Marcial
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Marcial ou Marcus Valerius Martialis (1 de março de 40(?), em Bilbilis Augusta, atual Calatayud, Espanha - 102, também na Espanha), poeta epigramático latino. Poucas informações são seguras a respeito da sua vida, em virtude de quase não haver testemunhos contemporâneos de sua vida. Excluindo-se informações de carater duvidoso, pode ser tomado como real que, embora nascido na Hispânia, Marcial partiu ainda jovem para Roma, onde viveu a maior parte de sua vida. Nesta cidade, manteve relações com intelectuais de renome, tais como Estela, Sílio Itálico, Juvenal, Quintiliano e Plínio, o Jovem. Algumas tradições querem-no protegido da família de Sêneca no início de sua estada na cidade, mas não há maiores indícios desta informação. Também é notória a sua gravitação ao redor das personagens importantes do governo, em especial o imperador Domiciano, ao qual dedica vários epigramas. Em seus poemas, também procura insinuar que obteve alguns favores das pessoas influentes com que se relacionava tais como o ius trium liberorum, sem ter os 3 filhos que a lei prescrevia, e a prórpia dignidade eqüestre, ao mesmo tempo em que reclama alguns favores, como a instalação da rede de águas em sua residência. Também estes dados nao podem ser comprovados, tendo validade apenas como construção de uma máscara poética, ou eu-lírico. Marcial publicou 12 livros de epigramas, além de 3 livros especiais que, tradicionalmente, não são incluídos na numeração. Estes são
- O livro dos espetáculos, escrito por volta do ano 80 em comemoração pela inauguração do Coliseu. Supõe-se que uma parte deste livro tenha sido perdida.
- Xenia e Apophoreta, publicados entre 84 e 85, duas coleções de dísticos destinados a acompanhar presentes e alimentos oferecidos em dezembro, durante as Saturnais.
A partir de 86, até o fim da vida, publica seus livros de epigramas, usualmente um por ano, com algumas interrupções. Algum tempo depois da morte de Domiciano, retorna para a Hispânia. Desta viagem temos a notícia de Plínio, que noticia o óbito do poeta em sua epístola 21 do livro 3. Sua obra, que chegou quase na totalidade aos nossos dias, influenciou diversos autores, dentre os quais podemos destacar, na Espanha, Francisco de Quevedo, em Portugal, Bocage e, no Brasil, Gregório de Matos.