Alexandre, o Grande
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Alexandre, de cognome o Grande ou Magno (grego Αλέξανδρος o Τρίτος o Μακεδών, Aléxandros ho Trítos ho Makedón, ou Μέγας Αλέξανδρος, Mégas Aléxandros; persa Iskander) (21 de julho de 356 a.C. em Pella–10 de junho de 323 a.C. em Babilônia) era filho de Filipe II da Macedônia e de Olímpia do Épiro, mística e ardente adoradora do deus grego Dionísio. Em sua juventude, teve como preceptor o filósofo Aristóteles. Tornou-se rei da Macedônia aos vinte anos, na sequência do assassinato do seu pai.
A sua carreira é sobejamente conhecida: conquistou um império que ia dos Balcãs à Índia, incluindo também o Egipto e a Báctria (atual Afeganistão). Este império era o maior e mais rico que já tinha existido. Herdou um reino que fora organizado com punho de ferro pelo pai, que tivera de lutar contra uma nobreza turbulenta, as ligas lideradas por Atenas, e Tebas (a batalha de Queroneia representa o fim da democracia ateniense e por arrastamento das outras cidades gregas e de uma certa concepção de liberdade), revolucionando a arte da guerra. A sua personalidade é considerada de formas diferentes segundo a percepção de quem o examina: por um lado, homem de visão, tentando criar uma síntese entre o oriente e ocidente (encorajou o casamento entre oficiais seus e mulheres persas, além de utilizar persas ao seu serviço), respeitador dos derrotados (acolheu bem a família de Dario III e permitiu às cidades dominadas a manutenção de governantes, religião, língua e costumes) e admirador das ciências e das artes (fundou, entre algumas dezenas de cidades homónimas, Alexandria, que viria a se tornar o maior centro cultural, científico e econômico da Antigüidade por mais de 300 anos, até ser substituída por Roma); por outro lado, profundamente instável e sanguinário (as destruições das cidades de Tebas e Persepólis, o assassinato de Parménion, o seu melhor general, a sua ligação com um eunuco), limitando-se a usar o pessoal de valor que tinha à sua volta em proveito próprio.
De qualquer modo fez o que pode para expandir o Helenismo: criou cidades com o seu nome com os seus veteranos feridos por todo o território e deu nome para cidade homenageando seu inseparável e famoso cavalo Bucéfalo. Abafou uma rebelião de cidades gregas sob o domínio macedónio e preparou-se para conquistar a Pérsia.
Em 334 a.C. empreendeu sua primeira campanha contra os Persas na Batalha de Granico que deu-lhe o controle da Ásia Menor (atual Turquia). No ano seguinte derrotou o rei Dario III da Pérsia na Batalha de Issus. Mais um ano depois, conquistou o Egipto e Tiro, em 331 a.C.. Completou a conquista da Pérsia na Batalha de Gaugamela, onde derrotou definitivamente Dario III, o que lhe conferiu o estatuto de Imperador Persa.
A tendência de fusão da cultura dos macedônios com a grega provocou nestes temor quanto a um excessivo afastamento dos ideais helênicos por parte de seu monarca. Todavia, nada impediu Alexandre de continuar seu projeto imperialista em direção ao Oriente. Durante cerca de dois anos Alexandre manteve-se ocupado em várias campanhas de curta duração para a consolidação do seu império. Mas, em 327 a.C., conduzindo as suas tropas por cima das montanhas Indocuche para o vale do rio Indo, para conquistar a Índia, país mítico para os gregos, foi forçado a regressar à Babilónia devido ao cansaço das suas tropas, e instalaria aí a capital do seu império. Deixou atrás de si novas colónias, como Nicéia e Bucéfala, esta erigida em memória de seu cavalo, às margens do Rio Hidaspe. Morreria de febres desconhecidas (provavelmente malária), que nenhum dos seus médicos conseguia curar, sem completar os trinta e três anos.
Infelizmente nenhuma das fontes contemporâneas sobreviveu (Calistenes e Ptolomeu), nem sequer das gerações posteriores: apenas possuímos textos do século I que usaram fontes que copiaram os textos originais. De modo que muitos dos pormenores da sua vida são bastante discutíveis.
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[editar] O exército de Alexandre Magno
O exército macedónio sob Filipe II e Alexandre Magno era composto por diversos corpos complementando-se entre si: cavalaria pesada; cavalaria ligeira; infantaria pesada e infantaria ligeira.
A cavalaria pesada era constituída pelos hetairoi ou companheiros formados em esquadrões ilai de 256 ginetes com capacete beócio, couraça de bronze ou linotorax, equipados com xyston ou lança de 3,80 m e uma espada. Os militares formavam a unidade de elite de cavalaria aristocrática macedónia, sendo o principal elemento ofensivo. Em situação de combate formavam à direita dos hypspistas; os nove esquadrões com o esquadrão real de 300 ginetes tomando o lugar de honra sob comando de Clito Melas cujo dever era o de proteger o rei durante as batalhas; à sua esquerda colocavam-se os outros chefes em 8 esquadrões de 256 homens subdivididos em 4 unidades de 64 ginetes sob comando de Filotas.
À frente de todos este posicionavam-se os arqueiros e protegendo o flanco direito os prodromoi e restante cavalaria ligeira.
[editar] O legado de Alexandre
Com a sua morte, os seus generais repartiram o seu império e a sua família acabou por ser exterminada. Os Epígonos iriam gastar gerações seguidas em conflitos. Apenas Seleuco esteve prestes a reunificar o império (faltando o Egipto) por um curto espaço de tempo. Os seus sucessores fizeram o que puderam para manter o Helenismo vivo: gregos e macedónios foram encorajados a emigrar para as novas cidades. Alexandria no Egipto teve um destino brilhante devido aos cuidados dos Ptolomaicos (o Egipto, apesar da sua monumentalidade, nunca possuíra grandes metrópoles): tornou-se um porto internacional, um centro financeiro e um foco de cultura graças à biblioteca; mas outras cidades como Antióquia, Selêucida do Tigre e Éfeso também brilharam. Reinos no oriente, como os greco-bactrianos (Afeganistão) e greco-indianos, expandiram o helenismo geograficamente mais do que Alexandre o fizera. Quando os Partos (um povo indo-europeu aparentado com os Citas) ocuparam a Pérsia, esses reinos subsistiram até ao século I a.C., com as ligações cortadas ao ocidente.
Roma recuperou o legado Helenístico, e a miragem do império de Alexandre: Crasso e Marco António tentaram conquistar a Pérsia com péssimos resultados. Trajano morreu a meio de uma expedição, Septímio Severo teve o bom senso de desistir a meio e só Heráclito, no período bizantino, teve uma campanha vitoriosa: debalde, pois os árabes acabaram com a Pérsia Sassânida, enfraquecida pelas longas guerras com Bizâncio. O ocidente medieval viu nele o perfeito cavaleiro, incluindo no grupo dos nove bravos e estabeleceu lendas e o “Romance de Alexandre”.
Luís XIV ainda apreciava vestir-se como Alexandre (à maneira do século XVII obviamente) e esse epíteto seria sempre apreciado por monarcas absolutos. No século XX, a sua figura não seria muito retratada pelo cinema: os programas documentário da T.V. terão claramente a sua preferência. No cinema entretanto, ele foi retratado em duas versões, a primeira versão em filme de Alexandre, o Grande é de 1956, sendo o papel principal interpretado pelo ator Richard Burton e em princípios do século XXI, na épica cinebiografia Alexandre (2004), de Oliver Stone.
[editar] Ver também
[editar] Ligações externas
Precedido por: Filipe II |
Rei da Macedónia 336 a.C. — 323 a.C. |
Seguido por: Filipe III |
Precedido por: Dario III |
Imperador Persa |
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Faraó |