História Antiga
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A História Antiga é um domínio de estudos que se estende desde o aparecimento da escrita cuneiforme (cerca de 4.000 a.C.) até a tomada do Império Romano do Ocidente pelos povos bárbaros (476 d.C.).
Índice |
[editar] Egito Antigo
[editar] O espaço geográfico
A região onde se iniciou o desenvolvimento da civilização egípcia está situada no nordeste da África, com seu antigo território cortado pelo grande rio Nilo (6.500 km e 6 cataratas), ladeado por dois desertos (deserto da Líbia e da Arábia). Ao norte, o Mar Mediterrâneo favorecia a navegação e o comércio com outros povos. A leste, o Mar Vermelho, outra via de comunicação.
[editar] Vale do rio Nilo
O rio Nilo era a fonte de vida do povo egípcio, que vivia basicamente da agricultura.
De junho a setembro, no período das cheias, as fortes chuvas inundavam o rio; este transbordava e cobria grandes extensões de terras que o margeavam. Essas águas fertilizavam o solo com a matéria orgânica que traziam, que se transformava em fertilizante de primeira qualidade.
Além de fertilizar o solo, o rio trazia grande quantidade de peixes e dava chances a milhares de barcos que navegavam sobre as águas fluviais.
Para o povo egípcio era uma verdadeira benção dos deuses. Aliás, o próprio rio era tido como sagrado. Mas para o Egito não era apenas um presente da natureza. Havia necessidade da inteligência, do trabalho, da aplicação e da organização dos homens. No tempo da estiagem, num trabalho de união de forças e de conjunto, os egípcios aproveitaram as águas do rio para levar a irrigação até terras mais distantes ou construir diques para controlar as cheias, protegendo o vale contra essas catástrofes terríveis.
Com as cheias, desapareciam as divisas das propriedades agrícolas. Assim, todos os anos era necessário o trabalho do homem para medir, calcular, e isso ocasionou o desenvolvimento da geometria e da matemática.
Esse esforço comum e a unidade geográfica facilitaram um governo único e centralizador.
[editar] Períodos históricos
O vale do rio Nilo foi habitado desde o Paleolítico.
Com o passar do tempo, surgiram comunidades organizadas e independentes chamadas nomos. Os nomos se agruparam em dois reinos (do Norte e do Sul) e por volta de 3.200 a.C. foram todos unificados num só reino pelo faraó Menés. Como ele, começam as grandes dinastias (famílias reais que governaram o Egito por quase 3.000 anos).
Costuma-se dividir a História do Egito em três grandes períodos:
- Antigo Império: de 3200 a.C. até 2200 a.C.
- Médio Império: de 2200 a.C. a 1750 a.C.
- Novo Império: de 1580 a.C. a 1085 a.C.
No final do Médio Império houve uma grande imigração pacífica dos hebreus para o Egito, que acabaram sendo escravizados e finalmente liberados para voltarem a seu país de origem. Depois dos hebreus, os hicsos invadiram o Egito, aí se estabelecendo por duzentos anos. Introduziram os carros de guerra, aquilo que os egípcios desconheciam, e desde sua expulsão teve início o Novo Império.
Ao final do Novo Império, houve um enfraquecimento do Egito e sua decadência facilitou a invasão e o domínio por parte de vários povos, como persas, gregos, romanos e muçulmanos. Nos tempos modernos, o Egito foi dominado politicamente pelos franceses e ingleses, até se tornar independente em 1962, como país moderno com governo próprio.
[editar] Civilização Egípcia
[editar] Sociedade
No Egito, a sociedade se dividia em algumas camadas, cada uma com suas funções bem definidas. A mulher, ao contrário da maioria das outras civilizações da antiguidade oriental, possuia posição excêntrica, podendo ocupar altos cargos políticos e religiosos, estabalecendo relativa igualdade com o homem.
A sociedade egípcia era heterogênea, dos quais se destacam 3 ordens principais:
- Faraó e sua familia;
- Nobreza (detentora real das terras), Escribas (burocratas) e o Clero (sacerdotes);
- Felás (camponeses, trabalham presos a terra e em obras públicas);
Cabe ressaltar que entre a segunda e a terceira camada, havia ainda pequenos artesãos, militares, o baixo clero, e comerciantes incipientes que não bem representavam uma nova camada, mas indivíduos sem ordenação política, dependente dos superiores.
Ocorrem escravos, mas em número não relevante.
[editar] Classes sociais
No topo da pirâmide vem o faraó, com poderes ilimitados. Isso porquê ele era visto como pessoa sagrada, divina, e aceito como filho de deus ou como o próprio deus. É o que se chama de governo teocrático, isto é, governo em nome de deus.
O faraó era um rei todo-poderoso, proprietário de todo o território. Os campos, os desertos, as minas, os rios, os homens, as mulheres, o gado e todos os animais – tudo lhe pertencia. Ele era ao mesmo tempo rei, juiz, sacerdote, tesoureiro, general. Era ele que decidia e dirigia tudo, mas, não podendo estar em todos os lugares, distribuía obrigações para centenas de funcionários que o auxiliavam na administração do Egito. A sagrada figura do faraó era elemento básico para a unidade de todo o Egito. O povo via no faraó a sua própria sobrevivência e a esperança na felicidade.
Os sacerdotes tinham enorme prestígio e poder, tanto espiritual como material, pois administrava as riquezas e os bens dos grandes e ricos templos. Eram também os sábios do Egito, guardadores do segredos das ciências e dos mistérios religiosos com seus inúmeros deuses.
A nobreza era formada por parentes do faraó, altos funcionários e ricos senhores de terras.
Os escribas, provenientes das famílias ricas e poderosas, aprendiam a ler e a escrever e se dedicavam a registrar, documentar e contabilizar documentos e atividades da vida no Egito.
Os soldados que, ao contrário dos nobres, não eram bem vistos pela sociedade. Executavam o trabalho "bruto" e eram responsáveis pelas punições aos cidadãos.
Os artesãos e os comerciantes. Os artesãos trabalhavam especialmente para os reis, para a nobreza e para os templos. Faziam belas peças de adorno, utensílios, estatuetas, máscaras funerárias. Travalhavam muito bem com madeira, cobre, bronze, ferro, ouro e marfim. Já os comerciantes se dedicavam ao comércio em nome dos reis e nobres ou em nome próprio, comprando, vendendo ou trocando produtos com outros povos, como cretenses, fenícios, povos da Somália, da Síria, da Núbia, entre tantos outros. O comércio forçou a construção de grandes barcos cargueiros.
Os camponeses formavam a maior parte da população. Os trabalhos dos campos eram organizados e controlados pelos funcionários do faraó, pois todas terras eram do governo. As enchentes, os trabalhos de irrigação, semeadura, colheita, armazenamento dos grãos originavam trabalhos pesados e mal remunerados. O pagamento geralmente era feito com uma pequena partes dos produtos colhidos a apenas o suficiente para sobreviverem. Viviam em cabanas humildes e vestiam-se de maneira muito simples. Os camponeses prestavam serviços também nas terras dos nobres e nos templos. O Egito era essencialmente agrícola, pois não sobrava terra e vegetação suficiente para criar muitos rebanhos. À custa da pobreza dos camponeses eram cultivados cevada, trigo, lentilhas, árvores frutíferas e videiras. Faziam pão, cerveja e vinho. O Nilo oferecia peixes em abundância.
Os escravos eram, na maioria, perseguidos entre os vencidos nas guerras. Foram duramente forçados ao trabalho nas grandes construções, como as pirâmides, por exemplo. Os escravos eram minoria.
[editar] Alguns faraós importantes
Inúmeros faraós governaram o Egito na sua longa história. Alguns merecem certo destaque.
- Menés (ou Narmer), por volta do ano 3000 a.C., uniu os reinos do Norte e do Sul em um só reino.
- Djoser (Zozer), em cujo reino apareceu a primeira grande construção com pedras no Egito, que foi a pirâmide de Djoser, em degraus.
- Quéops, Quéfren e Miquerinos ficaram famosos como faraós construtores das três maiores pirâmides do Egito, na planície de Gizé. A maior pirâmide é a de Quéops. Seu filho, Quéfren, sucedeu-o no trono e construiu também a sua pirâmide a alguns metros longe da do pai. Depois de Quéfren, governou Miquerinos, que mandou construir sua pirâmide perto das outras, mas um pouco menor.
- Amenófis IV, chamado também de "sacerdote do deus Sol", ficou conhecido como o faraó que unificou a religião no Egito, forçando o culto a uma só divindade, o Sol, chamado de Aton. Mudou seu nome de Amenófis (que significa "Amon é satisfeito") para Aquenaton (que significa "servidor de Aton"). Ganhou a a antipatia dos sacerdotes e do povo fanático e este, depois de sua morte, voltou aos antigos cultos.
- Tutancâmon, da família de Aquenaton, assumiu o reino ainda muito jovem (cinco anos de idade). Teve reino curto, pois morreu aos dezoito anos. Sua fama, porém, correu o mundo em nosso século, porque em 1924 foi encontrado pelo arqueólogo inglês Haward Carter, no Vale dos Reis, o seu riquíssimo sarcófago. O túmulo, intacto, ainda não tinha sido violado por ladrões e guardava valiosas riquezas, pois os objetos eram feitos de ouro, prata e pedras preciosas. Havia extraordinária riqueza nas máscaras mortuárias, sarcófagos, estátuas, móveis, jóias, vasos, carro mortuário, etc. Por essa descoberta arqueológica podemos ter uma idéia da grandiosidade, do luxo e da riqueza em que viviam os faraós, enquanto que a maioria da população, formada por camponeses, levava uma vida duríssima e pouca alimentação.
[editar] Religião e mitologia
Artigo principal: Mitologia egípcia.
Os egípcios foram um povo de profundas crenças religiosas. Isto teve importância na formação de sua civilização e organização social. Adotaram o politeísmo (crença em vários deuses). Desde os tempos mais antigos, os egípcios adoravam numerosos e estranhos deuses. Os primeiros foram animais e cada pessoa tinha o seu animal-deus que a protegia. Adoravam gatos, bois, serpentes, crocodilos, touros, chacais, gazelas, escaravelhos, etc.
Entre os animais adorados, o mais famoso foi o boi Ápis que, quando morria, provocava luto em todo o Egito e os sacerdotes procuravam nos campos um substituto fisicamente igual a este deus bovino. Acreditavam que um deus poderia se encarnar em um animal vivo.
O rio Nilo, com suas enchentes periódicas, e o vento quente do deserto, que destruía as colheitas, eram adorados como forças da natureza.
Os egípcios acreditavam na vida após a morte (ressureição), por isso prestavam culto aos mortos (cerimônias fúnebres). Cada localidade tinha seus próprios deuses, com diferentes aspectos, sendo alguns parte homem e parte animal (geralmente corpo de homem e cabeça de animal – antropozoomorfismo).
Obs.: Há determinadas caracteristicas que caracterizam as formas de representação de um Deus. De forma didática, temos as seguintes caracterizações:
- Zoomorfismo: Feições ou formas de animais;
- Antropomorfismo: Caracterização de Deus com aspectos humanos;
- Antropozoomorfimos: Fusão das anteriores;
[editar] Deuses do Egipto
- Rá: o deus Sol, que unido ao deus Amon (Amon-Rá) é a principal divindade do Egito.
- Nut: é a abóboda celeste, representada por uma mulher como os pés no Oriente e as mãos no Ocidente. Os astros viajam ao longo do seu corpo. Mãe de Rá (o Sol), ela o engole à noite e o faz renascer a cada manhã.
- Babuíno divino: testemunnho da viagem da barca solar.
- Barca solar de Rá, que numa viagem eterna, todos os dias o traz à Terra e à noite o leva de volta à eternidade.
- Ísis: esposa de Osíris, mãe de Hórus e deusa da vegetação, das águas (das enchentes do Nilo) e das sementes. As chuvas seriam as lágrimas de Ísis procurando seu marido. Osíris, que também é o Nilo.
- Néftis: irmã de Osíris e esposa de Set.
- Maat: deusa da justiça, da verdade, e do equilíbrio do universo. Era uma das suas plumas que era pesada no Julgamento de Osíris.
- Hórus: o deus-falcão, filho de Osíris e de Ísis, também cultuado como o Sol nascente. este deus protegia também as crianças
- Osíris: no seu hábito numiforme, é o deus dos mortos, da vegetação, da fecundidade. Também cultuado como Sol poente. Era ele que vinha buscar as almas que morriam para serem julgadas no seu tribunal (Tribunal de Osíris).
- Sekhemkhet: deusa com corpo de mulher e cabeça de leão. Deusa das guerras que, com sua força, foi encarregada de destruir os inimigos de Rá.
- Ptá: deus de Mênfis, considerado criador do mundo e protetor dos artesãos.
- Knum: deus pastor, deus das nascentes e das enchentes do Nilo.
- Anúbis: deus chacal, guardião dos túmulos, deus da ressurreição, mediador entre o céu e a Terra. ajudou Ísis quando esta reuniu os bocados do corpo de Osíris e deu-lhe vida de novo.
- Toth: deus da sabedoria, da magia, criou a escrita. É considerado o escriba divino e protetor das escribas.
- Hator: deusa que se apresenta com duas formas: com uma vaca tendo o Sol entre os chifres e como uma mulher com chifres e o Sol entre eles. Considerada a deusa da vaidade, da música, da alegria, dos prazeres e do amor.
- Set: grande inimigo de Osíris (o Nilo) e considerado como o vento quente vindo do deserto. Encarnação do mal, provocador de tempestades e protetor das armas.
- Amon (de Tebas): deus dos deuses do Egito, depois cultuado junto com Rá, com a denominação de Amon-Rá.
- Bes: espírito (ou demônio) feio e maléfico, que habitava as profundezas da terra.
- Tueris: deusa hipopótamo, protetora das gestantes.
- Bastet: deusa gata, que transmite para as pessoas as boas influências do deus Sol.
[editar] Cerimônias fúnebres
[editar] As múmias
Os egípicios acreditavam que o ser humano era formado por Ká (o corpo) e por Rá (a alma). Para eles, no momento da morte, a alma (Rá) deixava o corpo (Ká), mas ela podia continuar a viver no reino de Osíris ou de Amon-Rá. Isso seria possível somente se fosse conservado o corpo que devia sustentá-la, Daí vinha a importância de embalsamar ou mumificar o corpo para impedir que o mesmo se descompusesse. Para assegurar a sobrevivência da alma, caso a múmia fosse destruída, colocava-se no túmulo estatuetas do morto.
O túmulo era como uma habitação de um vivo, com móveis e provisões de alimentos. As pinturas das paredes representavam cenas do morto à mesma, na caça e na pesca. Eles acreditavam nos poderes mágicos dessas pinturas, pois achavam que a alma do morto se sentia feliz e serena ao contemplá-las. A alma do morto comparecia ao Tribunal de Osíris, onde era julgada por suas obras, para ver se podia ser admitida no reino de Osíris.
[editar] Túmulos
Os antigos egípcios também acreditavam que os túmulos eram moradias de eternidade. Para melhor proteger os corpos, as múmias eram colocadas em sarcófagos bem fechados. Os faraós, os nobres, os ricos e alguns sacerdotes construíam grandes túmulos de pedras para garantir a proteção dos corpos contra ladrões e profanadores, aqueles que invadem lugares sagrados ou câmaras funerárias. Eram feitos para garantir a longa espera no tempo até que a alma voltasse para a vida.
Assim foram construídas mastabas, pirâmides e hipogeus ricamente adorados.
[editar] Cultura
Durante a antigüidade, a cultura egípcia era o conjunto de manifestações culturais desenvolvidas no Antigo Egito.
[editar] Arquitetura
Além das pirâmides, mastabas, hipogeus e dos grandes templos, a arte egípcia manifestou-se também nos palácios, nas grandiosas colunas e obeliscos, nas esfinges, na estatuária e na decoração em baixo-relevo.
- Mastabas: As mastabas eram túmulos recobertos com lajes de pedra ou de tijolo especial. Tinham uma capela, a câmara do morto e outros compartimentos.
- Hipogeus: Túmulos escavados nas rochas, próximo às barrancas do Nilo. O hipogeu mais famoso foi Tutancâmon, situado no Vale dos Reis.
- Esfinge: As esfinges eram as guardiãs dos templos e das pirâmides. A esfinge diante da pirâmide de Quéfren tem cabeça de gente e corpo de leão.
- Obelisco: Monumento feito de uma só pedra em forma de agulha para marcar algum fato ou realização. Representa também um raio do Deus Sol.
es funerárias.
[editar] Pirâmides
No antigo Egito foram construídas centenas de pirâmides. As três grandes estão incluídas entre as Sete Maravilhas do Mundo antigo. Até hoje as pirâmides oferecem alguns mistérios para a nossa mente. Assim a moderna engenharia não conseguiu ainda explicar como foi, naquela época, conseguiu-se trazer blocos de pedras de 2 a 10 ou mais toneladas vindas de longe até o deserto onde se encontram as pirâmides. Mais complicado ainda se torna explicar como conseguiram carregar pedras sobre pedras até uma altura de 146 metros (a altura da grande pirâmide de Quéops). Outro segredo é explicar porquê as pirâmides foram construídas tendo seus lados rigorosamente voltados para os quatro pontos cardeais. Atualmente, milhares de pessoas no mundo inteiro acreditam num misterioso poder de concentração de energia e conservação dentro das pirâmides. Assim, não se estragariam determinadas coisas perecíveis que fossem colocadas no seu interior, na posição ocupada pela câmara do rei.
Para isso, com auxílio de uma bússola, é preciso orientar as bases de uma pirâmide na posição dos pontos cardeais. Acredita-se, também, em curas ou melhoras de saúde através do uso de uma pirâmide de cor azul (frequencia de cor com propriedades curativas) para isso, a pirâmide usada deve ter o mesmo ângulo da construção da pirâmide original, localizada no Egito e durante a aplicação no local doente, ela deve estar voltada para o norte geografico.
[editar] Templos
Os templos egípcios não eram como as igrejas de hoje. Eram grandiosos, de dimensões enormes, com um portão imponente e amplos pátios abertos. Eram sustentados por gigantescas colunas. Ao fundo ficava a estátua do deus local e nas laterais um pequeno número de outros deuses. Nas fachadas, estátuas colossais dos faraós que mandaram construir os templos. No interior dos templos viviam numerosos sacerdotes, com cabeça raspada e vestidos com um túnica.
Do antigo Egito sobraram as ruínas de dois grandiosos templos, os de Lúxor e Karnak.
[editar] As ciências
Os antigos egípcios não foram tão grandes cientistas como arquitetos. Nas ciências, desenvolveram a matemática, a astronomia, a medicina e a engenharia. Dividiram o ano em 365, com 12 meses com 30 dias e três semanas com dez dias. Utilizavam relógios solares, estelares e relógios d'água para medidias cronológicas.
Na matemática, desenvolveram muito a geometria, devido à necessidades de medir as terras rurais e erguer as grandes construções. Na medicina, possuiam médicos especializados em várias doenças e faziam cirurgias, utilizando inclusive um tipo de anestésico. Todavia, a medicina egípcia, como na antigüidade em geral, era a mais magia do que ciência, pois sempre vinha acompanha de rituais mágicos e invocações aos deuses.
Foram especialistas no processo de fazer a mumificação corpos através de recursos de embalsamento que conservavam inúmeros corpos até hoje. Heródoto, que era um historiador grego muito famoso, nos conta como era feita mumificação:
"Tiram-lhe primeiro o cérebro, com ferro recurvado, que introduzem nas narinas e com o auxílio de drogas, que injetam na cabeça. Fazem em seguida uma incisão no ventre, com uma pedra cortante da Etiópia. Tiram por esta abertura os intestinos, que são lavados, passados por vinho de palma e por aromas, enchem, seguidamente, o ventre de mirra (resina de uma árvore utilizada como incenso ou perfume), canela e outros perfumes, depois o costuram cuidadosamente. Terminado isto, salgam o corpo e cobrem-no de natrão (carbonato de sódio natural) durante setenta dias. Acabado este prazo, lavam o corpo e o envolvem inteiramente em faixas de linho". Depois colocavam o corpo no sarcófago. Os pobres possuíam processos de mumificação muito mais simples.
[editar] Língua e literaturas
Os egípcios foram um dos primeiros povos do mundo a utilizar a escrita. Desenvolveram três variedades de alfabeto:
- o alfabeto hieróglifo, considerada escrita sagrada;
- o alfabeto hierático, mais simples, utilizada pela nobreza e pelos sacerdotes;
- o alfabeto demótico, um tipo de escrita popular, adotado pelas classes mais pobres da sociedade egípcia.
Durante a campanha de Napoleão no Egito, foi trazida para França pelo arqueologista francês Jean François Champollion, no ano de 1799, uma pedra da cidade de Roseta, contendo inscrição em três tipos de alfabeto: hieróglifo, grego e demótico. Em 1822, Champolion, fazer comparação do texto grego com o mesmo assunto em hieróglifos, conseguiu decifrar o alfabeto egípcio, dando uma contribuição para os estudos da civilização egípcia.
Os egípcios escreviam principalmente numa planta denominada papiro, encontrada em abundância às margens do rio Nilo. O miolo do papiro era cortado e as partes eram ligadas umas com as outras e depois prensadas, formando assim rolos que inclusive eram exportados para os povos vizinhos.
Os egípcios deixaram vários livros escritos, a maioria de temas ligados à religião, como o famoso Livro dos mortos.
[editar] Música
Pelos documentos encontrados, como fragmentos de músicas e instrumentos, a música teria iniciado na Mesopotâmia e no Egito antigo. De fato, em 1950 os arqueólogos encontraram uma canção de origem assíria datando de 4000 a.C., gravada numa tabuleta de argila.
Os egípcios usavam muito a música em todas as ocasiões religiosas ou da sociedade, como casamentos, festas, canções de guerra, de vitória, ou para expressar sentimentos de melancolia e de luto. Tocavam lira, cítara, oboé, címbalo, harpa e instrumentos com caixa de ressonância. Era comum as mulheres ricas serem excelentes cantoras. Junto com a música, desenvolveu-se a dança e a coreografia, Os mesopotâmios e os egípcios já conseguiam escrever a música de sinais próprios para a sua execução pública.
[editar] Influência da civilização egípcia com outros povos
Os egípcios tiveram grande influência no desenvolvimento de vários povos limítrofes ou longínquos. Muitos eruditos de outros povos da antiguidade iam buscar seus conhecimentos no Egipto, onde trabalhavam como estagiários. Inventaram várias ciências tais como a geometria, que depois passou a ser seguida pelos gregos e por outros povos e países.
Na medicina, a influência egípcia foi quase total. De facto, ultrapassaram todos os povos antigos nos conhecimentos médicos, tentando procurar as soluções para todas as doenças existentes na antiguidade oriental.
Quanto à religião, seus deuses e suas crenças chegaram a se espalhar por toda a parte. As pirâmides impressionaram o mundo, e a sua crença na imortalidade da alma foi considerada um avanço na espiritualidade.
Quanto à escrita, foram pioneiros na arte de escrever, pois sinais e marcas chegaram à Fenícia, onde foram simplificados, resultando no alfabeto que temos nos dias de hoje. Grande contribuição às civilizações foi o papiro que o Egito forneceu a todo o mundo antigo para escrever seus livros, construir o conteúdo de suas bibliotecas e fornecer material de estudos para os seus sábios.
[editar] Civilização Mesopotâmica
A Mesopotâmia era a região onde começou a história do mundo, por volta de 4.000 a.C., quando foi inventada a escrita cuneiforme.
[editar] Localização geográfica
A Mesopotâmia era uma rica região da Ásia Menor, localizada nas planícies férteis banhadas pelos rios Tigre e Eufrates, os quais lançam suas águas no golfo Pérsico. A Mesopotâmia corresponde em grande parte ao atual território da República do Iraque.
[editar] Etimologia
A palavra Mesopotâmia se deriva do grego: mesos = meio + potamos = rio e significa região situada entre rios, isto é, no caso, região compreendida entre os rios Tigre e Eufrates. Mas, como visto nos mapas históricos, a Mesopotâmia estendia além desses rios.
[editar] Ocupação
Foram vários os povos que através de lutas, tomaram conta dessa fértil região do Oriente Médio (Ásia Menor). Entre eles, vivem vários povos, tais como os sumérios, os elamitas, os acádios, os amoritas, os cassitas, os assírios, os babilônios, caldeus, etc.
Os povos mais importantes da Mesopotâmia foram os sumérios e babilônios.
[editar] Sumérios
[editar] Origens
Existe uma grande falta de conhecimento sobre a origem dos sumérios, porém há notícia que, por volta de 3000 a.C., eles se estabeleceram ao sul da Mesopotâmia, próximo ao golfo Pérsico.
[editar] Cidades e organização administrativa
No começo de sua história, os sumérios fundaram várias comunidades que, pouco a pouco, foram-se transformando em cidades-estados. Dessa forma surgiram as cidades de Ur, Uruk, Lagash, Nippur. As mais importante delas foi Ur.
A região disputada pelos sumérios não possuía um poder central que lhe desse unidade administrativa. Cada cidade era como que um Estado independente, com governo próprio. Cada cidade-estado era governada por um civil (patesi) e por um sacerdote. Essas cidades viviam em constantes lutas e foi o rei Sargão I quem conseguiu dar unidade ao povo sumério, fundando o reino da Suméria, que se estendia da Mespotâmia até o mar Mediterrâneo.
Com a morte de Sargão I, o reino entrou em decadência e caiu em mãos de povos dominadores.
[editar] Babilônios
Chefiados por Hamurabi, tomaram conta da Suméria e fundaram o grande Império Babilônico, por volta 1700 a.C.
Foi Hamurabi quem elaborou o mais antigo código de leis de que se tem conhecimento na história. As leis contidas nesses código determinavam direitos e deveres do povo e das autoridades. Mas, dependendo da classe social, as pessoas não eram iguais perante a lei no Império Babilônico. Os escravos, por exemplo, não eram considerados como gente, mas sim, como objeto de compra e venda, uma simples propriedade qualquer. Aliás, as civilizações antigas autorizavam a escravatura e os prisioneiros de guerra, ao invés de serem mortos, eram aproveitados como escravos para trabalhos forçados. Vem de Hamurabi a lei do talião: "Olho por olho, dente por dente". Outra lei estabelecia que, se um homem entrasse num pomar e fosse pego roubando, era obrigado a pagar ao dono do pomar uma certa quantia em prata. Esse código teve grande importância nas leis de outros povos.
O Império Babilônico entrou em decadência e foi conquistado pelos assírios, povo guerreiro de grande organização militar e o primeiro a usar os carros de guerra puxados por cavalos. Eram cruéis, violentos, conquistaram vários povos e dominaram a região por 500 anos.
Mais tarde, por volta de 612 a.C., o Império Babilônico se reorganizou (Segundo Império Babilônico e chegou com Nabucodonosor, que embelezou a cidade, construiu os famosos Jardins Supensos da Babilônia, que eram uma das sete maravilhas do mundo antigo, e mandou construir um grande zigurate, que a Bíblia Sagrada chamou de Torre de Babel. De fato, no ano de 1899, durante escavações, foi descoberto um gigante zigurate que se pensou ser a Torre de Babel. Tinha 90 metros de base e outro tanto de altura, com o topo recoberto de ouro e azulejos esmaltados de azul.
[editar] Escrita
Os sumérios e babilônios escreviam em tabletes de barro. Inventaram um tipo de escrita em forma de cunha; daí o nome escrita cuneiforme. Esses tabletes de barro eram pesados e difíceis de lidar com as mãos, mas tinham a vantagem de durar séculos ou milênios como escrita legível. Estudiosos de nossos tempos encontravam grande quantidade deles e assim puderam descobrir muitas coisas da mais antiga civilização do mundo. Na cidade de Nínive, o rei Assurbanipal criou uma biblioteca com 22.000.000 tabletes de argila (barro) com escritos em vários assuntos. Entre outros assuntos, os tabletes nos mostram como eram os negócios e o comércio daquela época. Um médico, por exemplo, faz uma relação de remédios que ele receitava a seus clientes. Um dos mais interessantes tabletes relata deveres de um menino, na escola, há 3000 anos atrás: o menino devia se apresentar para chegar atrasado na escola, senão o professor bateria nele com uma vara. O professor usava, também, a vara para punir alunos que conversassem, que saíssem da escola sem permissão ou que fizessem a lição sem o devido capricho.
[editar] Religião
Tanto os sumérios como os babilônios eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses. Cada cidade possuía o seu deus protetor. A Babilônia, por exemplo, estava sob a proteção de Marduk. Acreditavam também nas forças dos astros e da natureza e adoravam o céu (Anu), a Terra (Enlil), a Lua (Sin), o rato e a tempestade (Hadad), o fogo (Gibil), etc.
A religião era situada nos templos, chamados zigurates, que eram construções em degraus em forma de pirâmide. Os mesopotâmios acreditavam na influência dos astros na vida humana, dando assim origem à astrologia. Os sacerdotes e adivinhos que se dedicavam ao estudo dos astros gozavam de grande prestígio. Os povos da Mesopotâmia deram uma grande contribuição ao conhecimento dos astros, e por meio desse conhecimento os sacerdotes conseguiam mesmo prever as cheias dos rios Tigre e Eufrates.
[editar] Contribuições dos sumérios e babilônios
Foi de grande importância a herança que os sumérios e os babilônios deixaram aos povos futuros. Entre outras contribuições, podemos apontar:
- A organização social e política das cidades-estados.
- Criação de um código de direitos e deveres.
- Produção organizada de alimentos: já naquela época, empregavam o arado e máquinas de irrigação, por exemplo.
- Construção de belos templos e imponentes palácios.
- Os sumérios inventaram a escrita, que permitiu fixar o saber da época.
- Invenção da roda e dos carros puxados por cavalos.
- Criação da astronomia (estudos dos astros).
- Astrologia, ou seja, o estudo dos astros e suas influências sobre o destino das pessoas.
Os povos antigos da Mesopotâmia não acreditavam na imortalidade da alma, tinham uma religião pessimista e levavam a vida sem se preocupar com a morte ou com a vida além-túmulo. Procuravam se proteger contra as forças do mal usando amuletos e fazendo toda sorte de magia.
Uma das divindades mais cultuadas era deusa Ishtar, que é a personificação representativa do planeta Vênus, o mais próximo da Terra em relação à Marte. Era a deusa do amor e da guerra.
[editar] Civilização Hebraica
[editar] Origens
As origens mais remotas do povo hebreu (israelita) ainda são desconhecidas. A Bíblia Sagrada continua sendo a principal fonte para os estudos desse povo. As origens começaram com Abraão, chefe de uma tribo de pastores seminômades que, aconselhado por Deus, deixou a cidade de Ur na Mesopotâmia, próxima às margens do rio Eufrates, dirigiu-se para Haran e depois foi se estabelecer na terra de Canaã, na costa oriental do Mediterrâneo (atual Israel).
Essa migração teve um caráter religioso e durou muito tempo até chegarem à terra prometida por Deus.
Abraão, ao contrário dos outros homens da época, acreditava num único Deus, criador do mundo, invisível e que lhe tinha ordenado partir para Canaã. Como prêmio por essa obediência e por sua fé, ele recebeu de Deus a promessa de que sua família seria a origem de um povo destinado a possuir a terra de Canaã, onde segundo a Bíblia, manava leite e mel. Essa promessa foi renovada a seu filho Isaac e posteriormente a Jacó (neto de Abraão), que recebeu de um anjo o nome de Israel, que significa “o forte de Deus”. Mas a conquista definitiva de Canaã só vai se tornar realidade mais tarde, no século XIII a.C., quando Moisés sai do Egito e conduz todo o povo hebreu para a Terra Prometida, em 1250 a.C.
[editar] Patriarcas
Chamam-se patriarcas os três primeiros chefes do povo israelita: Abraão, Isaac e Jacó. O primeiro vivia em Ur, na Mesopotâmia. Deus lhe ordena partir para Canaã e lhe promete que sua descendência terá um destino extraordinário. Abraão parte e se estabelece na terra Canaã com sua família. Depois que Abraão morreu, sucede-lhe o filho Isaac e em seguida vem Jacó, filho de Isaac.
Jacó tem doze filhos, que vão dar origem às doze tribos de Israel, José, o mais novo deles, é o protegido dos pais. Os irmãos o invejam a tal ponto que o vendem como escravo para mercadores do Egito. No Egito, José vai trabalhar na corte do faraó. Depois de muitas aventuras ele se torna o primeiro-ministro. Nesse tempo, sobrevém uma grande fome em Israel e José consegue que sua família se estabeleça no Egito.
[editar] Moisés
Os hebreus viveram pacificamente no Egito por gerações. Mas um faraó se inquietou devido ao aumento populacional e poder: decide torná-los escravos e manda matar todos os meninos recém-nascidos. Ora, nessa época nasce, numa família israelita, o pequeno Moisés. Para salvá-lo sua mãe o acomodou numa pequena cesta de papiro e o escondeu entre os caniços do rio Nilo. O bebê foi recolhido pela filha do faraó Ptira e educado na corte. Ao se tornar adulto, Moisés fica revoltado com a miséria do seu povo, e para salvar seu irmão Aarão, mata um egípcio e por causa disso foge para Madiã. Lá conhece Séfora a filha do sacerdote Jetro de Madiã e casa-se com ela e passa a ser pastor no deserto do Sinai. Ali, Deus se revela a ele e lhe faz uma dupla promessa: libertará os israelitas da escravidão e lhe dará o país de Canaã. Moisés tem, a partir de então, uma missão grandiosa: guiará o povo de Israel até a Terra Prometida e transmitirá aos homens a mensagens de Deus nos dez mandamentos.
Moisés voltou, então, ao Egito, para junto do seu, os hebreus e ordenou ao faraó, que deixasse os escravos israelitas partirem para sua terra, porque era ordem de Deus. Diante da recusa do faraó, Deus castiga o Egito com dez terríveis pragas, narradas na Bíblia. Finalmente o faraó cede e o povo de Israel parte livre: é o Êxodo, isto é, a saída do Egito.
Moisés conduziu os hebreus através do deserto do Sinai. Pela segunda vez, Deus se revela a ele, lhe dará as Tábuas da Lei, com dez mandamentos, e faz com os israelitas uma aliança, um pacto. Ele os protegerá até a entrada na terra de Canaã, mas em troca exigirá do seu povo obediência absoluta a suas leis. Deus, com efeito, dita a Moisés as leis que regerão a vida dos israelitas. As 10 primeiras são particularmente importantes: são os Dez Mandamentos da Lei de Deus.
[editar] Conquista de Canaã
Depois que saíram do Egito, os hebreus atravessaram o mar Vermelho (literalmente) e passaram quarenta anos errando pelo deserto da Líbia e pelo deserto da Arábia até que finalmente chegaram às fronteiras da Terra Prometida (atualmente Estado de Israel). Moisés morreu. Josué, seu sucessor, lança uma guerra contra os cananeus e venceu seus adversários próximos. O país dos cananeus torna-se então país de Israel. Deus teria cumprido sua promessa.
[editar] Juízes
Uma vez estabelecidos na terra de Canaã, os hebreus precisavam de uma autoridade para liderá-los nas batalhas contra os filisteus e coordenar as atividades do povo. Foram os juízes, Lideres Politico-Militar que guiaram o povo sempre libertando-os de seus opressores, e entre eles se destacaram Josué, Sansão, Gideão e Samuel. Depois dos juízes, fundou-se o reino de Israel, que passou a ser comandando por um rei.
[editar] Monarcas
Davi e Salomão foram os reis mais gloriosos da história de Israel.
Davi concluiu a conquista da terra de Canaã e fundou o reino de Israel. Expulsou do país os temíveis filisteus e escolheu Jerusalém como capital. Foi um rei poeta e escreveu muitos salmos (hinos religiosos) que se encontram na Bíblia Sagrada.
Durante o reinado de Salomão (filho de Davi), Israel progrediu muito. Salomão mandou construir palácios, fortificações e o Templo de Jerusalém. Dentro do templo ficava a Arca da Aliança, que continha as Tábuas da Lei, onde estavam gravados os Dez Mandamentos que Deus tinha ditado para Moisés no Monte Sinai, quando os hebreus vinham do Egito para Canaã.
A maioria do material usado nas construções foi importando de Tiro, na Fenícia. As importações de madeira (principalmente o cedro-do-líbano), ouro prata e bronze foram tão exageradas que empobreceram o país. O dinheiro arrecadado com os impostos não era suficiente para pagar as dívidas. Para sustentar os gastos e os luxos da corte, Salomão aumentou os impostos e obrigou a população pobre a trabalhar em obras públicas. Além do mais, a cada três meses 30.000 hebreus se revezavam no trabalho das minas e das floresta da Fenícia na extração de madeira, como forma de pagamento da dívida externa de Israel com a Fenícia.
A administração de Salomão descontentou o povo, mas ele passou à história como um grande construtor, e principalmente como um rei cheio de sabedoria.
[editar] Invasões estrangeiras
Israel esteve sob o poder de outros povos por várias vezes. Depois que se dividiu em dois Estados adversários - Israel ao norte e Judá ao sul -, o povo caiu prisioneiro dos assírios e babilônios. Em seguida, entre outras invasões, esteve sob o poder dos persas e romanos. No ano 70 d.C., o imperador romano Tito destrói completamente a cidade de Jerusalém. O povo judeu, a partir de então, espalhou-se pelo mundo (foi a chamada Diáspora) e só consegui se reunir no território atual, em 1948, quando foi fundado o Estado de Israel.
[editar] Religião
Muito fracos do ponto de vista familiar, os hebreus foram várias vezes conquistados por outros povos e até levados como escravos para a Babilônia (o cativeiro da Babilônia). Mas resistiram a inúmeras dificuldades ao longo dos séculos, e unidos em torno de seus preceitos religiosos, continuam ainda hoje como povo.
Desempenharam um papel muito importante na parte da religião e da moral, deixando uma enorme influência em todo o mundo ocidental, desde a Europa até as Américas.
Praticavam o monoteísmo, com a crença em Javé, Deus criador de tudo, universal, invisível, espírito todo-poderoso, que não podia ser representado por meio de estátuas ou imagens. Deveria ser adorado "em espírito e verdade". Os sacerdotes eram também chamados de levitas, porque pertenciam à tribo de Levi, uma das doze tribos de Israel.
Nos mil anos que antecederam o nascimento de Jesus Cristo, os hebreus fixaram por escrito sua história, suas leis e suas crenças.
Todos esses dados se encontram na primeira parte da Bíblia, chamada de Antigo Testamento, que é a parte seguida pelos hebreus.
A Bíblia é um livro sagrado não só para os israelitas como também para os cristãos.
[editar] Festas e dias santificados
O sábado é consagrado à vida religiosa. Todo o trabalho é proibido. Esse dia é reservado para o encontro entre pessoas da família, para a oração e o estudo da Bíblia (Antigo Testamento).
As festas israelitas comemoram, em geral, acontecimentos históricos, religiosos e agrícolas. A mais solene delas é o Yom Kippur (o Grande Perdão): a pessoa se arrepende de suas faltas e Deus a perdoa se o arrependimento for sincero.
Antigamente, entre os judeus, honrava-se a Deus por meio de sacrifícios de animais (holocaustos) e por meio de ofertas. Atualmente, com a Diáspora (dispersão pelo mundo), os judeus se reúnem em lugares de culto chamados sinagogas. A oração e a leitura da Bíblia (Antigo Testamento) tornam-se atos essenciais na vida dos judeus.
[editar] Esperança de um novo Messias
Em toda a história de Israel, alguns homens exerceram uma influência especial: são os profetas. Os profetas são pessoas insipiradas por Deus, são os porta-vozes dele. A partir do século VII a.C., eles já anunciam uma grande esperança: a vinda de um Messias, um enviado de Deus, para transformar o mundo, fazer reinar a paz, a justiça e o amor e reunir novamente o povo de Israel para viver em paz em sua própria terra. O povo de Israel continua ainda hoje aguardando um messias salvador, que de acordo com a crença dos cristãos já veio na pessoa de Jesus Cristo.
[editar] Direito religioso
À espera do messias, o judeu deve tender à santidade, observando a lei e as regras de vida (a moral judaica). As leis estão contidas num livro chamado Torah.
Elas se referem a todos os aspectos da vida: o culto, o trabalho, a vida familiar, a alimentação, as vestimentas, as punições das faltas, etc.
As leis do Torah são explicadas por mestres chamados rabinos. Os comentários dos rabinos sobre as leis estão contidos num enorme livro Talmud.
[editar] Civilização Fenícia
[editar] Origem e localização geográfica
Os fenícios, povo de origem fenícia semita, surgiram a partir do ano de 3.000 a.C., numa faixa estreita de terra da costa oriental do mar Mediterrâneo, na região ocupada atualmente pelo Líbano, pela Síria e pelo Estado do Israel.
[editar] Comércio marítimo
Proprietários de poucas terras e de solos áridos, os fenícios não se dedicaram à agricultura. Rodeados de montannhas ao norte, ao sul e a leste, apenas o que restava para eles era aproveitar as águas do Mar Mediterrâneo. Vivendo em contato com o mar, descobriram, desde os primeiros tempos, a arte de construir navios e de navegar. Assim, suas cidades muito importantes, como Tiro, Sidon, Biblos e Ugarit, se tornaram portos de onde partiram os navios para o comércio de mercadorias próprias ou de outros países. Seus tripulantes se aventuravam pelos mares em viagens ousadas, conquistando mercados mais longínquos em outros países que já existiram.
Foi assim que os fenícios, além de explorar o Mar Mediterrâneo, fazendo comércio com as ilhas de Chipre, Sicília, Córsega e Sardenha, atingiram o Oceano Atlântico, chegando ao Mar Báltico, no norte da Europa, e percorrendo a costa da África. Os fenícios foram os maiores navegadores e exploradores da Antigüidade. Chegaram mesmo a dar volta completa ao redor da África, em mais tarde 600 a.C., a pedido do faraó Necao, do Egito, numa viagem que, dois mil anos mais tarde, Vasco da Gama iria fazer em sentido contrário. Há quem afirme que os fenícios chegaram até o litoral do Brasil.
[editar] Produtos econômicos
Os produtos comercializados pelos fenícios foram numerosos. Alguns deles eram comprados de outros países e revendidos em outros lugares. Mas a maioria eram produtos de fabricação própria, como tecidos, corantes para pintar tecidos (como a púrpura, por exemplo), vasos cerâmicos, armas, peças de metal, vidro transparente e colorido, jóias, perfumes, especiarias, entre outros. Seus artesãos eram hábeis imitadores e falsificadores de produtos de outras civilizações. Também os cedros das montanhas fenícias eram exportados. Os fenícios foram, também, os maiores mercadores de escravos da época. Fundaram várias feitorias (pontos de armazenamento de produtos) e muitas colônias em outras regiões, como as ilhas de Malta, Sardenha, Córsega e Sicília, e fundaram, ao norte da África, a célebre cidade de Cartago.
[editar] Organização político-administrativa
Os fenícios estavam organizados em cidades-estados, ou seja, cada cidade fenícia constituía um centro comercial independente, com administração pública própria. O governo dessas cidades era exercido por comerciantes influentes, chamados sufetas. Muitas vezes, essas cidades entravam em choque por causa da concorrência comercial. Algumas delas chegaram mesmo a pagar tributos a fim de terem a preferência e a proteção no comércio de seus produtos.
[editar] Cultura
No início, os fenícios utilizaram a escrita cuneiforme da Mesopotâmia. Depois, passaram a usar os hieróglifos dos egípcios. Porém, esses sistemas de escrita não estavam dando satisfação às suas necessidades comerciais. Dessa forma, nasceu a idéia de simplificar a escrita e inventar o alfabeto, que acabou sendo a maior contribuição que os fenícios deram para o mundo, no campo cultural.
Essa importante descoberta nasceu da necessidade de facilitar a contabilidade e elaboração de contratos com outros povos. Assim, inventaram 22 caracteres representando as consoantes; mais tarde, os gregos aperfeiçoaram o alfabeto fenício, acrescentando as vogais, e outros povos começaram a adotá-lo.
Na cidade de Ugarit foi encontrada uma biblioteca com inúmeros tabletes de argila com escritos sobre a administração, a religião e a mitologia da Fenícia.
[editar] Religião
Os fenícios eram politeístas, ou seja, adoravam vários deuses, cujos nomes pelos quais são chamados abaixo:
- Astarte, deusa da fencundidade;
- Baal, deus do trovão;
- Melkart, deus violento e guerreiro;
- Ishtar, deusa da Mesopotâmia, cultuada também na Fenícia, entre outras divindades.
[editar] Desenvolvimento científico
Os fenícios não foram nada originais no campo científico, copiando teorias, conceitos e idéias de outros povos tudo aquilo que poderia ser de extrema utilidade para eles.
Extremamente ligados ao comércio, a atividade econômica que mais desenvolveram foi o da construção de navios e da navegação. Possuíam excelentes conhecimentos de matemática para a construção de navios e de astronomia, que os auxiliava durante a navegação pelos mares.
[editar] Civilização Persa
O Império Persa começou em 549 a.C., com as conquistas de Ciro, o Grande, e terminou em 330 a.C., quando Alexandre Magno, da Macedônia, derrotou Dario III. O Império Persa, portanto, durou cerca de dois séculos e compreendia propriamente dita a Ásia Menor por inteiro. Estava localizado na área ocupada hoje pelos seguintes países: Irã, Iraque, Síria, Líbano, Jordânia, Israel, Egito, Turquia, Kuweit, Afeganistão, parte do Paquistão, da Grécia e da Líbia. Foi o maior império conhecido até a época.
[editar] Origem
Os persas, assim como os medos, eram dois povos de origem indo-européia que se estabeleceram no planalto do Irã, faz mais de um milênio antes de Cristo.
[editar] Reis importantes
Os principais reis do Império Persa foram três: Ciro, o Grande, Cambises e Dario I.
[editar] Ciro, o Grande
Sob o comando habilidoso do general Ciro, o Grande, os dois povos, medos e persas uniram-se por volta do século VI a.C. e formavam um grande império: o Império Persa.
Durante os 25 anos de seu governo, Ciro, o Grande conseguiu não apenas conquistar a Mesopotâmia como também conquistar a Ásia Menor por completo.
Como era diferente de outros conquistadores, Ciro, o Grande tratava os povos dominados com respeito, possibilitando a eles uma vida bastante normal, com liberdade de ação, de emprego, de religião, etc. Mais por motivos políticos do que religiosos, Ciro, o Grande, em certo momento, chegou a entrar num templo da religião local a fim de prestar culto aos deuses. Permitiu liberdade de culto e proibiu aos seus soldados que roubassem com força as imagens sagradas veneradas nos templos babilônicos.
Muito liberal e generoso, permitiu aos hebreus que viviam como escravos na Pérsia que retornassem ao seu país de origem, a Palestina.
Mas sua administração, não concordava com as idéias dos outros, ou seja, era intransigente, em dois pontos:
- Os povos dominados eram obrigados a servir o exército e a pagar pesados tributos.
- Ciro, o Grande morreu em batalha no ano de 529 a.C.
[editar] Cambises
O primeiro sucessor de Ciro, o Grande foi seu filho Cambises, que era cruel e violento, mandando, inclusive assassinar seu próprio irmão.
Em 525 a.C., Cambises conquistou o Egito, porém foi misteriosamente morto quando retornava ao seu país.
[editar] Dario I
Dario I era um dos familiares de Cambises e assumiu o poder em 521 a.C. Ampliou ainda mais o grande Império Persa, conquistando o vale do rio Indo e o norte da Grécia, mas foi infeliz na Batalha de Maratona, ao ser derrotado pelos atenienses.
A maior contribuição que Dario deixou para a história, foi, sem dúvida, uma rígida organização político-admnistrativa que impôs ao imenso Império Persa.
[editar] Organização político-administrativa
Apoiado por um poderoso exército, Dario I governou o Império Persa com firmeza mas ao mesmo tempo com benevolência, ou seja, bondade.
Para facilitar a administração pública, dividiu o império em vinte províncias denominadas satrapias. Cada satrapia era governada por sátrapa. Cada sátrapa era nomeado pelo rei, o chefe de Estado do Império Persa, e tinham como principais atribuições:
Para evitar que os sátrapas abusassem do poder, o rei nomeava para cada província um secretário e um general que o mantinham informado do que acontecia em cada satrapia.
Sátrapas, generais e secretários eram, por sua vez, fiscalizados por enviados do rei, os inspetores, que visitavam periodicamente as províncias. Esses inspetores foram apelidados de "os olhos e os ouvidos do rei".
[editar] Moeda
Para facilitar as transações comerciais, Dario criou uma moeda (em ouro ou prata) para todo o império: o dárico. Somente o rei era autorizado para mandar cunhar moedas.
[editar] Transportes e comunicações
Os persas construiam importantes vias de transporte entre as cidades mais populosas do Império. Aproximadamente, a cada 20 quilômetros havia estações de descanso com hospedaria e cocheira. Os mensageiros do rei trocavam de cavalo a cada estação, de maneira que podiam cobrir longas distâncias rapidamente. Eles conseguiam levar uma mensagem da cidade de Susa a Sardes em menos de duas semanas, perfazendo uma distância de 2.400 quilômetros.
[editar] Economia
A base da economia do Império Persa foi a agricultura e o comércio.
O povo, embora seja responsável pela riqueza agrícola do país, vivia na mais completa miséria, sendo obrigado a entregar aos proprietários de terras a maioria do que produzia. Além do mais, era obrigado a trabalhar, de graça, em obras públicas, como na construção de palácios, estradas e canais de irrigação, atividades agrícolas muito valorizadas pela religião.
O governo explorava a sociedade toda com pesados impostos, a fim de manter o exército e o luxo.
O Império Persa manteve relações comerciais com o Egito, a Fenícia e a Índia.
[editar] Religião
Os persas seguiam a religião pregada por Zoroastro (ou Zaratustra), nascido na Ásia Central, em data desconhecida entre 1700 e 1000 a.C.. A doutrina por si pregada foi mais tarde alterada pelos sacerdotes Magi que acentuaram um dualismo, apresentando o mundo como uma constante luta entre o deus do bem (Mazda) e o deus do mal (Arimã). Adoravam também o Sol (Mitra), a Lua (Mah) e a Terra (Zan).
Acreditavam num deus criador do céu, da terra e do homem e numa vida após a morte. Os corpos dos mortos considerados impuros não eram enterrados para não manchar a mãe-terra sagrada. Eram colocados para os abutres, em altas torres, ou totalmente protegidos com cera antes de serem enterrados. Não tinham templos nem estátuas, mas mantinham aceso o fogo sagrado que simbolizava o deus do bem e a pureza. Além do mais, o zoroastrismo (religião persa também chamada de mazdeísmo) pregava a bondade, a justiça e a retidão. Essa dualidade rígida entre o bem e o mal influenciou grandemente o cristianismo, o judaísmo e futuramente, o islamismo de Maomé.
[editar] Cultura
Os persas se distinguiram principalmente na arquitetura, construindo lindos palácios, como os de Persépolis e Susa. Foram notáveis nos trabalhos de tijolos esmaltados em cores vivas. Na escultura, usaram os baixos relevos. Imitaram, na arte, os egípcios e os assírios.
[editar] Civilização Chinesa
A China é um imenso país, do ponto do vista geográfico, localizada na extremidade oriental do mundo. Este isolamento geográfico explica o fato de muitas descobertas e invenções feitas pelos chineses no Oriente, como a pólvora, a bússola e o papel, custaram a chegar no Ocidente, devido à enorme distância e às dificuldades. A China, assim como a Índia, era procurada por mercadores de especiarias.
Na região norte, próximo do rio Amarelo (Huang-Ho), as chuvas provocaram freqüentes inudações e catástrofes. Em conseqüência, a agricultura e alguns produtos, como o trigo e o milho, deviam ser tratados com bastante cuidado, e longe das áreas inundáveis, obrigando, assim, ao uso de irrigação artificial com um paciente trabalho de tratamento do solo.
Nas montanhosas regiões do centro meridional, dominado pelo rio Azul (Yang Tsé Kiang), ao contrário, o clima era quente e úmido e favorecia o cultivo do arroz. A região era, igualmente, bem servida com uma rede de canais artificiais.
[editar] Sociedade
A civilização chinesa é antiqüíssima. Ela se desenvolveu no Período Paleolítico nas planícies do rio Amarelo. É possível reconstruir a história da antiga sociedade chinesa mediante a quantidade de material arqueológico que foi encontrado. Com a civilização dos babilônios e dos faraós, foi voltada para a agricultura, que era considerada a primeira das artes. Para dar o exemplo ao povo, o próprio imperador (o "o filho do céu") pegava no arado e lavrava a terra uma vez por ano.
Próximo aos 1500 a.C., a China estava bem organizada em um reino, sob o domínio da dinastia Shang, que reinou do século XII ao século III a.C.
Várias dinastias se sucederam, com divisões de classes.
O período da dinastia Shu (século III a.C.) foi de intensa atividade cultural. Surgiram várias correntes de pensamentos, que vieram a se chamar Centros Escolares, destinados a exercitar o pensamento e estudar a milenar história da China. Destas escolas surgiram grandes pensadores como Confúcio e Lao-Tsé.
[editar] Filosofia
A filosofia chinesa destacava-se através da obra dos seguintes pensadores:
- Confúcio (Kung Fu-Tsé = o mestre; 551 a.C. - 497 a.C.). Foi um grande o filósofo chinês; viveu e viajou pelas cortes dos reis, oferecendo seus serviços e sua sabedoria aos soberanos e príncipes. Passou boa parte de sua vida ensinando. Não fundou uma religião, mas foi considerado um mestre da vida. A chave de seus ensinamentos foi o exemplo de virtude que vem do alto. A sociedade ideal, para ele, é aquela que mostra respeito e ordem entre o soberano e seus súditos, entre pais e filhos, entre marido e mulher, e entre amigos. Portanto, se essas normas não forem respeitadas, a sociedade cai na desordem e na violência.
- Lao-Tsé (século VI a.C.). Criou uma religião chamada taoísmo. O nome vem do livro Tao, que prega o caminho, a vida, a retidão dos costumes. Os taoístas criticavam as injustiças, como por exemplo, um pequeno ladrão é punido, ao passo que um grande ladrão acaba por se tornar um grande proprietário. O taoísmo pede a volta do ser humano para a natureza.
[editar] Alfabeto
Os chineses inventaram um tipo de escrita muito complicado. Era a forma de escrita chamada ideográfica, isto é, os sinais representavam diretamente os objetos ou idéias. Possuíam mais de 3.000 ideogramas, que precisam ser bem escritos para evitar confusão. Daí a importância que os chineses davam à caligrafia. Durante os séculos, a escrita e a cultura foram da classe alta e estavam a serviço do governo.
[editar] Economia
A civilização chinesa se desenvolveu nas planícies banhadas por grandes rios, por isso a dedicação à agricultura foi muito grande. Todavia, outras atividades econômicas foram surgindo, como as indústrias de tecelagem (como palha, cânhamo), principalmente a fabricação de seda, que se tornou especiaria famosa no mundo.
O artesanato à base de bambu, juncos, caniços, peles de animais e madeira era muito desenvolvido. Eram hábeis artesãos em cerâmica, que teve o seu ponto culminante com a fabricação da famosa porcelana chinesa.
[editar] Cultura
Os chineses deixaram obras dignas de atenção no campo da arquitetura (como palácios, templos e túmulos, casas com duplo telhado, terraços delicadíssimos com cursos de água e pontes). Mas a obra de maior destaque foi a Grande Muralha. Na escultura, usando mármore, calcário e alabastro, fizeram estátuas representando forças da natureza, grandes batalhas e animais. Na pintura, fizeram delicadíssimos ornamentos em porcelana e tecido e pintaram murais e decorações para o interior das casas. Empregavam cores vivas e brilhantes.
[editar] Civilização Hindu
A Índia, berço de uma grande civilização, está localizada ao sul da Ásia. Devido a sua situação geográfica, durante longo tempo ela ficou distanciada dos demais povos. Foi, como a China, a longínqua região onde foi intenso o comércio das especiarias, durante a Idade Média e começo dos tempos modernos, influindo, inclusive, nas Grandes Navegações.
É também um mérito dos hindus a invenção dos algarismos, mais tarde divulgados pelos árabes.
[editar] Origens
Entre os povos que habitavam a antiga Índia, sobressaíram os drávidas, por volta de 2000 a.C. Eles eram bons agricultores, já conheciam sistemas de irrigação e foram hábeis comerciantes. Moravam em cidades com largas estradas, casas de pedra bem arejadas, demonstrando preocupação com a higiene e a parte sanitária. Porém, esse povo não soube opor resistência aos invasores e, por isso, por volta de 1750 a.C. até 1400 a.C., foi escravizado por tribos arianas vindas do norte que invadiram a região de Pendjab (região dos cinco rios), próxima ao rio Indo.
[editar] Sociedade
Os arianos tomaram as terras dos drávidas, escravizaram-nos e se fixaram como classe dominante no poder, na religião, no domínio militar. Totalmente dominados, restou aos drávidas apenas o trabalho e a submissão. As tribos arianas eram chefiadas por pequenos reis chamados rajás e às vezes, por marajás, que eram reis com poderes maiores.
A sociedade se organizou em base de castas (classes sociais sem possibilidades de mudança). Era proibido, por exemplo, para uma pessoa de uma classe social casar-se com outra pessoa de diferente classe ou posição social. Quem nascia numa classe social permanecia nela até morrer. As classes (castas) estavam ligadas à religião e às diferentes profissões. Acreditavam que as classes sociais saíram do corpo do deus Brahma.
As classes permaneciam fixas, sempre na mesma posição social. Qualquer desrespeito a uma casta superior era punido com a expulsão do indivíduo da sua casta ou rebaixamento para a condição de pária. Uma vez expulso, era submetido aos trabalhos mais humilhantes e considerado um impuro ou pária.
Era hábito entre os hindus banharem-se nas águas do rio Ganges (rio sagrado), mas os párias eram proibidos de se banhar, de freqüentar os templos e até de ler os ensinamentos sagrados.
[editar] Religião
Os nativos do vale do rio Indo adoravam a mãe-terra, dona da vida. Depois, os arianos introduziram o culto ao céu, ao Sol, à Lua, ao fogo, à chuva e às tempestades. Logo depois se afirmaram no bramanismo, religião que prega as castas e que se tornou oficial na Índia, conforme está escrito nos livros Vedas (Saber Sagrado), Shiva (o Conservador) e Vishnu (O Destruidor). O conjunto dessas três divindades tem o nome de Trimurti. Segundo essa religião, a alma é imortal e todo o ser humano renasce logo após a morte, reencarnando ora em homem, ora em animal. Assim, através de reencarnações, as pessoas vão se aperfeiçoando espiritualmente até chegar ao Nirvana, uma condição de perfeição que identifica o homem com o deus Brahma. Desse modo, a religião levava as pessoas a aceitar passivamente sua condição social como um estágio natural, porque depois da morte teriam a oportunidade de renascer numa casta superior se tivessem praticado o bem em vida. Todavia, corriam o risco de descer à condição de párias ou de animais se tivessem feito o mal.
[editar] Budismo
No século VI a.C., Buda, um iluminado, um nobre do Nepal, descontente com os preceitos bramanistas, resolveu iniciar uma reforma religiosa, pregando a igualdade de todos diante de Deus, sem distinções de castas.
Buda abandonou a sua casa, seu conforto, para mudar de vida e pregar uma religião. Fez penitência nos bosques, colocou uma veste simples como de um mendigo, cortou a barba e o cabelo e se entregou a profundas meditações.
Por seis anos viveu longe de todos, fazendo jejuns e meditações, até que um dia, sentiu e viu, com muita clareza, que a vida conduzia à liberdade e ao fim do sofrimento. Voltando ao convívio com os homens, começou a pregar sem distinção de casta, ensinando que o ódio não se vence com o ódio mas com o amor e só quem aprendeu a renunciar à riqueza e aos grandes sucessos poderá encontrar a paz, a tranquilidade da alma e entrará no Nirvana. O budismo teve muitos adeptos, principalmente nas classes pobres, mas ganhou muita força após a morte de Buda. A religião se estendeu por toda a Ásia, chegando até o Japão. Hoje é a religião com cerca de três milhões de asiáticos.
[editar] Civilização Cretense
[editar] Origens e localização
Próximo ao III milênio a.C., contemporaneamente ao desenvolvimento das civilizações orientais e do Egito, a ilha de Creta recebeu alguns povos, provavelmente vindos da Ásia Menor.
Creta achava-se bem localizada no mar Mediterrâneo Oriental, perto da Grécia e da Ásia Menor.
Os primeiros habitantes dessas terras deram origem à civilização egéia, nome devido ao mar Egeu.
Como a maioria da população era formada de pescadores e marinheiros, receberam o nome de povo do Mar.
[editar] Civilização Cretense
A civilização cretense passou por três estágios: civilização egéia (nos inícios), civilização cretense e civilização minóica (período de maior desenvolvimento).
A civilização cretense foi mais pacífica que as do oriente.
No início, houve preocupação com a agricultura (vinha, oliva) e, depois, dedicaram-se ao comércio marítimo com as outras ilhas do mar Egeu, com a Ásia e com o Egito.
[editar] Os grandes palácios
No século passado, o arqueólogo inglês Evans descobriu traços e vestígios de grandiosos palácios datados de 1900 anos antes de Cristo. Eram restos das cidades de Cnossos e Faístos. Esses palácios com quartos decorados, oficinas, redes de água e esgoto, locais para administração demonstram que os cretenses já tinham um alto grau de civilização e organização social.
[editar] O reinado de Minos
Em torno de 1750 a.C., talvez um terremoto, ou mesmo uma explosão vulcânica, produziu em Creta uma verdadeira catástrofe, de modo que os palácios reais de Faístos e Cnossos foram soterrados. Mas sobre essas ruínas, por volta, de 1600 a.C., o rei Minos construiu outros palácios esplendorosos e Cnossos tornou-se o centro político da ilha de Creta.