Geografia do Brasil
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
A Geografia do Brasil é um domínio de estudos e conhecimentos sobre todas as características geográficas do território brasileiro.
O Brasil é o quinto maior país do mundo, possui 1,7% do território do globo terrestre e ocupa 47% da América do Sul. Está localizado na porção centro-oriental da América do Sul, com seu litoral banhado pelo oceano Atlântico. O Brasil possui uma área total de 8.511.965 km² que inclui 8.456.510 km² de terra e 55.455 km² de água. O ponto culminante do Brasil é o Pico da Neblina, com 3.014 m; o ponto mais baixo é o nível do mar. O Brasil faz fronteira com nove repúblicas sul-americanas: Argentina, Bolívia, Colômbia, a Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela e o departamento ultramarino da Guiana Francesa, Por comparação, o Brasil é um pouco menor em extensão territorial em relação aos Estados Unidos da América.
Maior parte de seu clima é tropical, embora algumas podem ser mais temperadas. O maior rio do Brasil, e um dos mais extensos do mundo é o Amazonas. A floresta que cobre a bacia do rio Amazonas constitui quase a metade das florestas equatoriais do planeta Terra.
Índice |
[editar] Geodésia
[editar] Área
Total: 8.511.975 km² (incluindo as águas internas). Terra seca: 8.456.510 km²
(inclui o arquipélago de Fernando de Noronha e também Ilha Grande, Ilha Bela, entre outras menores.
Ocupando uma área territorial de 8.511.965 km2, o Brasil é o país mais extenso da América do Sul. É ainda o terceiro das Américas e o quinto do mundo, perdendo somente para a Rússia (com 17.075.400 km2), o Canadá (com 9.970.610 km2), a República Popular da China (com 9.517.300 km2) e os Estados Unidos da América (com 9.372.614 km2).
O Brasil é tão vasto que em seu território caberiam nações, como a Itália, Índia ou a Austrália.
Devido ao fato de apresentar tão grande extensão territorial, o Brasil é considerado um país continental, ou seja, um país cujas dimensões físicas atingem a proporção de um verdadeiro continente, sendo que seu território ocupa 1,6% da superfície do globo terrestre, 5,7% das terras emersas do planeta Terra, 20,8% da superfície do continente americano e 47,3% da superfície da América do Sul.
[editar] Localização
O Brasil se encontra nos hemisférios sul, norte e inteiramente no hemisfério ocidental do planeta Terra, está localizado no continente americano, situando-se na porção centro-oriental da América do Sul, entre as latitudes +5º16'20" N e -33º44'32" S e entre as longitudes -34º45'54"O e -73º59'32" O.
É cortado ao norte pela linha do equador, que atravessa os estados do Amazonas, Roraima, Pará e Amapá, e pelo Trópico de Capricórnio, que passa pelos estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, aos 23º27'30" de latitude sul. A maior parte do território brasileiro fica no hemisfério sul (93%) e na zona tropical (92%).
[editar] Visão geral
O Brasil situa-se na porção centro-oriental da América do Sul e limita-se com todos os países sul-americanos, exceto com o Equador e o Chile. Ao norte faz fronteira com a Guiana, Guiana Francesa, Suriname e a Venezuela; a noroeste com a Colômbia; a oeste com o Peru e a Bolívia; a sudoeste com o Paraguai e a Argentina; e ao sul com o Uruguai. Toda a sua extensão nordeste, leste e sudeste são banhadas pelo Oceano Atlântico.
O espaço geográfico do Brasil é considerado excepcionalmente privilegiado, já que é quase inteiramente aproveitável, não apresentando desertos, geleiras ou cordilheiras - as chamadas áreas anecúmenas, que impossibilitam a plena ocupação do território, como ocorre com a maior parte dos países muito extensos da Terra.
O Brasil possui 23.127 km de fronteiras, das quais 15.719 km são terrestres e 7.408 km são marítimas.
Os países que possuem maiores fronteiras com o Brasil são: Bolívia (3.126 km), Peru (2.995 km) e Colômbia (1.644 km).
As menores fronteiras com o Brasil pertencem aos seguintes países: Suriname (593 km), Guiana Francesa (655 km) e Uruguai (1.003 km).
[editar] Eqüidistância
Como o Brasil tem o formato aproximado de um gigantesco triângulo, mais precisamente de um coração, é mais extenso no sentido leste-oeste do que no sentido norte-sul. Entretanto, como essas distâncias são quase iguais, costuma-se dizer que o Brasil é um país eqüidistante.
- Distância Leste-Oeste: (em linha reta) 4.328 km.
- Distância Norte-Sul: (em linha reta) 4.320 km.
[editar] Altitudes e pontos extremos

As altitudes do território brasileiro são modestas, de modo geral. O território não apresenta grandes cadeias de montanhas, cordilheiras ou similares. O ponto mais elevado no Brasil é o Pico da Neblina, com cerca de 2.994 m de altitude. O ponto mais baixo é às margens de suas praias no Oceano Atlântico, com altitude de 0 m.
Ao norte, o limite é a nascente do rio Ailã, no Monte Caburai, Roraima, fronteira com a Guiana.
Ao sul, o limite extremo é uma curva do arroio Chuí, no Rio Grande do Sul, na fronteira com o Uruguai.
No leste, o ponto extremo é a Ponta do Seixas, na Paraíba.
O ponto extremo do oeste é a nascente do rio Moa, na serra de Contamana ou do Divisor, no Acre, fronteira com o Peru.
[editar] Coordenadas geográficas
O Brasil está situado entre os paralelos 5°16'19" de latitude norte e 33°45'09" de latitude sul e entre os meridianos 34°45'54" de longitude leste e 73°59'32" de longitude oeste.
O país é cortado simultaneamente ao norte pela linha do equador e ao sul pelo Trópico de Capricórnio; por isso, possui a maior parte do seu território situado no hemisfério sul (93%), na zona tropical (92%), e a menor parte no hemisfério norte (10%).
[editar] Fusos horários
O território brasileiro, incluindo as ilhas oceânicas, estende-se por quatro fusos horários, todos a oeste do meridiano de Greenwich (longitude 0º). Em cada faixa de 15º entre pares de meridianos ocorre a variação de uma hora. Isso significa que horário oficial no Brasil varia de 2 a 5 horas a menos em relação à hora de Greenwich (GMT). O primeiro fluxo engloba as ilhas oceânicas (longitude 30º O) e tem 2 horas a menos que a GMT. O segundo (45º O) tem 3 horas a menos e é a hora oficial do Brasil. Abrange Brasília, Minas Gerais, Goiás, Tocantins e todos os estados brasileiros banhados pelo oceano Atlântico. No terceiro (60º O), que tem quatro horas a menos, estão inclusos os estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Roraima, Rondônia e oeste do Pará. O Amazonas está quase todo na área do quarto fuso horário, exceto pela porção sudoeste, que faz parte do quinto fuso (75º O), assim como o Acre, e tem 5 horas a menos em relação à GMT.
[editar] Horário de verão
Desde 1985 o Brasil adota o horário de verão, no qual os relógios de parte dos estados são adiantados em uma hora num determinado período do ano. No período de outubro a fevereiro, é estabelecido o horário de verão nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul. Nesses lugares, durante o verão, a duração do dia é significativamente maior do que a duração da noite, pois a mudança de horário retarda a entrada elétrica, quando de pico de consumo de energia elétrica, quando as luzes das casas são acesas. Com isso o governo espera diminuir em 1% o consumo nacional de energia. Nos outros estados a pequena diferença de duração entre o dia e noite em todas as estações do ano não favorece a adoção do novo horário.
[editar] Fronteiras
Localizado na porção centro-oriental da América do Sul, o Brasil tem 23.086 km fronteiras, sendo 15.791 km terrestres e 7.367 km marítimas. A fronteira com o oceano Atlântico estende-se da foz do rio Oiapoque, no cabo Orange, ao norte, até o arroio Chuí, no sul. Com exceção de Equador e Chile, todos os países da América do Sul fazem fronteiras com o Brasil.
A linha costeira do Brasil tem uma extensão de 7.491 km, constituída principalmente de praias de mar aberto.
País | Extensão |
---|---|
Argentina | 1.223 km |
Bolívia | 3.400 km |
Colômbia | 1.643 km |
Guiana | 1.119 km |
Guiana Francesa | 673 km |
Paraguai | 1.290 km |
Peru | 1.560 km |
Suriname | 597 km |
Uruguai | 985 km |
Venezuela | 2.200 km |
Total | 14.691 km |
[editar] Aspectos Físicos
[editar] Geologia
O território brasileiro, juntamente com o das Guianas, distingue-se nitidamente do resto da América do Sul pela simples observação do mapa geológico do continente. Na região ocidental situam-se os Andes, que sobressaem como se fossem sua coluna vertebral, formando as cadeias montanhosas mais elevadas da América do Sul.
Larga faixa adjacente aos Andes, no lado oriental, comportou-se, em geral, como área subsidente no Cenozóico e atualmente está coberta por depósitos quaternários, estendendo-se em planícies baixas e contínuas com diversos nomes geográficos (Pampas, Chaco, Beni, Llanos).
Ocorrem pequenas áreas de rochas pré-cambrianas distribuídas ao longo do geossinclíneo andino (restos do embasamento trazidos à superfície pelos desdobramentos e falhamentos) e outras dispostas transversalmente ao eixo da grande cadeia. No mais, somente afloram rochas paleozóicas, mesozóicas e cenozóicas, na região andina e na faixa oriental adjacente.
[editar] Pré-cambriano
As maiores áreas de afloramento de rochas pré-cambrianas da América do Sul estão no Brasil e nas Guianas. São os escudos. Os terrenos brasileiros mais antigos, constituídos de rochas de intenso metamorfismo, foram denominados em 1915, de complexo Brasileiro, por J.C. Branner. São também designados como embasamento Cristalino, ou simplesmente cristalino. A bacia sedimentar do Amazonas, cuja superfície está coberta em grande parte por depósitos cenozóicos, em continuação aos da faixa adjacente dos Andes, separa o escudo das Guianas do escudo Brasileiro.
O escudo das Guianas abarca, além das Guianas, parte da Venezuela e do Brasil, ao norte do rio Amazonas. As rochas mais antigas desse escudo datam de 2.500.000.000 mais ou menos 400 milhões de anos. Boa parte da superfície é coberta por sedimentos horizontais não metamorfoseados, da formação Roraima, que sofreram intrusões doleríticas datadas de 1.700.000.000 de anos. Essa é, portanto, uma área estável desde longa data.
Pequena zona de rochas pré-cambrianas ocorre na faixa dos estados nordestinos do Maranhão e Pará, constituindo o núcleo pré-cambriano de São Luís, com rochas muito antigas, aproximadamente de dois bilhões de anos. Ultimamente têm-se ampliado muito os nossos conhecimentos sobre o escudo Brasileiro, graças ao incremento das datações radiométricas.
Quase nada se conhece sobre a região pré-cambriana de Guaporé, coberta pela Floresta Amazônica, onde são escassos os afloramentos. As poucas datações radiométricas parecem indicar que rochas sofreram um ciclo orogenético datado, aproximadamente, de dois bilhões de anos.
A região pré-cambriana do rio São Francisco estende por partes dos estados da Bahia, Minas Gerais e Goiás, atingindo a costa da Bahia. Uma unidade tectônica muito antiga dessa região, o geossinclíneo do Espinhaço, que vai de Ouro Preto até a bacia sedimentar do Parnaíba, tem sido muito estudada, principalmente na região do Quadrilátero ferrífero (ver ferro). As rochas mais dessa área constituem o rio das Velhas, com idades que atingem cerca 2,5 bilhões de anos.
Sobre elas assentam, em discordância, as rochas do grupo Minas, constituídas de metassedimentos que exibem, em geral, metamorfismo de fácies xisto verde. A idade parece situar-se no intervalo entre 1,5 e 1,350 bilhões de anos. Dentro desse grupo é colocada a formação Itabira, de grande importância econômica das jazidas de ferro e manganês que contém.
As rochas do grupo Lavras, colocadas, em discordância, sobre as do grupo Minas, constituem-se de metassedimento que exibem metamorfismo baixo, sendo comuns metaconglomerados, que tem sido interpretados como devidos a glaciação pré-cambriana.
Grande parte da área pré-cambriana do rio São Francisco é coberta por rochas sedimentares quase sem metamorfismo e só ligeiramente dobradas, das quais os calcários constituem boa parcela. Essa sequência conhecida como grupo Bambuí, possui idade que se situa em torno dos 600 milhões de anos. As circunstâncias indicam que a região do rio São Francisco já havia antigido relativa estabilidade nessa época. Nessa época, propriamente dita, assim como em todas as partes do mundo, não existiam ainda cidades, rodovias, ferrovias, estados, países portos, aeroportos, enfim, tudo o que passou a ter história, a partir da invenção da escrita cuneiforme.
Suspeita-se que um grande ciclo orogenético de cerca de dois bilhões de anos de idade, chamado de Transamazônico, perturbou as rochas mais antigas da faixa pré-cambriana acima referida: a região do rio São Francisco.
As regiões do rio São Francisco e do rio Guaporé eram separadas, no fim do pré-cambriano, por dois geossinclíneos, o Paraguai-Araguaia, margeando as terras antigas do rio Guaporé pelo lado oriental.
As estruturas das rochas parametamórficas do geossinclíneo Paraguai-Araguaia estão orientadas na direção norte-sul do Paraguai e sul de Mato Grosso, curvando-se depois para nordeste e novamente para norte-sul no norte de Mato Grosso e Goiás, e atingindo, para o norte, o Estado do Pará, através do baixo vale do rio Tocantins. Perfazem extensão de mais de 2.500km. Iniciam-se por extensa seqüência de metassedimentos, constituindo, no sul, o grupo Cuiabá e, no norte, o grupo Tocantins. Essa sequência é recoberta pelas rochas do grupo Jangada, entre as quais existem conglomerados tidos como representantes de episódio glacial. A intensidade do metamorfismo que afetou as rochas do geossinclíneo Paraguai-Araguaia descrece em direção da região do rio Guaporé.
O geossinclíneo Brasília desenvolveu-se em parte dos estados de Goiás e Minas Gerais. Suas estruturas, no sul, dirigem-se para noroeste, curvando-se depois para o norte. A intensidade do metamorfismo de oeste para leste, variando de fácies anfibolito para fácies xisto verde.
A região central de Goiás, que separa o geossinclíneo Paraguai-Araguaia do geossinclíneo Brasília, é constituída de rochas que exibem fácies de metamorfismo de anfibolito. Uma faixa constituída de piroxenitos, dunitos, anortositos, etc., está em grande parte serpentinizada.
Longa faixa metamórfica estende-se ao longo da costa oriental do Brasil, do sul da Bahia ao Rio Grande do Sul e Uruguai. Essa faixa, chamada de geossinclíneo Paraíba por Ebert, exibe rochas com metamorfismo mais intenso na Serra do Mar, daí decrescendo em direção a nordeste. Cordani separou a região sul do Uruguai a São Paulo, denominando-a geossinclíneo Ribeira.
As rochas de baixo metamorfismo (xistos verdes) são grupadas sob diferentes nomes geográficos: grupo Porongos no Rio Grande do Sul, grupo Brusque em Santa Catarina, grupo Açungui no Paraná e sul do Estado de São Paulo e grupo São Roque na área de São Roque-Jundiaí-Mairiporã, no Estado de São Paulo.
Os gnaisses e migmatitos da área pré-cambriana do norte, no Estado de São Paulo e partes adjacentes de Minas Gerais, constituindo a Serra da Mantiqueira, são ainda insuficientemente conhecidos. Seu conhecimento será muito importante para elucidar entre as rochas parametamórficas dos geossinclíneos Brasília e Paraíba.
[editar] Relevo
[editar] Clima
O clima do Brasil é, em grande parte, tropical, mas o sul do país apresenta clima subtropical.
A região Norte, que compreende os estados do Amazonas, Acre, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Amapá tem clima equatorial, que confere à região uma boa distribuição anual de chuvas, com temperaturas elevadas, e baixa amplitude térmica anual.
A região Nordeste tem clima diverso, variando de equatorial (Maranhão e parte do Piauí) a semi-árido (a região da Caatinga, compreendendo o coração do Nordeste), e tropical, no centro e sul da Bahia. Os estados da região são o Maranhão, Piauí, Bahia, Pernambuco, Ceará, Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte e Paraíba.
A região Centro-Oeste, com os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, além do Distrito Federal, apresenta clima tropical semi-úmido, com destaque para o período de chuvas, que alimenta o Pantanal Mato-Grossense.
Na região Sudeste, que compreende os estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo predomina, nas regiões mais altas, um clima tropical ameno, com quatro estações bem distintas. Já no noroeste do estado de São Paulo e no Triângulo Mineiro predomina o clima tropical semi-úmido semelhante ao do cerrado do Centro-Oeste.
A região Sul do país possui clima subtropical, com baixas temperaturas nas serras gaúchas e serras catarinenses, sendo freqüente a formação de geadas e a ocorrência de neve na região durante o inverno e compreende os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
[editar] Hidrografia
Veja artigo principal: Hidrografia do Brasil
De acordo com os órgãos governamentais, existem no Brasil doze grandes bacias hidrográficas, sendo que sete têm o nome de seus rios principais. Amazonas, Paraná, Tocantins, São Francisco, Parnaíba, Paraguai e Uruguai; as outras são agrupamentos de vários rios, não tendo um rio principal como eixo, por isso são chamadas de bacias agrupadas. Veja abaixo as doze macro bacias hidrográficas brasileiras:
são as seguintes:
- Região hidrográfica do Amazonas
- Região hidrográfica do Atlântico Nordeste Ocidental
- Região hidrográfica do Tocantins
- Região hidrográfica do Paraguai
- Região hidrográfica do Atlântico Nordeste Oriental
- Região hidrográfica do Parnaíba
- Região hidrográfica do São Francisco
- Região hidrográfica do Atlântico Leste
- Região hidrográfica do Paraná
- Região hidrográfica do Atlântico Sudeste
- Região hidrográfica do Uruguai
- Região hidrográfica do Atlântico Sul
Forte utilização para geração de energia elétrica (com hidrelétricas) e no transporte de cargas e pessoas. O potencial hidrográfico também é utilizável tanto para irrigação como para a navegação turística, pesca e extração de areia.
[editar] Vegetação
[editar] Domínios florestados
A paisagem natural brasileira vem sofrendo sérias devastações, diminuindo sua extensão territorial e sua biodiversidade.
A Amazônia, desde muito tempo, sofre com as queimadas, efetivadas para práticas agrícolas, apesar de seu solo não ser adequado a tais atividades. Com as queimadas, as chuvas, constantes na região, terminam por atingir mais intensamente o solo (antes protegido pelas copas das árvores), que, conseqüentemente, sofre lixiviação, perdendo seu húmus, importante para a fertilidade da vegetação. Intenso desmatamento também é realizado na região para mineração e para extração de madeira.
Também a Mata Atlântica, imprópria para a agricultura e para a criação de gado, sofre agressões antrópicas, principalmente na caça e pesca predatórias, nas queimadas e na poluição industrial. Em função disso, o governo federal estabeleceu que a Chapada Diamantina seria uma área de preservação ambiental.
Sofrem ainda o Pantanal, os manguezais e as araucárias.
[editar] Domínio amazônico
Situado, em sua maior parte, na região Norte do país, o domínio amazônico compõe planaltos, depressões e uma faixa latitudinal de planície e apresenta vegetação perenifólia, latifoliada (de folhas largas), rica em madeira de lei e densa, o que impede a penetração de cerca de 95% da luz solar no solo e, portanto, o desenvolvimento de herbáceas.
No verão, quando a Zona de convergência intertropical se estabelece no sul do país, os ventos formados no anticiclone dos Açores são levados pelo movimento dos alísios ao continente e, ao penetrá-lo, assimila a umidade proveniente da evapotranspiração da Floresta Amazônica. Essa massa de ar úmida é chamada de massa equatorial continental, sendo responsável pelo alto índice pluviométrico da região. Além de úmida, a Floresta Amazônica também é quente, apresentando, em função de sua abrangência latitudinal, clima equatorial.
No inverno, quando a Zona de convergência intertropical se estabelece no norte do país, a massa polar atlântica, oriunda da Patagônia, após percorrer o longo corredor entre a Cordilheira dos Andes e o Planalto Central, chega à Amazônia seca, porém ainda fria, o que ocasiona friagem na região e, com isso, diminuição das chuvas.
A vegetação da Amazônia, além de latifoliada e densa, possui solo do tipo latossolo pobre em minerais e uma grande variedade de espécies, geralmente autofágicas, em virtude da grande presença de húmus nas folhas. Observa-se a presença de três subtipos: a mata de terra firme, onde nota-se a presença de árvores altas, como o guaraná, o caucho (do qual se extrai o látex) e a castanheira-do-pará, que, em geral, atinge 60 metros de altura, a mata de igapó, localizada em terras mais baixas, zonas alagadas pelos rios e onde vivem plantas como a vitória-régia, e a mata de várzea, onde se encontram palmeiras, seringueiras e jatobás.
[editar] Domínio do cerrado
Localizado, em sua maior parte, na porção central do país,o Cerrado constitui, em geral, uma vegetação caducifólia, ou seja, as plantas largam suas folhas sazonalmente para suportar um período de seca, exatamente porque o clima da região é o tropical típico, com duas estações bem definidas (típicas): verão úmido e inverno seco.
A umidade do verão se deve principalmente à atuação da massa tropical atlântica, úmida, por se formar no arquipélago dos Açores, e quente, em função da tropicalidade.
Na região, encontra-se ainda os escudos cristalinos do Planalto Central
[editar] Domínio da caatinga
A Caatinga está localizada na região Nordeste, apresentando depressões e clima semi-árido, caracterizado pelas altas temperaturas e pela má distribuição de chuvas durante o ano.
A massa equatorial atlântica, formada no arquipélago dos Açores, ao chegar ao Nordeste, é barrada no barlavento do Planalto Nordestino (notadamente Borborema, Apodi e Araripe), onde ganha altitude e precipita (chuvas orográficas), chegando praticamente seca à Caatinga.
Apesar de sua aparência, a vegetação da Caatinga é muito rica, variando a maioria delas conforme a época de chuvas e conforme a localização. Muitas espécies ainda não foram catalogadas. As bromélias e os cactos são as duas principais famílias da região, destacando-se os mandacarus, os caroás, os xique-xiques, as macambiras e outras mais.
[editar] Domínio dos mares de morros
Localizado em grande parte da porção leste, o domínio dos mares morro é assim chamado por causa de sua forma, oriunda da erosão, gerada principalmente pela ação das chuvas.
Encontram-se na região a floresta tropical, Mata Atlântica ou mata de encosta, caracterizada pela presença de uma grande variedade de espécies, a planície litorânea, largamente devastada, onde ainda se destacam as dunas, os mangues e as praias, e serras elevadas, como a Serra do Mar, a Serra do Espinhaço e a Serra da Mantiqueira.
No litoral do Nordeste, encontra-se o solo de massapê, excelente para a prática agrícola, sendo historicamente ligado à monocultura latifundiária da cana-de-açúcar.
Apresenta clima tropical típico e tropical litorâneo, caracterizado pela atuação da massa tropical atlântica, formada no arquipélago de Santa Helena.
[editar] Domínio das araucárias
As araucárias se estendiam a grandes porções do Planalto Meridional, mas, por causa da intensa devastação gerada para o desenvolvimento da agropecuária e do extrativismo, hoje só são encontradas em áreas reflorestadas e áreas de preservação.
Abrange planaltos e chapadas, constituindo uma vegetação aciculifoliada, aberta e rica em madeira mole, utilizada na fabricação de papel e papelão.
Destaca-se ainda na região o solo de terra-roxa, localizado entre o Pantanal e o Planalto Atlântico (sul de São Paulo e norte Paraná). Altamente fértil e oriundo da decomposição de rochas basálticas, o solo de terra-roxa, foi largamente utilizado no cultivo do café.
Apresenta clima subtropical, caracterizado por chuvas bem distribuídas durante todo o ano, por verões quentes e pela atuação da massa polar atlântica, responsável pelos invernos frios, marcados pelo congelamento do orvalho.
[editar] Domínio das pradarias
Localizado no extremo sul do Brasil, também apresenta clima subtropical, sendo portanto marcado pela atuação da massa polar atlântica.
Abrange os pampas, Campanha Gaúcha ou Campos Limpos, marcados pela presença do solo de brunizens, oriundo da decomposição de rochas sedimentares e ígneas, o que possibilita o desenvolvimento da agricultura e principalmente da pecuária bovina semi-extensiva.
É notável também a presença de coxilhas (colinas arredondadas e ricas em herbáceas e gramíneas) e das matas-galerias nas margens dos rios.
[editar] Fauna
[editar] Tópicos miscelâneos
[editar] Recursos naturais
O Brasil é rico em minérios, como bauxita, ouro, ferro, manganês, níquel, fosfatos, platina, urânio; todo o petróleo que extrai, é consumido na maior parte para produção de materiais de borracha, por exemplo. Para produzir gasolina, é importada outra boa parte de petróleo do exterior. O Brasil não é auto-suficiente, mas consome todo o seu próprio petróleo.
[editar] Produção mineral
O Brasil importa principalmente cobre, enxofre e mercúrio. Os principais locais de extração de minério no país são:
- Serra do Navio – produção de manganês, (atualmente escassa) voltada para o mercado externo; construção da estrada de ferro Amapá pela ICOMI.
- Carajás – entre os rios Tocantins e Xingu; maior reserva de ferro do mundo; hidroelétrica de Tucuruí no rio Tocantins; estrada de ferro Carajás; construção e ampliação dos portos de Ponta da Madeira e Itaqui em são Luiz (MA).
- Vale do Rio Trombetas – em Oriximiná (PA), produção de bauxita. Projetos Albrás e Alumar.
- Serra Pelada – no vale do rio Tapajós (PA); ouro.
- Rondônia – produção de cassiterita de onde se extrai o estanho.
- Quadrilátero Ferrífero ou Central (Minas Gerais) – a exploração mineral é feita principalmente pela CVRD (Companhia Vale do Rio Doce, privatizada em 1997); a produção destinada ao mercado externo são escoadas pela estrada de ferro Vitória-Minas até os portos de Vitória e Tubarão, no Espírito Santo; a produção para o mercado interno é escoada principalmente pela estrada de ferro Central do Brasil até o porto do Rio de Janeiro e o terminal de Sepetiba e também para São Paulo; ferro, manganês e bauxita.
- Maciço de Urucum – nas proximidades de Corumbá / MS; produção de ferro e manganês; maior parte da produção é escoada pelo rio Paraguai; a produção é insipiente devido a precariedade dos sistemas de transporte e pela distância dos grandes centros consumidores e a pequena utilização in loco.
- Sal Marinho (cloreto de sódio) – indústria, alimentação, gado; 90% da produção está no Nordeste (Areia Branca, Macau, Açu e Mossoró) e na região dos Lagos no RJ;pelo clima quente, alta salinidade das águas marinhas e a ação dos ventos alísios.
[editar] Combustíveis fósseis
- Carvão mineral – formou-se pelo processo de soterramento de antigas florestas durante os períodos Carboníferos e Permiano (Era Paleozóica); fases: turfa, linhito, hulha e antracito; 90% das reservas mundiais encontram-se na Rússia, EUA e China; no Brasil, em SC (vale do Tubarão) e RS (vale do rio Jacuí).
- Petróleo – formou-se pela sedimentação de microorganismos marinhos no final do Mesozóico e início do Cenozóico. No Brasil, 70% das reservas estão na Bacia de Campos (RJ) e o restante é extraído do Recôncavo Baiano e Rio Grande do Norte. O Brasil desenvolve tecnologia para explorar petróleo em águas profundas através da Petrobrás.
[editar] Uso da terra
Terra arável | 5% |
Culturas permanentes | 1% |
Pastos permanentes | 22% |
Florestas e regiões de mata | 58% |
Outras | 14% |
Terra irrigada: 28.000 km quadrados (1993)
[editar] Divisão política
O Brasil está dividido em estados, que têm administração independente, submetidos apenas à constituição brasileira, ao código de leis brasileiras e à sua própria constituição estadual.
As unidades da federação possuem autonomia, porém não soberania. Somente a República Federativa do Brasil possui a soberania. Esta, por sua vez, pode ser representada externamente pela União, que é um dos entes da Federação, juntamente com os estados e municípios.
Atualmente, o Brasil está dividido em 26 estados e um Distrito Federal, agrupados em cinco regiões (populações do censo de 2000):
Estado | Sigla | Região | Capital | População |
---|---|---|---|---|
Acre | AC | Norte | Rio Branco | 557.526 |
Alagoas | AL | Nordeste | Maceió | 2.822.621 |
Amapá | AP | Norte | Macapá | 477.032 |
Amazonas | AM | Norte | Manaus | 2.812.557 |
Bahia | BA | Nordeste | Salvador | 13.070.250 |
Ceará | CE | Nordeste | Fortaleza | 7.430.661 |
Distrito Federal | DF | Centro-Oeste | Brasília | 2.051.146 |
Espírito Santo | ES | Sudeste | Vitória | 3.097.232 |
Goiás | GO | Centro-Oeste | Goiânia | 5.003.228 |
Maranhão | MA | Nordeste | São Luís | 5.651.475 |
Mato Grosso | MT | Centro-Oeste | Cuiabá | 2.504.353 |
Mato Grosso do Sul | MS | Centro-Oeste | Campo Grande | 2.078.001 |
Minas Gerais | MG | Sudeste | Belo Horizonte | 20.595.499 |
Pará | PA | Norte | Belém | 6.192.307 |
Paraíba | PB | Nordeste | João Pessoa | 3.443.825 |
Paraná | PR | Sul | Curitiba | 9.563.458 |
Pernambuco | PE | Nordeste | Recife | 8.413.593 |
Piauí | PI | Nordeste | Teresina | 2.843.278 |
Rio de Janeiro | RJ | Sudeste | Rio de Janeiro | 15.383.407 |
Rio Grande do Norte | RN | Nordeste | Natal | 2.776.782 |
Rio Grande do Sul | RS | Sul | Porto Alegre | 10.845.087 |
Rondônia | RO | Norte | Porto Velho | 1.379.787 |
Roraima | RR | Norte | Boa Vista | 324.397 |
Santa Catarina | SC | Sul | Florianópolis | 5.356.360 |
São Paulo | SP | Sudeste | São Paulo | 40.442.795 |
Sergipe | SE | Nordeste | Aracaju | 1.784.475 |
Tocantins | TO | Norte | Palmas | 1.157.098 |
[editar] Referências
[editar] Bibliográficas
[editar] Eletrônicas
[editar] Ver também
[editar] Ligações externas
Regiões geoeconômicas | Amazônica | Centro-Sul | Nordeste |
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Regiões | Centro-Oeste | Nordeste | Norte | Sudeste | Sul |
Unidades federativas | Acre | Alagoas | Amapá | Amazonas | Bahia | Ceará | Distrito Federal | Espírito Santo | Goiás | Maranhão | Mato Grosso | Mato Grosso do Sul | Minas Gerais | Pará | Paraíba | Paraná | Pernambuco | Piauí | Rio de Janeiro | Rio Grande do Norte | Rio Grande do Sul | Rondônia | Roraima | Santa Catarina | São Paulo | Sergipe | Tocantins |