Telê Santana da Silva
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Telê Santana da Silva (Itabirito, 26 de junho de 1931 — Belo Horizonte, 21 de abril de 2006) foi um dos mais importantes treinadores da história do futebol brasileiro. Após perder duas Copas do Mundo no comando da Seleção Brasileira, amargou por muito tempo a fama de "pé-frio". Mas deu a volta por cima, anos mais tarde, comandando o São Paulo e conquistando duas vezes a Taça Libertadores da América e o Mundial Interclubes.
Como jogador, é ícone do Fluminense Football Club pela intensa dedicação que ofereceu ao seu clube do coração, onde também começou a sua exitosa carreira de treinador de futebol .
Índice |
[editar] Biografia
Esteve à frente da Seleção Brasileira de Futebol nas Copas de 1982 e 1986. Encerrou a carreira no São Paulo FC, depois de ter levado o time a suas maiores conquistas na primeira metade dos anos 90. Como jogador não chegou à Seleção Brasileira por concorrer com os supercraques Julinho Botelho e Mané Garrincha, nos anos 1950 e 1960.
Começou no Itabirense Futebol Clube, cuja sede situava-se próximo a sua casa, depois jogou no América de São João del Rei de onde saiu para jogar no Fluminense.
[editar] Craque do Fluminense
Pelo Fluminense iniciou sua carreira sendo campeão de juvenis em 1949 e 1950 e promovido para os profissionais em 1951. A partir daí despontou seu melhor futebol e conseguiu suas maiores conquistas como atleta.
A sua contratação pelo Fluminense se deu após fazer um teste contra o Bonsucesso e fazer cinco gols, referendada então pelo Diretor de Futebol do Fluminense daquela época, nada menos que outro ícone histórico deste clube, primeiro capitão e em 1930 o autor do primeiro gol da Seleção Brasileira em uma Copa do Mundo, João Coelho Netto, o Preguinho.
Com a camisa do Fluminense jogou 556 partidas e marcou 165 gols, sendo o terceiro jogador que mais atuou pelo clube tricolor e seu terceiro maior artilheiro.
Conquistou como jogador os seguintes títulos, entre os mais importantes:
- Campeonato Carioca de 1951 e 1959;
- Torneio Rio-São Paulo de 1957;
- Copa Rio de 1952.
[editar] O Fio de Esperança
Quando Telê era jogador tinha o apelido de "Fio de Esperança", que recebeu após um concurso entre os torcedores promovido pelo jornalista Mário Filho, diretor do extinto Jornal dos Sports.
O concurso tinha surgido como idéia do dirigente tricolor Benício Ferreira. Na época, Telê tinha os apelidos pejorativos de "Fiapo" e "Tarzan das Laranjeiras", em função de seu corpo franzino. O dirigente achava que o jogador merecia algo mais honroso e deu a idéia ao amigo Mário Filho, que criou o concurso com o tema "Dê um slogan para Telê Santana e ganhe 5 mil cruzeiros".
Ao seu final, mais de quatro mil sugestões tinham sido enviadas à redação do jornal. José Trajano conta que seu pai participou do concurso propondo o apelido "A Bola".
Três leitores acabaram empatados no primeiro lugar na votação final, com as alcunhas "El todas", "Big Ben" e "Fio de Esperança". Foi a última que caiu no gosto dos torcedores tricolores.
[editar] Treinador
Após encerrar a sua carreira como jogador, foi aproveitado como técnico
Como treinador, Telê marcou uma época de glórias e de estigmas.
Começou na categoria de Juvenis (atual Juniores) do Fluminense, sendo campeão carioca em 1968.
Em 1969 foi promovido como técnico do time de profissionais, sendo campeão carioca e formando a base do campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1970.
Curiosamente, o mesmo time do Fluminense disputou a final contra o Atlético Mineiro, este último dirigido ainda em 1970 por Telê e que seria campeão brasileiro em 1971.
Em 1972 passaria pelo São Paulo Futebol Clube, mas acabou sendo afastado quando entrou em conflito com os ídolos Paraná e Toninho Guerreiro.
Em 1977 dirigiu o mediano time do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, levando o a recuperar a hegemonia do Campeonato Gaúcho após oito anos de domínio do histórico time do Sport Club Internacional.
Após ganhar fama de bom treinador de clubes, com mais uma passagem marcante, agora pela Sociedade Esportiva Palmeiras em 1979, quando fez um time sem estrelas realizar belos jogos como um famoso 4x1 sobre o Flamengo de Zico no Maracanã, foi contratado para ser técnico da Seleção Brasileira.
Como treinador da Seleção Brasileira de Futebol na Copa do Mundo de 1982 na Espanha, encantou o mundo com um futebol bonito e envolvente, aclamado como o melhor da época.
Reconhecendo que privilegiava a técnica, escalou uma esquadra só de craques como Zico, Sócrates e Falcão entre outros grandes jogadores. Mesmo assim, não conseguiu o almejado título, deixando o comando da Seleção.
Retorna na Copa do Mundo de 1986, disputada no México, como grande esperança brasileira de levantar esta competição. Dessa vez, buscando valorizar a experiência, montou um time não tão vibrante, com jogadores remanescentes de 1982, alguns já em fim de carreira. Perdeu a Copa somente numa disputa de pênaltis.
Criticado anteriormente por não exigir muita disciplina dos jogadores, voltou mais vigilante, o que resultou no "corte" da principal revelação do time, o ponta-direita do Grêmio FPA Renato Gaúcho, quando este chegou tarde à concentração. Fato que levou o melhor amigo do jogador, o lateral Leandro, a pedir para também sair da equipe. Sem tempo nem material humano suficiente para refazer a seleção nacional, acabou por perder o título mundial de futebol novamente. Telê então foi marcado com a pecha de "pé frio" por parte da imprensa brasileira.
Com um visão particular de futebol, formada nos muitos anos de trabalho no Fluminense, em que não acreditava em "ganhar por ganhar" ou "ganhar a qualquer custo", era um intransigente defensor de um futebol diferenciado e disciplinador exigente,que exigia de seus comandados uma postura profissional dentro e fora dos campos. Foi este futebol que transformou Telê em "Mestre", no comando do multicampeâo time do São Paulo no início da Década de 1990. Ganhou um total de 11 títulos, incluíndo um Campeonato Brasileiro, duas Libertadores da América e dois Campeonatos Mundiais.
Após sofrer uma isquemia cerebral em janeiro de 1996, teve que abandonar o futebol e viu a sua saúde debilitar-se bastante, com problemas na fala e na locomoção, entre outros. No dia 21 de abril de 2006, depois de ficar por cerca de um mês internado devido a uma infecção intestinal, que desencadeou uma série de outras complicações, o "Mestre" Telê Santana faleceu em Belo Horizonte.
[editar] Clubes
[editar] Jogador
- Itabirense Esporte Clube (Itabirito, Minas Gerais)
- América (São João del Rei, Minas Gerais)
- Fluminense (Rio de Janeiro)
- Guarani (Campinas, São Paulo)
- Madureira (Rio de Janeiro)
- Vasco da Gama (Rio de Janeiro)
[editar] Treinador
- São Paulo FC (São Paulo)
- Fluminense (Rio de Janeiro)
- Atlético Mineiro (Belo Horizonte, Minas Gerais)
- Botafogo (Rio de Janeiro)
- Grêmio (Porto Alegre, Rio Grande do Sul)
- Al Ahly (Cairo, Egito)
- Flamengo (Rio de Janeiro)
- Palmeiras (São Paulo)
[editar] Títulos
[editar] Jogador
- Campeonato Carioca de Juvenis ( 1949 e 1950 )
- Campeonato Carioca (1951, 1959)
- Copa Rio (Internacional) (1952)
- Torneio Início (1954 e 1956)
- Torneio Rio-São Paulo (1957, 1960)
[editar] Treinador
- Campeonato Carioca de Juvenis(atual Juniores) (1968)
- Taça Guanabara (1969, 1989)
- Campeonato Carioca (1969)
- Campeonato Mineiro (1970 e 1988)
- Campeonato Gaúcho (1977)
- Campeão Árabe (1983)
- Copa do Rei Árabe (1984)
- Copa do Golfo (1985)
- Campeonato Brasileiro (1971 e 1991)
- Campeonato Paulista (1991 e 1992)
- Copa Libertadores da América (1992 e 1993)
- Mundial Interclubes (1992 e 1993)
- Recopa Sul-Americana (1993 e 1994)
- Supercopa dos Campeões da Libertadores (1993)
- Copa Conmebol (1994)
[editar] Veja também
[editar] Ligações externas
- Perfil do técnico no site do Milton Neves
- Reportagem no site do UOL
- Telê Santana na Gazeta Esportiva
- Telê Santana no Museu dos Esportes
[editar] Livro sobre Telê Santana
Fio de Esperança - Biografia de Telê Santana, por André Ribeiro, Gryphus Editora, São Paulo (2000)
[editar] Ao mestre com carinho e saudade
- Televisão = Visão do que está exposto.
- Telefone = Audição do que está posto.
- Telefax = Impressão do que está conosco.
- Tele Santana = Emoção vista e ouvida de nossa impressão do JOGO.
- Colaboração de Marcos Roza - RJ - 2007
Precedido por Cláudio Coutinho |
Treinador da Seleção Brasileira de Futebol 1980 - 1982 |
Sucedido por Carlos Alberto Parreira |
Precedido por Evaristo de Macedo |
Treinador da Seleção Brasileira de Futebol 1985 - 1986 |
Sucedido por Carlos Alberto Silva |
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Seleção Brasileira - Copa do Mundo de 1986 | ![]() |
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1 Carlos | 2 Édson Boaro | 3 Oscar | 4 Edinho | 5 Falcão | 6 Júnior | 7 Müller | 8 Casagrande | 9 Careca | 10 Zico | 11 Edivaldo | 12 Paulo Víctor | 13 Josimar | 14 Júlio César | 15 Alemão | 16 Mauro Galvão | 17 Branco | 18 Sócrates | 19 Elzo | 20 Silas | 21 Valdo | 22 Leão | Técnico Santana |
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Seleção Brasileira - Copa do Mundo de 1982 | ![]() |
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1 Valdir Peres | 2 Leandro | 3 Oscar | 4 Luizinho | 5 Toninho Cerezo | 6 Júnior | 7 Paulo Isidoro | 8 Sócrates | 9 Serginho Chulapa | 10 Zico | 11 Éder | 12 Paulo Sérgio | 13 Edevaldo | 14 Juninho Fonseca | 15 Falcão | 16 Edinho | 17 Pedrinho | 18 Batista | 19 Renato | 20 Roberto Dinamite | 21 Dirceu | 22 Carlos | Técnico Santana |