronquica é a produção muito acelerada de muco. A toxina também desregula os macrófagos, resultando em resistência à fagocitose.
A espécie Bordetella parapertussis, causa uma doença semelhante, porém menos violenta.
[editar] Epidemiologia
A B. pertussis existe em todo o mundo e só infecta seres humanos. Estima-se que ocorram cerca de 30 a 50 milhões de casos por ano que terminam em 300 000 mortes. Em termos gerais, os pacientes são crianças com menos de um ano de idade, 90% dos casos ocorrendo em países em vias de desenvolvimento.
A B. pertussis é transmitida pela inalação gotas expulsas pela tosse de um doente. As bactérias aderem fortemente ao epitélio ciliado dos brônquios sem invadir as células, permanecendo sempre no lúmen.
[editar] Progressão e sintomas
Após período de incubação de 10 a 14 dias, surge a fase de expulsão de catarro, com rinorreia, espirros e tosse moderada, que dura duas semanas. A inflamação dos bronquios, com áreas de necrose, aumenta nesta fase.
Após esta fase estabelece-se um tipo de tosse diferente, convulsiva, continua e dolorosa durante em média três semanas e pode ser seguida de vómitos. A tosse segue-se a uma inspiração com som caracteristico, tipo silvo (mais conhecido como "guincho").
Se o doente sobreviver, a fase de convalescença dura também várias semanas. A pertussis mata 1-2% das crianças com menos de um ano atingidas.
Pode haver encefalopatia, presumivelmente devido à toxina, em 0,4% dos casos.
As complicações possiveis são devidas a organismos (como pneumococo ou Haemophylus influenzae) que aproveitam as lesões da mucosa para invadir o parênquima pulmonar, causando pneumonia.
[editar] Diagnóstico
É feito por cultura em meio artificial de amostras da expectoração, observação microscópica e analise bioquimica.
[editar] Tratamento
A prevenção com vacina, obrigatória segundo os esquemas de vacinação (é incluida na antiga tríplice agora, quadruple) é a única medida eficaz. A vacinação erradicou a doença dos países onde é praticada eficientemente.
O tratamento com antibióticos como macrólidos só é eficaz se administrado durante a fase de catarro. Na fase paroxistica já há pouco a fazer.
[editar] História
Foi descrita pela primeira vez em 1578, mas a B. pertussis só foi isolada em 1907 pelos franceses Jules Bordet e Octave Gengou. A vacina foi desenvolvida em 1926. O genoma da bactéria foi sequenciado em 2002.