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Santa Rita de Cássia (Bahia) - Wikipédia

Santa Rita de Cássia (Bahia)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Município de Santa Rita de Cássia
[[Imagem:|250px|none|]]
"Santa Rita"
Brasão desconhecido
Bandeira desconhecida
Brasão desconhecido Bandeira desconhecida
Hino
Aniversário 26 de março
Fundação 1840
Gentílico santarritense
Lema
Prefeito(a) Antônio Augusto Aragão Júnior (Gugu) (PSDB)
Localização
Localização de Santa Rita de Cássia
11° 00' 32" S 44° 31' 08" O
Estado Bahia
Mesorregião Extremo Oeste Baiano
Microrregião Cotegipe
Região metropolitana
Municípios limítrofes Cotegipe - BA;

Cristalândia do Piauí - PI; Formosa do Rio Preto - BA; Júlio Borges - PI; Mansidão - BA; Parnaguá - PI; Riachão das Neves - BA; Sebastião Barros - PI.

Distância até a capital 1006 quilômetros
Características geográficas
Área 6.071,116 km²
População 24.605 hab. est. 2007
Densidade 4,1 hab./km²
Altitude 440 metros
Clima tropical Aw
Fuso horário UTC -3
Indicadores
IDH 0,651 PNUD/2000
PIB R$ 50.207.930,00 IBGE/2003
PIB per capita R$ 2.063,11 IBGE/2003

Santa Rita de Cássia (antiga Rio Preto e Ibipetuba) é um município brasileiro do estado da Bahia. Em 1º de Março de 2007, sua população era estimada em aproximadamente 24.605 habitantes. O município é cortado no sentido oeste-leste pelo rio Preto, sub-afluente do rio São Francisco.

Índice

[editar] História

[editar] A chegada dos colonizadores

Não é possível determinar em que ano exatamente Santa Rita de Cássia foi fundada, uma vez que não existem registros dos primeiros habitantes; somado a isso, há também a questão do total desconhecimento da vida histórica da cidade pela maioria de sua população, causado em parte pela omissão e pela falta de interesse dos poderes competentes em levantar fatos da história local.

Tudo o que se sabe é que a história das primeiras comunidades presentes no oeste da Bahia remonta às primeiras décadas do século XVII, época do Brasil Colônia.

O gado foi um fator importante para a penetração das primeiras levas de migrantes naquelas regiões ainda inóspitas. Os grandes rebanhos vindos do litoral iam avançando em direção às terras inexploradas, banhadas por pequenos rios de águas claras, córregos e regatos.

Enfrentando dificuldades e constantes combates com os índios, os colonos foram se apossando das terras da margem esquerda do rio São Francisco, estabelecendo núcleos de criação de gado, engenhos de cana-de-açúcar e agricultura em geral. Em meados de 1600, os colonos chegaram ao rio Grande através de sua confluência com o rio São Francisco. O primeiro afluente do rio Grande que encontraram foi o rio Preto, através do qual chegaram à área onde viria a ser fundada a Vila de Santa Rita.

Com as conquistas de novas áreas para pastagem, os índios locais foram combatidos e, em muitos casos, foi feito um trabalho de catequização.

Quatro eram os povos indígenas que habitavam o oeste da Bahia antes da chegada dos portugueses: os Acroás e os Chacriabás, que habitavam as margens do Iaçu, nome dado por eles ao rio Grande; os Aricobés, que viviam um pouco mais ao norte, na região onde hoje é Angical (município que fica ao sul de Santa Rita de Cássia); e por fim os Xerentes, que tinham sua principal aldeia localizada no lugar Pontal, na Serra do Boqueirão, próximo ao local onde o rio Preto desagua no rio Grande.

Com a chegada dos colonizadores no início do século XVII, esses índios tiveram suas terras invadidas e tomadas à força. Depois de muitos combates, a população indígena ficou bastante reduzida, contudo não chegaram a ser exterminados. Assustados, os silvícolas foram mudando suas aldeias de lugar, sempre margeando rio acima; sabe-se que fixaram moradia pela útlima vez na região num lugar denominado Aldeia, localizado às margens do rio Preto, no atual município de Formosa do Rio Preto, então distrito de Santa Rita de Cássia. Os Xerentes, já "civilizados", hoje em dia habitam o norte do estado do Tocantins.

Entre os líderes dessas campanhas de desbravamento destacam-se Francisco Garcia D'Ávila, o Conde da Torre, e Domingos Afonso Sertão, o Matrense. Em meados do século XVII, esses dois sertanistas, que ambicionavam se apossar das terras à oeste do rio São Francisco, conseguiram de D. Afonso VI, então rei de Portugal, uma permissão formal para fazer guerra contra os índios. Ambos ganharam patente militar, sendo o Conde da Torre nomeado coronel comandante e Domingos Afonso capitão do exército.

Combates constantes se seguiram, mas os colonos continuaram avançando, estabelecendo-se pouco a pouco na região. Navegando pelos rios Preto e Grande, eles iam penetrando cada vez mais nos vales, chegando até a lagoa de Parnaguá, no atual estado do Piauí.

Ao longo do caminho, no rastro que esses sertanistas deixavam atrás de si após sua passagem, foram surgindo arraiais e vilarejos, dentre eles o Arraial de Santa Rita do Rio Preto.

[editar] O crescimento do arraial

É tradição lendária, uma vez que não existem provas documentais, que em meados do século XVII, chegou ao Arraial de Santa Rita do Rio Preto um misterioso casal de portugueses, que se instalou nas imediações da "Igreja Velha", então rua do Espírito Santo (atual avenida Professor Elpídio Santana). Após dez anos de permanência na região (segundo a crença popular), sem maiores explicações, esse casal não identificado simplesmente partiu dali para lugar ignorado, deixando, por esquecimento talvez, uma imagem de Santa Rita de Cássia no casebre onde morou.

Existem versões no tradicional conceito do povo local, que afirmam que o tal casal tenha sido morto pelos índios que habitavam à região; outras versões contam que eles foram devorados por animais selvagens. Há também quem acredite piamente que esse casal foi enviado por Deus com a missão de conduzir a imagem de Santa Rita de Cássia (ou Santa Rita dos Impossíveis) para as margens do rio Preto e depositá-la anonimamente no local, que posteriormente prosperaria e seria a padroeira da cidade, que mais tarde recebeu de fato o seu nome. Daí o por quê do seu desaparecimento, descartando assim as versões atribuídas aos índios e aos animais selvagens.

Ruínas da "Igreja Velha". Construído em estilo barroco por escravos, no século XVII, o prédio da igreja foi parcialmente demolido em 1963.
Ruínas da "Igreja Velha". Construído em estilo barroco por escravos, no século XVII, o prédio da igreja foi parcialmente demolido em 1963.

O fato é que a imagem da santa foi realmente encontrada no casebre pelos novos colonos que ali chegaram; entretanto, não foi encontrado qualquer vestígio de luta ou cadáveres nas imediações. Naturalmente, o anônimo casal, cumprindo sua missão, tenha regressado ao seu lugar de origem sem ser identificado, sem sofrer qualquer ameaça ou agressão, sob a proteção da santa.

Entre os novos colonos que sucederam o casal português, estavam: o capitão-mor Ângelo Custódio da Rocha Medrado e seus descendentes; o índio Francisco Rodelas, nomeado capitão em 1674; o capitão João de Araújo Costa, natural de Olinda, Pernambuco; e José Pereira de Matos, que fundou a fazenda "Ribeira do Rio Preto", que mais tarde passou a se chamar "Fazenda Santa Rita", devido à imagem encontrada e para a qual foi erigida uma pequena capela.

A Fazenda Santa Rita constituiu-se um grande núcleo de migrantes, o que fez com que o arraial crescesse e prosperasse.

Em carta enviada ao então governador-geral do Brasil, D. João de Lencastre, datada de 2 de dezembro de 1698, o novo rei de Portugal, D. Pedro II, determinou que fossem fundados "núcleos de civilização" nas bacias do rio São Francisco, do rio Grande e do rio Preto, para atender aos pedidos dos habitantes locais que chegavam insistentemente à Lisboa, solicitando segurança contra os ataques dos índios às suas fazendas e também reivindicando maior presença de instituições que representassem o Estado. Além disso, a metrópole percebeu a necessidade da presença de colonos naquela região para garantir aos portugueses a posse das terras à oeste do rio São Francisco.

Inicia-se assim a implantação/oficialização dos primeiros povoados na região, em núcleos já habitados que existiam desde meados de 1600: São Francisco das Chagas da Barra do Rio Grande do Sul, na confluência do rio Grande com o rio São Francisco, atual Barra; Campo Largo, à margem esquerda do rio Grande, 80 quilômetros abaixo de onde surgiria Barreiras; Vila de Nossa Senhora do Livramento de Paranaguá, atual Parnaguá, junto à lagoa de mesmo nome, no Piauí; e Santa Rita do Rio Preto, na margem esquerda do rio Preto. Mais tarde, por volta de 1700, surgiu a comunidade de São João de Barreiras, atual Barreiras.

A ordem foi apenas um complemento, uma formalização para um movimento que já estava se consolidando. Com o crescimento da atividade comercial entre Barra e São João de Barreiras, barqueiros e aventureiros subiam o rio Grande e seus afluentes explorando áreas desabitadas, o que culminou na formação de novas comunidades. Os povoados prosperaram e foram durante muito tempo os principais "núcleos de civilização" da região.

Porém, como os ataques dos índios continuavam, em 17 de dezembro de 1699 o rei português, D. Pedro II, autorizou a D. João de Lencastre, governador-geral do Brasil, que fizesse oficialmente guerra contra os índios, assinando assim a sentença de morte dos indígenas. As tribos foram praticamente dizimadas, com exceção dos índios Aricobés, de Angical, que por serem de índole mansa, foram poupados e posteriormente catequizados, primeiro por Capuchinhos e depois por Franciscanos vindos de Salvador, iniciando-se assim um trabalho educativo que se desenvolveu por toda a região. Apesar disso, a perseguição sistemática contra esses índios continuou até a década de 1930.

Embora no período colonial essa região fizesse parte da capitania de Pernambuco, ela ficava geograficamente mais próxima à capitania da Bahia, por isso foram os desbravadores baianos que, em combates com os índios, se apossaram das terras da margem esquerda do rio São Francisco. Porém, Pernambuco não se conformava com a perda de uma parte tão significativa do seu território, e após mais de um século de reivindicações, obteve a reanexação, em caráter administrativo, das terras da margem esquerda do São Francisco.

Em 1810, D. João VI, com a Família Real já no Brasil, criou, a pedido dos pernambucanos, a Comarca do Sertão de Pernambuco nas terras à margem esquerda do São Francisco, que mais tarde passou a chamar-se Comarca do São Francisco.

Por causa das revoluções separatistas que os pernambucanos fizeram em 1817 e em 1824 com o fim de se separar do Brasil e formar um país independente que se chamaria Confederação do Equador, D. Pedro I, em represália, anexou primeiramente a Comarca do São Francisco a Minas Gerais e posteriormente, em 1827, incorporou definitivamente toda a margem esquerda do São Francisco à Bahia.

Durante muito tempo rolou nos tribunais uma questão judicial entre a Bahia e Pernambuco pela disputa desta área, que ficou conhecida como Região do Além São Francisco. Até hoje, alguns dos seus habitantes ainda lutam e sonham com a criação do Estado do São Francisco. Esta área hoje compreende a Região Oeste da Bahia, que é onde está localizado o município de Santa Rita de Cássia.

[editar] Emancipação política

Crescendo rapidamente, o povoado de Santa Rita do Rio Preto alcançou foros de freguesia com a criação da Paróquia de Santa Rita de Cássia, em 1804. O primeiro "fabriqueiro" da nova igreja matriz do povoado foi Antonio Estácio de Souza, por provisão de 8 de agosto de 1804. O primeiro vigário foi o padre Francisco Xavier Miranda, substituído em 1811 pelo padre Manuel Antônio Ribeiro.

Fato digno de registro na história local é a participação marcante do casal José da Rocha Medrado e Rita Antunes Guimarães Rocha no processo de emancipação do município. Na primeira metade do século XIX, foram eles que constituíram, sem alarde demagógico, o alicerce básico em que foi ascentado a edificação da vida política de Santa Rita de Cássia.

Descendentes de velhos troncos proprietários da região, José da Rocha Medrado e D. Rita Antunes Guimarães Rocha, proeminentes agricultores e pecuaristas, donos de vastas glebas, ficaram empolgados e embevecidos com o desenvolvimento que invadia o povoado, sobretudo com a chegada de grupos de migrantes que vinham de plagas distantes, atraídos pela riqueza das terras do vale do rio Preto e com o objetivo de se estabelecerem na região e fazê-la prosperar.

No desejo ardente de um futuro próspero para o seu florescente rincão natal, José da Rocha Medrado e D. Rita Antunes Guimarães Rocha começaram a direcionar seus esforços para a emancipação política do povoado, que era subordinado ao município de Barra do Rio Grande. O processo emancipacionista naturalmente carecia de obedecer ao tradicional ritual legislativo, considerando prioritariamente o número de habitantes, prédios e rendas tributárias satisfatórias às exigências pertinentes aos preceitos das leis vigentes.

Não obstante a chegada de grupos e mais grupos de colonos ao povoado, esses não encontravam áreas urbanas destinadas à construção de suas residências. Com isto, os colonos viam-se obrigados a migrarem para a zona rural, onde facilmente adquiriam glebas de terras de veredas, que lhes permitiam a edificação de moradias e a criação de roças de lavoura e pastagens para a criação de gado, formando assim pequenas propriedades rurais e fixando ali mesmo os seus domicílios. Estas pequenas propriedades foram se enfileirando céleres na região central do território, e receberam mais tarde o cognome de Veredas.

Estes acontecimentos porém, frustravam a possibilidade do povoado auferir condições urbanísticas para fazer jus ao processo de sua independência política. Apesar do desenvolvimento habitacional e econômico da zona rural, o povoado, que seria a sede do futuro município, decaía no contexto das normas satisfatórias às exigências determinadas em lei, o que dificultava a consolidação do processo emancipacionista.

Então, o casal José da Rocha Medrado e D. Rita Antunes Guimarães Rocha, numa veemente demonstração de amor ao seu berço natal, tomaram para si a missão de levantar uma bandeira de lutas e sacrifícios em prol da independência do seu povo, que apesar de ser dotado de idéias progressitas, carecia de consolidar a emancipação política do seu território. De imediato, foi iniciado um grande movimento propagandista de conscientização e de incentivo à aglomeração urbana na sede do território, tudo, claro, sob a influência do casal Rocha Medrado. A campanha obteve surpreendente êxito, e num curto espaço de tempo a bandeira emancipacionista triunfou brilhantemente.

Em 26 de março de 1840, por meio da lei provincial nº 119, ocorreu a emancipação política do até então povoado de Santa Rita do Rio Preto, que foi elevado à categoria de vila, e cujo território foi desmembrado do município de Barra do Rio Grande. Uma vez que essa lei é de fundamental importância para a história do município, considera-se o ano de 1840 como sendo a data oficial de fundação da cidade.

Apesar da aprovação dessa lei, a independência política de Santa Rita do Rio Preto só foi concretizada em 3 de novembro daquele ano, com a instalação de sua primeira Câmara de Vereança e com a eleição do primeiro intendente (antiga denominação do chefe do poder executivo municipal) pela maioria de seus membros. Dezenove foram os intendentes que governaram Santa Rita do Rio Preto até a Revolução de 30, quando a figura do intendente deu lugar à do prefeito.

[editar] A consolidação do município

Santa Rita do Rio Preto, após sua independência política, e com os poderes governamentais em franca atividade, passou a sobreviver sem a mínima estrutura urbanística. Apesar dos esforços do casal Rocha Medrado para concentrar as residências na parte urbana do povoado, eles conseguiram apenas o suficiente para atender às exigências da emancipação. A municipalidade não dispunha ainda de uma área territorial destinada ao incentivo de construções habitacionais e comerciais no primeiro distrito sede, o que culminava na paralisação do seu crescimento e fazia o recém-criado município regredir de maneira assustadora. Os migrantes que lá chegavam, apesar do entusiasmo com a fertilidade das terras, não encontravam campo adequado para o desenvolvimento de suas atividades, fosse na esfera comercial ou na residencial. Os governantes se sucediam frustrados, sem encontrar soluções para o desenvolvimento da cidade, que cada vez mais era tragada pela inércia. Já pairava no ar a ameaça de uma iminente desativação de sua emancipação política devido à estagnação do seu desenvolvimento.

Surge então, mais uma vez na história de Santa Rita do Rio Preto, a presença benemérita dos cidadãos José da Rocha Medrado e D. Rita Antunes Guimarães Rocha, que sem medirem obstáculos e conseqüências da redução dos seus bens, doaram à municipalidade, através da Câmara de Vereadores, um quarto de légua das terras da Fazenda Santa Rita (incluindo aí a área onde estava edificada a capela), com domínio onde hoje se acha edificada a cidade, cuja escritura pública foi lavrada em 31 de agosto de 1860 pelo tabelião Venâncio Antônio dos Santos Mártires; o imóvel foi havido pelos doadores através de compra feita a José Pereira de Matos e sua esposa Cândida Maria da Soledade.

Com esse ato, eles conseguiram remover um obstáculo considerado intransponível na concepção da comunidade já desesperançosa da manutenção do município.

Após a transmissão dessa escritura, o município tomou novo rumo. A esperança de um futuro próspero voltou a florescer em sua caminhada. De imediato, a área doada ao povo foi sendo ocupada com edificações de prédios, solidificando portanto a sua emancipação política já cambaleada pela inércia e, mais uma vez, o casal Rocha Medrado lecionou ao povo santarritense um verdadeiro exemplo do civismo.

Como a vila ficasse a quase um quilômetro distante do rio Preto, separada deste por alagadiços, José da Rocha Medrado empreendeu então a abertura de um canal ou desvio do curso do rio, de forma a aproximá-lo do agrupamento urbano, intento esse que levou adiante com êxito, usando para isso apenas recursos do próprio bolso e deixando deste modo mais um inestimável melhoramento ao município. Esse canal existe até hoje e presta serviços à população de Santa Rita de Cássia, tanto como abastecedor de água, como se prestando também em parte à navegação, por oferecer a esta porto seguro e pouco distante do bairro comercial. O ato de abertura desse canal foi levado pela municipalidade ao conhecimento da Assembléia Provincial.

Foi ainda José da Rocha Medrado que iniciou as comunicações entre Santa Rita do Rio Preto e o estado do Piauí, realizando a abertura de boas estradas para a sua fazenda "Boa Esperança" (fazenda essa que está situada na divisa da Bahia com o Piauí), figurando, pois, como porta de intercâmbio de pessoas e escoadouro das produções de cada um deles para o outro.

Com a proclamação da República, o município, já estruturado com a grande área territorial urbana doada pelo casal Rocha Medrado (área essa que já estava relativamente bem ocupada, em sua maior parte por construções residenciais), tornou-se o ponto estratégico de encontro de caravanas oriundas de grande parte do Piauí, norte de Goiás e sul do Maranhão, que buscavam mercadorias de importação. A cidade conquistou movimento expressivo, nivelando-se rapidamente entre os mais importantes centros da zona são-franciscana.

[editar] Século XX

O progresso de fato encetava sua consolidação em Santa Rita do Rio Preto com a inauguração, em 25 de setembro de 1905, da Linha de Navegação Fluvial do Rio Preto, através do vapor "Alves Linhares" (posteriormente denominado "Jasen Melo") da Viação Bahiana do São Francisco, que a princípio efetuava uma viagem por mês entre a vila de Formosa do Rio Preto e Juazeiro, passando pelo porto de Santa Rita do Rio Preto, num percurso de 759 quilômetros. Este acontecimento acelerou expressivamente o desenvolvimento comercial da cidade, que obteve condições mais amplas para atender às caravanas vindas dos estados vizinhos. Mais tarde, a navegação a vapor foi extendida até o povoado de São Marcelo (a 60 quilômetros de Formosa do Rio Preto), e surgiram linhas de navegação para Barra, Bom Jesus da Lapa, Cotegipe, Xique-Xique e Pirapora, em Minas Gerais.

Pelos decretos estaduais nºs. 7455, de 23 de junho de 1931, e 7749, de 23 de julho do mesmo ano, Santa Rita do Rio Preto teve seu nome alterado para Rio Preto. Nessa época o município perdeu o território do Jalapão, que passou a pertencer ao estado de Goiás, com a denominação de Porto Nacional.

Mais tarde, em 1943, em virtude do decreto-lei estadual nº 141, de 31 de dezembro, o município de Rio Preto passou a se chamar Ibipetuba, que em tupi significa banco de areia. A partir de 1957, Ibipetuba passou a se chamar Santa Rita de Cássia, nome que ostenta até hoje.

Um dos acontecimentos históricos de maior importância para o município de Santa Rita de Cássia ocorreu na gestão do prefeito Anibal Rodrigues de Araújo, através do decreto-lei nº 311 de 2 de março de 1938, assinado pelo presidente Getúlio Vargas, que elevou a sede do município à categoria de cidade.

Em 1961, Santa Rita de Cássia perdeu grande parte do seu território devido à emancipação de Formosa do Rio Preto, que deixou de ser um distrito subordinado à Santa Rita de Cássia para se tornar sede do município de Formosa do Rio Preto.

No final de 1980 ocorreu uma grande enchente no rio Preto devido ao volume excessivo de chuvas que a região recebeu naquele ano. A enchente, que deixou Santa Rita de Cássia parcialmente inundada, destruiu o antigo cais da cidade (construído na década de 50) e arrancou o calçamento original de muitas ruas, além de ter arruinado lavouras e deixado várias pessoas desabrigadas. Demorou meses até que as águas finalmente se recolhessem ao leito do rio.

Em 1985, o município de Santa Rita de Cássia sofre nova perda territorial, dessa vez por causa da emancipação política de Mansidão.

[editar] Geografia

[editar] Clima

O clima de Santa Rita de Cássia é bem variado, como o de toda a zona são-franciscana. Esta região possui duas estações climáticas bem definidas: a estação seca e "fria", que vai de maio a setembro, e a estação chuvosa e quente, que vai de outubro a abril.

É seco nas partes oeste e noroeste do município; nas vertentes do rio Preto, onde há mais umidade, a temperatura baixa sensivelmente no inverno, ocorrendo, às vezes, queda de geada.

A temperatura média na sede do município é de 28°C, com mínimas de 16°C e máximas de 40°C. Sua posição geográfica assegura temperaturas elevadas durante quase todo ano, devido à forte radiação solar.

Os índices pluviométricos variam entre 800 e 1000mm anuais, concentrando-se as chuvas nos meses de novembro a março. A média da umidade relativa do ar é de 70%, sendo a máxima de 80% em dezembro e a mínima de 50% em agosto.

[editar] Hidrografia

Vista parcial do rio Preto.
Vista parcial do rio Preto.

Santa Rita de Cássia está geograficamente inserida na região mais rica em recursos hídricos do Nordeste brasileiro. A cidade se encontra na bacia hidrográfica do rio São Francisco, na margem esquerda do rio Preto, afluente do rio Grande e sub-afluente do Velho Chico.

Típica lagoa temporária formada pelo acúmulo de água das chuvas em regiões de terreno rebaixado da zona rural de Santa Rita de Cássia.
Típica lagoa temporária formada pelo acúmulo de água das chuvas em regiões de terreno rebaixado da zona rural de Santa Rita de Cássia.

Nas áreas rurais do município, é comum o surgimento de lagoas temporárias durante a estação chuvosa em regiões de terreno rebaixado devido ao acúmulo de água das chuvas.

Além dessas lagoas temporárias, existe na região uma série de lagoas de regime perene, como a Lagoa do Tanque, que tem 500 metros de comprimento por 330 de largura; a Lagoa dos Campos, com dimensões de 800 metros de comprimento por 600 de largura; a Lagoa do Peixe, medindo 900 metros de comprimento por 500 metros de largura; a Lagoa do Cercado, medindo 300 metros de comprimento por 300 metros de largura; a Lagoa dos Retirantes, na localidade de Descoberta, com 500 metros de comprimento e 300 metros de largura; e por fim a Lagoa do Monte Alegre, que tem 600 metros de comprimento por 400 de largura e 2 metros de profundidade, localizada no povoado de mesmo nome.

[editar] Relevo

Santa Rita de Cássia está localizada na porção nordeste do Planalto Central. Seu terreno tem topografia suave, sem grandes variações de altitude.

Nas serras que circundam o vale do rio Preto, encontram-se o Morro do Morcego, com altura de aproximadamente 300 metros, e o Morro da Boa Vista, próximo à área urbana do município, que também tem 300 metros de altura.

O sítio onde a cidade se encontra está a 440 metros acima do nível do mar.

[editar] Vegetação

O município de Santa Rita de Cássia está localizado na faixa de transição entre os domínios morfoclimáticos do cerrado e da caatinga. Dentre as espécies vegetais originárias da região, destacam-se o angico, a aroeira, o jacarandá, o jatobá, o jenipapeiro, o juazeiro, o pau d'arco, o pau-ferro, o pequizeiro e a sucupira.

Ao longo de todo o curso do rio, ocorre a formação de matas ciliares. As margens do rio Preto são ornamentadas por frondosos buritis, cajueiros, canjeranas, carnaubeiras, ingazeiros, mamoneiras e pés-de-murici, que equilibram-se nos declives das barrancas.

[editar] Fauna

A fauna do município de Santa Rita de Cássia, assim como sua vegetação, é bastante rica e variada. Por todo a região, é possível se deparar com bandos de araras, jandaias, papagaios, periquitos e tucanos das mais variadas cores, saltando de galho em galho, taramelando em algazarras pela disputa de frutas silvestres - que existem em abundância nas margens do rio Preto.

Bicudos, canários, curiós, o pássaro preto e sofrês são algumas das espécies que constróem seus ninhos nos ocos das hastes mais elevadas dos buritizais. A garça branca, o mergulhão e o martim-gravata vivem nas cercanias das lagoas; emas e seriemas na mata mais fechada.

Piabas, piaus, traíras e tucunarés enchem o rio Preto de vida; em partes isoladas e mais profundas do rio, há a ocorrência de piranhas.

Antas, caititus, capivaras, o gato-do-mato, jacarés, lontras, macacos-prego, pacas e queixadas pululam por todo o vale do rio Preto, juntamente com uma grande variedade de cobras e insetos.

A onça pintada se destaca como o maior predador da região, devorando tatus, veados e até mesmo animais domésticos, como bois e ovelhas.

[editar] Meio Ambiente

A preocupação em preservar o meio ambiente também se faz presente no município de Santa Rita de Cássia, com a atuação de algumas ONGs, dentre as quais se destaca a Vidarp, precursora desse tipo de iniciativa no município.

[editar] Governo

Fórum Dr. João Santos, instituição que abriga as instalações do Poder Judiciário na Comarca de Santa Rita de Cássia.
Fórum Dr. João Santos, instituição que abriga as instalações do Poder Judiciário na Comarca de Santa Rita de Cássia.
Prédio da Prefeitura de Santa Rita de Cássia, inaugurado em 1953.
Prédio da Prefeitura de Santa Rita de Cássia, inaugurado em 1953.

O Poder Executivo do município de Santa Rita de Cássia é representado pelo prefeito e seu gabinete de secretários, seguindo o modelo proposto pela Constituição Federal de 1988.

O Poder Legislativo é representado pela Câmara Municipal, composta por 9 vereadores eleitos diretamente pela população para cargos de quatro anos. Cabe à Câmara elaborar e votar leis fundamentais à administração e ao Executivo, especialmente o orçamento municipal (conhecido como Lei de Diretrizes Orçamentárias).

O Fórum Dr. João Santos abriga as instalações do Poder Judiciário na Comarca de Santa Rita de Cássia, e é mantido pela Instituição Pedro Ribeiro de Administração Judiciária (IPRAJ).

Antes da emancipação do município, Santa Rita do Rio Preto contava com um juizado de paz subordinado à Comarca do São Francisco, da província de Pernambuco. Por um decreto de 28 de junho de 1872, a Comarca do São Francisco foi dividida em duas, dando lugar à criação da Comarca do Rio Grande, com sede em Campo Largo, sendo Santa Rita do Rio Preto anexada a ela.

Número de eleitores em Santa Rita de Cássia (1905-1934)*
Ano Eleitores
1905 369
1908 558
1910 558
1912 609
1934 378

Transferida a sede da Comarca do Rio Grande (que abrangia também os municípios de Angical, Campo Largo e Barreiras) para Santa Rita do Rio Preto pelo ato de 3 de agosto de 1892, aí permaneceu até a publicação do decreto estadual nº 266, de 4 de outubro de 1904, quando essa comarca foi extinta, voltando Santa Rita do Rio Preto a ser termo da Comarca do São Francisco, que era sediada na cidade de Barra do Rio Grande. Anos antes, em 6 de setembro de 1898, com a criação da Comarca da Ribeira, sediada em Barreiras, as cidades de Angical, Campo Largo e Barreiras saíram da alçada do município de Santa Rita do Rio Preto.

Por força do decreto estadual 722, de 20 de agosto de 1909, foi transferida a sede da Comarca do São Francisco para Santa Rita do Rio Preto. Todavia, a sede retornou para a cidade de Barra em 1911.

Por fim, com o decreto-lei estadual nº 512, de 19 de junho de 1945, a Comarca de Santa Rita do Rio Preto foi restaurada, com o nome de Ibipetuba, e desmembrada da de Barra. Com a mudança do nome da cidade em 1957 para Santa Rita de Cássia, a comarca acompanhou a mudança e também teve sua denominação alterada.


Dados do TRE/BA mostram que em 2006 o eleitorado votante de Santa Rita de Cássia era formado por 19.055 eleitores e que o município contava com 46 locais de votação e 85 seções eleitorais.

Ao lado temos um quadro mostrando o número de eleitores que realmente votaram nas principais eleições do início do século XX, quando o município vivia sob a tutela dos coronéis.

*FONTE: Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio - Diretoria do Serviço de Estatística - Estatística Eleitoral da República dos Estados Unidos do Brazil. p. 17-39; In: Guedes, Anuário 1934, p. 45-48

[editar] Economia

Segundo dados da SEI/IBGE, em 2003 o PIB do município apresentava a seguinte composição setorial: 38,65% agropecuária, 8,39% indústria e 52,96% serviços.

[editar] Setor primário

Desde o início da sua história, a economia santarritense é tradicionalmente caracterizada pela pecuária extensiva, com destaque para os rebanhos de asininos, caprinos, bovinos, ovinos e suínos. A criação de aves, embora menor, também tem grande peso na vida econômica do município.

Na produção agrícola de Santa Rita de Cássia, destacam-se os cultivos de feijão, mandioca, melancia e milho, além da cana-de-açúcar.

Os trabalhadores rurais do município estão organizados em três grandes associações: Associação dos Pequenos Produtores Rurais; Associação dos Produtores Rurais da Fazenda Senhor do Bonfim, vinculada ao Incra, com sede na Fazenda Senhor do Bonfim (Coinfra); e por fim, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Rita de Cássia, que é vinculado à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e à Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura.

O principal fruto do extrativismo vegetal na região é a grande produção de carvão vegetal; Santa Rita de Cássia está entre os municípios baianos que mais produzem essa matéria-prima.

[editar] Manufatura

As tradicionais mini-indústrias artesanais fabricam uma grande variedade de produtos caseiros, como o licor de caju e de jenipapo, a rapadura comum e a rapadura batida e os doces de buriti, caju e de murici, além do beiju de massa. A produção desses produtos, porém, não acontece o ano todo, limitando-se a determinadas épocas do ano, de acordo com a disponibilidade da matéria-prima necessária (por exemplo, o vinho de caju só é produzido no "tempo do caju", assim como o doce de murici só é produzido no "tempo do murici" e etc.).

A criação de animais possibilita a fabricação de coalhadas, doce de leite, manteiga de gado, requeijão e sabão, tanto para o consumo local como para a comercialização.

A extração da aroeira propiciou o surgimento de uma pequena mas expressiva indústria moveleira na região. Há também no município algumas poucas indústrias de alvenarias e telhas.

No solo do município encontra-se argila em abundância para o artesanato e areia para a construção civil.

[editar] Telecomunicações

Em 1930 chega a Santa Rita de Cássia a primeira linha telegráfica.

Prédio da Rádio Comunitária Santa Rita.
Prédio da Rádio Comunitária Santa Rita.

A Rádio Comunitária Santa Rita é a emissora responsável por levar à população santarritense entretenimento e notícias dos principais acontecimentos locais. Como apoio à rádio, existe um serviço de alto-falante chamado "A Voz da Igreja Matriz", que é um carro da paróquia que percorre toda a cidade anunciando missas, batismos, casamentos e funerais.

Em setembro de 2006, foi inaugurada a primeira torre de telefonia móvel do município, o que permitiu à população o uso de telefones celulares. Porém, essa torre capta apenas o sinal da operadora Vivo.

O primeiro periódico que circulou regularmente na cidade foi o "A Idéia", do dramaturgo Jorge Correia de Souza. O semanário foi editado durante toda a década de 30, mas logo deixou de ser publicado. Outro jornal que também marcou época em Santa Rita de Cássia foi "O Jovial", produzido pelo Grupo de Jovens da Igreja Católica durante os anos 70.

[editar] Energia elétrica

A energia elétrica chegou a Santa Rita de Cássia em 1908, porém nessa época somente as ruas principais e os prédios públicos foram beneficiados; nas demais partes da cidade, permaneceu a iluminação a gás.

Somente no início dos anos 40 é que o então prefeito Abdiel dos Reis extendeu a energia elétrica a toda a área urbana do município; consta que ele mandou instalar tudo com seus próprios recursos.

No ano de 2001, o município registrou 4.721 consumidores de energia elétrica. A voltagem padrão usada em Santa Rita de Cássia é de 220 v.

[editar] Demografia

Segundo dados do IBGE/2000, a taxa de urbanização de Santa Rita de Cássia era de 50,70%. A população urbana do município naquele ano era de aproximadamente 12.185 habitantes, enquanto a rural era de 11.841.

A organização espacial da área urbana de Santa Rita de Cássia é dividida em bairros, para fins administrativos. São eles: Centro, BNH, Samambaia e Alto da Boa Vista. Há também os povoados de Aroeiras, Itiquera, Monte Alegre, Peixe-de-Dentro e Formigueiro, localizados na zona rural.

Com o desenvolvimento do plantio da soja em Barreiras na década de 80, Santa Rita de Cássia vem recebendo desde então um pequeno, mas contínuo fluxo de migrantes do sul do país, a maioria de ascendência italiana, que passaram a se estabelecer na região devido às oportunidades econômicas que essa nova fronteira agrícola do país oferece.

O município de Santa Rita de Cássia apresenta uma série de problemas socioeconômicos. Seu IDH, o 106º melhor dentre os municípios baianos, reflete claramente isso. Se fosse um país, o município de Santa Rita de Cássia ocuparia a 123ª posição no ranking mundial, ficando entre o Tadjiquistão (0,652) e o Marrocos (0,640).

[editar] Educação

Biblioteca Inah de Araújo Andrade da Escola Municipal Santarritense, a maior biblioteca pública do município de Santa Rita de Cássia.
Biblioteca Inah de Araújo Andrade da Escola Municipal Santarritense, a maior biblioteca pública do município de Santa Rita de Cássia.

Entre instituições de ensino médio e de ensino fundamental, a rede educacional de Santa Rita de Cássia é composta por vinte escolas, sendo nove municipais, oito estaduais e três particulares. Oito escolas ficam na zona rural, e as 12 restantes na área urbana do distrito sede.

O número de bibliotecas não é proporcional ao tamanho da população, sendo a Biblioteca Inah de Araújo Andrade da Escola Municipal Santarritense (que conta com um acervo de 758 volumes e é mantida pela prefeitura) a principal biblioteca pública do município.

Com apenas 4 bibliotecas escolares (sendo que três delas são fechadas ao público externo) e uma pública, a rede de bibliotecas de Santa Rita de Cássia é deficitária e não atende às demandas informacionais da população.

[editar] Cultura

O santarritense é um povo notadamente festeiro. Durante todo o mês de janeiro, por exemplo, acontece a folia de reis, na qual grupos teatrais percorrem toda a cidade seguidos por uma multidão, representando a captura do boi em frente às casas das pessoas.

No período de 20 a 26 de março, a prefeitura patrocina as comemorações do aniversário da cidade. Em março também se inicia o Campeonato Santarritense de Futebol, campeonato esse que dura até o mês de agosto. Entre março e abril ocorrem as tradicionais festividades relacionadas à Semana Santa.

A Festa da Padroeira do município se estende do dia 13 ao dia 22 de maio, e atrai pessoas de todos os municípios da região e de Brasília. Juntamente com a Festa de Santa Rita de Cássia, acontece a tradicional Vaquejada, entre os dias 18 e 20 de maio. Entre o final de maio e início de junho acontece outra festa de caráter religioso: a também tradicional Festa do Divino Espírito Santo. Junho é marcado, também, pela Festa de São João, entre os dias 18 e 29 desse mês.

Em 7 de setembro, todas as escolas municipais e particulares de Santa Rita de Cássia se juntam para organizar grandes desfiles em comemoração à independência do Brasil. Assim como acontece na folia de reis, uma grande multidão se amontoa para seguir o desfile, que percorre as principais ruas da cidade.


Praça Rui Barbosa (mais conhecida como Praça do Fórum), ponto de encontro da juventude santarritense.
Praça Rui Barbosa (mais conhecida como Praça do Fórum), ponto de encontro da juventude santarritense.

A cidade conta com o arquivo da paróquia de Santa Rita de Cássia, local onde estão arquivados documentos das várias gerações de habitantes que a cidade já teve, tais como assentos de batismo e casamento. A instituição mantenedora desse arquivo é a Diocese de Barreiras, que também é proprietária do prédio da Igreja Matriz.

A paróquia de Santa Rita de Cássia é a principal instituição de divulgação cultural da cidade. Além do arquivo, ela mantém o Coral Santa Rita, composto por um regente e vinte integrantes.

Em breve será inaugurada a Casa de Cultura de Santa Rita de Cássia, uma espécie de museu onde será possível encontrar as biografias dos santarritenses mais ilustres da história, aqueles que mais contribuíram para o desenvolvimento da região. Essa Casa irá funcionar onde hoje é o Mercado Velho, na praça da Bandeira. O prédio passará por uma grande reforma antes, passando a abrigar uma moderna sala de cinema e outra para apresentações teatrais, bem como um espaço para exposições de peças de artesanato.

Devido à falta de opções culturais, a população de Santa Rita de Cássia costuma se reunir à noite na Praça Rui Barbosa (mais conhecida como Praça do Fórum), situada entre as avenidas Santos Dumont e Anália Nascimento, no centro da cidade. Essa praça funciona como um verdadeiro ponto de encontro, principalmente para os jovens, com quiosques e muita música. É nessa praça também que acontecem os principais eventos artísticos-culturais da cidade.

[editar] Transportes

Ponte sobre o rio Preto que dá acesso à cidade.
Ponte sobre o rio Preto que dá acesso à cidade.

Santa Rita de Cássia, distante 816 quilômetros de Brasília e 1006 de Salvador, está situada em um importante entroncamento rodoviário e hidroviário, que interliga as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país.

Dentre os equipamentos urbanos do município, estão a rodoviária e um pequeno entroncamento rodoviário, localizado a 67 quilômetros da cidade, ao redor do qual se desenvolveu um vilarejo.

As rodovias e estradas que atravessam o município, sejam elas federais, estaduais ou municipais, são conhecidas pelo seu péssimo estado de conservação, o que dificulta a locomoção entre as localidades e aumenta consideravelmente o tempo de viagem.

As principais rodovias que servem o município de Santa Rita de Cássia são: BA-225 e BA-451 (estaduais); BR-020 e BR-135 (federais). Além dessas, existem várias estradas de chão que servem para ligar a sede do município às áreas rurais.

Barca navegando o rio Preto.
Barca navegando o rio Preto.

Atualmente, a navegação no rio Preto tem um caráter mais de lazer do que propriamente o de transporte de pessoas e mercadorias, ao contrário do que acontecia até a década de 1960, quando o acesso à cidade por terra era difícil devido à escassez de estradas.

A região viveu durante muito tempo na dependência econômica do rio Preto, que foi de fundamental importância para seu desenvolvimento. A sede do município de Santa Rita de Cássia fica a 96km de distância da Serra do Boqueirão, local de desembocadura do rio Preto.

O município conta ainda com um pequeno aeroporto, que na verdade é apenas uma pista de pouso de pequeno porte, asfaltada e com 1000 metros de comprimento.

[editar] Turismo

Sem dúvida a principal atração turística de Santa Rita de Cássia é o rio Preto, que proporciona lazer e sustento à comunidade. Na margem direita do rio, fica o "Parque Ecológico Zabelê", antiga "Ilha Grande", uma grande área verde onde é possível fazer caminhadas e andar a cavalo. Há também nessa margem, próximo ao local onde existia uma antiga ponte de madeira, uma pequena ilha à qual o povo chama de "Croinha". Na margem esquerda fica o Parque do Povo, mais conhecido pelo nome de "Piranhas", que é o ponto mais movimentado e procurado do rio, sediando inclusive shows musicais.

Prédio da Igreja Matriz da Paróquia de Santa Rita de Cássia.
Prédio da Igreja Matriz da Paróquia de Santa Rita de Cássia.

Além do rio Preto, destaca-se o prédio da Igreja Matriz, cuja manutenção é feita pela Diocese de Barreiras.

Novo cais de Santa Rita de Cássia, construído em substituição ao antigo cais que foi destruído na enchente de 1980.
Novo cais de Santa Rita de Cássia, construído em substituição ao antigo cais que foi destruído na enchente de 1980.

Há também o novo cais, inaugurado em 2004, que circunda boa parte do perímetro urbano do rio.

A época do ano em que a cidade mais recebe visitantes é no mês de dezembro, devido à grande quantidade de festas e shows musicais que ocorrem na cidade nesse mês. Logo em seguida vem o mês de maio, que é quando ocorrem as festividades em homenagem à padroeira da cidade.

Desde 2003, no mês de dezembro, acontece um carnaval fora de época chamado de "Santa Folia", cujas atrações são quatro grandes blocos musicais: "Agora é Nóis", "Tô Piulado", "Zueira" e "Zueirinha", sendo que esse último foi criado em 2006.

Em 2005 surgiu uma nova festa na cidade, chamada "Tá Tudo Bem Beer Fest", que desde então acontece sempre em dezembro, como forma de atrair mais visitantes. Santa Rita de Cássia é conhecida pela boa qualidade de suas festas; os blocos e a "Tá Tudo Bem Beer Fest" são os grandes responsáveis por esse feito.

O parque hoteleiro da cidade registra 90 leitos. A taxa de ocupação desses leitos é baixa na maior parte do ano, com exceção dos meses de maio e dezembro.

O perfil do turista que procura Santa Rita de Cássia nas férias é tipicamente pessoas que nasceram na cidade ou região, que vão visitar seus parentes; vale ressaltar que a grande maioria desses visitantes é residente em Brasília. Porém, desde o final dos anos 90, o número de visitantes que não possuem qualquer vínculo com a cidade cresceu bastante e a tendência é só aumentar. A criação dos blocos foi um dos fatores que contribuíram para esse crescimento.

[editar] Curiosidades

  • O município de Santa Rita do Rio Preto teve papel importante no combate aos revoltosos da Balaiada, com a expedição de homens e armas, que para lá seguiram intrepidamente para reprimirem a revolta, conjuntamente com forças de Barra e Campo Largo.
  • Em meados do século XIX, começa a germinar em todo o Brasil a semente do movimento republicano, e com o município de Santa Rita do Rio Preto não poderia ser diferente. As idéias republicanas estavam em voga entre pequenas parcelas da sociedade civil e eclesiástica, que há muito já estavam descontentes com o regime monárquico. Em 1842, a paróquia de Santa Rita de Cássia tinha como vigário o barrense João de Oliveira Costa, que doutrinava os sentimentos republicanos através da sua eloqüente oratória sacra. O seu entusiasmo pela causa chegou ao ponto de ser invadido pela emoção. Numa grande concentração religiosa realizada em Campo Largo, o destemido padre pronunciou um eloqüente sermão em protesto aos atos delituosos do Segundo Reinado, na frente de uma expressiva multidão, oriunda de vários lugares do oeste baiano, deixando os fiéis emocionados. A gravidade do seu pronunciamento, que chegou a ser considerado subversivo, teve repercussão negativa no alto escalão do governo. Graças à intervenção de autoridades influentes no governo em favor do padre João de Oliveira Costa, a punição que ele recebeu foi branda, se limitando apenas a uma drástica repreensão do bispo de Olinda, Dom João da Purificação Marques Perdigão.
  • Um dos fatos mais importantes na vida histórica de Santa Rita de Cássia foi a visita do governador José Marcelino de Sousa, em 1908. De lá, ele prosseguiu viagem a bordo do vapor Jasen Melo até o povoado de São Marcelo, passando por Formosa do Rio Preto. Em São Marcelo, José Marcelino inaugurou a extensão da linha de navegação fluvial até esse povoado, na foz do rio Sapão, cujo curso havia sido previamente desobstruído para esse objetivo.
  • O auge da exportação da borracha de maniçoba em Santa Rita do Rio Preto se deu entre os anos de 1903 e 1908, quando esse produto atingiu seus melhores preços no mercado. Nessa época, a cidade conheceu um grande desenvolvimento econômico, com o crescimento assombroso do número de estabelecimentos comerciais e de suas indústrias, tornando-se assim uma das melhores praças comerciais da região.
  • O ciclo de crescimento econômico de Santa Rita do Rio Preto foi interrompido não só pela súbita queda do preço da borracha de maniçoba, como também, e principalmente, por causa da morte do coronel Taciano Rodrigues de Araújo, então chefe político do município, que foi assassinado por seus adversários políticos em 15 de agosto de 1909. A resposta veio logo em seguida; em 18 de agosto do mesmo ano, parentes e amigos do coronel Taciano Rodrigues de Araújo se envolveram no assassinato do coronel Francisco Sidney da Costa, a quem julgavam ser o mandante da morte deste. Estes atentados suscitaram novos desejos de vingança por parte dos adversários, resultando daí uma longa série de crimes praticados de parte a parte pela liderança política do município. As sangrentas lutas armadas entre facções políticas, ocorridas tanto em Santa Rita de Cássia quanto em Formosa do Rio Preto durante a primeira metade da década de 1910, época do coronelismo de sertão, ficaram conhecidas como Barulhos.
  • Dentre os muitos assassinatos ocorridos na época dos Barulhos, o que mais ficou marcado na memória do povo santarritense foi o do padre João de Oliveira. Em virtude de motivos políticos, ele foi brutalmente assassinado a duas léguas da sede do município, num lugar chamado Boca da Catinga, logo após partir numa viagem para Salvador. Desde então, esse lugar tem fama de ser assombrado; os habitantes locais dizem que ainda é possível ver as gotas do sangue do padre que caíram sobre a terra. No entanto, todos evitam passar por lá, principalmente à noite, a não ser que estejam em grandes grupos.
  • Entre 1934 e 1936, Frederico Ribeiro Fidélis governou como prefeito de Santa Rita de Cássia nomeado pelo interventor do Estado. Em 1936 surgem as primeiras eleições municipais diretas. Persuadido de que não poderia concorrer ao cargo que já ocupava, Frederico Ribeiro parlamenta com o Dr. Nascimento de Jesus, seu amigo, e acerta a candidatura deste ao cargo, quando recebe um telegrama do capitão Juracy Montenegro Magalhães, na época interventor da Bahia, e do deputado Manuel Novais, informando-lhe da constitucionalidade de sua candidatura ao cargo de prefeito. Com isso, Frederico Ribeiro foi candidato único, mas governou por apenas mais um ano, devido à instalação do Estado Novo e à nova constituição, quando o presidente Getúlio Vargas derrubou as eleições para prefeito e governador, mergulhando o país num regime ditatorial com a nomeação de prefeitos.
  • O primeiro avião a aterrisar no solo santarritense foi levado pelo então prefeito Abdiel dos Reis, que regressava de uma viagem sua ao Rio de Janeiro, em 1940. Foi ele também quem levou pra lá o primeiro rádio. O rádio era ligado em uma bateria de carro, e quando começava a funcionar, atraía uma multidão de curiosos, que se acercava da residência de Abdiel. A primeira bicicleta, o primeiro caminhão, as primeiras indústrias de beneficiamento de arroz, algodão e milho, e o primeiro serviço de alto-falante da cidade são outras das muitas novidades que o prefeito Abdiel apresentou à Santa Rita de Cássia.
  • Em toda a história de Santa Rita de Cássia, apenas uma mulher esteve no comando da prefeitura: Vicentina da Cunha Guedes. Ela, que exercia as funções de tesoureira da prefeitura, assumiu o cargo de prefeita por decisão judicial em substituição ao prefeito Frederico Ribeiro Fidélis, que faleceu em pleno exercício do seu quinto mandato. Vicentina governou de julho de 1959 a outubro de 1960.
  • No início de 1963, por ordem do então prefeito Altino Lemos Santiago, a "Igreja Velha" foi parcialmente demolida. Ele achava que as paredes históricas do templo estavam sendo um apêndice em sua administração, por isso, sem mais delongas, autorizou a demolição do prédio, sem que a Câmara Municipal de Vereadores da época apresentasse a mínima reação a esse ato. Na execução da demolição do monumento histórico, a prefeitura gastou dos cofres públicos o dobro do que teria gasto para recuperá-lo. Porém, o prédio não chegou a ser totalmente destruído, devido aos protestos de alguns poucos cidadãos mais informados e ao arrependimento do próprio prefeito Altino, que após meditar sobre sua ação destruidora, chegou à razão, reconhecendo seu imperdoável pecado administrativo e mandando parar as máquinas enquanto a demolição ainda estava em curso. A maioria das paredes permaneceu intacta, apesar de o telhado da igreja já haver sido desmoronado pelo tempo. Há até quem afirme com segurança que as poucas telhas que estavam em bom estado de conservação foram retiradas de lá na calada da noite do dia anterior à demolição, e que elas ainda existem nas coberturas de algumas casas da cidade.
  • Somente na segunda gestão do prefeito Elói Barbosa Guedes (1977 - 1983), é que surgiu a figura do vice-prefeito. O primeiro vice-prefeito da história de Santa Rita de Cássia foi Antônio Batista Lopes.

[editar] Referência bibliográfica

  • OLIVEIRA NETO, José Vicente de (Cazuza). O vale de um rio Preto de águas cristalinas. Campo Grande: WGA Comunicações, 1999. 896 p.; il.
Outras línguas

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