Independentismo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O independentismo, também chamado por vezes separatismo, é um conjunto de ideologias nacionalistas que têm a ver com a reivindicação dos direitos nacionais por parte de um povo sem Estado face a um Estado expansionário maior. Há diversas formas de independentismo, que podem aparecer misturados:
- de base política, cívica ou administrativa
- de base étnica ou "racial"
- de base religiosa
- de base social
Existem ainda movimentos independentistas de diverso signo político, alguns com base na reivindicação livre exercício de autodeterminação reconhecido pelas principais instâncias internacionais, outros promovidos de maneira mais ou menos "artificial" com base em interesses econômicos de elites poderosas, como no caso da região Padânia, no norte da (Itália) ou o departamento de Santa Cruz, na Bolívia.
Índice |
[editar] Movimentos independentistas bem sucedidos
No mundo todo, existem movimentos separatistas em numerosos países, de maior ou menor expressão. Por exemplo, na Europa, apenas a Islândia e Portugal carecem hoje de movimentos soberanistas de maior ou menor incidência, uma vez que todos os outros estados contam com territórios com línguas e consciência nacional próprias. Os movimentos separatistas podem ser armados ou pacíficos, e podem ou não envolver conflitos com os países dos quais se pretende a separação. Alguns casos de separatismo recentemente bem sucedido, por via militar ou mais ou menos violenta, incluem:
- A Namíbia, da África do Sul, em 1990;
- A Croácia, da antiga Iugoslávia, em 1991;
- A Bósnia, da antiga Iugoslávia, em 1992;
- A Eritréia, da Etiópia, em 1993;
Por via pacífica, mediante referendo, atingiram recentemente a independência, países como:
- A Finlândia, da URSS, em 1918.
- As repúblicas bálticas da ex-União Soviética (Estônia, Letônia e Lituânia, em 1991);
- A Eslovênia, da antiga Iugoslávia, em 1990;
- A Eslováquia e a República Checa, que formavam a Checoslováquia, em 1993;
- Timor-Leste, da Indonésia (mediante referendo após uma longa e violenta guerra de resistência, em 2002;
- Montenegro, em 2006, emancipado da Sérvia mediante um referendo de autodeterminação.
Aos anteriores, haveria que acrescentar os numerosos países surgidos dos processos de descolonização das potências imperialistas ao longo dos séculos XIX e XX, incluído o próprio Brasil, emancipado de Portugal.
[editar] Movimentos independentistas atuais
Outros movimentos separatistas atuais, em maior ou em menor grau, incluem as seguintes cisões:
- O País Basco,Catalunha e a Galiza, da Espanha;
- O Quebeque, do Canadá;
- O Mapuche, do Chile;
- A ilha de Taiwan, da China;
- O Tibete, da China;
- O Saara ocidental, de Marrocos;
- Porto Rico, dos Estados Unidos;
- A província de Kosovo, da Sérvia;
- A Córsega e a Bretanha, da França;
- A Sardenha e a Padânia, da Itália;
- A Irlanda do Norte, da Inglaterra;
- A Flandres, na Bélgica;
- A Califórnia, dos Estados Unidos;
- A Chechênia, a Ossétia do Sul e o Daguestão, da Rússia;
- A Somalilândia, da Somália;
- A Palestina, de Israel;
- A Abecásia, da Geórgia;
- O Tamil, do Sri Lanca;
- O Chipre do Norte, do Chipre;
- A Transnístria, da Moldova;
- A Região Sul, do Brasil
Atendendo à componente ideológica, movimentos independentistas progressistas ou claramente de esquerda são o basco, o catalão e o galego, (na Espanha); o saraui, em Marrocos; o mapuche, (no Chile); o porto-riquenho (nos Estados Unidos); o corso, (na França); e o norte-irlandês (na Inglaterra), entre outros. De teor ou forte componente conservadora, podem ser referidos os separatismos da Padânia, na Itália ou o da Flandres, na Bélgica.
Recentemente, despontou também um movimento separatista na América do Sul, no departamento de Santa Cruz, na Bolívia. Há um forte movimento que se intensificou em 2006 opondo a província ao governo de Evo Morales, que chegou mesmo a utilizar intervenções militares a fim de evitar a desagregação do território boliviano. Nesse caso, tudo indica que se trata de um movimento incitado pelas elites ligadas a poderosos jazigos energéticos e interesses econômicos existentes na região.
[editar] No Brasil
Durante a história do Brasil, especialmente no período imperial, surgiram vários movimentos separatistas, pretendendo formar repúblicas separadas, por acharem que a coroa brasileira não dava muita atenção à região. Alguns desses movimentos realmente chegaram a provocar uma secessão temporária, como aconteceu na Guerra dos Farrapos, que fez da área formada pelo Rio Grande do Sul e Santa Catarina um novo país, que se reintegrou ao Brasil posteriormente. Outros movimentos dignos de nota são a Cabanagem, no Pará; a Balaiada, no Maranhão e a Sabinada, na Bahia. Houve também a proposta da confederação do Equador, que incluiria os estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
Nos dias atuais, há alguns movimentos separatistas pacíficos e de baixa magnitude, que embora não sejam propriamente ilegais, não podem surtir efeito em virtude da atual constituição brasileira, que define como cláusula pétrea a integridade nacional. Na última década surgiram diversos movimento do sul do país, que propõe a independência dos três estados da região Sul, dentre estes o mais organizado e ativo é o movimento O Sul é o Meu País. Há também movimentos separatistas de outras regiões, entre as quais o estado de São Paulo com o MRSP, o Nordeste e a Amazônia.