Cláudio Hummes
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Dom Frei Cláudio Hummes, O.F.M., (Montenegro, 8 de agosto de 1934) é um frade franciscano, sacerdote católico brasileiro. Foi o décimo oitavo bispo de São Paulo, sendo seu sexto arcebispo e quarto cardeal. Em 31 de outubro de 2006 foi nomeado prefeito da Congregação para o Clero na Cúria Romana.
Nascido com os prenomes "Auri Afonso", filho de Pedro Adão Hummes e Maria Frank Hummes, teuto-brasileiros, ingressou na Ordem dos Frades Menores (franciscanos) em 1º de fevereiro de 1952, onde emitiu os primeiros votos no dia 2 de fevereiro de 1953 e professou solenemente no dia 2 de fevereiro de 1956, foi então quando mudou seu nome para "Cláudio". Foi ordenado presbítero no dia 3 de agosto de 1958, por Dom João Resende Costa. Sua ordenação episcopal, como bispo da diocese de Santo André, deu-se a 25 de maio de 1975, e como cardeal arcebispo da Cidade de São Paulo foi a 21 de fevereiro de 2001.
É considerado progressista em questões sociais, mas conservador em relação à doutrina da Igreja. Defensor dos direitos dos trabalhadores, foi uma voz de contestação ao regime militar brasileiro.
Em 2002, Hummes foi o orientador dos exercícios espirituais (retiro) que o Papa João Paulo II e a Cúria Romana participaram em fevereiro.
Foi um dos quatro cardeais eleitores brasileiros do Conclave de 2005, tendo sido considerado papabile pela imprensa mundial.
Em 31 de outubro de 2006, Dom Cláudio Hummes foi nomeado, pelo Papa Bento XVI, prefeito da Congregação do Clero, alto cargo da Santa Sé, responsável por quatrocentos mil padres em todo o mundo.
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[editar] Estudos
- Ensino fundamental e básico no Seminário Seráfico São Francisco de Assis, Taquari, Rio Grande do Sul (1944-1949) e na Escola Paroquial Santo André (1941-1943)
- Ensino médio no Seminário Seráfico São Francisco de Assis, Taquari, Rio Grande do Sul (1950-1951).
- Graduação em Filosofia (Garibaldi, Rio Grande do Sul, 1953-1954).
- Graduação em Teologia (Divinópolis, Minas Gerais, 1955-1958).
- Especialização em Ecumenismo, no Instituto Ecumênico de Bossey (Genebra, Suíça, 1968).
- Doutorado em Filosofia (Roma, 1959-1962), com a tese “Renovação das provas tradicionais da Existência de Deus por Maurice Blondel em L'Action (1893)”
[editar] Vida religiosa
Ingressou na Ordem dos Frades Menores (franciscanos) em 1º de fevereiro de 1952, em Garibaldi, Rio Grande do Sul, onde emitiu os primeiros votos no dia 2 de fevereiro de 1953 e professou solenemente no dia 2 de fevereiro de 1956.
[editar] Presbiterado
Foi ordenado presbítero no dia 3 de agosto de 1958, por Dom João Resende Costa.
- Atividades antes do episcopado
- Professor de Filosofia no Seminário de Garibaldi, 1963-1968
- Assessor para Ecumenismo da CNBB, 1965-1968
- Professor e Reitor da Faculdade de Filosofia de Viamão, RS, (1969-1972)
- Professor da Faculdade de Filosofia de Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), (1969-1972)
- Formador dos seminaristas Franciscanos (Filosofia).
- Superior Provincial da Província Franciscana do Rio Grande do Sul (1972-1975)
[editar] Episcopado
Em 22 de março de 1975 foi eleito bispo titular de Carcábia e coadjutor de Santo André, com direito à sucessão. Em 25 de maio de 1975, ao quarenta anos de idade, recebeu a ordenação episcopal , na catedral de Porto Alegre, sendo sagrante principal Dom Frei Aloísio Leo Arlindo Cardeal Lorscheider OFM, então arcebispo de Fortaleza, e consagrantes: Dom Mauro Morelli, então bispo auxiliar de São Paulo, e Dom Urbano José Allgayer, então bispo auxiliar de Porto Alegre.
Tomou posse a 29 de junho de 1975 e, a 29 de dezembro do mesmo ano assumiu como bispo diocesano de Santo André, sucedendo a Dom Jorge Marcos de Oliveira (1915-1989). Em 29 de maio de 1996, foi nomeado arcebispo de Fortaleza e, a 15 de abril de 1998 foi transferido para a Sé de São Paulo, tomando posse a 23 de maio.
É considerado moderado, sendo preocupado com as questões sociais e zeloso em relação à doutrina da Igreja. Defensor dos direitos dos trabalhadores, foi uma voz de contestação ao regime militar brasileiro.
[editar] Cardinalato
No Consistório do dia 21 de fevereiro de 2001, presidido pelo Papa João Paulo II, na Basílica de São Pedro, Dom Cláudio foi criado cardeal-presbítero, do título de Santo Antônio de Pádua na Via Merulana. Em 2002, Hummes foi o orientador dos exercícios espirituais (retiro) que o Papa João Paulo II e a Cúria Romana participaram em fevereiro.
Foi um dos cardeais eleitores do Conclave de 2005, tendo sido considerado papabile pela imprensa mundial.
- Brasão e lema
Descrição: Escudo eclesiástico, partido: o 1º de sépia com um in-fólio aberto de argente, tendo uma espada e uma pena do mesmo, postas em aspa e brocantes sobre o livro. O 2º de argente, com um braço humano vestido de sépia, movente do flanco dextro, e outro de carnação, movente do flanco senestro, passados em aspa e com ambas as mãos chagadas de goles, encimados de uma cruz latina de sépia – modificado das Armas da Ordem Franciscana. Chefe de blau com uma estrela de doze pontas, de sépia, perfilada de jalde. O escudo está assente em tarja branca, na qual se encaixa o pálio branco com cruzetas de sable. O conjunto pousado sobre uma cruz trevolada de duas travessas de ouro. O todo encimado pelo chapéu eclesiástico com seus cordões em cada flanco, terminados por quinze borlas cada um, tudo de vermelho. Brocante sob a ponta da cruz um listel de blau com a legenda: OMNES VOS FRATRES, em letras de argente.
Interpretação: O escudo obedece as regras heráldicas para os eclesiásticos. No 1º, o campo sépia representa a cor do hábito franciscano, à qual pertence o cardeal, sendo equivalente ao sable (negro), que simboliza: a sabedoria, a ciência, a honestidade, a firmeza e a obediência ao Sucessor de Pedro. O in-fólio com a espada e a pena representam São Paulo Apóstolo, numa referência ao padroeiro do Estado, da cidade e da Arquidiocese, sendo de argente (prata) simboliza a inocência, a castidade, a pureza e a eloqüência, virtudes essenciais num bispo. No 2º, o metal argente (prata) com seu significado já descrito, substituiu o blau (azul) do brasão original franciscano; os braços representam os membros de Nosso Senhor Jesus Cristo e de São Francisco de Assis, na recepção das chagas; a cruz é o sinal da fé cristã e da salvação. O chefe em blau (azul) representa o manto de Maria Santíssima, sob cuja proteção o cardeal pôs sua vida sacerdotal, e, heraldicamente, significa: justiça, serenidade, fortaleza, boa fama e nobreza; a estrela de doze pontas representa Nosso Senhor Jesus Cristo e seus doze apóstolos, sendo de sépia simboliza: a sabedoria, a ciência, a honestidade, a firmeza e a obediência e seu perfilado de jalde (ouro) simboliza: nobreza, autoridade, premência, generosidade, ardor e descortínio. O lema é tirado das Sagradas Escrituras (Mt 23,8): "Vós sois todos irmãos", sendo bem apropriado para um frade franciscano.
[editar] Atividades e contribuições
- Membro da Comissão Episcopal da CNBB para o Ecumenismo, para os Leigos e Pastoral Operária, (1979-1983
- Membro da Comissão Episcopal da CNBB para a família e a cultura, (1995-1998
- Assessor Nacional da Pastoral Operária (1979-1990
- Foi um dos organizadores do II Encontro Mundial das Famílias com o Papa João Paulo II, no Rio de Janeiro, (1997)
- Em São Paulo deu muita atenção às obras das vocações, à formação do clero e à evangelização da cidade.
[editar] Atividade na Cúria Romana
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- Membro de:
- Congregação para a Doutrina da Fé
- Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos
- Congregação para os Bispos
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- Membro dos:
- Pontifício Conselho de Cultura
- Pontifício Conselho para os Leigos
- Pontifício Conselho para a Família
- Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso
- Pontifício Conselho ‘’Cor Unum’’
- Pontifícia Comissão para a América Latina
- Conselho Ordinário da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos
[editar] Obras publicadas
- Hummes, Cláudio. Renovação das provas tradicionais da existência de Deus por Maurice Blondel em L'Action (1893). Tese (Doutorado). Braga: Tip. Editorial Franciscana, 1964.
- Fé e compromisso político. São Paulo: Paulinas, 1982.
- Betto, Frei (org.). Desemprego, causas e conseqüências. São Paulo: Paulinas, 1984. 96 p. (Autores: Frei Betto, Paul Singer, José de Souza Martins, Luiz Inácio Lula da Silva, Cláudio Hummes.)
- Hummes, Cláudio. Sempre discípulos de Cristo: retiro espiritual do Papa e da Cúria Romana. São Paulo: Paulus, 2002. 184 p.
- Hummes, Cláudio. Diálogo com a cidade. São Paulo: Paulus, 2005. 408 p.
[editar] Bispos ordenados
O Cardeal Hummes foi o principal sagrante dos seguintes bispos:
- Dom Aldo de Cillo Pagotto, S.S.S.
- Dom Fernando Mason, O.F.M. Conv.
- Dom Mílton Antônio dos Santos, S.D.B.
- Dom Manuel Parrado Carral
- Dom Pedro Luís Stringhini
- Dom José Benedito Simão
- Dom Odilo Pedro Scherer
- Dom Benedito Beni dos Santos
- Dom Caetano Ferrari, O.F.M.
- Dom Pedro Sbalchiero Neto, M.S.
- Dom José Soares Filho, O.F.M. Cap.
- Dom Joaquim Justino Carreira
- Dom Tomé Ferreira da Silva
- Dom João Bosco Barbosa de Sousa, O.F.M.
- Dom João Alves dos Santos, O.F.M. Cap.
E foi consagrante de:
- Dom Gil Antônio Moreira
Precedido por Dom Frei Paulo Evaristo Cardeal Arns |
Cardeal-Arcebispo de São Paulo 1998 - 2006 |
Sucedido por Dom Odilo Pedro Scherer |
[editar] Ligações externas
- Dom Cláudio Hummes – nota biográfica
- Intervenção do Cardeal Cláudio Hummes, numa sessão plenária da ONU sobre a SIDA (AIDS)
- Perfil em Catholic Hierarchy (em inglês)