Suíça
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Lema: Unus pro omnibus, omnes pro uno (Português: Um por todos, todos por um) |
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Línguas oficiais | Alemão, Francês, Italiano e Romanche | ||||
Capital | Berna | ||||
Maior cidade | Zurique | ||||
Presidente da Confederação | 2006: Moritz Leuenberger | ||||
Conselho Federal |
Moritz Leuenberger |
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Área - Total |
132º maior 41.285 km² |
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População |
94º mais populoso 7 507 300 |
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Independência - Declarada |
Aliança Eterna |
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Moeda | Franco suíço (CHF) | ||||
Fuso horário | UTC +1 | ||||
Hino nacional | Cântico suíço | ||||
TLD (Internet) | .CH | ||||
Código telefónico | 41 |
A Confederação suíça é um pequeno estado federal sem saída para o mar na Europa central, tendo fronteiras a norte com a Alemanha, a leste com a Áustria e Liechtenstein, ao sul com a Itália e a oeste com a França. A nação tem uma forte tradição de neutralidade política e militar, mas também de cooperação internacional, sendo sede de muitas organizações internacionais. Seu nome oficial é Confoederatio Helvetica (CH; latim para Confederação Suíça), que se traduz da seguinte forma nas quatro línguas nacionais: Confédération suisse (FR), Confederazione Svizzera (IT), Confederaziun svizra (RH) e Schweizerische Eidgenossenschaft (DE).
Índice |
[editar] História
Em 1291, representantes dos cantões florestais de Uri, Schwyz e Unterwalden assinaram a Carta de Aliança. Isso os uniu na luta contra o domínio "estrangeiro" dos Habsburgo, então detentores do trono do Sacro Império Romano-Germânico. Na Batalha de Morgarten em 1315, os suíços derrotaram o exército Habsburgo e garantiram sua independência de facto como a Confederação suíça.
Na Paz de Vestfália de 1648, os países europeus reconheceram a independência helvética do Sacro Império e sua neutralidade. Em 1798, os exércitos da Revolução francesa conquistaram a Suíça. O Congresso de Viena de 1815 reestabeleceu a independência do país e as potências européias concordaram em reconhecer sua neutralidade de forma permanente.
A Suíça adotou uma constituição federal em 1848, que sofreu extensas emendas em 1874 e que estabelecia responsabilidade federal para defesa, comércio e assuntos legais. Desde então, melhorias contínuas nos campos político, econômico e social têm caracterizado a história do país.
Historicamente neutros, os suíços não participaram oficialmente em nenhuma das guerras mundiais, embora tenham beneficiado economicamente durante a Segunda Guerra Mundial através do branqueamento de ouro nazi[1]. Durante a guerra, o Banco Nacional Suíço recebeu US$440m em ouro, dos quais $316m terão sido saqueados[2].
Em 2002, de acordo com a constituição federal de 1999, a Suíça finalmente se tornou membro integral das Nações Unidas.
[editar] Política
De acordo com a constituição de 1999, os cantões detêm todos os poderes não especificamente delegados à Confederação. O parlamento bicameral suíço, a Assembléia Federal, é primariamente quem exerce o poder. As duas casas, o Conselho de Estados e o Conselho Nacional, têm poderes iguais em todos os aspectos, inclusive quanto à iniciativa legislativa.
Os 46 membros do Conselho de Estados (dois de cada cantão e um de cada um dos antigos semicantões) são eleitos diretamente em cada cantão, enquanto os 200 membros do Conselho Nacional são eleitos diretamente num sistema de representação proporcional. O mandato dos membros da Assembléia é de quatro anos. Através de referendos o povo pode contestar qualquer lei votada pelo parlamento federal e por iniciativas introduzir emendas à Constituição federal, o que faz da Suíça uma democracia semi-direta.
O órgão executivo máximo é o Conselho Federal, um colegiado de sete membros. Embora a constituição determine a responsabilidade da Assembléia Federal pela eleição e supervisão dos membros deste Conselho, ele assumiu gradualmente um papel de destaque na direção do processo legislativo, além de sua atribuição na execução da lei federal. O Presidente da Confederação é eleito dentre os sete conselheiros pela Assembléia Federal, e por um ano assume funções representativas especiais.
Desde 1959, os quatro partidos majoritários estão representados no Conselho Federal de acordo com a "fórmula mágica", proporcional à sua representação no Parlamento federal: dois democratas cristãos (CVP/PDC), dois social-democratas (SPS/PSS), dois radicais democratas (FDP/PRD), e um do Partido Popular da Suíça (SVP/UDC). Esta distribuição tradicional dos assentos, entretanto, não é sustentada por nenhuma lei, e nas eleições de 2003 para o Conselho Federal o CVP/PDC perdeu seu segundo assento para o SVP/UDC.
O Tribunal Federal zela pelo cumprimento da lei e resolução de conflitos oriundos de violações de autonomias cantonais e comunais, bem como de tratados internacionais; aprecia ainda reclamações por violação de direitos constitucionais. Seus juízes são eleitos pela Assembléia Federal para mandatos de seis anos.
[editar] Cantões
A Confederação suíça consiste em 26 cantões:
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Os semicantões estão marcados com *. Possuem apenas um representante no Conselho de Estados.
Os cantões estão divididos num total de 2.889 comunas (31 de dezembro de 2001).
[editar] Geografia
A paisagem suíça é caracterizada pelos Alpes, uma alta cadeia montanhosa que se estende pelo centro-sul do país. Entre os altos picos dos Alpes suíços, o mais alto dos quais é o Pico Dufour, de 4634 m, na fronteira suíço-italiana, encontram-se inúmeros vales, alguns com glaciares. Delas, as nascentes de muitos rios europeus como o Reno, o Ródano, o Inn, o Aar ou o Tessino descem para lagos como o Léman, o de Zurique, o Neuchâtel e o de Constança e continuam a descer.
A montanha mais alta localizada inteiramente na Suíça é o Monte Dom, com 4545 m de altura. O cume do Dufour, no entanto, pode ser considerado o ponto mais alto da Suíça, pois fica a cerca de 160 m da fronteira italiana, em território suíço.
O norte do país é mais aberto e mais populoso, mas também tem ondulações como o maciço do Jura, uma cadeia menor no noroeste. O clima suíço é em geral temperado, mas as variações regionais são grandes, das rigorosas condições nas altas montanhas ao agradável clima mediterrâneo no extremo sul.
- Lista de lagos da Suíça
- Lista de rios da Suíça
- Lista de passos montanhosos na Suíça
[editar] Economia
A Suíça é uma próspera e estável economia moderna de mercado com um PIB per capita maior do que o das grandes economias da Europa ocidental. Nos últimos anos, os suíços têm ajustado grandemente suas práticas econômicas às da União Européia para aumentar sua competitividade internacional. Embora o país não esteja à procura de ser membro pleno da UE a curto prazo, Berna e Bruxelas assinaram acordos para uma maior liberalização comercial em 1999. Eles continuam a discutir outras áreas de cooperação. Entretanto, a Suíça é membro da Associação Européia de Livre Comércio.
O país continua um porto seguro para investidores, por ter mantido um grau de sigilo bancário e por manter elevado o valor externo de longo prazo do franco. A taxa de crescimento do PIB caiu para 1,6% em 2001.
[editar] Demografia
A Suíça encontra-se no cruzamento de diversas das principais culturas européias, que influenciaram profundamente as línguas e práticas culturais do país.
Há quatro línguas oficiais: o alemão no norte e no centro (64% da população), o francês a oeste (19%), o italiano ao sul (8%) e por fim o romanche, uma língua românica falada por uma pequena minoria (<1%) no cantão dos Grisões.
O alemão aí falado é predominantemente um dialeto suíço conhecido como Suíço-alemão (Schwyzerdütsch), mas os jornais e alguns programas de televisão usam o Alto-alemão. Muitos suíços falam mais de uma língua e estrangeiros, residentes ou trabalhadores temporários, somam aproximadamente 20% da população.
A maior religião, praticada por 43% dos suíços, é o Catolicismo romano, seguido por diversas crenças Protestantes (35%). A imigração estabeleceu o Islamismo (4%) e a Ortodoxia Oriental (2%) como minorias religiosas dignas de nota. Os demais pertencem a minorias muito pequenas ou que não praticam religião alguma. A estabilidade e prosperidade da Suíça, combinada com a população linguística e religiosamente diversa, levam alguns a descrever o país como um Estado consociacional.
[editar] Idiomas
Quatro línguas têm estatuto de línguas nacionais na Suíça, assinaladas no mapa ao lado:
- roxo: francês
- amarelo: suíço-alemão
- verde: italiano
- vermelho: romanche
O gráfico de área seguinte mostra as dez línguas mais faladas pela população residente na Suíça, segundo o censo de 2000[3]. O português é a 6.ª língua, com 89.527 falantes (1,2% da população).
[editar] Cultura
Os suíços são conhecidos por seus bancos e companhias de seguro, seu chocolate, seus queijos, seus fondues, seus relógios, sua indústria química e farmacêutica (representada por empresas como, por exemplo, a Novartis - originada pela fusão entre a Ciba-Geigy e a Sandoz -, a Roche, ou a OM Pharma), sua indústria cosmética de alta qualidade e prestígio internacional (destacam-se marcas como La Prairie, Juvena, Valmont, entre muitas outras), sua indústria alimentar (destaca-se o "gigante" Nestlé), sua industria téxtil de qualidade, sua neutralidade e seus internatos privados.
[editar] Ver também
- Comunicações na Suíça
- Transporte na Suíça
- Forças Armadas suíças
- Relações exteriores da Suíça
- Selos e história postal da Suíça
- Lista de cidades suíças
- Lista de tópicos relacionados com a Suíça
[editar] Referências
- ↑ Eizenstat Special Briefing on Nazi Gold. Stuart Eizenstat, US State Department, 2 Jun 1998. Acedido em 5 Jan 2006.
- ↑ "Switzerland and Gold Transactions in the Second World War". Bergier Commission, Maio 1998. Acedido em 5 Jan 2006.
- ↑ Lüdi, Georges; Werlen, Iwar. Recensement Fédéral de la Population 2000 – Le Paysage Linguistique en Suisse. Neuchâtel, avril 2005: Office fédéral de la statistique. Acedido a partir de Encyclopédie statistique de la Suisse em 5 Jan 2006.