Carlos I de Espanha
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Carlos de Habsburgo (Gante, 24 de Fevereiro de 1500 — Cáceres, 21 de Setembro de 1558) foi Rei de Espanha (Carlos I) e Imperador do Sacro Império Romano (Carlos V). Arquiduque de Áustria, Duque de Milão e da Suábia, conde de Flandres, foi Rei de Nápoles e Sicília como Carlos IV de 1516 a 1555, Príncipe dos Países Baixos de 1516 até abdicar em outubro de 1555 no palácio dos duques de Brabante. Seus outros títulos: conde da Holanda, Conde da Zelândia, Conde de Ostrevant de 1506 a 1556, Conde de Flandres, Duque do Brabante, Duque de Limburgo, Duque de Luxemburgo, Conde de Hainaut, Conde de Louvain, Conde de Namur de 1506 a 1536; Rei dos Países Baixos de 1536 a 1555, Rei dos Romanos de 1519 a 1530, Imperador do Sacro Império Romano de 1530 a 1556; landgrave da Alta Alsácia de 1519 a 1556, Arquiduque da Áustria, Duque de Carniola, Duque da Caríntia, Duque da Estíria, Conde em do Tirol 1519-1520, Conde da Borgonha, Conde de Artois, Conde de Charolais 1530-1556, Duque de Milão 1535-1552, Duque de Gueldres 1543-1555. Abdicou em 1556 e passu o governo a seu filho, Filipe II, exceto o Império e suas terras austríacas, que entregou ao irmão Fernando. Passou seus últimos anos adorando a Deus, comendo demais, ouvindo música, desmanchando e montando relógios, rodeado de relojoeiros especialistas.
Era filho de Joana a Louca e de Filipe o Belo Neto paterno de Maximiliano I da Germânia ou de Habsburgo e de sua esposa Maria de Borgonha e dos Reis Católicos por via materna. Duque da Borgonha em 1506, aos seis anos. Com a subida ao trono do primogênito do arquiduque Filipe e da princesa Joana surgia na Espanha e na Alemanha a dinastia dos Áustrias. Carlos conseguiu unificar em sua pessoa o conjunto dos territórios da Coroa de Castela (herança de sua avó a rainha Isabel), da Coroa de Aragão (herança do avô Fernando II) e as terras vindas por herança paterna (os Países Baixos, o Franco Condado) e do avô paterno (Áustria, Estíria, Tirol).
Sua irmã Catarina d´Áustria ou Habsburgo (filha póstuma, nascida em Torquemada 14 de janeiro de 1507 e morta em Lisboa em 12 de dezembro de 1578), casou-se em 1525 com o rei D. João III de Portugal, filho de D. Manuel I o Venturoso e de Maria de Castela, sua tia.
2 - Outro irmão foi Ferdinando ou Fernando I de Habsburgo ou Austria (nascido no palácio do Arcebispo de Alcalá de Henares em 10 de março de 1503, morto em Viena em 27 de julho de 1564) Rei dos romanos de 1531 a 1558, Rei da Boêmia e Hungria em 1526, Imperador germânico de 1558 a 1564 quando abdicou em favor dele. Educado na Espanha, era o neto preferido de Ferdinando de Aragão que previa para ele uma regência espanhola nas ausências do irmão. Maximiliano, seu avô paterno, lhe obteve a sucessão dupla da Boêmia e Hungria.
Teve outros irmãos:
3 - Isabel de Habsburgo nascida em 18 de julho de 1501 em Bruxelas e morta em Gante em 1526, casou em 1514 com Cristiano II rei da Dinamarca.
4 - Maria de Habsburgo ou da Hungria nasceu em 1505 e morreu em 1558. Foi regente dos Países Baixos. Casou em 1522 com Luís II Jagellon, Rei da Hungria e da Boêmia. Quando Margarida da Austria morreu, em 1 de dezembro de 1530, Maria foi nomeada governadora das terras borgonhesas, os futuros Países Baixos.
5 - a irmã primogênita foi D. Leonor de Áustria ou de Habsburgo, nascida em Lovaína ou Louvain, no Brabante, em 15 de novembro de 1498 e morta em 25 de fevereiro de 1558 em Taraveruella, nos arredores de Badajoz. Arquiduquesa da Áustria, foi Rainha de Portugal e Rainha da França.
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[editar] Primeiros anos
Nasceu às três da madrugada no palácio chamado Casa do Príncipe, em Gante, durante um baile em que a mãe sentiu as dores do parto. Estava ali para acompanhar o marido, governador dos Países Baixos como primogênito do imperador Maximiliano I e de Maria da Borgonha. Espanhol pela mºae, alemão pelo avô, borgonhês pelo pai e pela avó Maria, filha de Carlos o Temerário, duque da Borgonha.
Durante muitos anos foi chamado Carlos de Gante, pois ali nascera. Era uma das cidades mais importantes dos Países Baixos, eminentemente turbulenta, como diz John Elliott em sua biografia de Carlos, fonte de preocupações para a dinastia. Prudencio de Sandoval, em sua Historia de la vida y hechos del emperador Carlos V, conta que "para celebrar la fiesta del baptismo, quiso mostrar la ciudad de Gante el amor grande que a sus príncipes tenía". Não poupou gastos e, para o batismo do pequeno príncipe, construiu uma estrada cerimonial do Prinsenhof até a igreja de S. João, decorada com arcos triunfais.
Morto seu pai em 1506, incorporou os Países Baixos e o Franco Condado, feudos do Império.
Passou a infância e a adolescência em terras da Borgonha (Flandres, hoje Bélgica e Holanda). Estiveram encarregados de sua educação Margarida de Áustria, sua tia, a regente em seu nome, e o cardeal Adriano de Utrecht, humanista e professor de teologia em Lovaína, mais tarde papa Adriano VI, que parece ter tido duradoura influência sobre suas opiniões. Guilherme de Chièvres, principal conselheiro do pai, tinha a cargo sua Casa. Desenvolveu-se lentamente, sem mostrar sinais de vontade firme. Nascido e educado em Flandres, antes de tudo foi um príncipe da Borgonha, terra onde foi buscar seus grandes conselheiros.
Em 1515 foi declarado maior de idade, encarregando-se do governo de Flandres. Morto seu avô Maxmiliano, em 1516, incorporou os territórios austríacos dos Habsburgos: a Alta e Baixa Áustria, ducados da Estiria, Carniola e Carintia, condado do Tirol, landgraviato da Alta Alsácia.
[editar] Rei Carlos I da Espanha
Na Espanha, seu avô Fernando II de Aragão continuava como regente da filha Joana de Castela até morrer em 23 de janeiro de 1516. Em detrimento de sua mãe, Joana, encerrada num castelo, Carlos passou a possuir os reinos de Castela, Aragão, Nápoles e Sicilia e as enormes colônias americanas. Vemos assim como uma série de heranças , preparadas pela política matrimonial do avô Maxmiliano, reuniu em Carlos um império imenso em que se dizia que o sol jamais se punha.Sua herança, para alguns historiadores espanhóis, tem a dupla característica de ser ao mesmo tempo individual e universal. Individual, «en el sentido de que estaba hecha de un mosaico de diferentes territorios cada uno con su historia, su lengua, sus leyes y sus tradiciones». Cada um de seus territórios caira nas mãos da dinastia num momento preciso, de maneira singular, e a relação que mantinham com seu governante era privativa de cada um deles, quer dizer, o homem Carlos era rei de todos, era rei de cada um de seus súditos. Tinha que respeitar os direitos e os privilégios de cada território, e assim sendo, seu poder variava muito de uma a outra terra. Como era rei de todos, sua herança era universal: e o caráter universal seria reforçado quando foi eleito Imperador, em 1519.
A 30 de Maio de 1516, ao falecer o seu avô materno Fernando II de Aragão e com o apoio económico dos banqueiros da família Fugger (conhecidos em Espanha como os Fúcares), foi proclamado rei de Espanha em Madrid. Graças à recente descoberta do Novo Mundo, por Colombo, muito em breve a Espanha seria senhora de um imenso império transatlântico.
Carlos foi para a Espanha aos 17 anos, em setembro de 1517, sem falar espanhol, com seu grupo de conselheiros flamengos - que cedo se indispuseram com os espanhóis. Não lhe foi fácil o início. Em 1518 formalmente reconhecido seu Rei, como a mãe, pelas cortes de Castela e depois de Aragão. Enfrentou a revolta dos Comuneros, que não aceitavan o regente Adriano de Utrecht, nem a sua corte flamenga. Finalmente os venceu na batalha de Villalar (Valladolid). Em 1519 Carlos I jurou como conde de Barcelona (título que implicava ser rei dos reinos da confederação catalano-aragonesa). Durante sua estada em Espanha, seu avô Maximiliano I morreu e herdou as terras dos Habsburgos.
Durante a guerra italiana (abaixo), se pudesse ter decidido sozinho, seguramente teria-se dedicado aos assuntos internos espanhóis. Havia imensas necessidades de mudanças: as finanças em desordem, a dívida enorme. Com o sistema de comunicações ainda primitivo, não podia vigiar o império todo, que decidiu dividir em distritos. Convencido de que a Espanha deveria ser o centro de seus domínios, o esteio de sua política, determinou encarregar-se pessoalmente dela e partiu para lá em 1522. Afastado da Alemanha e de seus estados herdados dos Habsburgo, começou a pensar em torná-los independentes dele, embora ali estivesse até mais insatisfeito com as condições gerais. Assim, reservando para si próprio a Espanha e a política geral do Império como um todo, deu suas possessões austríacas a seu irmão Fernando em 1522, tornando-o também seu representante na chefia do governo imperial.
Carlos governou a Espanha como governara os Países Baixos, países semelhantes porque compostos originalmente de muitos Estados independentes, gradualmnente unidos sob um só soberano, amarrados a seus antigos interesses, leis, costumes. Ao centralizar a administração e assimilar os procedimentos legais, buscava resistir à força das tendências nacionalistas. Para isso o Rei (ou nos Países Baixos o regente)deveria ser o centro da atividade. Por isso a administração central foi reorganizada na Espanha em 1523 e nos Países Baixos em 1531, subordinada ao poder real, empregando funcionários que se consideravam servidores do rei. E mais: nos Países Baixos conseguiu tornar os funcionários judiciais e fiscais dependentes da administração central. Conseguiu criar um excelente sistema policial, um corpo de leis que incentivava a vida social e industrial. Promoveu a agricultura mais do que qualquer príncipe. Sua legislação comercial foi restritiva apenas quanto aos excessos capitalistas ou quando o crescimento do proletariado exigia controle. Tudo isso fica claro no Edito de 1531 para os Países Baixos, promulgado em 1540, e na organização estatal para ajuda aos pobres. A criação de tais autoridades e desse sistema de leis teve por efeito limitar o poder das Cortes e Estados Gerais, corpos que doravante retinham apenas o direito aos impostos e taxas e mesmo assim, no exercício de tais direitos, Carlos conseguiu fazer com que se acostumassem a orçamentos regulares anuais. A política econômica de Carlos teve mais sucesso nos Países Baixos do que na Espanha, onde o progresso industrial era mais lento, sem alterações políticas. Oposição surgia nas Cortes, no governo das cidades, na pequena nobreza, a Hidalgueria, que resistia a progresso e à política externa do imperador. A maior parte do povo de Castela permanecia frugal, contente, rústico. Mas Carlos foi capaz de transformar a Espanha no instrumento pelo qual seu filho, Filipe II, na Contra-Reforma, prestaria ajua aos católicos da Europa.
Claro que muita coisa que está escrito aqui não é a pura verade, esxistem fatos que não se sabe de onde tiraram ...
[editar] Carlos V, Imperador do Sacro Império Romano Germânico
Morto seu avô Maximiliano I de Áustria, obteve os territórios austríacos dos Habsburgo e foi eleito imperador do Sacro Império Romano Germânico como Carlos V, 1519. O título tinha reminiscências do Império Romano, de Carlos Magno e dos imperadores medievais e impunha a missão divina de guardar a paz e a justiça na cristandade e defendê-la do infiel: o infiel era, naquela época, o Império Otomano e o Islão. Não foi eleição fácil, pois tinha como rival Francisco I da França, contava com oposição do Papa Leão X, e havia a corrupção dos eleitores. Foi eleito, a despeito de Roma e da França, em 28 de junho de 1519.
Leão X não lhe pôs dificuldades, e com isso preparou a base para seu império universal. Ainda sem vinte anos, já mostrava sua capacidade. Durante sua estada de alguns meses nos Países Baixos, depois de voltar da Espanha, e ao chegar na Alemanha em 1520, ficou claro que tinha tomados as redeas do Governo. Estava na Alemanha para fazer valer a sua proclamação de imperador, para o que contribuiu economicamente o banqueiro Fugger. Ficaria ausente da Espanha até 1522. Como fazia seu avô Maxmiliano, viajou constantemente durante seu reinado, sem passar muito tempo na Espanha. Inteligente e enérgico, com grande vontade de governar, percebia haver grandes obstáculos ao controle do enorme território de seu Império.
Para os humanistas europeus e para os membros da corte imperial, sua eleição, tímido jovem de 19 anos, parecia o cumprimento de uma profecia. A cristandade estava ameaçada internamente por divisões políticas e religiosas. Lutero combatia a Igreja de Roma, os turcos avançavam sobre os Bálcãs e o Mediterrâneo. O chanceler imperial, Mercurino Gattinara, escreveu-lhe significativamente: "Sire, ahora que Dios os ha concedido el prodigioso favor de elevaros por encima de todos los Reyes y Príncipes de la Cristiandad, conferiendoos un grado de poder únicamente alcanzado por vuestro antecesor Carlomagno, estáis en el camino de la monarquía universal, y a punto de reunir a la Cristiandad bajo un único pastor". Já era o sonho que, em linguagem de hoje, diríamos de uma Europa unida. Mas a maioria dos autores recusa colocá-lo no papel de protoeuropeu, preferindo enfocá-lo na ótica de seu tempo, de conflito de interesses e aspirações, um momento em que a cristandade ansiava por regeneração e renovação espiritual, 1500 era o início de um século novo, a metade do milênio. Ao se estudar Carlos V tem-se que ler sobre o o Renascimento nos Países Baixos, os Irmãos da Vida Comum, Erasmo e seus companheiros do humanismo cristão. A Europa estava varrida por novas correntes de pensamento e saber, olhos voltados para o Novo Mundo da América. Ao mesmo tempo persistia uma Europa imbuída de valores que hoje seriam considerados medievais, a piedade (pietas) tradicional dos Habsburgos, os valores cavalheirescos da corte borgonhesa, cuja mais apreciada mercê era a concessão do Tosão de Ouro. Ao se estudar Carlos V, é preciso ter diante de si seu grande retrato equestre pintado por Ticiano após a batalha de Mühlberg, em que venceu os príncipes alemães. Como rei de Aragão, era herdeiro de Nápoles, feudo papal... Ao se tornar Imperador, obtinha o ducado de Milão, e as condições políticas seriam alteradas, voltariam a ser aquelas contra as quais os papas lutavam desde Inocêncio III: a união de Milão e Nápoles em uma só mão.
Eleito Imperador, foi visitar na Inglaterra Henrique VIII e sua rainha, sua tia Catarina de Aragão. Fez-se sagrar imperador em Aix (Aachen, ou Aquisgrana em espanhol) em 23 de outubro de 1520.
Logo manifestou independência e maturidade, afetando o sucesso da Dieta de Worms. O movimento de Lutero se espalhara pela Alemanha eo legado papal na Corte imperial pedia sua supressão. Carlos achava que o assunto estava resolvido pela Bula papal de 15 de junho de 1520. Na Alemanha, convenceu-se de que a oposição da Cúria, generalizada, só ajudava Lutero. Sem querer se misturar a assuntos que achava pertenceram ao papa, ganhava tempo e procurava aumentar a força militar e financeira do Império. Chegou a um esquema intitulado o Reichsregiment — para decidir como os gastos seriam cobertos, como os Estados forneceriam assistência militar ao Imperador na guerra. Em abril de 1521 Lutero foi convocado à Dieta e não se retratou. No dia seguinte Carlos o recebeu nos Estados e expressou sua opinião de modo enfático, inesperado para sua idade e seu temperamento taciturno. Em 8 de maio de 1521 preparou o banimento de Lutero, efetivo no dia seguinte.
O conselheiro Chièvres, de tão grande importância inicialmente, morreu em maio de 1521, e Carlos passou a estar mais livre em suas decisões.
[editar] A guerra italiana e contra Francisco I
A derrota dos comuneros em 1521 em Villalar provocou a aliança do Imperador com a aristocracia latifundiária e levou à perda de efetividade das Cortes de Castela. Em Valencia e em Maiorca a repressão das germanías (onde artesãos e burgueses eram maioria) de 1519 a 1523 provocou idêntico resultado.
Estava o imperador completando tais disposições quando se envolveu na guerra italiana. Em 8 de maio de 1521, data do edito contra Lutero, foi assinada aliança ofensiva contra a França com o representante do Papa. Carlos desejava apenas uma aliança defensiva, mas Leão X, velho aliado de Francisco I, desejava guerra porque o rei francês impedira aumento dos territórios papais. De qualquer jeito, a Navarra ou a Borgonha logo teriam acarretado conflitos entre Francisco e Carlos. Francisco I era homem irritável, sem vontade forte, sem apreciar a guerra. Mas a questão que se decidiria na guerra de 1521 a 1529 era na verdade a extensão do poder papal na Itália: se o papado ou uma dinastia estrangeira deveria ser o poder dominante na península. No primeiro ano de guerra, os generais de Carlos V venceram poucas vitórias, e pequenas, na Espanha e nos Países Baixos. Em 1522 seus generais tomaram Milão dos franceses e invadiram a França, aliados ao condestável de Bourbon. Os franceses se recuperaram e invadiram a Lombardia.
Quando o Reichsregiment foi abrogado em 1525, Carlos conseguiu fazer com que seu irmão Ferdinando fosse eleito Rei de Roma em 1530. Manteve o governo dos Países Baixos, mas conseguiu ali estabelecer uma regência permanente desde 1522, escolhendo como regentes duas mulheres capazes e fiéis: até 1530 sua tia Margarida e a partir de então sua irmã Maria da Hungria, regente até que Carlos abdicou. Continuou a política do avô, deixando Nápoles ser governada por vices-reis.
Nesse intervalo, era papa Clemente VII, sucessor de Leão X depois do curto pontificado de Adriano VI. O papa temia que Carlos se tornasse poderoso demais na Itália, e quando os franceses retornaram, preparou-se para aliar-se a eles.
Antes que o papa agisse, os espanhóis derrotaram Francisco I em Pavia em 24 de fevereiro de 1525 e o tomaram prisioneiro. O rei francês foi levado preso para a Espanha e, para recuperar a liberdade, forçado a assinar o tratado conhecido como a Paz de Madrid, em janeiro de 1526, cujos termos enfraqueciam o poder francês e davam a Carlos V ampla liberdade na Itália. Clemente VII começou imediatamente a tentar uma coalizão contra ele, induzindo a França a recomeçar a guerra. Carlos dirigiu seu exército contra Roma em 1527 e o resultado foi terrível (ver saque de Roma). Os imperiais triunfaram, e os pequenos Estados italianos, reconhecendo ser impossível resistir, aliaram-se a Carlos. O papa também assinou um tratado de paz em Barcelona em 29 de junho de 1529. O tratado com a França foi assinado em Cambrai, em 5 de agosto de 1529 e por ele se resolveu a situação política européia, sobretudo italiana, por longos anos.
[editar] 1530-1544
As linhas divisórias de seu reino, dificil de estudar, seriam a coroação como Imperador em Bolonha, 1530, e a paz de Crepy, 1544. Sabe-se que, influenciado pelo erasmismo no começo de seu reinado, tentou fazer realidade o início de um império universal cristão, mas necessitava do Milanesado (a região ao redor de Milão) para unir seus reinos. Isso foi conseguido em 1526, pelo Tratado de Madrid, em 1522 ao vencer em Bicoca Francisco I e em 1525 em Pavia. Mas Francisco I se aliou a Clemente VII e os príncipes italianos independentes na Liga de Cognac, declarando-lhe guerra. A paz de Cambrai em 1529 resolvia a recuperação do ducado da Borgonha por Francisco I. Quando Carlos recebeu notícia sobre Cambrai, foi em pessoa à Itália resolver definitivamente a questão numa entrevista com o papa. Encontraram-se em Bolonha e discutiram dois assuntos que afetavam a cristandade: os turcos e Lutero. Em 1521 os turcos haviam tomado Belgrado, chave da Hungria; em 1522, tomaram Rodes, que até então lhes impedia o caminho a oeste do mar Egeu. Em 1523 o ousado pirata Chaireddin Barbarossa, aliado do sultão, à testa de corsários do norte da África que atacavam constantemente o litoral italiano e espanhol, se fizera poderoso nos pequenos estados maometanos do norte da África. Por terra, os turcos derrotaram os húngaros em Mohács e se apoderaram de quase todo o reino. O caminho se abriu e entraram em Viena em 1529. Na Dieta de Habsburgo, Carlos mostrou atitude conciliadora diante do problema religioso alemão, mas fracassou com o radicalismo dos príncipes protestantes alemães. A política imperial, por seu lado, foi mal entendida pelos espanhóis. O Luteranismo avançava sempre, o edito contra Lutero não era aplicado, houve movimentos sociais e revolucionários na Alemanha de 1522 a 1525. Em 1526, uma Igreja independente estatal fora organizada pelos protestantes em numerosas províncias, com ajuda de seus soberanos, os quais em 1529 declararam na Dieta de Spires que não permitiriam ataques a tais organizações, nem tolerar culto católico em seus Estados. Convencido de que os católicos e os luteranos irritavam-se contra Roma, Carlos informou o papa de que só a convocação imediata de um concílio geral traria paz. Tornou-se um de seus objetivos mais desejados, assim como a guerra contra os turcos, que tinha querido desde a Paz de Madrid em 1526. Até a coroação em 1530, Carlos V se manteve no fundo do palco . Ao receber em 24 de fevereiro de 1530 a coroa imperial do papa Clemente VII em Bologna, desde 1 de fevereiro de 1530 tinha concluído uma paz geral com o papa e a maior parte dos Estados cristãos. A retirada dos Turcos de Viena permitiu que Carlos, antes de começar guerra contra eles, fizesse um esforço em prol da unidade religiosa na Alemanha. No verão, apareceu na Dieta de Augsburgo, com um legado papal, ouvir os protestantes. Os fiéis do novo credo estavam bem dispostos quanto a ele, que tinha desconvocado suas tropas. As seguintes etapas de sua vida devem ser estudadas em artugos separados: igualmente importantes foram a batalha do Danúbio contra os turcos em 1532, sua conquista pessoal de Túnis em 1533, a invasão da Provença em 1536, a rebelião de Gante em 1540, a paz de Crepy.
O novo ataque turco chegou em 1532, por terra. Carlos V conseguiu repeli-los, recuperando paret da Hungria, mas sem uma derrota decisiva. Transferiu a guerra para o Mediterrâneo. Em 1530, a conselho do papa, dera a ilha de Malta aos Cavaleiros Hospitalários, defensores de Rodes, para evitarem que os turcos entrassem no mar toscano. Em 1531 e 1532 o almirante genovês Andrea Doria buscara os turcos em suas próprias águas, mas a frota turca escapara. O sultão ofereceu o principal comando de sua marinha a Chairaddin, fazendo sua a causa dos piratas. Carlos decidiu então limpar o Mediterrâneo de piratas. Em 1555 ele mesmo tomou parte na campanha contra Túnis, sob a liderança de Doria. Vencedores, encareceu um ataque a Argel, mas seus comandantes, como a estação estava avançada, se opuseram. A campanha estabeleceu sua fama na Europa. Enquanto Carlos golpeava o Islão no Mediterrêneo, Paulo III, para sucessor de Clemente VII, convocava um concílio - mas houve dificuldades, pois Carlos logo descobriria que teria que combater novamente a França. Francisco I não só se opunha ao concílio quanto entrara em entendimentos tanto com o sultão quanto com a Liga Smalkaldiana que os príncipes alemães protestantes haviam formado contra Carlos depois da Dieta de Augsburgo. Morto o último Sforza Duque de Milão, Francisco reclamou o ducado como feudo. Como Carlos andava ansioso por combater os turcos, e restaurar a unidade da cristandade, estaria pronto a ceder alguns de seus direitos tanto sobre o Milanês quanto sobre a Borgonha e levar em consideração o equilíbrio de forças entre sua Casa e a dos Valois. Houve mesmo alianças propostas. Em 1539 os rivais se encontraram em Nice e pensava-se em paz. Mas ao visitar os Países Baixos e a Alemanha, Carlos descobriu que o esperavam novas perturbações, fomentadas outra vez pela França. Em 1538 se extinguira a linha dos condes de Gueldres, mas o último da dinastia dispusera que o condado passasse ao duque de Cleves-Julich, o mais forte dos principados temporais do Reno inferior. Assim sendo, Gueldres resistiu a anexação tentada pela Borgonha. Carlos não consentiu que fosse anexada pelo ducado de Cleves-Julich, como desejavam a Liga e Francisco I. E Henrique VIII, naquela altura casado com Ana de Cleves, filha do Duque, ameaçava se unir à coalizão. Turcos e franceses preparavam-se para unir suas frotas no Mediterrâneo. Francisco buscou ajuda dos dinamarqueses e escandinavos. Carlos procurava evitar hostilidades até poder romper a coalizão formidável de seus inimigos. Conseguiu separar Henrique VIII, e durante a Dieta e conferência em Ratisbona em 1541, passou a controlar Filipe de Hesse, o principal líder da Liga. Decidiu atacar os turcos, tencionando que o exército imperial operasse na Hungria enquanto atacava Argel, mas os planos falharam. O ano de 1542 não lhe foi favorável. Os franceses penetraram nos Países Baixos, a Liga (com Hesse) atacou Henrique de Brunwswick, o único aliado que Carlos tinha no norte da Alemanha, e ocuparam suas terras. Enquanto o patriotismo neerlandês mantinha os franceses em cheque, Carlos voltou da Espanha e em 1543 atacou Cleves. Em poucos dias, Gueldres se tornou parte da Borgonha, protegida assim do lado alemão embora ainda exposta do lado da fronteira francesa. Para remediar tal fraqueza, Carlos construiu uma linha de fortalezas que durante séculos barrariam invasões francesas. E em 1544 invadiu a França. Francisco tinha esgotado suas forças, Carlos estava igualmente cansado de gu~erra e a paz foi concluída em 17 de setembro de 1544 em Crespy.
[editar] Do Concílio de Trento à abdicação
Carlos enfrentava a questão de conceder ou não liberdade de ação aos príncipes protestantes da Alemanha aos quais, pressionado pela guerra, fizera concessões, sobretudo na Dieta de Spires em 1544. Até então, tinha deixado os acontecimentos evoluirem, assim como seu irmão Fernando. O poder dos príncipes, aumentando sempre, já era firme. Na ausência do Imperador, tinham suprimido sozinhos perturbações que teriam levado o país à guerra civil, primeiro a Liga dos Cavaleiros, depois a Guerra dos Camponeses, as desordens do clero luterano, depois a rebelião dos Anabatistas. Ao apoiar Lutero contra Carlos, asseguravam-se o meio de manter o poder. Carlos percebeu a gravidade da situação e decidiu combatê-los. Para retirar o apoio religioso, esperava pela abertura do Concílio de Trento, em 1545. Abriu as hostilidades no verão de 1546. Conquistou o sul da Alemanha, entrou por Saxe, derrotou e capturou seu Eleitor em Muhlberg, em 24 de abril de 4.1547. Aprisionou Filipe de Hesse, mas não por traição, como foi difundido. Acreditava que deveria humilhar os príncipes de modo a poder reorganizar o império com seu auxílio, numa Dieta em Augsburg, como já reorganizara os Países Baixos e a Espanha. A solução das dificuldades religiosas devia ser a base da reconstrução. O concílio deveria ter a palavra final sobre assuntos de doutrina mas até que sua decisão fosse tomada, o imperador desejava a paz e faria concessões aos protestantes. Entretanto, seu sentido de justiça impedia que tais concessões abrangessem a retenção das propriedades eclesiásticas tomadas pelos Reformados e a abdoragão temporária da autoridade episcopal. Assim sendo, não entusiasmou os príncipes evangélicos. Para a reconstrução política do Império, Carlos reconheceria a condição da Alemanha mas apenas como resultado de evolução histórica. Ecigiu dos feudatários obediência ao poder imperial em casos que afetassem o bem estar geral, reconhecendo determinadas fórmulas, sem buscar lucro individual a pretexto do bem do Império. As concessões seriam semelhantes às que fizera a seus súditos espanhóis: um certo grau de autonomia em muitos Estados, em troca de ajuda para necessidades inquestionáveis do Império. O resultado foi nulo. Os católicos exigiram que as medidas se aplicassem também a eles, os protestantes continuavam a resistir. E os príncipes alemães eram tão egoístas e provincianos como os fidalgos de Castela e menos patrióticos. Adiaram sempre, até que as condições pioraram para o imperador.
Carlos nessa altura resolveu fazer seu testamento e dispor de seus bens materiais. Exausto com as últimas campanhas, temeroso da política ávida de Francisco I, resolveu manter unidas as possessões da família. Sem, entretanto, deixá-las todas para seu herdeiro, sabedor de como era difícil ou mesmo impossível governá-las de modo satisfatório.
Em 1551, os turcos e o filho de Francisco I, Henrique II, novo rei francês, abriram novas hostilidades. No ano seguinte alguns príncipes protestantes alemães, chefiados por Maurício de Saxe, atacaram inesperadamente o exército imperial. Enquanto Carlos estava doente em Innsbruck, Henrique II ocupou os bispados de Metz, Toul e Verdun. Carlos abandonou seu plano da reorganização do governo imperial. Deu plenos poderes ao irmão, Fernando, para assinar com os insurgentes o Tratado de Passau em abril de 1552, pelo qual finalmente os príncipes tomaram papel preponderante no Império alemão. Falhou sua tentativa de recuperar Metz, no outono de 1552, e a guerra se transferiu aos Países Baixos, onde permaneceu indecisa.
A situação se tornou crítica na África do Norte e na Itália, onde os turcos, os franceses e alguns Estados italianos atacavam o imperador. Carlos ainda esperava uma vitória decisiva. Ficou grandemente esperançado com a subida ao trono inglês em 1553 de Maria Tudor, rainha católica. Estava comprometida com seu filho o Infante Filipe, casamento que se realizou em 1554 apesar do parentesco e da diferença de idade. Quando o casamento não produziu frutos, Carlos decidiu entregar a conclusão da paz a Filipe e a Fernando. Seu irmão insistia em que a autoridade dos príncipes no Império, decidida desde Passan, deveria ser legalmente confiormada por um decreto da Dieta, e aceitada a igualdade de católicos e protestantes, o que foi feito em Augsburgo, em 1555. Reuniu os Estados Gerais dos Países Baixos em Bruxelas e, diante deles, em 25 de outubro de 1555 transferiu o governo a Filipe. Três meses mais tarde, em 16 de janeiro de 1556, transferiu para o filho a coroa da Espanha, suas colônias, terras na Itália e nos Países Baixos. No Sacro Império, Carlos pediu aos eleitores para aceitarem sua abdicação, e eleger Fernando como seu sucessor, o que foi feito em 28 de fevereiro de 1558. Carlos V deixou ao irmão as propriedades dos Áustria na Alemanha.
Mesmo assim, permaneceu preso a questões políticas e só em setembro de 1556, com suas duas irmãs (Leonor de Áustria e Maria da Hungria) viajou para a Espanha. Mesmo em seu retiro, uma casa construída ao lado do mosteiro em Yuste, chegavam-lhe mensageiros com despachos, embora não mais tomasse parte ativa no governo. Restavam-lhe ainda meses para viver, rodeado das obras que mais apreciava, sobretudo quadros de seu pintor favorito, Ticiano, e dos livros que lia.
[editar] Avaliação
As dissidências religiosas produziram a crise do erasmismo na concepção política de Carlos, que se propôs dar uma solução pessoal ao problema religioso. Os príncipes alemães que repeliram a Dieta de Augsburgo uniram-se na Liga de Esmalcalda, que se aliou a Francisco I em 1532, e este com o sultão otomano Solimão o Magnífico. Carlos obrigou o sultão a levantar o cerco a Viena e tomou Túnis em 1535, sem evitar que a França tomasse a Savóia. Tal situação foi confirmada pela Trégua de Nice, em 1538. Em 1541 os turcos tomaram Budapeste e Francisco I combateu o imperador, conflito que teve fim pela Paz de Crépy em 1544, comprometendo-se a França a romper a aliança com a Turquia e a lutar pela unidade dos cristãos. O final do seu reinado esteve ocupado por problemas alemães. Combateu e venceu os príncipes alemães em Mühlberg em 1547, mas o rei francês Henrique II se aliou à Liga de Esmalcalda. O desastre de Innsbruck em 1552, onde quase foi preso, o obrigou a negociar a Paz de Augsburgo em 1555, que reconhecia a liberdade religiosa na Alemanha e significava a renúncia do imperador a seu ideal de unidade religiosa no império. Assinou com Henrique II, que tomara Metz, Toul e Verdun, a trégua de Vancelles. Com Carlos I a Espanha conheceu uma etapa de grande prosperidade econômica: a conquista e início da colonização da América abriram novos mercados e a chegada de metais preciosos em enorme quantidade do México e da América do Sul (ver Potosí) serviu como impulso a todas as atividades e facilitou suas campanhas bélicas. Mas a subida constante dos preços e a política imperialista terminariam por arruinar as atividades econômicas de Castela e deixar a origem da decadência que já se sentia nos anos finais do século XVI. ~Foi um rei-imperador soldado, como seus avôs os Reis Católicos na campanha de Granada. Seria o último na história da Espanha, exceto a fugaz aparição de Filipe II na batalha de São Quintono. Apenas Filipe V e Carlos III, reis da Casa de Bourbon, estariam com tropas no campo de batalha. Sua principal ocupação foi a direção pessoal de seus exércitos e por isso renunciou, quando lhe faltaram forças e vontade. Diz um historiador inglês: "En la historia de las guerras europeas habidas en el XVI, la nación más destacada fue España, que alcanzó la cima de su poderío en 1550". Era o fruto militar do reinado de Carlos V, resultado devido ao aperfeiçoamento da tática e da tecnología militar e naval. «Santiago y cierra España!» era o grito de ataque na Itália das tropas do famoso marechal Gonzalo Fernández de Córdoba, apelidado o Grande Capitão. Carlos I aperfeiçoou sua inovação, o uso das armas de fogo portáteis e a mestria na combinação de diversas armas e corpos. Outra arma importante em seu sucesso foi a estruturação dos famosos Terços ou Tercios, nascidos nas campanhas na Italia, unidades móveis que atuavam com disciplina coletiva mas davam campo livre a iniciativas individuais, na tradição militar ibérica. Acima de tudo, a presença pessoal do imperador nas campanhas, como fizera seu bisavô Carlos o Temerário, duque da Borgonha, diante de seus lanceiros suíços. Em 1520 a principal arma passara a ser o arcabuz, aperfeiçoado para ter alcance de 200 metros, em vez dos 80 metros anteriores. A competência entre fabricantes de armas espanhóis e italianos seria um dos fatores decisivos na estratégia militar. E Carlos possuía, segundo analisam os especialistas de sua época, admirável sentido estratégico, com traços muito modernos. Sua atividade se espalhou em três frentes de resistência e ação: Europa central, submetida à ameaça dupla de protestantes e de turcos: a recuperação do horizonte norte-africano, abandonado depois das primeiras tentativas de Fernando, e a defesa do Mediterrâneo central, com bases na Itália e na Sicília, para frear o avanço turco e com a idéia, jamais abandonada, de organizar uma nova cruzada à Terra Santa.
[editar] No continente americano
Durante o seu reinado, Hernán Cortés conquistou o México e Juan Sebastián Elcano completou a primeira volta ao mundo (1522), que havia sido iniciada por Fernão de Magalhães. Como em qualquer período inicial de colonização as considerações econômicas eram mais importantes, a administração dos negócios da América foi entregue a uma Casa de contratacion em Sevilha. Ao mesmo tempo, estabeleceu em nível político o Conselho das Índias. Nas colônias, havia dois vice-reinados e 29 governadores, quatro arcebispados, 24 bispados sendo gradualmente organizados. Os grandes problemas foram sempre quanto a metrópole deveria monopolizar o produto das colônias, a questão da colonização em si, a questão do tratamento dos nativos, duplamente difícl porque seu trabalho era indispensável mas ao mesmo tempo indesejável; como estabelecer-se o cristianismo e a civilização... Dada a enorme distância entre a Espanha e suas colônias, os meios de comunicação insatisfatórios, a falta de fundos, Carlos não pode executar os princípios sonhados, tanto do ponto de vista de seus interesses políticos e econômicos quanto pensando no dever de promover a civilização cristã.
[editar] Casamento
Desde 1504 comprometido com a filha de Luís XII de França, Cláudia de França, que mais tarde terminaria casada com Francisco I de Valois.
Casou com sua prima a Infanta Isabel de Portugal (1503-1539), filha de D. Manuel I.
[editar] Posteridade
De Isabel de Portugal (1503-1539), filha de Manuel I, nasceram sete filhos:
- Filipe II de Espanha (21 de maio de 1527-1598)
- Maria de Habsburgo ou Maria da Hungria. Nasceu em Madri em junho de 1528 e morreu em fevereiro de 1603. Foi imperatriz do Sacro Império Romano e Rainha da Boêmia, da Hungria e da Croácia pois casou em 13 de setembro de 1548 com Maxmiliano II de Habsburgo (1527-1576), seu primo, filho de seu tio Fernando I e de Ana Jagellon da Boêmia e Hungria.
- Joana de Habsburgo (nascida em Madri em junho de 1537 e morta em setembro de 1573) casada em 11 de janeiro de 1552 em Toro com o infante João de Portugal quarto filho de D. João III e de D. Catarina da Austria, pais do rei D. Sebastião) o desejado.
- Isabel (nascida e morta em 1529)
- Fernando, nascido e morto em 1530.
- João, nascido e morto em 1537 ou 1538
- Fernando, nascido e morto em 1539.
Ilegítimos:
- João de Áustria, filho bastardo. Batizado Jerônimo, nasceu em Ratisbona, em 24 de fevereiro de 1547 e morreu de peste ou tifo em Bourges, na vizinhança de Namur, Flandres, em 1 de outubro de 1578.
- teve uma filha bastarda, Isabel, nascida em 20 de agosto de 1518 e morta depois de 1538. Foi nascida de sua madrasta Germana de Foix, viúva de seu avô Fernando IV de Aragão. Educada pelo Inquisidor Josep Corretger, em Perpignan, morreu pouco depois da mãe e segundo o confessor de ambas, foi envenenada por ordem de Carlos V. e Carlos I.
- de uma mulher flamenga de Oudenarde, chamnada Margarida ou Joana (von Gante, van der Gheyst, van den Gheynst?), filha de honrado e talvez afamado tapeceiro, teve uma filha bastarda: ver Margarida de Parma, de Espanha ou de Áustria.
- de uma jovem dama de aristocracia média, pertencente aos círculos do Conde de Nassau, nasceu sua filha bastarda Joana de Áustria (1522-1524) transferida com a mãe para o convento das agostinhas de Madrigal de las Altas Torres, cuja abadessa era D. María de Aragão, bastarda de Fernando VI de Aragão. Alguns autores dizem-na morta aos nove anos.
- teve uma filha bastarda de Ursolina della Pena, de Perugia, la bella Pennina Perusina que se achava em Bruxelas com o marido: chamou-se Tadea e nasceu em 1522. O imperador a viu em Roma, em 1536, ao retornar da campanha em Túnis. A mãe morreu, talvez envenenada, e Tadea teve que conviver com irmãos violentos. Casou sem consultar o pai, e escreveu-lhe em 1562 solicitando reconhecimento. Passou o resto da vida no retiro de um convento.
- solteiro ainda, de uma dama cujo nome permaneceu no anonimato, tinha-lhe nascido uma filha Joana, morta aos oito anos, que viveu sempre reclusa no convento de las Angustias em Madrid.
- de Diana de Talanga, senhora de Sorrento:, nasceu-lhe outra filha bastarda também chamada Joana de Áustria, que morreria em 1650, casada com o Príncipe de Butera.
[editar] Veja também
Precedido por Fernando II de Aragão |
Rei de Espanha 1516 — 1555 |
Sucedido por Filipe II |
Precedido por Maximiliano I |
Imperador do Sacro Império Romano-Germânico 1519 — 1556 |
Sucedido por Fernando I |