Genocídio armênio
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Se tem algum conhecimento sobre este assunto, por favor verifique a consistência e o rigor deste artigo.
Durante os anos finais do Império Otomano (1915-1923), as estimativas do número de armênios que teriam perdido a vida durante esses acontecimentos variam entre 1 milhão e 2 milhões, mas há um consenso entre historiadores do mundo todo na cifra de 1,5 milhão de armênios mortos. A morte dessas pessoas é lembrada pelos armênios em todo o mundo a 24 de Abril.
Embora as reformas de 8 de fevereiro de 1914 não satisfizessem as exigências do povo armênio, pelo menos abriam o caminho para realizar o ideal pelo que havia lutado durante gerações, com sacrifico de inúmeros mártires. "Uma Armênia autônoma dentro das fronteiras do Império Otomano" era o alceio unânime de todos os armênios. Exatamente um mês mais tarde , em 28 de julho, começava a Primeira Guerra Mundial.
A Primeira Guerra Mundial resultou trágica para os armênios, pois deu oportunidade aos Jovens Turcos de realizarem seu premeditado projeto de liquidar o povo armênio. Na noite de 24 de abril de 1915 foram aprisionados em Constantinopla mais de seiscentos intelectuais, políticos, escritores, religiosos e profissionais armênios, que foram deportados ao interior do país e selvagemente assassinados no caminho. Depois de privar o povo de seus dirigentes, começou a deportação e o massacre dos armênios que habitavam os territórios asiáticos do Império. Mewlazada Rifar, membro do Comitê de União e Progresso, em seu livro "Bastidores obscuros da revolução turca", disse:
" Em princípios de 1915 a Comitê de União e Progresso, em uma sessão secreta presidia por Talat, decide o extermínio dos armênios. Participaram da reunião Talat, Enver, o Dr. Behaeddin Shakir, Kara Kemal, o Dr. Nazim Shavid, Hassan Fehmi e Agha Oghlu Amed. Designou-se uma comissão executora do programa de extermínio integrada pelo Dr. Nazim, o Ministro da Educação Shukri e o Dr. Behaeddin Shakir. Esta comissão resolveu libertar da prisão os 12.000 criminosos que cumpriam diversas condenações e aos quais se encarregava o massacre dos armênios”.
“O Dr. Nazim bei escreve: “Se não existissem os armênios, com uma só indicação do Comitê de União e Progresso poderíamos colocar a Turquia no caminho requerido”. O Comitê decidiu liberar a pátria desta raça maldita e assumir ante a historia otomana a responsabilidade em que este fato implica. Resolveu exterminar todos os armênios residentes na Turquia, sem deixar vivo a um só deles; nesse sentido foram outorgados amplos poderes ao governo.”.
A cidade de Alepo caiu na mão dos ingleses e foi encontrado muitos documentos que confirmavam o extermínio dos armênios tendo sido organizado pelos turcos. Um destes documentos é um telegrama circular dirigido à todos os governadores:
“À Prefeitura de Alepo: Já foi comunicado que o governo decidiu exterminar totalmente os armênios habitantes da Turquia. Os que se opuserem a esta ordem não poderão pertencer então à administração. Sem considerações pelas mulheres, as crianças e os enfermos, por mais trágicos que possam ser os meios de extermínio, sem executar os sentimentos da conseqüência, é necessário por fim à sua existência. 13 de setembro de 1915. O Ministro do Interior, Talat.”
Alguns testemunhos, René Pineau escreve: “Em geral, as caravanas de armênios deportados não chegavam muito longe. À medida em que avançavam, seu numero diminuía com conseqüência da ação dos fuzis, dos sabres, da fome e do esgotamento... Os mais repulsivos institutos animais eram feitos com essas desgraçadas criaturas. Torturavam e matavam. Se alguns chegavam a Mesopotâmia, eram abandonados sem defesa, sem viveres, em lugares pantanosos do deserto: o calor , a umidade e as enfermidades acabavam, sem dúvida, com a vida deles”.
Uma viajante alemã escutou o seguinte de uma armênia, em uma das estações do padecimento de um grupo de montanheses armênios: “Por que não nos matam logo? De dia não temos água e nossos filhos choram de sede; e pela noite os maometanos vem a nossos leitos e roubam roupas nossas, violam a nossas filhas e mulheres. Quando já não podemos mais caminhar, os soldados nos espancam. Para não serem violentadas, as mulheres se lançam à água, muitas abraçando a crianças de peito”.
Alem de todas as brutalidades exercidas contra o povo armênio, o governo cometeu outra vileza: a maioria dos jovem armênios mobilizados ao começar a guerra não foram enviados à frente, mas que integraram brigadas para construção de caminhos. Ao terminar o trabalho todos eles foram fuzilados por soldados turcos.
Jacques de Morgan assim se refere às deportações, aos massacres e aos sofrimento padecidos pelos armênios:
“Não há no mundo um idioma tão rico, tão colorido, que possa descrever os horrores armênios, para expressar os padecimentos físicos e orais de tão inocentes mártires. Os restos dos terríveis massacres, todos testemunhos da morte sues entes queridos, foram concentrados em determinados lugares a submetido a torturas indescritíveis e a humilhações que faziam preferir a morte”.
Nos anos de 1915-16 foi exterminado mais de um milhão de armênios, a Armênia Ocidental foi devastada e despovoada, e o povo armênio perdeu inúmeras riquezas e inapreciáveis tesouros culturais.
Depois da guerra tudo isto foi esquecido, e os criminosos turcos nunca tiveram seu Nuremberg.
O povo armênio não desapareceu quando estavam nos desertos da mesopotâmia as mães armênias ensinavam a ler aos seus filhos desenhando as letras do alfabeto armênio na areia
Até hoje é relembrado o dia 24 de abril e e eles nunca esqueceram do que aconteceu e sempre lutaram para recuperar as terras que foram dominadas pelos turcos.