Macau
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- Nota: Para outros significados de Macau, ver Macau (desambiguação).
Desde 20 de Dezembro de 1999, Macau (chinês: 澳門; cantonês: Ou3 Mun4 ou Ou3 Mun2; pinyin: Àomén) é uma Região Administrativa Especial da República Popular da China. Antes da data mencionada, foi administrada por Portugal. Durante a época da administração portuguesa, que durou 442 anos, o nome completo da Cidade era: Cidade do Santo Nome de Deus de Macau, Não Há Outra Mais Leal.
É constituída por uma península e duas ilhas (Taipa e Coloane, entretanto ligadas por terra seca, o istmo de Cotai), numa superfície total de 28,2 km². Macau efectua muitos aterros para reclamar, "ganhar" mais terra à foz do Rio das Pérolas para ter mais espaço de construção. Tem cerca de 500 000 habitantes. Actua sob o princípio do Governo Popular Central Chinês de "um país, dois sistemas".
Nome oficial em chinês | 中華人民共和國澳門特別行政區 | ||||
Nome oficial em português | Região Administrativa Especial de Macau da República Popular da China (RAEM) | ||||
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Lema nacional: Não tem | |||||
Línguas oficiais | Português e Cantonês (Chinês) | ||||
Chefe do executivo | Edmund Ho Hau-wah | ||||
Área - Total - % água |
28,2 km² 0% |
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População - Total (2006) - Densidade |
500.300 17,800/km² |
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Início da ocupação portuguesa em Macau - Data |
1554 ou 1557 | ||||
Transição de Macau para a China (Estabelecimento da RAEM) - Data |
20 de Dezembro de 1999 | ||||
PIB - Total (2006) - Per capita |
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IDH (2003) | 0,909 (elevado) | ||||
Moeda | Pataca (MOP) | ||||
Fuso horário | UTC +8 (AWST) | ||||
Código Internet | .MO | ||||
Código telefónico | 853 |
[editar] História de Macau
Se estiveres interessado com este tema, é melhor ver o artigo principal: História de Macau
[editar] Antes da chegada dos portugueses
Através de estudos arqueológicos, descobriu-se muitos artefactos que apontam que os chineses já se estabeleceram em Macau há 4000 a 6000 anos atrás e em Coloane há 5000 anos atrás.
Durante a Dinastia Ming, muitos pescadores oriundos de Cantão e de Fujian estabeleceram-se em Macau e foram eles que construiram o famoso Templo de A-Má. Uma das maiores e mais importantes povoações chinesas localizava-se em Mong-Há. Pensa-se que o templo mais antigo de Macau, o Templo de Kun Iam (Deusa da Compaixão), localizava-se precisamente nesta região do Norte de Macau.
[editar] Os primeiros tempos da colónia portuguesa (séc. XVI)
Macau, mesmo naquela altura já povoada por um número considerável de chineses (na sua maioria pescadores), só floresceu com a chegada dos portugueses. Eles estabeleceram-se em Macau entre 1554 e 1557, sob o pretexto de secar a sua carga. O primeiro português a chegar ao Sudeste da China foi Jorge Álvares, em 1513. A esta visita seguiu-se o estabelecimento ilegal e temporário na área de inúmeros comerciantes portugueses construindo edifícos de apoio. Eles ainda não eram permitidos de permanecer.
Finalmente, em 1557, as autoridades chinesas autorizaram finalmente os portugueses de estabelecerem-se em Macau e concedeu também um considerável grau de auto-governação para eles. Mas, mesmo assim, elas defendiam que Macau era uma parte integrante do Império Celestial Chinês, por isso os portugueses foram obrigados de pagar aluguer e certos impostos às autoridades chinesas, desde de 1573. Esta é uma das versões mais aceites sobre o estabelecimento dos portugueses em Macau.
Para supervisionar o estabelecimento português de Macau, nomeadamente no que diz respeito à recolha de impostos, as autoridades chinesas de Cantão enviavam um grupo de funcionários chineses, os mandarins, e estes exerciam uma grande influência na administração de Macau.
O estabelecimento comercial português tinha um valor imenso, especialmente quando as autoridades da China proibiram o comércio directo com o Japão por mais de cem anos, ao mesmo tempo os portugueses ganharam o monopólio do comércio entre a China, o Japão e a Europa. Nestas circunstâncias, Macau tornou-se um porto importante no comércio entre estas 3 regiões.
Assim nasceu Macau, o primeiro entreposto comercial europeu (depois cultural e religioso) entre o Ocidente e o Oriente. O seu nome parece ter origem no nome do templo da deusa A-Má; Amagau (Baía de A-Má), Amacao, Macao e, por fim, Macau.
[editar] Do séc. XVII ao séc. XVIII
Macau foi atacada pelos holandeses (inimigos de Espanha e simultaneamente inimigos de Portugal) no dia 22 de Junho de 1622, por 800 soldados que desembarcaram na praia de Cacilhas. Após 2 dias de combate, no dia 24 de Junho, a guarnição militar de Macau (composta por aproximadamente 200 soldados e por algumas fortalezas, nomeadamente a Fortaleza do Monte e a Fortaleza da Guia) derrotou as forças invasoras. Segundo os registos portugueses, morreram algumas dezenas de portugueses e cerca de 350 holandeses. Para Macau, desprevenida, a vitória foi considerada um milagre.
Após esta tentativa de invasão holandesa, o Governo de Lisboa, a partir de 1623, passou a enviar um Governador português para Macau. Antes da sua chegada, esta pequena cidade era administrada e governada directamente pelo Leal Senado, a primeira câmara municipal de Macau. A pequena guarnição militar de Macau foi também reinforçada. Mas, mesmo assim, o poder local, residido no Leal Senado, continuou a manter uma grande autonomia relativamente ao poder central metropolitano de Lisboa, representado em Macau pelo Governador, e continuou a exercer um papel fundamental na administração da Cidade.
Macau foi a única colónia portuguesa a içar sempre a bandeira portuguesa, mesmo durante a ocupação filipina a Portugal (1580-1640), por isso D. João IV, Rei de Portugal, recompensou este acto de confiança e lealdade gratificando Macau, em 1654, com o título de Cidade do Santo Nome de Deus de Macau, Não Há Outra Mais Leal.
[editar] Séc. XIX
Em Macau, foi construído o primeiro farol do mar do Sul da China, o farol da Guia, situado no monte da Guia (a colina mais elevada da península de Macau). Entrou em funcionamento em 1865.
A importância do porto de Macau foi muito reduzida na Primeira Guerra de Ópio em 1841 quando Hong Kong se tornou no porto ocidental mais importante na China. Portugal, vindo a já evidenciada fraqueza do Império Chinês e crescente influência (e ameaça ao equilíbrio da região) britânica, começou a preocupar-se finalmente no reforço da soberania portuguesa em Macau, na definição das estruturas político-administrativas da Cidade e na ingressão de Macau na organização administrativa ultramarina portuguesa. Este desejo português de prevenir que Macau caia nas mãos de outras potências europeias foi concretizado no dia 20 de Setembro de 1844, com a promulgação de um Decreto real assinado pela Rainha D. Maria II. Este documento definia que o Governador era o principal orgão político-administrativo da Cidade e não o Leal Senado.
Após este decreto, sucederam-se uma série de acontecimentos: os portugueses radicados deixaram de pagar impostos chineses e aluguer de Macau; Portugal declarou a Cidade um porto franco em 1845; e finalmente, em 1849, o Governador João Ferreira do Amaral expulsou os mandarins da Cidade, pondo fim à autoridade chinesa de Macau, culminando o processo do reforço da soberania portuguesa.
Na primeira metade do séc. XIX, os portugueses ocupou o Norte de Macau (naquela altura ocupada pelos chineses) e expandiram também o seu domínio para a ilha de Taipa em 1851 e a ilha de Coloane em 1864. Eles começaram também a expandir a sua influência às ilhas de Lapa, Dom João e Montanha.
Durante a segunda metade do séc. XIX, o Governo Imperial Chinês da Dinastia Qing tornou-se ainda mais fraco e mais submetido à influência das pricipais potências europeias. Aproveitando a situação, em 1887, Portugal diligenciou junto do Governo Chinês a assinatura do "Tratado de Amizade e Comércio Sino-Português", o qual reconhece e legitimiza a ocupação perpétua de Macau e das suas dependências pelos portugueses.
[editar] Séc. XX
A pataca, a moeda local de Macau, foi lançada pelo Banco Nacional Ultramarino em 1905. A sua cotação está indexada à cotação do dólar de Hong Kong.
Em 1938, os portugueses ocuparam oficialmente a ilha de Lapa, Dom João e Montanha.
[editar] Macau durante o período da Segunda Guerra Mundial
A população de Macau aumentou para o dobro na Segunda Guerra Mundial devido à afluência de refugiados oriundos das suas cidades vizinhas, nomeadamente Cantão e Hong-Kong, que fugiram à ocupação japonesa do sudeste asiático. O Japão respeitou a neutralidade de Portugal por isso não ocupou Macau, mas não tardou em estabelecer uma embaixada na Cidade. Esta embaixada japonesa, além das suas funções diplomáticas, servia também de centro de espionagem e de detenção de opositores antijaponeses oriundos da China. A embaixada exerceu também grande infuência no Governo Português de Macau. Ainda assim, existia uma forte tensão entre o Governo de Macau e o Exército Japonês. Os portugueses sempre temiam o assalto das tropas japonesas a Macau porque a Guarnição Militar não tinha capacidade de defender esta pequena colónia portuguesa.
As principais consequências da Segunda Guerra Mundial em Macau foram apenas as ligadas à falta de bens de importação, dos quais os alimentos eram os mais prementes, à sobrepopulação e à ocupação das ilhas de Lapa, Dom João e Montanha pelo Exército Japonês em 1941. Após a Segunda Grande Guerra, a população de Macau começou a diminuir devido ao regresso de muitos refugiados chineses para as suas respectivas terras natais. Os portugueses não conseguiram reocupar as ilhas de Lapa, D. João e Montanha, sendo elas restituídas para a China.
[editar] Motim "1-2-3" e as suas consequências
No dia 1 a 3 de Dezembro de 1966 ocorreu em Macau um célebre motim popular levantado por chineses pró-comunistas que estavam descontentes com as formas violentas de repressão aos opositores da administração de Macau, principalmente chineses, adoptadas pela polícia de Macau. Este acontecimento é vulgarmente chamado de Motim "1-2-3", referindo-se aos 3 dias que ocorreram o motim popular. Este motim foi participado por muitos professores e estudantes chineses, fortemente influenciados pela Revolução Cultural de Mao Tse-tung. Nestes 3 dias de protestos, houve 11 mortos e cerca de 200 feridos e foi necessário a mobilização de soldados para controlar a situação.
Após o motim ser controlado, a comunidade chinesa, que constituía a maioria da população de Macau, para continuar a pressionar e protestar contra o Governo, adoptou a política dos "3 Não"s - não entregar impostos, não prestar serviços ao Governo, não vender produtos aos portugueses. O medo originado por esta política, principalmente dentro da comunidade portuguesa e macaense, era tal e a situação era tão difícil para o Governo de Macau que ele propôs a devolução imediata da colónia à China se a situação não melhorasse.
Alguns membros ilustres da elite chinesa local, nomeadamente o Comendador Ho Yin, reagiram-se rapidamente, optando por fazer o melhor que possível para acalmar a população chinesa de Macau e para convencer os portugueses de não abandonar o território, prevenindo assim o colapso da administração de Macau. Estes actos da elite chinesa foram apoiados pelo Governo Popular Central Chinês de Pequim, que exercia uma grande influência na comunidade chinesa local e que não desejava o colapso de Macau, principalmente a sua administração. Mas, mesmo assim, a comunidade chinesa local recusou de negociar com o Governo de Macau, que pretendia normalizar a situação. Ele, não tendo mais nenhuma escolha, estabeleceu uma série de negociações com as autoridades chinesas da República Popular da China por meio de intermediários diplomáticos, entre os quais o Comendador Ho Yin. As duas partes chegaram finalmente a acordo no dia 29 de Janeiro de 1967, culminando com o pedido de desculpas feito pelo Governo de Macau para a comunidade chinesa. Este acordo reconhecia, pela primeira vez, a igualdade entre os portugueses e os chineses (com o acordo assinado, estes úlimos começaram a poder participar na administração da colónia), anulou o "Tratado de Amizade e Comércio Sino-Português" (assinado em 1887 e que garantia a ocupação pérpetua de Macau pelos portugueses) e proibiu o Governo de Macau de dar apoio e asilo político aos nacionalistas do Kuomintang.
Esta versão mencionada do incidente é uma das mais aceites, mas, porém, existem outras versões e relatos sobre este célebre motim. Após estas sequências de acontecimentos, os chineses nunca mais levantaram nenhum motim e Macau passou a viver um período de calma e de coexistência entre a comunidade portuguesa, macaense e chinesa.
[editar] Depois da Revolução dos Cravos até à transferência de soberania da Cidade
Depois da Revolução dos Cravos em 1974, Portugal declarou a independência imediata de todos os seus territórios ultramarinos. A China rejeitou esta transferência imediata, tendo apelado para o estabelecimento de negociações que permitissem uma transferência harmoniosa. A diferença entre o sistema capitalista de Macau e o comunista da China continental poderá estar na base desta decisão. Com o decorrer das negociações, o estatuto de Macau redefeniu-se para território chinês sob administração portuguesa e a transferência foi agendada para a data de 20 de Dezembro de 1999, através do documento da Declaração Conjunta Sino-Portuguesa sobre a Questão de Macau (assinado em 13 de Abril de 1987), onde se estabeleciam uma série de compromissos entre os dois países para Macau.
Antes da transferência de Macau e Hong Kong, a China fez uma série de alterações económicas no sentido de se aproximar do sistema capitalista e abrir-se ao comércio internacional. Aquando da transferência a China redefinira a sua imagem segundo o slogan "um país, dois sistemas". Este permite que algumas regiões chinesas, incluindo Macau, possuam uma grande autonomia e continuidade do seu modo de vida, estando apenas limitadas no que se refere às suas relações exteriores e à defesa, situação idêntica, de resto, à que tinham aquando da administração portuguesa.
[editar] A Transferência de Soberania (1999)
A transferência da soberania de Macau entre Portugal e a China aconteceu no dia 20 de Dezembro de 1999, como estava previsto através da "Declaração Conjunta", depositada nas Nações Unidas e entretanto publicada no Boletim Oficial de Macau a 7 de Junho de 1988. Neste tratado internacional redefinia-se Macau como território chinês sob administração portuguesa. Estabelecia-se ainda uma série de compromissos e garantias que permitiam ao território alguma autonomia futura, isto é durante 50 anos, e a conservação das suas especificidades.
Tendo acontecido dois anos após a transferência de soberania de Hong Kong, foi um processo mais suave que o de Hong Kong, não tendo havido confrontos políticos de nota entre os dois governos durante as negociações diplomáticas, nem distúrbios sociais, ao contrário de Hong Kong, cuja população possui uma tradição mais reivindicativa e participativa.
[editar] Geografia
Ver artigo principal:Geografia de Macau
Macau localiza-se a 22° 10' Norte (latitude) e 113° 33' Leste (longitude), mas as coordenadas 113º 55' Leste e 21º 11' Norte (a localização exacta do Farol da Guia) também são aceites como sendo as coordenadas geográficas oficiais da localização da RAEM.
Esta cidade está situada no sudeste da China, a Oeste da foz do rio das Pérolas e é adjacente à província de Guangdong. A Região Especial Administrativa de Macau é constituída pela Península de Macau e pelas ilhas da Taipa e de Coloane. A área total é de 28,2 km², sendo a península de 8,9 km². É na Península de Macau que se concentra a principal actividade, sendo lá que se encontram os principais organismos político-administrativos, a maior parte da indústria, os principais serviços e equipamento cultural. A península encontra-se ligada à ilha da Taipa por três pontes (Ponte da Amizade, Ponte Governador Nobre de Carvalho, Ponte Sai Van). A ilha da Taipa e a ilha de Coloane encontram-se ligadas pela "Estrada do Istmo" (construída sobre o istmo de Cotai). Cotai encontra-se por sua vez ligada à ilha chinesa de Hengqin por uma ponte rodoviária (Ponte Flor de Lótus) e futuramente receberá uma ligação ferroviária.
Possui um relevo não muito acidentado, mas também possui elevações: Alto de Coloane (174 m), a Colina da Guia, Colina de Mong Há, Colina da Penha e Colina da Ilha Verde.
A área total de Macau continua a aumentar visto que o Governo da RAEM está constantemente a fazer aterragens, "reclamando" terrenos à foz do Rio das Pérolas, para "ganhar" espaços de construção.
Na região, as principais cidades próximas são Hong Kong, Guangzhou, Zhuhai e Shenzhen. De Hong Kong, que se encontra no outro vértice do delta do rio das Pérolas, dista 65 quilómetros, havendo ligações fluviais e aéreas (helicóptero) frequentes entre ambas as cidades. O aerobarco (hovercraft) é o transporte mais usado e demora cerca de uma hora.
O clima de Macau é subtropical húmido. A temperatura média anual é de 22 °C, sendo no verão de 30 °C e no inverno 15 °C. A chuva é mais frequente entre Julho e Setembro, com frequentes trovoadas. As monções causam alterações no clima.
[editar] Economia
Ver também: Economia de Macau
Macau é uma pequena economia de mercado, extremamente aberta e liberal, com livre circulação de capitais, como resulta da sua longa história como porto franco. A moeda usada em Macau é a pataca e encontra-se indexada ao dólar de Hong Kong. Macau faz parte da Organização Mundial do Comércio.
A economia de Macau é em grande parte baseada no jogo e no turismo, sendo que o jogo representa cerca de 40% do PIB do território. Outras actividades importantes são a indústria têxtil e a produção de fogo-de-artifício, brinquedos, produtos eletrónicos e flores artificiais, as transacções bancárias e a construção civil.
O sector terciário (comércio, serviços, turismo, jogos...) é naturalmente o sector mais importante da economia do território, contribuindo 92,7% do PIB de Macau.
O PIB de Macau, em 2006, é de 12 mil milhões de dólares americanos. Entre 2001 e 2005, em média, o PIB aumentou anualmente 10%. O PIB per capita, no ano de 2005, era de 25000 dólares americanos. Em 2006, a economia do território assistiu a uma inflação de 5,2%.
O Governo da RAEM sempre conseguiu equilibrar as suas finanças. Por exemplo, em 2005, as receitas do Governo, aproximadamente de 3,7 mil milhões de dólares americanos, é superior às despesas deste, aproximadamente de 2,8 mil milhões de dólares. Actualmente, uma boa parte das receitas fiscais de Macau resultam do sector do jogo. Esta dependência das receitas do jogo aumentou bastante a partir de 2001, altura em que o Governo da Região Administrativa Especial de Macau iniciou uma liberalização parcial do sector, tendo autorizado a entrada de vários novos operadores.
Em 2006, a população activa de Macau conta com 251 mil trabalhadores, sendo aproximadamente 50% a trabalhar no sector dos jogos e do turismo. Somente 3.6% da população activa é desempregada. Para Macau, esta percentagem já é relativamente baixa, em comparação com o desemprego dos anos 90, que é bem mais alta.
Em 2006, Macau possui uma balança comercial negativa (importações mais do que exportações) de aproximadamente -1,9 mil milhões de dólares americanos.
No ano de 2000, registaram-se mais de 8 milhões de entradas de turistas a Macau. Em 2005, o número de visitantes a Macau ultrapassou 18 milhões de pessoas e este número está a crescer cada vez mais (a maioria destes visitantes vêm da China e vêm para jogar nos casinos). Este crescimento deve-se principalmente à diminuição de restrições de viagem pelo Governo Central Chinês. Após a diminuição gradual destas restrições, os chineses já podem obter vistos individuais de viagem, podendo viajar livremente para outros países e regiões, principalmente para Macau e Hong-Kong.
Após o fim do monopólio de jogos da companhia de casinos de Stanley Ho, em 2001, novas companhias de jogos, principalmente companhias norte-americanas como a Sands Las Vegas, o Wynn, a Galaxy e o Waldo começaram a investir muito no sector dos jogos e construir novos casinos.
Em 2004 as somas envolvidas no jogo de casinos em Macau ultrapassaram pela primeira vez as de Las Vegas (cada uma cerca de 5 mil milhões de dólares), tornando Macau no principal centro mundial da indústria do jogo de casinos.
[editar] Crime e Segurança Pública
Durante várias décadas, a criminalidade violenta era um risco sério para o turismo, pois a cidade não conseguia controlar o crime organizado e os jornalistas, principalmente internacionais, começaram a exagerar nas notícias, deixando uma imagem de Macau que não correspondia à verdade.
Os grupos de crime organizado, designados localmente de "Tríades" ou "Seitas", são transformações de organizações político-revolucionárias, que existiam desde a altura da Dinastia Qing. Com o tempo, essas mesma organizações foram perdendo a sua identidade e hoje em dia são mais conhecidas como sociedades secretas ou, em chinês, "Hák Sé Wui". Entre eles, os mais conhecidos são os "14 Kilates" (Sap Sei Kei) e a "Gasosa" (Soi Fong).
A sua fonte de receitas são: comissões para não destabilizarem a actividade dos casinos, lojas ou outras actividades comerciais, empréstimos a altíssimas comissões principalmente a jogadores dos casinos, "protecção" aos comerciantes que lhes pagam, droga e lavagem de dinheiro. Na década de 1990 deram-se bastante assassinatos por ajuste de contas entre tríades, que não atingiram ou interferiram na vida da população normal e inocente.
Uma guarnição de tropas chinesas foi colocada em Macau, após a transferência de soberania, para afirmar a soberania chinesa. Esta guarnição também foi encarada como uma mais-valia na resolução da criminalidade, que viu os seus valores aumentarem com a aproximação da data de transferência.
Após a tranferência de soberania (1999), o novo Governo da Região Administrativa Especial de Macau combateu ferozmente, eficazmente e com êxito contra o crime, principalmente os crimes organizados pelas seitas. O número de crimes baixou imenso, principalmente a criminalidade violenta que desceu 70% no ano 2000 e outros 45% no ano 2001. Macau tornou-se muito mais seguro e isto trouxe de novo confiança aos turistas. Esta evolução foi também propiciada pela reanimação da economia.
Em 2005/2006, o número de crimes, principalmente crimes não-organizados (roubos, violência doméstica e sexual...), começou novamente a aumentar devido ao crescimento do número de trabalhadores estrangeiros (eles vivem em condições de vida difíceis) e de "visitantes" oriundos das regiões chinesas próximas de Macau (alguns deles, que vivem em condições de pobreza, começaram a deslocar-se para a Cidade, não para praticar turismo, mas sim para efectuar crimes, especialmente roubos, numa tentativa de melhorar as condições de vida deles e das suas famílias). O Governo da RAEM começou de novo a implementar medidas para combater o crime, mas combater o crime não-organizado é muito mais difícil de combater e controlar os crimes organizados.
[editar] Política e Administração na RAEM
Ver artigo principal:Política de Macau
O estatuto de Macau (Região Administrativa Especial) está definido na Declaração Conjunta Sino-Portuguesa e na Lei Básica da Região Administrativa Especial de Macau. A Declaração e a Lei Básica especificam que o sistema social e económico-financeira de Macau, bem como os direitos e as liberdades dos seus cidadãos irão manter-se inalterávéis durante, pelo menos, 50 anos. Quer dizer que, segundo o que está escrito nestes documentos importantes, em 2049, Macau deixará de ser uma Região Administrativa Especial e irá tornar-se numa vulgar cidade chinesa.
Segundo o princípio de "um país, dois sistemas", Macau possuiu uma grande autonomia em todos os aspectos e assuntos relacionados com a RAEM, exceptuando em assuntos relacionados com a defesa e os negócios estrangeiros (política externa) sendo que, nesta última esfera Macau goza ainda assim de alguma autonomia. Todos os oficiais e administradores de Macau são habitantes de Macau, e não pessoas e oficiais de República Popular da China. Esta pequena Cidade mantém a sua própria moeda (pataca), o seu próprio sistema de controlo de imigração e de fronteiras e a sua própria polícia.
O poder está dividido, tal como na maioria dos sistemas políticos, em 3 partes distintas: o executivo, o legislativo e o judicial.
[editar] Chefe do executivo
Artigo principal:Chefe do Executivo de Macau
O cargo do Chefe do Executivo de Macau é sempre ocupado por um cidadão chinês residente proeminente de Macau. Ele é o Chefe do Governo da RAEM, por isso este cargo político é o mais importante e com mais poder e influência em Macau. Ele é seleccionado pelo Comitê de Selecção do Chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau, formado por 300 membros nomeados por organizações comunitárias e corporativas. Após a selecção, o Chefe do executivo ainda tem que ser aceite e oficialmente nomeado pelo Governo Popular Central Chinês. O Sr. Edmund Ho Hau-wah, um líder comunitário, um homem de negócios e um antigo banqueiro, é o primeiro Chefe do executivo da RAEM, substituindo o Governador português General Vasco Joaquim Rocha Vieira (nomeado directamente por Portugal) na madrugada do dia 20 de Dezembro de 1999.
[editar] Assembleia Legislativa
Artigo Principal:Assembleia Legislativa de Macau
O orgão legislativo da RAEM é a Assembleia Legislativa (AL), composta por 29 membros eleitos ou nomeados de diferentes formas: 12 são eleitos directamente (sufrágio directo) pelos cidadãos eleitores da RAEM, 10 são eleitos (sufrágio indirecto) por organizações comunitárias e corporativas e 7 são nomeados pelo Chefe do Executivo. A AL é responsável de fazer as leis e tem o poder, nos termos legais, de acusar, questionar e apresentar uma moção de censura contra o Chefe do Executivo, ou comunicar a moção directamente ao Governo Popular Central Chinês para que este decida. Ela também tem o poder de emendar o método de eleição do Chefe do executivo em 2009. Mas, apesar do seu estatuto, a AL é uma instituição "democrática" com pouco poder real e com pouca influência. Em Macau existe pouca pressão exercida na sociedade (tradicionalista e pouco-participativa) para a democratização do sistema político da RAEM.
A Assembleia Legislativa foi fundada em 1976.
[editar] Eleições Legislativas
Em cada quatro anos, realiza-se em Macau as eleições legislativas. O sufrágio directo está reservado aos cidadãos com uma idade superior a 18 anos, desde que residentes permanente. Eles podem eleger deputados para a Assembeleia Legislativa. O sufrágio indirecto, é só reservado para as organizações registadas e recenseadas oficialmente como "eleitores corporativos e/ou um dos membros do Comitê de Selecção do Chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau". As eleições legislativas de 2005, a segunda vez a realizar este tipo de eleições an RAEM (a primeira vez foi no ano de 2001), foram as mais participativas, com 128 830 cidadãos de Macau (58 % do total de eleitores inscritos) a votarem.
[editar] Sistema Jurídico
O direito de Macau baseia-se essencialmente no direito português, e dessa forma faz parte da família dos sistemas jurídicos de raiz continental. De 1987 a 1999 o sistema jurídico foi completamente modernizado tendo em vista a transição de soberania. Assim, foram aprovados uma série de novas leis e códigos, incluindo o Código Penal (1995), o Código Civil (1999), o Código Comercial (1999), o Código de Processo Penal (1996) e o Código de Processo Civil (1999). Todos estes textos legais podem ser consultados gratuitamente na página da Imprensa Oficial de Macau.
Após a transição, continuaram-se a efectuar grandes reformas no sistema jurídico, como por exemplo o uso da língua chinesa nos tribunais e nas legislações.
Do ponto de vista constitucional, o sistema jurídico de Macau caracteriza-se pela existência de um texto com força constitucional na ordem jurídica interna da RAEM, a Lei Básica da Região Administrativa Especial de Macau, promulgada pelo Congresso Nacional Popular da China no ano de 1993.
Desde o início dos anos 90 que a formação jurídica tem sido assegurada essencialmente pela Universidade de Macau, que oferece cursos de licenciatura em Direito em língua portuguesa e em língua chinesa, bem como cursos de mestrado em língua inglesa. A formação dos magistrados está a cargo de Centro de Formação Jurídica e Judiciária, criado nos anos 90.
Em Macau não há pena de morte nem prisão perpétua; estas penas não são previstas no Código Penal de Macau.
O sector do jogo é objecto de regulamentação bastante desenvolvida (ver a entrada sobre direito do jogo).
[editar] Divisão administrativa
Durante o período de administração portuguesa, Macau esteve dividido em 2 municípios (Concelho de Macau e o Concelho das Ilhas) e em 7 freguesias. Cada município era administrado por uma câmara municipal e supervisionado por uma assembleia municipal.
Após a transição, o novo Governo da RAEM aboliu os municípios. Em sua substituição, o Governo criou um novo orgão administrativo, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), e que está subordinado à Secretaria da Administração e Justiça. As freguesias de Macau não têm quaisquer poderes administrativos, sendo reconhecido pelo Governo como uma meras divisões regionais e simbólicas de Macau. Elas são sete:
- Freguesia da Sé,
- Freguesia de Nossa Senhora de Fátima,
- Freguesia de Nossa Senhora do Carmo (Taipa),
- Freguesia de Santo António,
- Freguesia de São Lázaro ,
- Freguesia de São Lourenço
- Freguesia de São Francisco Xavier (Coloane)
[editar] Demografia
Em 2006, a população de Macau ultrapassou 500 mil habitantes e é a cidade com maior densidade populacional (18,326 habitantes por km²) do Mundo. Dos 500 mil habitantes de Macau, mais de 96% são de etnia chinesa, a maioria dos outros são de origem portuguesa e filipina. As línguas oficiais são o português e o cantonês, mas só uma percentagem muito reduzida fala português.
Os portugueses, ex-administradores de Macau, sempre foram uma minoria étnica em Macau. No ano 1563, Macau tinha cinco mil habitantes, dos que 4100 eram chineses e 900 portugueses. Agora, os números são muito mais altos, e a percentagem dos portugueses é ainda mais baixa. Há pessoas que estimam que a comunidade portuguesa constitui, actualmente, 1% da população total.
As pessoas que têm antepassados portugueses e chineses (e também outros "sangues" asiáticos misturados) que moram em Macau chamam-se Macaenses ou "filhos da terra". Os Macaenses têm a sua própria língua, patuá macaense, que é uma língua crioula baseada no português, com influência de cantonês, malaio e muitas outras línguas.
Os portugueses expediram muitos missionários católicos a Macau, entre outros, o ocidental mais famoso na China, Matteo Ricci. Mas também a arte, a literatura clássica, a medicina e filosofia chinesa vinham à Europa via Macau.
A culinária de Macau também é uma mistura de culturas. Uma das delícias da gastronomia do Sul da China é o dim sum (点心 (diǎnxīn em Mandarim)) que é uma mistura riquíssima de pequenos pratos diferentes, servidos principalmente nos restaurantes onde existem o "Yam Tchá". A culinária dos macaenses nasceu quando as esposas orientais dos portugueses tentavam fazer comidas portuguesas com os ingredientes locais. Evidentemente, as suas próprias tradições culinárias influiram nestas comidas. Lacassá de talharins e porco afumado, "Min Chi" (carne picada), "Tacho" (ensopado de carne e legumes), arroz gordo, pato cabidela, sopa de barbatana de tubarão, carne de porco doce e frango frito são algumas das comidas macaenses populares.
[editar] Religião
Macau tem várias religiões. Mais de metade da população é budista, cerca de 6% católica. A Lei Básica da RAEM garante e protege a liberdade e igualdade religiosa. Os habitantes de Macau são tolerantes face à religião.
[editar] Diocese católica de Macau
A partir do século XVI, Macau tornou-se um importante ponto de partida de missionários católicos para os diferentes países da Ásia. Foi fundada o Colégio de São Paulo no séc. XVI, a primeira universidade de tipo ocidental na Ásia e centro de formação de missionários, e o Seminário de São José no séc. XVIII, igualmente para formar missionários e padres. Devido à grande importância de Macau, o Papa Gregório XIII elevou Macau a diocese em 23 de Janeiro de 1576. Esta diocese segue o rito latino. Actualmente, o Seminário, devido à falta de vocações sacerdotais, encerrou-se e o Colégio foi destruído por um incêndio em 1835 . Está hoje na dependência imediata da Santa Sé, abrangendo todo o território da Região Administrativa Especial de Macau. Desde 2003, o Bispo desta diocese é o Sr. Bispo D. José Lai Hung-seng.
No período entre o dia 10 a 14 de Outubro de 2008, a Diocese de Macau irá organizar o VIII Encontro das Igrejas Lusófonas, também chamada de Encontro das Presidências das Conferências Episcopais dos Países Lusófonos. É um grande encontro dos presidentes das conferências episcopais dos países lusófonos e realiza-se em cada dois anos.
[editar] Igrejas Católicas
Ver também: Igrejas de Macau
Temos as Igrejas de: Sé, S. Lourenço, St. Agostinho, S. Lázaro, S. José, S. José Operário, S. Domingos, Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora do Carmo, St. António e S. Francisco Xavier (perto de Mong-Há, Península de Macau).
Temos as Capelas de: Nossa Senhora da Guia, Nossa Senhora da Penha, S. Francisco Xavier (Vila de Coloane, Coloane), S. Tiago, S. Miguel e outras.
A presença de Salesianos em Macau também se fez sentir com a criação do Colégio Dom Bosco.
A grande maioria destas igrejas e capelas são administradas pela Diocese de Macau. A Catedral desta diocese está na Igreja da Sé.
[editar] Templos Budistas
O Templo de Kun Iam Tong, construído no séc. XII em homenagem à Deusa da "Compaixão", é um dos templos mais antigos da cidade e tem como curiosidade uma mesa de pedra onde foi assinado o primeiro Tratado Sino-Americano (3 de Julho de 1844), conhecido como o Tratado Sino-Americano de Mong-Há (nome dessa zona de Macau).
O Templo de A-Má (ou Templo da Barra), construído no séc. XV em homenagem à Deusa Á-Má (Deusa do Céu), é um dos templos mais famosos da Cidade e um dos monumentos do "Centro Histórico de Macau". Especula-se que o nome de Macau tenha tido origem na palavra chinesa "Á-Má-gao" (Baía de Á-Má).
Outros templos em Macau incluem: Na Tcha, Sam Kai Vui Kun, Kun Iam Tchai, Seng Wong, Tin Hau, Hong Kung, Tou Tei, Tam Kung, Lok San, Chuk Lam Chi e Sam Po.
[editar] Meios de Comunicação
Os meios de comunicacação social de Macau têm uma longa história e, no seu todo, desempenhou um importante papel cultural e social na Cidade, proporcionando aos seus habitantes muitas informações políticas, económicas, culturais e sociais. O Gabinete de Comunicação Social (GCS) foi estabelecido pelo Governo e tem como principal função de coordenar, estudar e apoiar tecnicamente o Governo na área da comunicação social. O GSC apoia e suporta todas as organizações relacionados com a comunicação social (ex: a imprensa, a difusão electrónica, as telecomunicações). A Lei Básica da RAEM protege e garante as liberdades de expressão e de imprensa.
Actualmente, os meios de comunicação social da RAEM são subsidiados pelo Governo por isso muitos académicos, analistas e até mesmo algumas pessoas de Macau duvidam muito da autonomia e da imparcialidade destes instrumentos de grande importância social e cultural.
Em 1975, a Diocese de Macau, vendo os meios de comunicação social a florescer rapidamente e a tornar cada vez mais popular dentro da sociedade de Macau, estabeleceu o Centro Diocesano dos Meios de Comunicação Social. Este novo orgão tem como função de coordenar todo o apostolado audiovisual da Diocese, apoiando a promoção da dignidade e dos valores morais humanos e a evangelização de Macau e das suas vizinhanças levado a cabo pela Diocese.
[editar] Imprensa
A imprensa só apareceu em Macau durante o séc. XIX, mas foi a partir dos anos 30 do séc. XX que os jornais de Macau começaram a desenvolver-se aos passos. O primeiro jornal português de Macau, "A Abelha da China”, foi publicado no dia 12 de Setembro de 1822. É considerado como o primeiro jornal da História moderna da China, mas ela só existiu durante um ano, acabando por ser abolido em 1823. O primeiro jornal chinês da região, “Notícia de Macau”, foi publicado entre 1839 e 1840, por Lin Zexu, um Comissário Imperial da Dinastia Qing encarregue da destruição do ópio. A maior parte dos artigos deste jornal tratavam de assuntos relacionados a Macau, a Cantão e a comerciantes estrangeiros.
Entre os 8 jornais diariamente publicados (diários) de língua chinesa ainda existentes na RAEM, o mais antigo é o "Tai Chung Pou" (fundado em Julho de 1933) e o mais novo é o "San Wa Ou" (fundado em Dezembro de 1989). O maior jornal de Macau é o "Ou Mun Iat Pou", fundado em 15 de Agosto de 1958, e este exerce uma grande influência na Cidade, representando cerca de 80% da tiragem total dos jornais da RAEM. Possui uma circulação média de 40000 jornais por dia. É possuído por uma empresa privada que mantém fortes laços e amizades com o Partido Comunista Chinês e alguns até dizem que o Partido único da RPC é o verdadeiro patrão desta empresa chinesa. O "Va Kio Pou", fundado em 20 de Novembro de 1937, é o segundo maior jornal chinês de Macau. Entre os 6 semanários de língua chinesa ainda existentes, o mais antigo é o “Assuntos Correntes”, fundado em 1972. Todos eles, com excepção do “Semanário Desportivo de Macau” que divulga notícias relacionados com o Desporto, tratam de assuntos de interesse geral da população local. Há cada vez mais académicos e analistas que criticam a imprensa chinesa, por esta ser maioritariamente pró-China e pró-Governo e por esta tentar muitas vezes minimizar os aspectos negativos e maximizar os aspectos positivos do Governo. Entre os 4 jornais de língua portuguesa ainda existentes, o mais antigo é o semanário "O CLARIM", fundado por um grupo de jovens católicos, com a colaboração e financiamento da Diocese de Macau, em 1948. Os restantes jornais portugueses só apareceram nos anos 80 do séc. XX. Quanto aos jornais de língua inglesa, o único existente, o "Macau Post Daily", só foi posto a circular em Agosto de 2004.
Em Macau existe 5 associações relacionados com a imprensa: a "Associação dos Trabalhadores da Imprensa Chinesa de Macau", o "Clube de Jornalistas de Macau", a "Associação dos Jornalistas de Macau", "Clube de Comunicação Social de Macau" e a "Associação de Jornalistas dos Assuntos Desportivos de Macau". Não existe em Macau uma agência local de notícias, apenas delegações ou correspondentes de cerca de 2 dezenas de agências estrangeiras de notícias, tais como a "Agência Noticiosa Lusa", a "Associated Press", o "South China Morning Post", a "Reuters" e a "Xinhua".
Aqui está uma lista completa dos jornais actualmente (2006) publicados na RAEM:
- 8 diários em língua chinesa:
- Ou Mun Iat Pou (Diário de Macau),
- Va Kio Pou (Diário dos Chineses do Ultramar),
- Si Man Pou (Diário de Cidadãos),
- Seng Pou (Diário da Estrela),
- Tai Chung Pou (Diário das Massas ou Diário Para Todos),
- Today Macau (Macau de Hoje),
- Cheng Pou,
- San Wa Ou (O Correio Sino-Macaense);
- 6 semanários em língua chinesa:
- Jornal Si-Si (Assuntos Correntes),
- Jornal Son Pou (Informação),
- Semanário Desportivo de Macau,
- O Pulso de Macau,
- Semanário Recreativo de Macau,
- Observatório de Macau;
- 3 diários em língua portuguesa:
- Jornal Tribuna de Macau (fusão do "Jornal de Macau" e do "Tribuna de Macau"),
- Hoje Macau,
- Ponto Final;
- 1 semanário em língua portuguesa:
- 1 diário em língua inglesa:
- Macau Post Daily.
[editar] Telecomunicações
Antes de 1981, o serviço telefónico de Macau era muito lento e falível e não acompanhava o rápido desenvolvimento do Território de Macau. Havia cerca de 20000 clientes que esperavam ter em suas casas um telefone, e as chamadas internacionais, mesmo para Hong-Kong, só se realizavam por via operadora. O Governo de Macau, querendo o mais rapidamente possível modernizar e expandir os serviços telefónicos, concedeu por 20 anos o monopólio de operar na área destes meios de comunicação à Companhia de Telecomunicações de Macau S.A.R.L. (CTM), formada em Outubro de 1981. Esta empresa privada é responsável perante o Governo pela qualidade do serviço prestado e o Governo é encarregado também de regular os preços a cobrar pelos serviços fornecidos. Esta companhia contribuiu muito para a modernização e expansão do sistema de telecomunicações de Macau, que experimentou um grande desenvolvimento durante a década de 90 e mesmo presentemente, tornando-a comparável aos outros sistemas modernos espalhados pelo Mundo.
Em Julho de 1983, a primeira fibra óptica foi ligada em Macau e em Setembro de 1983 a primeira central telefónica digital começou a operar na Cidade. Em 1984, para melhorar a realização das chamadas internacionais, a primeira antena de satélite - "Intelsat Standard B" - foi inaugurada e 8 anos depois, em 1992, foi inaugurada a segunda antena - "Intelsat Standard A". A rede das telecomunicações em Macau foi completamente digitalizada em 1991.
A telecomunicação móvel de uso público apareceu em Macau no ano de 1988, com o lançamento dos serviços de telefone móvel analógico - "TACS". Em 1995, o Serviço Móvel Telefónico Digital (GSM) foi oficialmente lançado e no ano de 1999, esta rede foi expandida com o lançamento da rede GSM de dupla banda 900/1800 MHz. Em 2001, o monopólio da CTM acabou e 2 novos operadores na área da telecomunicação móvel começaram a operar em Macau. Um acordo relacionado com a interligação de serviços entre estes 2 operadores e a CTM foi assinado também nesse mesmo ano. Actualmente, o código telefónico de Macau é "853".
Em 1995, os serviços de Internet foram lançados em Macau e em 2000, o Serviço Internet de Banda Larga entrou finalmente em serviço. Em 2001, o Governo começou a emitir licenças de serviços Internet para vários operadores, entre eles a "CTM", a "Macaustreet", o "Qoos" e a "Macauplus". Em 2002, o regulamento administrativo sobre a prestação destes serviços foi finalmente publicado. O código de Internet de Macau é " .mo".
Oficialmente, Macau existe só um único sistema de difusão electrónica, a Teledifusão de Macau (TDM), que é responsável pela geração de canais em línguas chinesa e portuguesa de TV e rádio em sinal aberto na RAEM. Esta empresa foi fundada em 1982. Mas, existe também outros sistemas locais de menores dimensões, como por exemplo o "Rádio Vilaverde Lda". Os residentes de Macau recebem também difusões electrónicas de outras empresas, nomeadamente as de Hong-Kong, nomeadamente o TVB (Television Broadcasts Limited), e as da China Continental, nomeadamente o CCTV (China Central Television).
[editar] Património Mundial da Humanidade
No dia 15 de Julho de 2005, comemorou-se com diversos actos a inclusão do Centro Histórico de Macau na lista dos Patrimônios Mundiais da Humanidade da UNESCO.
Merecidamente, os espaços urbanos como o Templo de A-Má, o Quartel dos Mouros, a Casa do Mandarim, a Igreja de São Lourenço, o Seminário e Igreja de São José, o Teatro D. Pedro V, a Biblioteca Sir Robert Ho Tung, a Igreja de Santo Agostinho, o Leal Senado, o Templo de Sam Kai Vui Kun, a Santa Casa da Misericórdia, a Igreja da Sé, a Casa de Lou Kau, a Igreja de São Domingos, as Ruínas de S. Paulo, o Templo de Na Tcha, o Troço das Antigas Muralhas de Defesa, a Fortaleza do Monte, a Igreja de Santo António, a Casa Garden, o Cemitério Protestante (incluindo a Capela), a Fortaleza da Guia (incluindo a Capela e o Farol) , o Largo da Barra, o Largo do Lilau, o Largo de Santo Agostinho, o Largo do Senado, o Largo da Sé, o Largo de São Domingos, o Largo da Companhia de Jesus e o Largo de Camões, foram todos reconhecidos como fazendo parte da história mundial, pois ilustram bem um dos primeiros e mais duradouros encontros entre a China e o mundo ocidental.
O centro histórico de Macau localizava-se maioritariamente no Sul e Sudoeste de Macau visto que, até ao séc. XIX, os portugueses eram proibidos de viver no Norte de Macau (habitada pelos chineses). Até ao séc. XIX, a "Cidade do Santo Nome de Deus de Macau" era pequena e delimitada por muralhas, ocupando somente o Sul da península de Macau.
[editar] Educação
[editar] Escolas
Em Macau, apesar de haver algumas escolas públicas em que prevalece a regra de ensino gratuito até ao 9º ano de escolaridade, a maioria são privadas ou subsidiadas. As línguas chinesa e inglesa são dadas em praticamente todas elas enquanto a língua portuguesa é deixada em segundo plano, muito mais depois do ano de entrega de Macau. Outras línguas estrangeiras, como o francês, também existem como opções.
Antigamente, havia algumas opções para estudar português numa escola primária (ex: Colégio Dom Bosco, Escola Central e Santa Rosa de Lima) e secundária (ex: Colégio Dom Bosco, Escola Comercial de Macau e Liceu de Macau). Após a entrega de Macau em 1999 , essas opções foram ficando cada vez mais reduzidas. O Colégio Dom Bosco, um dos grandes impulsionadores da língua portuguesa em terras macaenses, transformou-se no Colégio Dom Bosco Yuet Wah em que deixou de haver ensino português, passando a haver apenas a secção inglesa e chinesa, tal como o Colégio de Santa Rosa de Lima. A extinção da Escola Comercial de Macau e do Liceu de Macau (antiga Escola Secundária Infante D. Henrique) levou à abertura da Escola Portuguesa de Macau, a única escola secundária portuguesa existente neste momento. Com o objectivo de encontrar um ponto de encontro entre as duas culturas principais de Macau, durante décadas, também foram criadas várias escolas luso-chinesas (ex: Escola Primária Oficial Luso-Chinesa Sir Robert Ho Tung, Escola Primária Luso-Chinesa Tamagnini Barbosa) em que nunca chegaram a atingir os resultados desejados. As escolas Hou Kong, Pui Ching, Kao Yip e Pui Tou são alguns dos nomes mais conhecidos das dezenas de escolas chinesas existentes em Macau. Para o estudo da língua inglesa, as mais bem referenciadas são Colégio de Santa Rosa de Lima e Escola "Sacred Heart".
[editar] Universidades
A maior e mais antiga universidade é a Universidade de Macau, que foi criada em 1981 como instituição privada e passou a universidade pública em 1991. Várias outras instituições de ensino superior foram posteriormente criadas, designadamente a Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau.
[editar] Desporto
O futebol é o desporto mais praticado no território e o que tem mais amantes. Dado a existência de poucos campos e pelados de dimensões de futebol de 11, sendo eles o do: Canídromo, Táp Seac, antigo Campo dos Operários (hoje demolido para a construção do "Grand Hotel Lisboa"), Canal dos Patos e Estádio da Taipa e anexo; existe em Macau o futebol jogado a 7, ao qual se denominou de "Bolinha", praticado em campos de menor dimensão como o existente no Colégio D.Bosco.
Clubes de futebol de pequena dimensão, como a "Enfermagem", constituído com atletas chineses, macaenses e portugueses, são um exemplo da união inter-racial que o Desporto sempre proporcionou e do espírito de tolerância entre as diversas comunidades de Macau. A modalidade de futebol de salão ( futsal ) é também uma das mais praticados pela juventude macaense.
O hóquei em campo e a pelota basca foram outros desportos que tiveram a sua dimensão em Macau, mas que com o tempo se perderam a sua glória e praticamente desapareceram.
O hóquei em patins, muito por influência da comunidade portuguesa, ainda prevalece no território macaense como uma boa alternativa de desporto para muitos jovens, além de ténis de mesa, badminton, basquetebol e voleibol.
As modalidades relacionadas com artes marciais como o Kung Fu, Karaté, Judo e Taekwondo são muito populares e têm muitos adeptos. A maioria da população mais idosa, principalmente chinesa, opta por praticar Tai Chi, como desporto de manutenção.
Macau organiza muitos eventos e competições desportivas locais. A nível regional e internacional, Macau organizou em 2005 os Jogos da Ásia Oriental, em 2006 os 1º Jogos da Lusofonia e anualmente o Grande Prémio de Macau.
[editar] Grande Prémio de Macau
Uma das atracções de Macau é o Grande Prémio de Macau, uma série de espectaculares corridas de automóveis e motociclos, desde a corrida dos carros clássicos, passando pelos Super-Cars até à Fórmula 3 (a mais esperada).
Todos os meses de Novembro, e desde o ano de 1954, os melhores pilotos do mundo são convidados a participar num dos circuitos mais emocionantes e perigosos do Mundo. Trata-se de um circuito que percorre o meio da cidade, intercalando longas rectas (Porto Exterior) com as sinuosas curvas do monte da Guia. A curva do Hotel Lisboa é o local onde mais acidentes são registados.
Os pilotos mais famosos que passaram neste circuito foram: Ayrton Senna, Michael Schumacher, Mika Hakkinen, David Coulthard e Ralf Schumacher. Muitos deles usaram o circuito de Macau como trampolim para a Fórmula 1. O piloto chinês Michael Kwan, na prova de Super Cars, é um dos que mais vezes venceu em Macau, tendo inclusive participado numa das corrida com um recém-fabricado Ferrari F50.
Contudo, a dificuldade do circuito e a inexistência de escapatórias têm provocado algumas mortes desde a criação das competições principalmente em motociclos.
Durante os quatro dias de competição, a cidade inteira pára para assistir.
[editar] Cidades gémeas de Macau
Macau estabeleceu laços a vários níveis (cultural, económico, político...) com estas cidades gémeas.
[editar] Ligações externas
- Página Oficial da RAE Macau
- Gabinete de Comunicação Social do Governo da RAEM
- Imprensa Oficial de Macau
- Universidade de Macau
- Direcção dos Serviços de Turismo de Macau
- Principais Indicadores da Actividade Economico-financeira
- Informações sobre Macau, emitido em 2002
- MacauHub - Portal de informação económica para promover as relações comerciais entre a China e o mundo de língua portuguesa.
- Revista MACAU • Uma revista escrita para o mundo lusófono
- Centro Científico e Cultural de Macau em Lisboa
- O idioma português em Macau na entrada do novo milênio: Impressões de um brasileiro
- Macau Património Mundial
- GoMacau.com:A Primeira Janela da Nova Macau
- Hotéis de Macau
- Vídeo da cerimónia da transferência de soberania
- Freguesias da RAEM
- Freguesias da RAEM
- Evolução da Cartografia de Macau
- Mapa actual da RAEM na Página oficial da Direcção dos Serviços de Cartografia e Cadastro
África do Norte: | Aguz (1506-1525) | Alcácer-Ceguer (1458-1550) | Arzila (1471-1550, 1577-1589) | Azamor (1513-1541) | Ceuta (1415-1640) | Mazagão (1485-1550, 1506-1769) | Mogador (1506-1525) | Safim (1488-1541) | Agadir (1505-1769) | Tânger (1471-1662) |
África Subsahariana: | Acra (1557-1578) | Angola (1575-1975) | Ano Bom (1474-1778) | Arguim (1455-1633) | Cabinda (1883-1975) | Cabo Verde (1642-1975) | São Jorge da Mina (1482-1637) | Fernando Pó (1478-1778) | Costa do Ouro Portuguesa (1482-1642) | Guiné Portuguesa (1879-1974) | Melinde (1500-1630) | Mombaça (1593-1698, 1728-1729) | Moçambique (1501-1975) | Quíloa (1505-1512) | Fortaleza de São João Baptista de Ajudá (1680-1961) | São Tomé e Príncipe 1753-1975 | Socotorá (1506-1511) | Zanzibar (1503-1698) | Ziguinchor (1645-1888) |
Ásia Ocidental: | Bahrain (1521-1602) | Ormuz (1515-1622) | Mascate (1515-1650) | Bandar Abbas (1506-1615) |
Subcontinente indiano: | Ceilão (1518-1658) | Laquedivas (1498-1545) | Maldivas (1518-1521, 1558-1573) | Índia Portuguesa: Baçaím (1535-1739), Bombaim (Mumbai) (1534-1661), Calecute (1512-1525), Cananor (1502-1663), Chaul (1521-1740), Chittagong (1528-1666), Cochim (1500-1663), Cranganor (1536-1662), Dadrá e Nagar-Aveli (1779-1954), Damão (1559-1962), Diu (1535-1962), Goa (1510-1962), Hughli (1579-1632), Nagapattinam (1507-1657), Paliacate (1518-1619), Coulão (1502-1661), Salsette (1534-1737), Masulipatão (1598-1610), Mangalore (1568-1659), Surate (1540-1612), Thoothukudi (1548-1658), São Tomé de Meliapore (1523-1662; 1687-1749) |
Ásia Oriental: | Bante (séc. XVI-XVIII) | Flores (século XVI-XIX) | Macau (1557-1999) | Macassar (1512-1665) | Malaca (1511-1641) | Molucas (Amboina 1576-1605, Ternate 1522-1575, Tidore 1578-1650) | Nagasaki (1571-1639) | Timor-Leste (1642-1975) |
América do Sul: | Brasil (1500-1822) | Cisplatina (1808-1822) | Guiana Francesa (1809-1817) | Nova Colónia do Sacramento (1680-1777) | (Colonização do Brasil) |
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Estes dois arquipélagos, localizados no Atlântico Norte, foram colonizados pelos portugueses no início do século XV e fizeram parte do Império Português até 1976, quando se tornaram regiões autónomas de Portugal; no entanto, já desde o século XIX que eram encaradas como um prolongamento da metrópole europeia (as chamadas Ilhas Adjacentes) e não colónias. O estatuto especial dos arquipélagos (região autónoma) continuou até hoje, sem grandes alterações. |