Pedro II do Brasil
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D. Pedro II, Imperador do Brasil |
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Ordem: | 2.º Imperador do Brasil |
Cognome(s): | O Magnânimo |
Início do Império: | 18 de Julho de 1841 |
Término do Império: | 15 de Novembro de 1889 |
Aclamação: | 18 de Julho de 1841, Capela Imperial, Rio de Janeiro, Brasil |
Predecessor: | D. Pedro I |
Sucessor: | Princesa Isabel |
Pai: | D. Pedro I |
Mãe: | D. Leopoldina de Áustria |
Data de Nascimento: | 2 de Dezembro de 1825 |
Local de Nascimento: | Rio de Janeiro |
Data de Falecimento: | 5 de Dezembro de 1891 |
Local de Falecimento: | Paris |
Consorte(s): | Teresa de Duas Sicílias |
Príncipe Herdeiro: | Princesa Isabel do Brasil (filha) |
Dinastia: | Bragança |
Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança e Habsburgo (Paço de São Cristóvão, Rio de Janeiro, 2 de dezembro de 1825 — Paris, 5 de Dezembro de 1891). Pedro II, chamado O Magnânimo, foi o segundo e último Imperador do Brasil.
D. Pedro II era o 7º filho de Dom Pedro I e da arquiduquesa Dona Leopoldina de Áustria. Sucedeu seu pai, que abdicou em seu favor para retomar a coroa de Portugal, à qual renunciara em nome da filha mais velha, D. Maria da Glória. Pelo lado paterno, era sobrinho de Miguel I de Portugal, enquanto, pelo lado materno, primo dos imperadores Napoleão II da França, Francisco José I da Áustria e Maximiliano I do México. Sendo o irmão mais novo de D. Maria da Glória, também fora tio dos reis de Portugal D. Pedro V e D. Luís I.
Índice |
[editar] Infância
O príncipe Pedro de Alcântara tornou-se órfão de mãe pouco depois de completar dois anos de idade. D. Leopoldina faleceu durante a ausência do marido, em viagem ao Sul do Império, então conflagrado. Dom Pedro I casou-se em segundas núpcias com D. Amélia de Leuchtemberg. Aos cinco anos, o pequeno príncipe perdeu o pai e a madrasta, quando Pedro I abdicou do trono e partiu para Portugal. Criado ao lado de suas irmãs por tutores e preceptores, sua rotina era marcada pela rigidez. A educação de Pedro II era focada em uma visão humanística e religiosa.
Quando Dom Pedro I abdicou, Pedro II tinha 5 anos e por isso estabeleceu-se no Brasil uma forma de governo provisória sob regentes, conhecida como Período regencial. José Bonifácio de Andrada e Silva, tutor do menino, apresentou-o ao povo de uma janela do paço da Cidade. Em 1833, a assembléia geral do império destituiu o patriarca e nomeou em seu lugar Manuel Inácio de Andrade Souto Maior, marquês de Itanhaém.
Teve como mestres grandes professores da época, que o instruíram e, principalmente, o formaram, sob a orientação do preceptor, o carmelita Frei Pedro de Santa Mariana e Sousa, mais tarde bispo auxiliar de São Sebastião do Rio de Janeiro, que o ensinou a doutrina católica, latim e matemática. Pedro começou a estudar sob a orientação da camareira-mor D. Mariana Carlota de Verna Magalhães Coutinho, mais tarde condessa de Belmonte. Com diversos mestres ilustres de seu tempo, o jovem imperador instruiu-se em português e literatura, francês, inglês, alemão, geografia, ciências naturais, música, dança, pintura, esgrima e equitação. A um de seus preceptores, o de português e literatura, Cândido José de Araújo Viana, futuro Marquês de Sapucaí, atribui-se influência não pequena nas atitudes resolutas do jovem de apenas 15 anos. Quando da revolução da Maioridade, por exemplo, ao receber a delegação parlamentar que lhe fora indagar se desejava esperar mais três anos ou assumir desde logo o poder, respondeu: "Quero já!". Diz-se que, esforçando-se para evitar que se tornasse tão devoto aos amorios como havia sido o pai, os professores concentraram-se em inclulcar-lhe elevados conceitos de moral e consciência. Nele e nas irmãs também foram criados laços de profundo respeito pela figura histórica que a mãe sofredora representara, de modo que, para ele, a imperatriz Leopoldina se transformou em uma figura quase divina.
[editar] Aclamação
A Regência foi conturbada. Proclamado maior, antecipadamente, em 23 de julho de 1840 e coroado em 18 de julho do ano seguinte, D. Pedro II iniciou um reinado que só terminou com a república, 48 anos depois. Considerado poeta, pintor, linguista e cientista, foi inteiramente devotado ao bem estar do povo.
[editar] Casamento
D. Pedro II se casou por procuração em Nápoles a 30 de maio de 1843 e em pessoa no Rio de Janeiro a 4 de setembro de 1843 com Dona Teresa Cristina Maria de Bourbon-Duas Sicílias, nascida em Nápoles em 14 de março de 1822 e morta em 28 de dezembro de 1889 no Porto, estando sepultada em Petrópolis, no Brasil, desde 1925. Era filha caçula de Francisco, Duque da Calábria, futuro Francisco I das Duas Sicílias (1777-1830) e de sua segunda esposa Maria Isabel de Bourbon, quinta filha de Carlos IV rei da Espanha e portanto irmã de Carlota Joaquina de Bourbon. D. Teresa Cristina trouxe um dote de dois milhões de francos. Tiveram quatro filhos.
[editar] Segundo Reinado
Deu ao Brasil 49 anos de paz interna, prosperidade e progresso. Durante seu reinado, foi aberta a primeira estrada de rodagem, a União e Indústria; correu a primeira locomotiva a vapor; foi instalado o cabo submarino; inaugurado o telefone e instituído o selo postal.
O Imperador Magnânimo, ao cabo de proveitoso reinado, expulso da pátria saudosa, formulou «ardentes votos por sua grandeza e prosperidade».
Foi colocado no trono aos 15 anos, um jovem louro, alto e de olhos azuis. Os políticos se disputavam poder, ferozmente. achando que seria fácil dominá-lo. A princípio, seu governo representou o triunfo do Partido Liberal sobre o Conservador, mas, um ano depois, este voltou à carga, com medidas reacionárias que deixaram clara sua disposição de retomar a cúpula do poder - como a criação do Conselho de Estado e a reforma do código de processo criminal - e que suscitaram a Revolução Liberal de 1842, circunscrita a Minas Gerais e São Paulo. Em maio do mesmo ano, o imperador casou-se com a princesa Teresa Cristina Maria, após outras negociações malsucedidas junto às cortes da Áustria, Espanha e Rússia. Somente em 23 de julho a notícia chegou ao Rio de Janeiro. A primeira questão foi a da sucessão, pois as leis da sucessão davam o trono a uma mulher apenas na ausência de filho varão. Na década de 1840, poucas princesas européias estavam dispostas a se arriscar numa enorme viagem rumo ao Hemisfério sul.
Enviaram-se emissários para a Europa com resultados pouco satisfatórios. Conseguiu-se afinal uma prima distante, do ramo napolitano da Casa real espanhola, onde reinavam como reis das Duas Sicílias. O bisavô de Pedro II, Carlos IV da Espanha, era irmão de Fernando I das Duas Sicílias, avô da princesa que se dispôs a se tornar imperatriz. Um ano depois eram pais de Afonso, nascido em 1845 (achado morto no berço em 1847, sem razão aparente) e em 1848 nasceria outro menino.
Depois de perder o segundo filho, o casal viu que não mais poderia ter outros. O imperador resignou-se e fez da filha primogênita a Princesa Imperial, herdeira oficial. Reinava porém sobre uma corte de poucas festas, trabalhadora, séria. Aboliu gradualmente muitas das cerimônias que antes mostravam pompa, abriu a família imperial ao contato mais próximo com seus súditos. Ganhou reconhecimento geral como governante liberal.
Em 1845, no final da guerra dos Farrapos, os liberais dominaram a situação, mas os conservadores logo reconquistaram a liderança e, em conseqüência de sua atuação, deflagrou-se a insurreição praieira de 1848, em Pernambuco. Com 23 anos e já pai de Afonso (morto antes de dois anos de idade), Isabel (que seria cognominada "a Redentora"), Leopoldina e Pedro (que morreu também criança, em 1850), D. Pedro II não era mais um mero observador dos acontecimentos: começara um amplo trabalho de conciliação política apartidária, nas nomeações dos integrantes do Conselho de Estado e dos presidentes de província. Encarnou esse espírito conciliador Honório Hermeto Carneiro Leão, mais tarde marquês de Paraná, que dobrou a resistência do Partido Conservador. Tal comportamento político propiciou, na década de 1860, a criação da Liga Progressista, que cindiu a ala conservadora e permitiu a Zacarias de Góis e Vasconcelos, à frente do Conselho de Ministros, realizar importantes reformas no final do período.
[editar] Abolição da Escravatura
Uma das maiores questões que afetou seu reinado foi a da escravidão. A Pedro II, pessoalmente, repugnava o tráfico de negros mas reconhecia que não podia ceder a todas as exigências da Grã-Bretanha, potência dominante do mundo, que depois de traficar abundantemente escravos de suas colônias africanas para as colônias nas Antilhas, queria interromper a prática para não ver seus preços sofrendo concorrência de mão-de-obra mais barata. Em 1826 o Brasil e a Grã-Bretanha haviam assinado um tratado para dar fim ao tráfico e, em troca do reconhecimento da independência, os ingleses haviam exigido de D. Pedro I a abolição do comércio escravo. Pedro I bem havia tentado manter a promessa, mas havia contrabando intenso de escravos que entravam pela costa brasileira. Duas décadas mais tarde, houve renegociação do acordo, mas o assunto fazia balançar o trono: com a enormidade continental do país, o tamanho das propriedades, a falta de mão-de-obra assalariada, a abolição do tráfico negreiro faria entrar em colapso a economia. Pedro II foi convencido por muitos conselheiros a não renovar o acordo britânico. A Grã-Bretanha despachou navios para a costa brasileira, e finalmente em 1850 D. Pedro II alterou sua posição.
Depois de uma década, Pedro II assinou outro pacto com a Grã-Bretanha pelo qual se proibia o tráfico humano da Africa, Ásia ou outros continentes. Data de 1871 outra lei que libertava os escravos recém nascidos, a Lei do Ventre Livre. Em 1885 promulgou a Lei dos Sexagenários. Em 1888, agindo como Regente do pai ausente, a Princesa Isabel finalmente aboliu a escravidão, ato que lhe deu o título de Redentora e que lhes custou o trono. A campanha está bem descrita em Abolicionismo no Brasil.
[editar] Educação
Dada a pequena estrutura educacional herdada da época em que seu avó, D. João IV, esteve no Brasil, Dom Pedro II criou e reformulou escolas e faculdades. Fundou em 21 de Outubro de 1838 o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, o IHGB, inspirado no Institut Historique de Paris. Mesmo no exílio, Pedro II continuou a contribuir para a cultura nacional através da doação de sua coleção particular de documentos e peças de arte. Porém, no geral, a educação permaneceu estagnada no país até a década de 20, quando ocorreram as grandes reformas do ensino nos estados. O Brasil só contaria com as primeiras universidades no primeiro terço do século XX.
[editar] Relação com a Ciência
Homem ilustrado, e particularmente apaixonado pelas inovações cientificas, Pedro II desde muito jovem foi sócio-correspondente de dezenas de instituições científicas, entre as quais o prestigiado Instituto da França. Numa justa analogia, esteve para o séc. XIX Brasileiro com os Monarca da "Luzes haviam estado, no séc. XVIII, para o Velho Continente. A ele se poderia aplicar a velha máxima de Tácito: "Sou humano, e nada do que é humano me pode ser estranho".
Manteve correspondência com diversos figuras proeminentes da sua época, tendo se encontrado com algumas durante suas viagens ao exterior, entre os quais Nietzsche e Emerson, além de escritores famosos, como Lewis Carrol, Júlio Verne e Victor Hugo, com quem teve um célebre encontro em Paris. Amigo de Camille Flammarion, um dos maiores astrônomos da época, se empenhou em equipar e reorganizar o atual Observatório Nacional, que se tornou um destacado centro de pesquisas. Sua paixão pela astronomia, ciência entre todas preferida, lhe valeu constantes caricaturas na imprensa brasileira, acompanhado de sua luneta.
Pedro II esteve na exposição de Filadélfia, Estados Unidos, em 1876, ocasião em que Alexander Graham Bell demonstrou a sua nova invenção: o telefone. Provavelmente, Pedro II foi o primeiro brasileiro a usar um telefone. Na ocasião, ele citou o clássico de William Shakespeare em Hamlet: Ser ou não ser, para em seguida exclamar: Esta coisa fala! Consta que teve relevante participação na divulgação e no posterior financiamento do invento.
Foi o primeiro financista de Louis Pasteur, cujas pesquisas admirava, muito antes de que o cientista fosse reconhecido na França, tendo inclusive o convidado para morar no Brasil. Apaixonado pela arqueologia, visitou as ruínas de Tróia e do Egito, tendo sido recebido e conduzido nessas ocasiões pelos próprios Schliemann e Mariette.
Também foi amigo e protetor do famoso neurologista Jean Charcot, cujas teorias seriam a base para a psicanálise de Freud. Charcot, inclusive, foi quem assinou seu atestado de óbito.
De espírito liberal, o imperador ajudou na industrialização do país, sendo o responsável pela introdução do trem no Brasil, através da concessão dada ao Visconde de Mauá para a construção da primeira ferrovia brasileira.
Pioneiro das preocupações ecológicas, pode-se citar a ordem que deu em 1861, para o replantio com espécies nativas da Mata Atlântica da área da Floresta da Tijuca, devastada pelo cultivo de café.
Fato pouco conhecido, financiou a primeira expedição brasileira à Antártida, em 1882, em que a corveta Parayba atingiu os arredores do estreito de Drake, com propósitos de coletar informações científicas, o que causou grande protesto da imprensa e de diversos políticos.
Foi o fundador, mantenedor e incentivador de inúmeras instituições científicas no Brasil, entre as quais se destacam, além do já citado observatório astronômico, o Instituto Baiano de Agricultura, o Instituto Agronômico de Campinas, o Museu Paraense, o Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, a Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional e a Escola de Minas de Ouro Preto. Critica-se o imperador pelo fato de seu apoio ter-se dado no plano do mecenato, tendo auxiliado essas instituições com seus recursos privados, sem procurar vinculá-las ao aparelho do Estado, o que fez com que perdessem a continuidade com a sua deposição e somente muito mais tarde se recuperassem. Não se deve esquecer, entretanto, que tais iniciativas não tinham um segmento social que o apoiasse, diferentemente do caso dos Estados Unidos e da Europa.
[editar] Propaganda republicana
Em 1870, quando acabou a guerra do Paraguai, o país novamente encontrou os conservadores nos postos mais significativos e o imperador, aos 45 anos, cansado e envelhecido, com a barba branca que lhe dava a aparência de um sexagenário. A guerra tornara ainda mais agudas as divergências políticas. Os liberais queriam a reforma da constituição e, em 1870, surgiu o Partido Republicano. O futuro marquês de São Vicente, José Antônio Pimenta Bueno, que presidia o Conselho de Ministros, considerou inconveniente o exercício de cargos públicos por republicanos, ao que D. Pedro II respondeu: "O país que se governe como entender e dê razão a quem tiver." E, ante a insistência do primeiro-ministro, arrematou: "Ora, se os brasileiros não me quiserem como imperador, irei ser professor".
Essa tolerância, no entanto, não implicava a falta ou recusa da autoridade. O imperador influía pessoalmente nas indicações para o Conselho de Estado e para o Senado, e contrariava com freqüência as intenções partidárias. Na questão religiosa de 1872, fez prender e processar os bispos D. Vital e D. Macedo Costa, que desafiaram o poder real. Após julgados e condenados pelo Supremo Tribunal de Justiça em 1875, concedeu-lhes a anistia. É indiscutível, porém, que o imperador exerceu sua autoridade com discernimento, assegurou ao legislativo o pleno desempenho de suas funções e à imprensa a inteira liberdade de expressão. Chegou mesmo a declarar, em seu diário, que nascera para consagrar-se "às letras e às ciências e, a ocupar posição política, preferiria a de presidente da república, ou ministro, à de imperador".
Em determinado momento seu governo entrou em conflito com os elementos mais conservadores da sociedade. Naquela época, as forças sociais mais importantes e que davam sustentação ao Império eram a aristocracia rural, formada pelos senhores de escravos, o Exército Imperial e a Igreja Católica.
As dificuldades da economia, agravadas com os gastos decorrentes da Guerra do Paraguai e, principalmente, a abolição da escravatura colocaram a aristocracia rural contra o imperador. O exército, por sua vez, buscava maior autonomia - que considerava consequência natural do sucesso na guerra - e estava bastante influenciado pelas idéias positivistas e republicanas.
[editar] Proclamação da República
Apesar de gozar de boa fama entre a população, Pedro II foi deposto (mas de forma pacífica e sem nenhuma espécie de participação popular) no dia 15 de Novembro de 1889, através de um golpe militar do qual fez parte o Marechal Deodoro da Fonseca, que seria mais tarde o primeiro presidente republicano brasileiro. Ironia da História, o mesmo debate sobre a Libertação do Escravos, a quem a Humanidade lhe ficou eternamente grata, teve um desfecho oposto ao da mesma polémica, que alimentou a feroz Guerra Civil Americana, com o triunfo dos Libertadores Nortistas. No Hemisfério Sul, o Acto de Libertação, fez rolar uma brilhante cabeça coroada, porventura o mais nobre dos Braganças, de ambos os lados do Oceano.
[editar] No exílio
O ex-imperador e sua família foram exilados e mudaram-se inicialmente para Portugal (onde assistiram às exéquias do rei Luís I, falecido em 19 de Outubro de 1889, à cerimónia de aclamação de seu filho e herdeiro Carlos I, bem como à de baptismo do infante D. Manuel, Duque de Beja e filho segundo do monarca português, nascido exactamente no dia da sua deposição, e do qual viria a ser padrinho de baptizado) e a seguir para França.
[editar] Morte
Morreu em Paris na no dia 5 de Dezembro de 1891 no hotel Bedford. A França lhe deu funerais régios, depositando o corpo no Panteão dos Bragança no Convento de São Vicente de Fora em Lisboa. Revogada a Lei do Banimento, seus restos mortais foram transportados para o Brasil e repousam em Petrópolis, na Catedral cuja construção teve início sob seu generoso patrocínio.
Em 1921, seu corpo e o de sua esposa foram transportados de Portugal para o Brasil, chegando ao Rio de janeiro em 8 de janeiro, a bordo do Encouraçado São Paulo da Marinha do Brasil, após 17 dias de viagem. Acompanharam os restos mortais, o Conde D'Eu - seu genro - marido da Princesa Isabel, D. Pedro de Orleans e Bragança - neto de D. Pedro II e o Barão de Muritiba. Em 1939, em solenidade que contou com a presença de autoridades e do presidente da época, Getúlio Vargas, o imperador e a imperatriz foram sepultados na Catedral de Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro, num mausoléu construído para a ocasião.
[editar] Posteridade
De sua mulher, Teresa de Bourbon, princesa das Duas Sicílias (1822-1889):
- D. Afonso Pedro de Bragança e Bourbon, príncipe imperial do Brasil (1845-1847).
- Isabel de Bragança e Bourbon, princesa do Brasil (1846-1850), princesa imperial do Brasil (1850-1921), casou-se com Gastão de Orleans, Conde d'Eu.
- Leopoldina de Bragança e Bourbon, princesa do Brasil (1847-1871), casou-se com o príncipe Augusto de Saxe-Coburg-Gotha.
- D. Pedro Afonso de Bragança e Bourbon, príncipe imperial do Brasil (1848-1850).
[editar] Representações na cultura
Dom Pedro II já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por Marcelo Picchi na novela "Helena" (1987), Philippe Noiret no filme "O Jovem Toscanini" (1988), Carlos Kroeber nas minisséries "Abolição" (1988) e "República" (1989), Cláudio Corrêa e Castro na novela "Sangue do Meu Sangue" de 1969 e por Sylvio Band no remake de 1995 no SBT, Antonio Pedro no filme "Policarpo Quaresma, Herói do Brasil" (1998), Rodrigo Penna no filme "Mauá: O Imperador e O Rei" (1999), Cláudio Marzo no filme "O Xangô de Baker Street" (2001) e Ricardo Pavão na novela "Bang Bang" (2005).
Também teve sua efígie impressa nas notas de Cr$ 100 (cem cruzeiros) de 1949, nas de Cr$ 10 (dez cruzeiros) de 1970 e cunhado no verso das moedas de réis em circulação no Brasil entre 1840 e 1889.
[editar] Ligações externas
- Casa Imperial do Brasil
- Curiosidades sobre Dom Pedro II
- História do Senado Brasileiro
- Museu Imperial do Brasil
- Instituto D. Isabel I
[editar] Bibliografia
- As Barbas do Imperador, Lilia Moritz Schwarcz, Cia das Letras, I.S.B.N.: 8571648379
- Brasil: uma História, Eduardo Bueno, Editora Ática, I.S.B.N.: 8508082134
- A crise da República Presidencial, João de Scantimburgo, Livraria Pioneira Editora
- Dicionário do Brasil Imperial, Ronaldo Vainfas, Objetiva, I.S.B.N.: 8573024410
- Dom Pedro II, Imperador do Brasil, Antonio Carlos Olivieri, Callis Editora, I.S.B.N.: 8586797197
- Imperador D. Pedro II: o hebraísta no trono do Brasil, 1825 - 1891, Kurt Loewenstamm, Centauro, I.S.B.N.: 8588208253
- Maldita Guerra: nova história da Guerra do Paraguai, Francisco Doratioto, Cia das Letras, I.S.B.N.: 8535902244
- O pacto imperial: origens do federalismo no Brasil do século XIX, Mirian Dolhnikoff, Editora Globo, I.S.B.N.: 8525040398
- O Rio de Janeiro Imperial, Adolfo Morales de los Rios Filho, Universidade Editoria, I.S.B.N.: 8574750166
- Tratado Geral do Brasil, João de Scantimburgo, Companhia Editora Nacional
- Viagens pelo Brasil: Bahia, Sergipe e Alagoas -1859, Lourenço Luiz Lacombe e Renato Lemos, Editora Letras & Expressões e Bom Texto, I.S.B.N.: 8587723324
Precedido por Pedro I do Brasil |
Imperador do Brasil 1841 — 1889 |
Sucedido por Nenhum |
Precedido por Maria II de Portugal |
Príncipe Imperial do Brasil 1822 — 1841 |
Sucedido por D. Januária Maria |
Precedido por Período regencial |
Segundo Império 1841 — 1889 |
Sucedido por República Velha |
Família Imperial Brasileira |
Precursores: | D.João VI de Portugal | D.Carlota Joaquina |
1ª geração: | D.Pedro I | D.Leopoldina de Áustria | D.Amélia de Leuchtemberg |
2ª geração: | D.Pedro II | D.Teresa de Duas Sicílias | D.Januária Maria | D.Paula Mariana | D.Francisca Carolina | D.Maria II de Portugal | D.Maria Amélia |
3ª geração: | D.Isabel Leopoldina | D.Luís Gastão d'Eu | D.Afonso Pedro | D.Leopoldina Teresa | D.Pedro Afonso |
4ª geração: | D.Luísa Vitória | D.Pedro de Alcântara | D.Luís Maria Filipe | D.Antônio Gastão |
5ª geração em diante: | Ramo de Vassouras | Ramo de Petrópolis |