Sacavém
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- Nota: Para outros significados de Sacavém, ver Sacavém (desambiguação).
Brasão | Bandeira |
Arco do Sifão ao Alviela sobre o Trancão, um dos ex-líbris de Sacavém |
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Gentílico | Sacavenense ou Sacaveno |
Concelho | Loures |
Área | 3,81 km² |
População | 17 659 hab. (2001) |
Densidade | 4 255,2 hab./km² |
Localização no concelho de Loures | |
Fundação da freguesia | Anterior a 1 de Maio de 1191 |
Orago | orago maior: Nossa Senhora da Purificação oragos menores: Nossa Senhora da Saúde e Santo André |
Código postal | 2685 Sacavém |
Endereço da Junta de Freguesia |
Largo do Mercado 1.º de Maio, 1.º Andar 2685-099 Sacavém |
Sítio | www.jfsacavem.pt/ |
Endereço de correio electrónico |
jfsacavem-geral@mail. telepac.pt |
Freguesias de Portugal |
Sacavém é uma freguesia portuguesa do concelho de Loures, poucos quilómetros a Nordeste da capital do País, Lisboa, com 3,81 km² de área e 17 659 habitantes (2001). Densidade demográfica: 4 255,2 h/km².
[editar] Geografia
Localizada na parte oriental do concelho de Loures, Sacavém confina com as freguesias de Unhos (a Noroeste), Camarate (a Oeste), Prior Velho (a Sudoeste), Portela, (a Sul) e Moscavide (a Sudeste), sendo ainda banhada pelo Estuário do Tejo (a Este) e pelo Rio Trancão, anteriormente chamado Rio de Sacavém (a Norte, o qual separa esta freguesia da Bobadela).
Freguesia bastante urbananizada, acha-se tradicionalmente dividida em Sacavém de Cima e Sacavém de Baixo, embora recentemente tenham surgido novas urbanizações na cidade. Orograficamente, é um espaço pouco acidentado (contando somente três elevações: o Monte do Convento, o Monte de Sintra e o Monte do Mocho), variando a sua altitude entre os zero e os sessenta metros.
Outrora, a freguesia recobria um espaço muito mais vasto, tendo perdido, com o decorrer dos tempos, a jurisdição sobre as freguesias vizinhas de São João da Talha, Bobadela, Camarate, Prior Velho, Portela, Moscavide, e Santa Maria dos Olivais. Administrativamente, antes de ser integrada no concelho de Loures, fez parte do termo da cidade de Lisboa (até 1852), e depois, do concelho dos Olivais (1852-1886).
[editar] Demografia
Pela sua posição estratégica dentro do concelho de Loures e pela sua situação de proximidade face à cidade de Lisboa, Sacavém sempre dispôs de condições para o estabelecimento de novas populações e para o consequente crescimento populacional.
Desde que se iniciaram os modernos recenseamentos, que o número de habitantes da população tem vindo constantemente a aumentar (muito por causa do estabelecimento, na freguesia, da Fábrica de Loiça de Sacavém), até aos nossos dias (com decréscimos pontuais causados pela separação das freguesias de Moscavide, Portela e Prior Velho):
Anteriormente ao século XIX, existem algumas informações dispersas, mas como até então a prática corrente era a contabilização do número de fogos (e não de habitantes), não podemos senão deduzir o número aproximado de habitantes, consoante os coeficientes utilizados.
[editar] História
Situada na encruzilhada dos caminhos que, vindos do Norte e do Este, se dirigiam a Lisboa, Sacavém esteve presente em inúmeros momentos da História de Portugal.
Povoação antiquíssima, existiu no tempo dos Romanos uma ponte em Sacavém que subsistiu, pelo menos, até ao século XVI (segundo o relato de Francisco de Holanda). Do tempo da ocupação mourisca ficou, aparentemente, o topónimo de origem arábica (شقبان, Šaqabān); imediatamente após a tomada de Lisboa pelos cristãos, em 1147, parece ter ocorrido aqui um combate (a batalha do rio de Sacavém), hoje comummente considerado lendário.
Durante a Idade Média, Sacavém constituiu um reguengo, grande produtor de cereal e vinho; não obstante, os monarcas cederam, por várias vezes, o seu usufruto. Assim, foram beneficiários do reguengo o almirante Manuel Pessanha, a rainha D. Leonor Teles, e depois o Condestável Nuno Álvares Pereira. Por morte deste, passou a sua posse para o seu neto, o conde de Ourém D. Afonso, filho do duque de Bragança, sendo que após a morte de D. Afonso sem filhos, a terra foi integrada no extenso património da Casa de Bragança, à qual viria a pertencer até à queda da monarquia (exceptuado o reinado de D. João II, com a execução do titular e confisco dos respectivos bens pela Coroa).
De acordo com algumas crónicas, aqui terá falecido a rainha D. Filipa de Lencastre, em 1415; o nome da povoação figura depois num documento histórico da maior importância para o período das Descobertas – a Carta do Achamento do Brasil (1500), por haver participado na expedição comandada por Pedro Álvares Cabral Diogo Dias, que fora almoxarife da povoação.
No final desse século, o governador do reino Miguel de Moura ordenou aí a construção do Convento de Nossa Senhora da Conceição (com a Igreja de Nossa Senhora da Purificação anexa), em cumprimento de um voto que fizera anos antes.
Durante um grande surto de peste, em 1599, descobriu-se acidentalmente uma antiga imagem de Nossa Senhora, a qual, por ter, aparentemente, acalmado a pestilência, passou a ser venerada como Nossa Senhora da Saúde, e celebrada desde então todos os anos.
Severamente danificada durante o Terramoto de 1755 (com a destruição da Igreja Matriz e dos últimos vestígios da ponte romana), Sacavém entrou num lento marasmo que durou cerca de um século, até cerca de 1850 se iniciar a sua industrialização – donde ressalta a fundação da célebre Fábrica de Loiça de Sacavém, que espalhou o nome de Sacavém por Portugal e pelo Mundo, e a passagem do caminho-de-ferro, inaugurado em 1856, pela povoação. Esta situação contribuiu para um aumento populacional sustentado, até meados da década de 1970. Esta terciarização do espaço deu azo ao desenvolvimento do associativismo (Cooperativa «A Sacavenense», Sport Grupo Sacavenense, entre outros).
Em Sacavém estabeleceu-se o quartel-general das forças responsáveis pela queda do regime democrático da I República, e aí se preparam os contra-golpes que sucessivamente derrubaram Mendes Cabeçadas e Gomes da Costa, e levaram ao poder Óscar Carmona.
O desenvolvimento da povoação levou os responsáveis políticos a atribuir-lhe o estatuto de vila; porém, os sacavenenses, descontentes, pugnaram abertamente contra o regime ditatorial saído da Revolução Nacional de 1926, destacando-se a célebre «greve dos rapazes» (1937) ou a «marcha da fome» (1944).
Após a restauração do regime democrático, em 1974, deram-se importantes acontecimentos históricos em Sacavém – designadamente o cerco do quartel do RALIS, que então estava integrado na freguesia (hoje faz parte da Portela de Sacavém). Em 1983 a famosa Fábrica de Loiça encerra as portas.
No final da década de 1980, a freguesia ganha a sua actual configuração geográfica, com a separação da Portela e do Prior Velho.
Em 4 de Junho de 1997, Sacavém vê enfim reconhecido todo o seu valor e potencial, tendo sido elevada a cidade. Meses mais tarde, era inaugurada a Ponte Vasco da Gama, ligando Sacavém ao Montijo, e que se tornou uma obra de referência na paisagem urbana da povoação.
Em 2000, finalmente, foi inaugurado o Museu de Cerâmica de Sacavém, que acolhe o espólio histórico da antiga fábrica cerâmica.
[editar] Origem do nome
Julga-se que na origem do nome Sacavém esteja o étimo árabe šâqabî, significando «próximo» ou «vizinho» (provavelmente, da cidade de Lisboa), através de uma corruptela em Šaqaban; o nome eventualmente teria sido latinizado como Sacabis, e através da forma do acusativo Sacabem (relativamente similar ao termo usado pelos muçulmanos) ter-se-ia chegado ao moderno termo Sacavém. Há no entanto outras teorias acerca da origem do topónimo; para tal veja-se o artigo História de Sacavém.
[editar] Religião
[editar] Orago maior
A cidade tem por orago maior Nossa Senhora da Purificação (a quem é dedicada a Igreja Matriz Paroquial do mesmo nome, em Sacavém de Baixo, junto ao Trancão). Trata-se, no entanto, de um orago recente, imposto à freguesia, o mais tardar, aquando da elevação da igreja conventual, àquela dedicada, à dignidade de Matriz (em 11 de Abril de 1863, por concessão do Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Bento Rodrigues, a pedido da junta de paróquia de Sacavém); ao longo da Idade Média, o orago da freguesia era apenas referenciado como Santa Maria.
[editar] Oragos menores
Um dos oragos menores, Nossa Senhora da Saúde (à qual é consagrada, conjuntamente com Santo André, o pequeno Santuário de Nossa Senhora da Saúde e Santo André, no centro histórico da cidade, em Sacavém de Cima) é, na verdade, aquele que maior veneração popular tem, realizando-se anualmente grandes festejos em sua honra, no primeiro Domingo de Setembro.
Se o culto de Nossa Senhora da Saúde se deve à acalmia de um surto de peste em 1599, atribuído à descoberta da imagem hoje guardada no altar-mor da capela, já o de Santo André parece estar associado ao facto de, desde a Idade Média, ter existido junto da actual capela da Senhora da Saúde uma gafaria, cujo protector seria precisamente Santo André.
[editar] Oragos anteriores
Outrora foram também cultuados nesta freguesia:
- Nossa Senhora dos Prazeres (numa pequena capela que se julga ter existido no tempo dos Visigodos e também sob a dominação muçulmana, no local da actual Igreja da Senhora da Vitória);
- Nossa Senhora da Vitória (cultuada na igreja homónima, hoje em ruínas, desde a Idade Média; de 1755 até 1863, serviu de Igreja Matriz, não obstante a destruição sofrida no terramoto de 1755, até ter sido substituída pela Igreja Conventual nesse estatuto, muito devido à grande ruína em que mergulhou a Capela da Senhora da Vitória. Veio substituir a anterior devoção a Nossa Senhora dos Prazeres);
- Nossa Senhora dos Mártires (numa ermida que existiu no local do actual convento, e cuja fundação é atribuída a D. Afonso Henriques, logo após a conquista aos Mouros em 1147 e a mítica batalha do rio de Sacavém, tendo sido aí cultuada até em 1577 ter sido demolida e sobre ela construído um convento com dúplice invocação – o convento de Nossa Senhora dos Mártires e da Conceição dos Milagres –, que subsistiu até pouco depois da extinção das ordens religiosas em 1834).
- São Francisco (numa capela que existiu no Largo da Saúde, defronte do Santuário da Senhora da Saúde, tendo sido construída em 1766, e demolida em 1876, por se achar em ruínas).
A par destes oragos cultuados em templos públicos, existiram em Sacavém outras várias capelas, pertença de particulares (Santo António, Nossa Senhora da Piedade, Nossa Senhora dos Anjos, Nossa Senhora dos Milagres, São Roque, Espírito Santo, Madre de Deus, São Sebastião e São José).
[editar] Administração eclesiástica
Do ponto de vista da titulatura eclesiástica, o pároco de Sacavém detém a dignidade de Prior, visto outrora ter a Igreja de Santa Maria de Sacavém constituído uma colegiada; é, aliás, por esse motivo, que freguesia do Prior Velho tem hoje o nome que ostenta, pois numa das quintas desse lugar viveu, em tempos, um idoso prior de Sacavém. E, durante muito tempo, o prior de Sacavém foi em simultâneo pároco das povoações vizinhas (não obstante estas constituirem freguesias civis autónomas); só já no século XX, muito por acção do Prior Filinto Ramalho, estas ganharam párocos próprios.
A paróquia de Nossa Senhora da Purificação de Sacavém pertence, desde a reforma promovida pelo Cardeal-Patriarca D. José Policarpo em 11 de Junho de 2006, à Vigararia de Lisboa II, a qual inclui as demais paróquias da zona oriental do concelho de Loures, para além de várias outras da zona norte-oriental de Lisboa (Nossa Senhora do Carmo da Alta do Lumiar, Nossa Senhora da Encarnação da Ameixoeira, Nossa Senhora da Encarnação da Apelação, São Bartolomeu do Beato, Nossa Senhora dos Remédios da Bobadela, Santiago Maior de Camarate, São Bartolomeu da Charneca, São Félix de Chelas, São João Baptista do Lumiar, Santo Agostinho de Marvila, Santo António de Moscavide, Santa Maria dos Olivais, Nossa Senhora da Conceição dos Olivais-Sul, Nossa Senhora dos Navegantes do Parque das Nações, Cristo-Rei da Portela de Sacavém, São Pedro do Prior Velho, Nossa Senhora da Purificação de Sacavém, Santa Beatriz da Silva, Santa Iria de Azóia, Santo Eugénio da Encarnação, São João da Talha, Nossa Senhora da Porta do Céu de Telheiras, São Silvestre de Unhos e São Maximiliano Kolbe do Vale de Chelas). Até àquele dia, fazia parte da Vigararia de Sacavém, que era integrada apenas pelas paróquias da Apelação, Bobadela, Camarate, Prior Velho, Sacavém, São João da Talha, Santa Iria de Azóia e Unhos, e da qual a paróquia de Sacavém funcionava como sede.
No ordenamento administrativo da Igreja Católica, a Vigararia II de Lisboa inscreve-se por sua vez no quadro da Arquidiocese/Patriarcado de Lisboa.
[editar] Irmandades, confrarias e institutos de vida religiosa
Existem ainda em Sacavém a Confraria do Santíssimo Sacramento e a Irmandade de Nossa Senhora da Saúde, tendo esta última particular relevo no quadro da devoção popular à Senhora da Saúde.
Para além disso, Sacavém acolhe ainda no seu território, o Centro Social de Nossa Senhora das Graças, tutelado pelas Irmãs Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora, sito na Quinta de São João das Areias, já na fronteira com Camarate.
[editar] Actividades económicas
Se até ao século XIX a principal actividade do território sacavenense passa por ter sido a agricultura, a industrialização que se verificou a partir da segunda metade desse século ditou a secundarização da povoação (destacando-se nesse contexto o impulso dado pela Fábrica da Louça de Sacavém). Enfim, a partir da segunda metade do século XX, com o declínio das actividade industriais na região, ganhou particular relevância o sector terciário, com inúmeras lojas dedicadas ao pequeno comércio e, em menor escala, aos serviços. Não obstante, subsistem ainda algumas (poucas) indústrias (como a do fabrico de tintas e de produtos de limpeza) e algumas pequenas hortas.
[editar] Feiras, mercados, e outras festividades
Outrora teve Sacavém três feiras anuais: a primeira no Domingo do Espírito Santo, a segunda a 14 de Agosto, e a terceira a 14 de Setembro; todas três duravam três dias cada uma. A feira do Espírito Santo chegou a ser uma das mais concorridas do distrito de Lisboa, e constituía, a par das celebrações de Nossa Senhora da Saúde, no primeiro domingo de Setembro, uma dos momentos mais movimentados da vida de Sacavém.
Tinha também grande mercado de gado no Terreiro de Sacavém, no terceiro Domingo de cada mês, desde 1887. Até aí a dita feira realizava-se no terreiro de São Bartolomeu da Charneca; mas em virtude da incorporação daquela freguesia no concelho de Lisboa, e sendo na capital proibidos os mercados de gado pelo código administrativo então vigente, o último presidente do município dos Olivais deliberou transferir o dito mercado para o local mais próximo, fora da linha da circunvalação da capital, em que fosse possível realizar a dita feira – e esse lugar era precisamente Sacavém.
Presentemente, em Sacavém realiza-se o Mercado de Levante todas as 3.ª, 6.ª feiras e ainda aos Sábados de manhã; este mercado tem lugar sob um dos viadutos de acesso à Ponte Vasco da Gama, num terreno asfaltado de propósito para o efeito, e aí se comerciam, sobretudo, vestuário e alimentos.
[editar] Comunicações e transportes
Do ponto de vista das comunicações, Sacavém é cruzada por uma rede viária significativa, contando-se entre as vias que a servem o IC2 (Itinerário Complementar 2, que liga Sacavém a Santa Iria de Azóia), o IC17 (Itinerário Complementar 17, também conhecido como CRIL ou Cintura Rodoviária Interna de Lisboa, o qual estabelece a ligação – ainda incompleta pela ausência do troço Buraca/Pontinha – entre Sacavém e Algés), a A1 (Auto-Estrada do Norte, que liga Lisboa ao Porto), a EN10 (Variante à Estrada Nacional 10, que liga Sacavém a Vila Franca de Xira), a EN250 (Estrada Nacional 250, que liga Sacavém à sede do concelho, Loures), bem como ainda os acessos à Ponte Vasco da Gama. Até 1998 Sacavém tinha também uma ligação directa à Segunda Circular, em Lisboa, entretanto perdida devido às obras de construção dos troços da CRIL e ligação à Ponte Vasco da Gama.
Quanto aos meios de transportes, Sacavém é servida pela CP (Comboios de Portugal), através de uma estação integrada na Linha da Azambuja (primeiro troço da Linha do Norte, que liga o Porto a Lisboa, e cuja inauguração do troço inicial remonta a 1856); de igual modo, tem uma densa rede de transportes públicos colectivos (camionetas), concessionados pela Rodoviária de Lisboa, e que ligam a cidade à capital (interfaces da Gare do Oriente, Campo Grande e Areeiro/Praça Francisco Sá Carneiro), bem como a outros pontos envolventes (Alverca do Ribatejo, Apelação, Bobadela, Camarate, Catujal, Charneca, Frielas, Loures, Moscavide, Pirescoxe, Portela de Sacavém, Póvoa de Santa Iria, Prior Velho, Santa Iria de Azóia, São João da Talha, Unhos e Via Rara).
Tem sido aventada a possibilidade de a concessionária de autocarros da cidade de Lisboa (a Carris) vir a poder deslocar alguns dos terminais das suas carreiras presentemente localizados em Moscavide e na Portela para Sacavém, mas até ao momento não se chegou ainda a um acordo com a empresa. Desta forma possibilitar-se-ia a mais fácil e directa ligação de Sacavém ao centro da capital.
Por outro lado, está prevista a continuação da linha vermelha do Metropolitano de Lisboa (cujo actual terminal é a Estação do Oriente) para Moscavide, Portela e Sacavém, embora o início das obras ainda não tenha data marcada.
Finalmente, Sacavém dista apenas cerca de um quilómetro do Aeroporto Internacional da Portela de Sacavém, que serve a capital portuguesa.
[editar] Património
Presentemente, nenhum do património histórico existente em Sacavém se encontra devidamente protegido; em alguns casos decorrem estudos tendentes à sua salvaguarda, noutros nem por isso:
[editar] Personalidades célebres
De entre os muitos homens e mulheres nascidos nesta terra, ou que tendo nascido fora dela, aqui viveram e se destacaram, sublinham-se as seguintes figuras:
Nome | Nascimento | Falecimento | Observações | |
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Diogo Dias | segunda metade do século XV | primeira metade do século XVI | irmão do grande navegador Bartolomeu Dias, acompanhou Cabral na expedição que descobriu o Brasil, sendo referenciado na Carta do Achamento do Brasil de Pêro Vaz de Caminha como tendo desempenhado o cargo de almoxarife de Sacavém, tendo ainda vindo a descobrir a ilha de São Lourenço de Madagáscar | |
Padre Baltazar Barreira | Sacavém, 1538 |
Cabo Verde, 4 de Junho de 1612 |
membro da Companhia de Jesus, evangelizador do reino de N’Gola, e ainda das terras da Guiné, da Serra Leoa, e das ilhas de Cabo Verde, onde faleceu | |
Luís António Furtado de Castro do Rio de Mendonça e Faro | Sacavém, 7 de Setembro de 1754 |
Lisboa, 7 de Abril de 1830 |
6.º Visconde e 1.º Conde de Barbacena, doutor em filosofia, governador de Minas Gerais, e membro da deputação portuguesa enviada por Junot a Napoleão I de França a Bayonne, em 1808; veio a instalar em Sacavém a sua Quinta do Rio | |
Manuel Bernardo Cotta Falcão Aranha de Sousa Menezes | Sacavém, 17 de Dezembro de 1775 |
1840 | fidalgo da Casa Real e oficial da Legião de Honra de França | |
John Stott Howorth | Londres, 14 de Maio de 1829 |
Lisboa, 11 de Dezembro de 1893 |
agraciado com o título de Barão de Howorth de Sacavém, comerciante e industrial britânico, entretanto naturalizado português, grande responsável pelo desenvolvimento da Fábrica de Loiça de Sacavém | |
James Gilman | ? | 1921 | terceiro administrador da Fábrica de Loiça de Sacavém | |
José Joaquim Pinto da Silva Sacavém | 2 de Abril de 1863 | 2 de Junho de 1928 | 2.º visconde de Sacavém, dedicou a sua vida à actividade cerâmica | |
Prior Filinto Elísio Ramalho | Fataunços (Vouzela), 5 de Novembro de 1917 |
Sacavém, 1 de Dezembro de 2001 |
pároco de Sacavém durante quase sessenta anos (desde 1942 até ao seu falecimento em circunstâncias trágicas em 2001), fundador do Centro Social Paroquial de Sacavém, ao qual os Sacavenenses carinhosamente chamam de Obra do Padre | |
Mestre Ferreira da Graça | Peroviseu (Fundão), 3 de Setembro de 1919 |
distinto músico filarmónico, radicado em Sacavém desde a década de 1930 | ||
Eduardo Gageiro | Sacavém, 16 de Fevereiro de 1935 |
fotógrafo de renome internacional, agraciado pelo Presidente da República Jorge Sampaio com a Ordem do Infante D. Henrique em 2004 | ||
Irene Cruz | Sacavém, 6 de Setembro de 1943 |
actriz, agraciada pelo Presidente da República Jorge Sampaio com a Ordem do Infante D. Henrique em 2002 |
[editar] Títulos nobiliárquicos associados
[editar] Acordos de geminação
Sacavém celebrou acordos de geminação com:
- a vila de Loriga, no concelho de Seia, em 1 de Junho de 1996;
- a freguesia de Corte do Pinto, no concelho de Mértola (onde se situa a Mina de São Domingos), em 2004.
[editar] Museus
Presentemente funcionam em Sacavém dois importantes espaços de cultura, os quais relembram a antiga produção cerâmica que tanto celebrizou a localidade:
- o Museu de Cerâmica de Sacavém, no local onde outrora se ergueu a Fábrica de Loiça de Sacavém;
- a Casa - Museu José Pedro (um afamado operário ceramista da cidade de Sacavém, que deixou significativo espólio artístico).
[editar] Associações recreativas, culturais, desportivas e assistenciais
A cidade conta com várias instituições e associações ligadas ao lazer, à cultura, ao desporto ou ainda à assistência. Entre elas destaca-se:
- Academia Recreativa e Musical de Sacavém;
- Associação Comunitária de Reformados, Pensionistas e Idosos de Sacavém;
- Associação dos Amigos da Quinta do Património (AQUIPA);
- Associação dos Naturais e Amigos de Loriga (ANALOR);
- Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Sacavém;
- Casa da Cultura de Sacavém;
- Centro Social Paroquial de Sacavém (Obra do Padre);
- Clube dos Jovens;
- Clube dos Caçadores;
- Clube Recreativo de Sacavém (CRS);
- Cooperativa de Crédito e Consumo «A Sacavenense»;
- Liga dos Amigos da Mina de São Domingos;
- Núcleo Sportinguista de Sacavém;
- Sociedade Columbófila de Sacavém;
- Sport Grupo Sacavenense (SGS).
[editar] Educação
Situam-se também em Sacavém diversas escolas dos vários graus de ensino, público e privado:
- Escola do 1.º Ciclo do Ensino Básico n.º 1
- Escola do 1.º Ciclo do Ensino Básico n.º 2
- Escola do 1.º Ciclo do Ensino Básico n.º 3
- Escola dos 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico Bartolomeu Dias
- Escola Secundária de Sacavém
- Externato São José
[editar] Heráldica
Sacavém usa a seguinte bandeira e brasão de armas:
Um escudo de vermelho, uma ponte de três arcos, com os flancos incompletos, de ouro, lavrada de negro. Em chefe, uma cruz em aspa, de prata. Contra-chefe ondado de seis faixas de prata e azul, onde assentam três barcas de ouro vistas de proa. Uma coroa mural de prata de cinco torres. Um listel branco, com a legenda a negro, em maiúsculas: «SACAVÉM». Bandeira gironada de azul e amarelo; cordões e borlas de ouro e vermelho.
Até 1997, data da sua elevação a cidade, a então vila de Sacavém usava um brasão idêntico, excepto no tocante ao número de torres da coroa mural (quatro em vez das actuais cinco); de igual forma, até então, a partição da bandeira era esquartelada, tendo passado a gironada para reflectir o novo estatuto. E, apesar de o texto legal prever que no listel conste apenas a legenda «SACAVÉM», em muitas representações oficiais do brasão surge a divisa com o atributo da povoação: «CIDADE DE SACAVÉM».
Quanto à simbologia do escudo, o vermelho do campo expressa o sangue derramado na mítica batalha que D. Afonso Henriques travou com os Mouros; a ponte de ouro alude à velha ponte romana sobre o Trancão; a aspa representa o orago menor da freguesia, Santo André; as barcas demonstram a importância das actividades económicas que eram realizadas através do rio, recorrendo para isso a embarcações (aludem também a uma antiga festividade de Sacavém, a Festa do Barco, realizada até à década de 1920); por fim, as faixas ondadas de azul e prata estão para os dois rios que banham a freguesia: o Trancão e o Tejo.
Assinale-se ainda, a título de curiosidade, que o decreto que estabelece a heráldica da freguesia propõe a rara peculiaridade (também presente, a título de exemplo, na bandeira de Monte Gordo) de o estandarte ter esmaltes diferenciados entre cordões e borlas (ouro e vermelho) e os da bandeira em si (gironada de azul e amarelo)...
[editar] Ligações externas
[editar] Páginas dedicadas à cidade em geral
- Junta de Freguesia de Sacavém Sítio oficial da Junta de Freguesia de Sacavém.
- A freguesia de Sacavém na ANAFRE Página sobre Sacavém disponibilizada pela Associação Nacional de Freguesias.
- A Cidade de Sacavém Página pessoal dedicada à cidade de Sacavém.
- Sacavém Outra página pessoal dedicada à cidade de Sacavém.
- Loriga Vila histórica, geminada com Sacavém desde 1996.
- Metropolitano de Lisboa Plano de expansão do Metro até Sacavém. ((pt)) ((en))
[editar] Fotos de Sacavém
- Sacavém 24 Sítio com inúmeras fotos da cidade de Sacavém.
- Sacavém no Sapo (I) Fotos de Sacavém no SAPO.
- Sacavém no Sapo (II) Mais fotos de Sacavém no SAPO.
- Travel-Images Fotos de Sacavém e outras freguesias do concelho de Loures.
[editar] Património arquitectónico e cultural
[editar] Associativismo em Sacavém
- Academia Recreativa e Musical de Sacavém Sítio oficial da Academia Recreativa e Musical de Sacavém.
- Bombeiros Voluntários de Sacavém Sítio oficial dos Bombeiros Voluntários de Sacavém.
- Clube Recreativo de Sacavém Sítio oficial do Clube Recreativo de Sacavém.
- Cooperativa A Sacavenense Sítio oficial da Cooperativa A Sacavenense.
- Sport Grupo Sacavenense Sítio oficial do Sport Grupo Sacavenense.
[editar] Museus em Sacavém
- Museu de Cerâmica de Sacavém Sítio oficial do Museu de Cerâmica de Sacavém, integrado na Rede de Museus do Concelho de Loures. ((pt)) ((en)) ((fr))
- Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso Sítio oficial do Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso do Museu de Cerâmica de Sacavém.
[editar] Fontes corográficas
- PINHO LEAL, Augusto Soares d’Azevedo, Portugal Antigo e Moderno: Diccionário Geográphico, Estatístico, Chorográphico, Heráldico, Archeológico, Histórico, Biográphico & Etymológico de Todas as Cidades, Villas e Freguesias de Portugal e Grande Número de Aldeias. Facsimile da edição de Lisboa, Livraria Editora de Mattos Moreira, 1873-1890, vol. 8, Lisboa, Cota d’Armas, 1990, pp. 310-319.
- Portugal. Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico, vol. VII, Lisboa, João Romano Torres Editor, 1912, pp. 467-470.