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Companhia Vale do Rio Doce

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A Companhia Vale do Rio Doce é a maior empresa brasileira do ramo da mineração.

A antiga empresa de economia mista, criada no governo Getúlio Vargas, é hoje uma empresa privada, de capital aberto, com sede na cidade do Rio de Janeiro, e ações negociadas na Bovespa e no NYSE, integrando o Dow Jones Sector Titans Composite Index.

O Conselho de Administração da Vale é controlado pela Valepar S.A, [1] que detém 52,3% do capital votante da CVRD (33,6% do capital total). Por sua vez a constituição acionária da Valepar é a seguinte: Litel/Litela (fundos de investimentos administrados pela Previ) com 58,1% das ações, Bradespar com 17,4%, Mitsui com 15,0%, BNDESpar com 9,5%, Elétron (Opportunity) com 0,02%.

O atual presidente da empresa é Roger Agnelli.


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Índice

[editar] Introdução

Fundada em 1942, durante o governo de Getúlio Vargas, como parte dos Acordos de Washington, [2] a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) tornou-se, em 64 anos, a maior empresa de mineração diversificada das Américas e a segunda maior do mundo.

Opera em 14 estados brasileiros e nos cinco continentes e possui mais de nove mil quilômetros de malha ferroviária e 10 terminais portuários próprios. É a maior empresa no mercado de minério de ferro e pelotas (posição que atingiu em 1974 e ainda mantém) e a segunda maior produtora integrada de manganês e ferroligas, além de operar serviços de logística, atividade em que é a maior do Brasil.

No Brasil, os minérios são explorados por três sistemas totalmente integrados, que são compostos por mina, ferrovia, usina de pelotização e terminal marítimo.

Em 2006 a Vale do Rio Doce adquiriu o controle acionário da Inco, no Canadá, a segunda maior mineradora daquele país, que explora sobretudo minas de níquel. A operação foi a maior aquisição já realizada por uma empresa brasileira. [3] . Em 4 de janeiro de 2007 a Vale incorporou a antiga Inco, que passou a ser uma subsidiária integral da Companhia Vale do Rio Doce S. A., sob a nova denominação "CVRD Inco Limited (CVRD Inco)".[4] Em fevereiro de 2007 a Vale comprou a mineradora de carvão australiana AMCI Holdings, por 835 milhões de dólares australianos (1,38 bilhão de reais) [5].

[editar] História

[editar] Primórdios

A história da Vale do Rio Doce está intimamente ligada à construção da Estrada de Ferro Vitória-Minas, durante a qual os engenheiros ingleses envolvidos em seu projeto tomaram conhecimento da existência de uma grande reserva de minério de ferro naquela região.

Vários grupos de investidores internacionais adquiriram extensas glebas de terra próximas a Itabira e, em 1909 se reuniram fundando o Brazilian Hematite Syndicate, um sindicato que visava explorá-las.

Em 1910, no XI Congresso Geológico e Mineralógico, realizado em Estocolmo, na Suécia essas reservas foram estimadas em 2 bilhões de toneladas métricas.

Em 1911 o empresário estadunidense Percival Farquhar adquiriu todas as ações do Brazilian Hematite Syndicate e mudou seu nome para Itabira Iron Ore Company.

[editar] Impasse

Percival Farquhar fez planos para que a Itabira Iron Ore Co. exportasse 10 milhões de toneladas/ano de minério de ferro para os Estados Unidos, utilizando navios pertencentes a seu sindicato que, no retorno, trariam dos EUA carvão ao Brasil, tornando assim o frete mais econômico. Esse plano antecipava em mais de 40 anos um conceito revolucionário que, afinal, modificado e atualizado, viria a se tornar realidade, sob a direção de Eliezer Batista, na década de 1960, quando da inauguração do Porto de Tubarão.

Mas Percival Farquhar não logrou sucesso. Embora pudesse contar com a simpatia do presidente Epitácio Pessoa, que lhe deu uma concessão conhecida como Contrato de Itabira de 1920, Farquhar encontrou ferozes opositores a seu projeto, dentre eles o presidente do estado de Minas Gerais (então quase autônomo), Artur Bernardes, que depois se elegeria presidente da república.

Décadas de debates acalorados se seguiram - o país praticamente dividido entre os adeptos das duas posições - e o projeto de Farquhar não saía da prancheta.

Esse plano foi inviabilizado quando Getúlio Vargas assumiu o poder, à frente da revolução de 1930, e encampou as reservas de ferro que pertenciam a Farquhar, criando com elas, em 1942, a Companhia Vale do Rio Doce S. A., como uma empresa estatal, para o que obteve o beneplácito dos Estados Unidos e da Inglaterra num tratado chamado de Acordos de Washington. [6]

[editar] Os primeiros vinte anos

Após sua fundação, a Vale conseguiu ir, pouco a pouco, expandindo sua produção de minério de ferro, mas de forma ainda muito lenta.

O Brasil tinha grandes reservas do mineral, mas a demanda era reduzida. A Vale vivia praticamente só para fornecer matéria prima para as siderúrgicas nacionais, sendo a maior delas, então, a Companhia Siderúrgica Nacional.

No final dos anos 50, a Vale era uma empresa acanhada que extraia cerca de 3 a 4 milhões de toneladas/ano, menos da metade do que planejara Farquhar em 1920. Isso representava um faturamento pequeno, dado o baixo valor econômico do mineral bruto.

Em 1961 entra em cena seu novo presidente, Eliezer Batista, "o engenheiro ferroviário que ligou a Vale ao resto do mundo". Percebendo a necessidade dos japoneses de expandir seu parque siderúrgico, grandemente danificado na segunda guerra, criou o conceito de distância econômica, o que permitiu à Vale entregar minério de ferro ao Japão - antípoda do Brasil - a peços competitivos com o das minas da Austrália, através do Porto de Tubarão.

Abrimos o mercado para um produto que podia valer pouco, mas a idéia era ganhar dinheiro com a "logística", transformando uma distância física (a rota Brasil-Japão-Brasil) numa "distância econômica" , (o valor para colocar o minério nas usinas japonesas), explica Eliezer. [7]

Foram assinados, em 1962, contratos de exportação, válidos por 15 anos, com 11 siderúrgicas japonesas, num total de 5 milhões de toneladas/ano - quase que dobrando a produção da Vale.

Em 1962 a Vale produziu cerca de 8 milhões de toneladas de minério de ferro. [8]

[editar] Tempos atuais

Com a criação da Docenave, em 1962, e com a inauguração do Porto de Tubarão, em 1966, a Vale entrou numa nova fase - de crescimento vertiginoso - com sua produção passando de 10 milhões de toneladas/ano em 1966 para 18 milhões em 1970 e atingindo a incrível marca de 56 milhões de toneladas/ano em 1974, ano em que a então estatal assumiu a liderança mundial na exportação de minério de ferro, a qual nunca mais perdeu. [7]

A Docenave, empresa de navegação da Vale, criada em 1962 para levar parte do minério (40%) ao Japão, chegou a ser a terceira maior empresa de navegação graneleira do mundo.

Em 1979, quando tomou posse como presidente da república, o general João Batista Figueiredo trouxe Eliezer Batista de volta à presidênca da Vale. Eliezer estava, desde o golpe militar de 1964, numa espécie de "exílio branco" na Europa, por ter sido ministro de João Goulart.

Eliezer, após duras e complexas negociações, conseguiu tornar a Vale, (que era minoritária, com uma participação de 49,75%), a sócia majoritária do complexo Carajás que fora descoberto, na década de 1970, pela U.S. Steel.

Situado na Serra dos Carajás, é uma grande província mineralógica que contém a maior reserva mundial de minério de ferro de alto teor, além de grandes reservas de manganês, cobre, ouro e minérios raros.

Para a realização desse projeto, foi criada uma grande infra-estrutura, que inclui a Usina hidrelétrica de Tucuruí, uma das maiores do mundo, a Estrada de Ferro Carajás-Itaqui e o Porto de Ponta da Madeira, localizado em Itaqui, (MA).

O projeto Grande Carajás entrou em operação em 1985, o que permitiu à Vale bater novo recorde na extração de minério de ferro, em 1989, com 108 milhões de toneladas métricas .

Quando foi privatizada, em 1997, a Vale produzia 114 milhões de toneladas/ano, nível que se manteve praticamente estável nos dois anos subsequentes à privatização, para subir acentuadamente em 2000 - quando da incorporação à Vale da Samitri, Socoimex e da participação na GICC. Devido a essas incorporações, torna-se mais difícil a comparação direta dos números de produção, de 2000 em diante, com os anteriores.[7] Logo após a privatização, entretanto, os lucros da empresa aumentaram consideravelmente. [6]

Em 2002 a Vale incorporou a Feterco e, em 2003, a Caemi.

Em 2005, sua produção de minério de ferro - que engloba a produção da Samitri e de todas as suas incorporadas a partir de 2000 - se elevou a 255 milhões de toneladas, sendo 58 milhões destinadas às siderúrgicas brasileiras e 197 milhões destinadas à exportação.[9]

Atualmente a Vale realiza investimentos importantes para a produção de cobre, devendo tornar-se, em poucos anos, uma das maiores players mundiais desta commodity.

Dentre outros investimentos importantes que a Vale realiza, pode-se citar o incentivo à implantação de novas siderúrgicas no Brasil através de participação minoritária e o controle de uma das maiores estruturas de logística do país, incluindo ferrovias e navios.

Em outubro de 2006, a Vale comprou a canadense Inco, tornando-se a segunda maior empresa de mineração do mundo, atrás da anglo-australiana BHP Billiton[10]. A empresa brasileira comprou 75,66% das ações ordinárias da Inco por cerca de dezoito bilhões de dólares.

A Vale é a segunda maior empresa do Brasil em volume de exportações, com quantidade inferior apenas à da Petrobras. [11]

[editar] Segmentos de atuação

[editar] Minerais ferrosos

Em 2005 a produção de minério de ferro da Vale atingiu um novo recorde de 240,4 milhões de toneladas, 10,3% acima do volume produzido em 2004. Entre 2001 e 2005, a produção da companhia cresceu à taxa média anual de 15%. Contribuiram para esse resultado a entrada em operação da mina de Fábrica Nova no Sistema Sul, ramp-up de Capão Xavier, expansão de capacidade de Carajás e ganhos de produtividade em quase todas as demais minas. Em 2005 a produção de pelotas foi de 36,376 milhões de toneladas, 2,2% acima do volume de 2004. Foram produzidas 22,8 milhões de toneladas de pelotas de alto-forno e 13,6 milhões de toneladas de pelotas de redução direta.

Em 2005, fechou o preço benchmark com a Nippon Steel, uma das maiores siderúrgicas da Ásia, com aumento de 71,5% para o sinter feed Carajás em relação ao preço de 2004, o que corresponde ao maior reajuste da história. Já o preço FOB-Tubarão de pelotas subiu 86,67%, e para o minério de ferro granulado o aumento foi de 79%.

As vendas de minério de ferro e pelotas bateram recorde em 2005, com 252,189 milhões de toneladas.

[editar] A cadeia do alumínio: bauxita, alumina, e alumínio primário

A produção da cadeia do alumínio em 2005 foi de 6,9 milhões de toneladas de bauxita, 2,6 milhões de toneladas de alumina e 496 mil toneladas de alumínio primário, níveis recordes.

Está em desenvolvimento a mina de bauxita de Paragominas, no Estado do Pará, cujo início de produção deverá ocorrer no primeiro trimestre de 2007.

Após a entrada em operação de seus módulos 4 e 5, inaugurados no primeiro trimestre de 2006, a Alunorte se tornou na maior refinaria de alumina do mundo.

[editar] Minerais não ferrosos

Em 2005 a Vale inaugurou sua atuação na indústria de concentrado de cobre (o primeiro ano completo de operação da Mina do Sossego) e já conta com 13 clientes, situados em 11 diferentes países.

Foram iniciadas as obras da usina hidrometalúrgica de Carajás, com capacidade de 10 mil toneladas anuais de cobre catodo. Construída junto à Mina do Sossego, objetiva testar a tecnologia da rota hidrometalúrgica para o processamento do minério de cobre, com vistas a processar, no futuro, o minério a ser produzido pelos depósitos do Salobo e Alemão.

A produção de cloreto de potássio, matéria-prima da indústria de fertilizantes, foi de 641 mil toneladas, outro recorde histórico, e suas vendas foram de 640 mil toneladas.

A produção de total caulim, em 2005, foi de 1,218 milhão de toneladas.

[editar] Carvão

A Vale associou-se à Henan Longyu Energy Resources Ltda. (Longyu), empresa localizada na China e da qual a companhia possui 25% do capital, em associação com empresas chinesas. [12]

Em 2006, chegou ao terminal de Praia Mole, em Vitória (Espírito Santo), o primeiro carregamento de carvão antracito, de 40 mil toneladas produzido pela Longyu.

A Vale adquiriu 25% do capital da Shandong Yankuang International Coking Co., associação com o Yankuang Group Co. e Itochu Corporation, para a produção de coque metalúrgico.

A Vale pesquisa ainda dois depósitos de carvão: o depósito de Moatize, em Moçambique, onde estima ser possível produzir 14 milhões de toneladas de produtos carvão metalúrgico e o depósito de carvão subterrâneo Belvedere, em Queensland, Austrália, com reservas estimadas em 2,7 bilhões de toneladas.


[editar] Serviços de logística

A Vale é a principal fornecedora de serviços de logística no Brasil, sendo responsável por 68% da movimentação de cargas em ferrovias e 27% da movimentação portuária.

Em 2005 movimentou 10,7 milhões de toneladas de soja em grãos, farelo de soja, açúcar, fertilizantes e outros produtos.

A Vale foi responsável pela movimentação, incluindo transporte ferroviário e serviços portuários, de 18% das exportações brasileiras de soja e por 9% da movimentação na importação de fertilizantes.

A companhia foi a principal empresa no transporte marítimo de carga entre Brasil e Argentina em 2005.

A Vale investiu 1,8 bilhão de reais em 2005 na sua infra-estrutura de logística, tendo adquirido 5.414 vagões e 125 locomotivas para utilização no transporte de seus produtos e de carga geral para clientes na Estrada de Ferro Carajás ­- EFC, Estrada de Ferro Vitória a Minas -­ EFVM e Ferrovia Centro-Atlântica - ­FCA. Existe também o TVV - Terminal Marítimo de Vila Velha no Espírito Santo.

[editar] Reservas

O ICEE-98 - International Conference on Engeneering Education, realizado no Rio de Janeiro em 1998, calculou que suas reservas de minério de ferro, só em Carajás, sem contar com outros minérios, podiam durar 400 anos, com extração contínua aos níveis de então [13].

Com a extração mantida aos níveis de 2005, o diretor-presidente da Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, estima que as reservas de minério de ferro totais da companhia perdurem por 200 anos.

As reservas de ferro de Corumbá durarão 30 anos, e as de manganês, 80 anos. [14]

[editar] Privatização da Vale

A Vale foi privatizada no dia 6 de maio de 1997 - durante o governo de Fernando Henrique Cardoso - com financiamento subsidiado, disponibilizado aos compradores pelo BNDES.

Essa privatização foi muito controversa, principalmente porque se tratava de uma empresa lucrativa e eficiente, e que detinha grande infra-estrutura, reunindo navios, portos e ferrovias, o que tem gerado acirrados debates entre seus defensores e seus críticos.[15]

A venda do controle acionário da Vale foi concretizada por cerca de 3,3 bilhões de dólares, representando 27% do capital total da empresa, antes pertencente à União, que representavam 41,73% das ações ordinárias (com direito a voto) da empresa [6]. As ações preferenciais (sem direito a voto) continuaram em mãos de acionistas privados.

O preço total que o Tesouro Nacional do Brasil recebeu pela venda do controle acionário da empresa, equivale hoje ao lucro trimestral [16] da companhia. [17]

Esse enorme ganho de lucratividade se deveu, sobretudo, ao grande aumento havido no preço do minério de ferro - que subiu 123,5% entre 2005 e 2006 [15] (o que não era previsível em 1997) - graças ao aumento da procura mundial, sobretudo pela China - o que permitiu à Vale, a maior detentora de reservas de minério de ferro do mundo, fazer pesados investimentos e implementar controles de gestão, tornando-se ainda mais competitiva para atender, assim, às novas necessidades chinesas e, conseqüentemente, manter sua posição de maior exportadora de minério de ferro do mundo.

Verifica-se também que a privatização levou a Vale efetuar investimentos numa escala nunca antes atingida pela empresa, graças à eliminação da necessidade de partilhar recursos com o Orçamento da União. Este ganho refletiu-se em elevação da competitividade da empresa no cenário internacional.[18]

[editar] Controvérsia

Muitos defendem as privatizações, por entenderem que não cabe ao Estado exercer atividades econômicas. São adeptos da minarquia. Dentre os maiores defensores da privatização está Roberto Campos [19]. Os favoráveis às privatizações citam freqüentes casos de corrupção, de empreguismo e de ineficiência ocorridos em algumas empresas estatais.

Em 1990, logo após a queda do muro de Berlim, o FMI criou um conjunto de normas, conhecido como o Consenso de Washington, que defendia a privatização de todas as empresas estatais, indiscriminadamente, como uma maneira de acelerar o desenvolvimento econômico. Nem todos os economistas concordam com a validade dessa teoria. [20]

Por outro lado, muitos setores da sociedade alegaram que a privatização da Vale foi executada de maneira irregular, que a empresa foi vendida sem ter sido corretamente avaliada, que o Brasil abriu mão de sua soberania sobre reservas do estratégico minério de ferro - que durariam séculos - e que o assunto não foi democraticamente discutido com a população - em tese sua proprietária - além de considerarem a privatização, em si, desnecessária.

Argumentam que se o objetivo era evitar as mazelas comuns em empresas estatais, teria sido possível incorporar aos estatutos da Vale claúsula determinando que os cargos de Diretoria deveriam ser obrigatoriamente preenchidos por funcionários de carreira, promovidos por merecimento, como aconteceu, nos anos 60, com Eliezer Batista. Métodos modernos de governança corporativa poderiam ter sido implantados na empresa para evitar quaisquer desvirtuamentos de suas finalidades.

Tão polêmica tornou-se sua privatização que o jornalista Elio Gaspari apelidou essa operação de privataria, criando um neologismo. Esse tipo de desvios de finalidades nas privatizações não ocorreu só no Brasil - foi identificado no mundo. Joseph E. Stiglitz, ex-Vice-Presidente Sênior para políticas de desenvolvimento do Banco Mundial, apelidou esse processo, ocorrido sobretudo nas privatizações dos anos 90, de briberization ("propinização"). [21]

Setores descontentes da sociedade impetraram mais de cem ações populares para tentar anular a venda da Vale - dentre elas a proposta por um grupo de juristas de São Paulo, liderados pelo professor Fábio Konder Comparato a quem se juntaram Celso Antônio Bandeira de Mello, Dalmo de Abreu Dallari, Goffredo da Silva Telles Jr. e Eros Grau. Estas ações se arrastam na justiça até hoje, com remotas possibilidades de sucesso, segundo alguns especialistas . [22] [23]

Dois bancos internacionais foram chamados pelo governo FHC para fazer a avaliação da companhia que seria leiloada, sendo um deles a Merrill Lynch. Por uma razão que até hoje muitos economistas não conseguem entender [24], os bancos escolhidos por FHC concordaram em avaliar a Vale apenas pelo critério de fluxo de caixa existente à época, descontado[25], não levando em conta o valor potencial de suas reservas de minério de ferro (que entraram no negócio por valor zero) [15] - e que eram capazes de abastecer o mundo pelos próximos 400 anos. [26] [13] Estes critérios continuam sendo fortemente questionados e há certos setores da sociedade tentando organizar um plebiscito para reverter a privatização da Vale, que julgam ter sido feita de forma uma lesiva ao patrimônio do Brasil. [27]

Após a privatização, e em conseqüência do substancial aumento dos preços do minério de ferro, a Vale pôde arcar com pesados investimentos, que até o momento somam a quantia de 16,5 bilhões de dólares, fazendo seu lucro anual subir de cerca de 500 milhões de dólares em 1996 para aproximadamente 12 bilhões de dólares em 2006. O número de empregos gerados pela companhia também aumentou desde a privatização - em 1996 eram 13 mil e em 2006 são mais de 41 mil. Atualmente, a União, através do BNDES Participações, de fundos de previdência de suas estatais e de participação direta, detêm número expressivo de ações da CVRD. Em 2005, a empresa pagou 2 bilhões de reais de impostos no Brasil, cerca de 800 milhões de dólares ao câmbio da época. [28] [29]

Na verdade é muito difícil fazer considerações econômicas sobre o que poderia ter acontecido, já que a economia e, principalmente, uma empresa do tamanho da CVRD, não se prestam a experiências laboratoriais. Os números atuais só permitem ver a privatização da empresa como algo que deu certo econômica e financeiramente para seus novos proprietários, o que veio a beneficiar, também, a imagem e a economia do Brasil, que se aproveita dessa expansão pelo aumento de suas exportações, de empregos e da maior arrecadação impostos e royalties.

[editar] Ver também

[editar] Referências

  1. Bradespar: Valepar
  2. HIRST, Mônica. História da Diplomacia Brasileira - A Era Vargas, Ministério das Relações Exteriores.
  3. Folha de S. Paulo - Vale compra Inco e vira segunda maior mineradora do mundo
  4. Compra da Inco pela Vale é formalizada. Negócios.O Estado de S. Paulo. p. B13, 4 de janeiro de 2007
  5. Vale compra mineradora australiana de carvão por R$ 1,38 bi UOL Economia, 26/2/2007
  6. 6,0 6,1 6,2 CVRD - História da Vale
  7. 7,0 7,1 7,2 FARO,Luiz Cesar, POUSA, Carlos e FERNANDEZ, Claudio. Apanhado de entrevistas com Eliezer Batista. Patrocínio Cia. Vale do Rio Doce e Sepetiba Tecon - Tiragem dirigida, 2005
  8. ((en))CVRD: 62 Years of successful presence in he iron ore market.Iron ore products. Cia Vale do Rio Doce: 2004
  9. Booklet da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) Iron Ore Products 2006.
  10. Portal G1 - VALE COMPRA EMPRESA CANADENSE E SE TORNA 2ª MAIOR DO MUNDO
  11. estat[isticas de Com[ercio Exterior
  12. Yahoo! Finanças
  13. 13,0 13,1 ((en)) Carajás Mining in the Amazon Region - Iron Ore. Rio de Janeiro: International Conference on Engeneering Education, 1998
  14. Vale do Rio Docê prevê US$ 1 bilhão para pólo siderúrgico em Corumbá, MS. Fonte: Correio do Estado, 09/09/04
  15. 15,0 15,1 15,2 HOFFMANN, Geraldo. Vale do Rio Doce, uma empresa com pulmão de ferro. Deutsche Welle: Brasil, 26.11.2006
  16. CVRD distribuirá primeira parcela da remuneração mínima ao acionista de 2006.CVRD, Releases,13/4/2006.
  17. VALENTE, Jonas. Vale do Rio Doce: Parlamentares apóiam revisão do processo de privatização. Agência Carta Maior: Economia. São Paulo, 17/02/2006
  18. NUNES, Ricardo da Costa - Privatização e Ajuste Fiscal no Brasil
  19. O Escândalo da Vale - Roberto Campos. 13 de abril de 1997
  20. ((en)) STIGLITZ, Joseph E. Making Globalization Work.W. W. Norton & Co.: New York, London, 2006. p. 142
  21. ((en)) STIGLITZ, Joseph E. Making Globalization Work.W. W. Norton & Co.: New York, London, 2006. p. 142
  22. Cia. VALE do Rio Doce. Demonstrações Contábeis de 2005 - BRGAAP
  23. VIANNA, Andrea. Privatização sub judice - O futuro da Vale nos tribunais. Vitória: Reportagens Especiais - Assembléia Legislativa do E. do Espírito Santo. 13/03/2006
  24. VALENTE, Jonas. Vale do Rio Doce: Parlamentares apóiam revisão do processo de privatização. Agência Carta Maior: Economia. São Paulo, 17/02/2006
  25. SILVA, Armando Francisco da. Fluxo de Caixa. São Bernardo do Campo: in Revista da Faculdade de Economia e Ciências Contábeis, Ecco 1, UMESP
  26. FIORI, Mylena. CNBB defende plebiscito sobre privatização da Vale. Agência Brasil, 17/11/2006
  27. Consulta sobre reversão da venda da Vale tem data fixada. São Paulo: O Estado de S. Paulo - Nacional, 26/11/2006
  28. Cia. VALE do Rio Doce. Fact Sheet.
  29. Cia. VALE do Rio Doce. Demonstrações Contábeis de 2005 - BRGAAP

[editar] Ligações externas

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